A foto que apresentamos abaixo foi difundida extensamente nas redes sociais. É necessário somente uma rápida olhada de que a fotografia, na realidade, é de uma manifestação contra a Troika em Madri. Entretanto, a oposição venezuelana manipulou a fotografia para fazê-la passar pela Venezuela, quiçá com a intenção de divulgar para a opinião internacional um apoio social a seus protestos que dista muito de ser tão amplo como se faz crer pelos meios.

A guerra política na Venezuela, que pode ser vista em ruas de algumas das cidades do país, atinge níveis incríveis nas redes e nos meios de comunicação locais. Se há, de fato, violações de ambos os lados na batalha entre governo e oposição, a narrativa midiática constrói uma jornada de heróis, os opositores, que lutam contra tiranos, representados pelo governo. No entanto, o cenário é muito mais complexo.
E um dos elementos que formam esse panorama são os veículos de comunicação e as redes sociais. É na internet que todo tipo de falsificação corre solta, com o objetivo não só de engrandecer feitos de oposicionistas e vitimizá-los, como também com a intenção de sensibilizar a opinião pública internacional, formando um cerco a Nicolás Maduro.
A realidade venezuelana não é algo simples e, como em toda guerra que se preze, a verdade é sempre a primeira vítima. Confira abaixo, em um texto traduzido do site Un Debate na Cabeza, como ela foi e vem sendo alvejada algumas vezes na internet.
Em abril de 2002 a oposição venezuelana derrubou um presidente eleito por meio de um golpe de Estado. Hoje, igual àquela época, a direita busca desestabilizar o país bolivariano e para isto volta a retomar a estratégia de manipulação midiática que tão bons resultados lhes deu à época. A manipulação é tão grosseira que e facilmente detectável através dos uniformes da polícia ou da publicação e ampla difusão das fotos em questão feitas há vários meses.
Apesar de tudo, não deixa de ser muito perigoso permitir a difusão de tais falsidades em um cenário como o da Venezuela no qual as elites e o governo dos Estados Unidos buscam continuamente pretextos para poder desmontar o processo revolucionário iniciado democraticamente pelo falecido Hugo Chávez.
Aqui, uma compilação que traz exemplos dessa manipulação:
Um dos casos mais difundidos é o desta fotografia do Egito tirada durante as mobilizações para derrotar Mubarack, e que a oposição venezuelana, assim como diferentes meios de comunicação opositores trataram de fazer passar pela Venezuela. Como veremos, nesta foto, igual a muitas outras, a manipulação é tão grosseira que os uniformes da polícia nem sequer são parecidos com os dos agentes da GNB [Guarda Nacional da Venezuela] venezuelana.
ABC e Intereconomia: MMCC da extrema direita espanhola:
ABC e Intereconomia: MMCC da extrema direita espanhola:


Percebeu? Os caras da direita venezuelana usaram no twitter imagens do Egito dizendo que era na Venezuela.
Em seguida, apresentamos uma nova fotografia tirada pela Agência Reuters durante a revolução do Egito, a qual teve recortada sua parte superior para eliminar a bandeira escrita em árabe com a finalidade de fazer passar por distúrbios na Venezuela:

A CNN em espanhol é um dos meios de comunicação que mais tempo está dedicando à brutal campanha de desprestígio e desestabilização contra o governo de Nicolás Maduro. Este veículo mente abertamente e sem pudor algum, chegando a publicar fotografias abaixo de manchetes como vemos a seguir, quando na realidade essas imagens correspondem a um assalto realizado em um estabelecimento comercial no Brasil:

Percebeu? Olha o absurdo praticado por uma empresa que se diz de jornalismo. A CNN é de onde? Pense, os Estados Unidos da América, sempre usaram desse expediente sujo.
Um dos últimos casos de manipulação informativa é o que concerne à morte da jovem Yaremi Silva. Várias contas no Twitter publicaram esta fotografia tirada em Caracas, fazendo crer que a jovem no solo é Yaremi e atribuindo sua morte à GNB. Contudo, segundo demonstrado pelas investigações, tanto da polícia como dos meios de comunicação, a jovem se encontrava em San Juan de los Morros e não em Caracas no momento em que ocorriam os distúrbios retratados na fotografia. Yaremi desapareceu na quarta-feira, 14 de maio, por volta das 8 da noite, quando foi avistada subindo em um veículo enquanto se dirigia à casa de uma amiga. Uma vez mais o jogo sujo da oposição não tem limites para inflamar os ânimos e acender pavios desestabilizadores no país.

