sexta-feira, 13 de março de 2015

A ignorância histórica de Joaquim Barbosa

no Diário do Centro do Mundo - DCM
Sem noção
Sem noção

por José Gilbert Arruda Martins
Quem era o Capitão-do-mato no Brasil colonial?
Os capitães do mato, podiam ser mulatos e negros.
"Para quem não sabe, o termo "Capitão do mato" era dado aos homens que trabalhavam para os senhores de escravos na época do Brasil colônia. Eles procuravam negros fugidos, além de vigiar e cobrar dos negros o trabalho escravo. Estes homens viveram sob a tutela dos senhores de escravos e da colônia durante o período da escravidão no Brasil. Eles eram, geralmente, negros ou mestiços leais aos senhores e à colônia em troca de prestígios e recompensas em dinheiro. Conheciam todos os arredores da cidade onde os escravos, ao fugirem, pudessem se esconder. "(Fonte: http://acaovalorizandopessoas.blogspot.com.br/2013/10/capitao-do-mato-e-policiais.html)

Joaquim Barbosa, atua como um Capitão do Mato? De que lado JB está? Do outro lado? JB, apesar das origens, que nega completamente com suas palavras e ações, faltou às aulas de história. Não conheceu Zumbi dos Palmares, irmão de cor do ex-ministro, que largou seus projetos pessoais para lutar por um sonho coletivo. Poucos são capazes de fazer o que o grande Zumbi fez.

Segundo a Wikipédia (acessada dia 13/03/15), JB estudou na Universidade Nacional de Brasília, além da França. A UnB é uma instituição pública, Joaquim deveria, pelo menos, dar o retorno social da sua graduação. Deveria fazer algo pelo povo do seu país ou, pelo povo negro.

Sua postura como ministro do STF foi bastante questionada pela OAB e grande parte dos juristas e bons advogados pelo país como um todo.

"As atitudes do ministro Joaquim Barbosa durante o julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, tornaram-se motivo de preocupação para o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. O Plenário da entidade decidiu, por unanimidade, divulgar uma nota se solidarizando com os advogados que atuam no processo." (http://www.conjur.com.br/2012-ago-22/atitudes-joaquim-barbosa-processo-mensalao-preocupam-oab)
 O grande capital daqui e de fora consegue ter ao seu lado, pequenos e grandes lacaios. Será o Joaquim mais um?

A ignorância histórica de Joaquim Barbosa

Deu a louca no mundo.
Ou, pelo menos, deu a louca em Joaquim Barbosa.
No Twitter, ele conseguiu comparar o atual momento brasileiro às vésperas de duas revoluções, a Francesa e a Russa.
Nesta visão turvada e obtusa, é como se na França de 1789 a insatisfação revolucionária houvesse partido da aristocracia. E na Rússia de 1917 da corte czarista.
Que JB era insuficiente em direito já sabíamos. Que era incapaz de articular frases que fizessem sentido, também.
Mas que era analfabeto em história é uma novidade.
O Brasil de 2015 se aproximaria da França de 1789 e da Rússia de 1917 se os privilegiados estivessem na iminência de ser varridos.
Mas não.
Os privilegiados brasileiros – cujo porta-voz é a mídia – se batem ferozmente para derrubar um governo popular.
Na verdade, o Brasil de 2015 lembra, sinistramente, o Brasil de 1954 e o Brasil de 1964. A plutocracia, mais uma vez, se insurge contra a democracia.
Repetem-se muitas coisas.
O demagógico e seletivo discurso anticorrupção, por exemplo. Aécio chegou a empregar uma expressão de Lacerda, o Corvo, contra Getúlio: mar de lama.
Não pude notar se ele não ficou vermelho ao falar em mal de lama. Mas deveria. Aécio construiu um aeroporto privado com dinheiro público. Colocou, pelas mãos da irmã, dinheiro público nas rádios da família quando governador de Minas. Viu ser exposta a monumental roubalheira de seus eminentes colegas de PSDB no metrô de São Paulo.
Agora mesmo, escapou por um triz de entrar na lista de Janot, da qual não escapou sua cria, Anastasia.
Mesmo assim, ele posa de Catão. Ou de Catão 2, dado que o Catão 1 é FHC, o homem que comprou a emenda de reeleição. Essa compra está toda documentada, nos detalhes mais patéticos, graças ao depoimento milimétrico de um comprado.
O repórter que tratou solitariamente do assunto na era FHC disse, recentemente, que seu trabalho recolheu não evidências – mas “provas”.
Alguns personagens de 54 e 64 estão presentes em 2015, uma demonstração de quão pouco as coisas mudam no Brasil.
A Globo, por exemplo. Sabotou Getúlio, sabotou Jango, sabotou Lula e agora sabota Dilma.
Neste longo percurso de sabotagem, os donos da Globo acumularam a maior fortuna do Brasil.
Se o Brasil vivesse uma situação parecida com a França e a Rússia pré-revolucionárias, como escreveu Barbosa, os Marinhos estariam de malas prontas para recomeçar a vida em outro país.
Eles e todo o grupo que tanto tem feito, ao longo da história, para dar ao Brasil as feições classicamente definidas por Rousseau como as perfeitas para uma insurreirão popular: aquelas marcadas pelos “extremos de opulência e de miséria”.
Com diferentes nomes, figuras como Joaquim Barbosa participaram das tramas de 1954 e de 1964.
Eram os mistificadores.
Eles fingiam defender os interesses da voz rouca das ruas, mas na verdade estavam do lado dos poderosos, dos exploradores, dos predadores sociais.
Em 1789, para voltar ao início, Barbosa não derrubaria a Bastilha.
Estaria do outro lado, como um fâmulo dos plutocratas.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

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