O desaparecimento de Yaremi Silva trouxe consigo mais intenções manipuladoras. Vejamos aqui. A primeira imagem corresponde a uma série de fotos da ativista e fotógrafa opositora Sonia Waleska. Contrária ao governo Maduro, Waleska traduziu seu descontentamento de uma forma original, realizando uma série fotográfica na qual aparecia gente maquiada simulando ter recebido tiros. Pois bem, como se vê na segunda fotografia, houve quem tomasse uma das imagens e passasse adiante de forma premeditada e mal-intencionada, como se se tratasse do cadáver da jovem Silva. Pessoas como estas são identificadas diretamente por esta forma de agir.


Sigamos com outro caso amplamente difundido. Na segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014, morria em Táchira o jovem Jimmy Vargas, de 34 anos. Tanto a sua família como a oposição acusaram a GNB de ter disparado contra Vargas, causando sua morte. Esta notícia, assim como as imagens de sua mães culpando Maduro pelo acontecido, foram amplamente difundidas por noticiários de todo o mundo. Entretanto, no dia seguinte, um vídeo tornado público demonstrava que a morte do jovem não tinha sido produzida por um disparo, mas sim por uma queda sofrida ao tentar descer de um telhado para o chão. No vídeo demonstra-se o fato com perfeição. Apesar disso, todos os veículos de comunicação jamais retificaram a informação. Uma vez mais, a oposição aproveita uma morte acidental para culpabilizar o governo e a GNB.
Ao mesmo tempo, seguem apropriando-se de todos os mortos, apesar de que, entre todas as vítimas, ao menos cinco eram chavistas e outros três cidadãos não possuíam filiação política, tendo falecido por conta dos fios colocados por opositores violentos nas barricadas.
Há que se concordar que, se é grave que os tuiteiros difundam fotos falsas com intenções provocadoras e para tergiversar, mais grave é que o façam meios de comunicação tal como vimos anteriormente. No caso seguinte, o portal venezuelano de informação La Patilla publicava uma fotografia acusando uma vez mais a GNB de maltratar os manifestantes. Imediatamente, o fotojornalista que havia produzido estas fotos denunciava no Twitter que a informação com a qual o diário acompanha esta imagem não correspondia à realidade.

No caso seguinte, Alfonso Merlos tuitava em sua conta uma fotografia de uma mulher com sinais evidentes de violência, acompanhada de um texto no qual indicava que se tratava de uma pessoa brutalmente golpeada durante os protestos na Venezuela. Contudo, depois de investigar um pouco, vários internautas estavam cientes de que a imagem correspondia a uma mulher que havia sido maltratada por seu parceiro e que tinha decidido contar sua história através de várias fotografias enviadas para o Instagram.
Alfonso Merlos é jornalista e presença habitual em vários meios da caverna midiática espanhola, entre os que destacam a 13TV e o periódico espanhol de extrema direita La Razón.
Alfonso Merlos é jornalista e presença habitual em vários meios da caverna midiática espanhola, entre os que destacam a 13TV e o periódico espanhol de extrema direita La Razón.

A cada dia aparecem novos casos de manipulação, que vamos acrescentando a esta lista que parece ser interminável, mas que acreditamos ser imprescindível para evidenciar os métodos que a direita venezuelana utiliza para conseguir atingir seus objetivos. A foto seguinte, de uma estudante ferida, foi tirada no ano de 2010, durante incidentes na UCV que resultaram em várias pessoas feridas. Uma vez mais, uma foto velha se fez passar por uma imagem atual e se acusou a diretora da Globovision de não fazer eco da mesma para, supostamente, ocultar os fatos:

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