Mostrando postagens com marcador Ambiente e Ciência. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ambiente e Ciência. Mostrar todas as postagens

sábado, 16 de novembro de 2024

Porque corre Trump?

 por Rui Abreu



Passados dez dias das eleições presidenciais estadunidenses e ainda com alguns

estados a terminar o apuramento, é já incontornável a retumbante vitória de Donald Trump.

Trezentos e doze grandes eleitores, cinquenta e três senadores, setenta e cinco milhões de

votos (vitória no voto popular), vinte e sete governadores e seis juízes da Suprema Corte dos

Estados Unidos nomeados por republicanos; são alguns dos números da nova legitimidade

institucional e política que sustenta Trump neste novo ciclo político.

Depois de ter perdido sua reeleição em 2020, como o povo devolveu a confiança política

a um ex presidente que atentou contra direitos básicos das mulheres, da população imigrante,

que tem dezenas de processos contra si no judiciário (onde tem até várias condenações) e que

contribuiu para a morte evitável de centenas de milhar de cidadãs e cidadãos durante a

pandemia do covid? Afinal, porque corre Trump?


1 – Neoliberalismo é seu nome

A chegada de Reagan ao poder em 1979 trouxe um aprofundamento do capitalismo num

formato neoliberal que colocou o estado totalmente a serviço do grande capital, em particular

do capital financeiro. Reduziu a capacidade de dinamização económica do estado em cenários

recessivos, entregou aos privados setores estratégicos da economia, cortou os programas de

apoio social, desmantelou as leis trabalhistas e as organizações de defesa da classe

trabalhadora; rebaixou as condições de vida da população colocando a classe trabalhadora

numa maior desproteção social, criou mecanismos de roubo do orçamento federal através da

dívida pública. Foi dentro desta composição económica e social que o P.I.B. norte americano se

multiplicou por nove, crescendo de três trilhões de dólares para vinte sete trilhões nestes

últimos quarenta e cinco anos.

Setorialmente os E.U.A. lideraram mundialmente transformações importantes na

economia em torno duma globalização que alimentava as taxas de lucro das suas

megacorporações. As Bigtech(s), então em crescimento, implantaram a economia digital, a

indústria deslocalizou-se para sul e oriente em busca de fatores de produção mais baratos, com

destaque para a mão de obra. O capital financeiro ocupou parcelas cada vez maiores da

economia, secundarizando o papel do estado como agente dinamizador e subjugando os

setores primário e secundário à lógica e prática da capitalização financeira.

A condição da classe trabalhadora ia acompanhando essas mudanças estruturais

económicas, sendo empurrada para a precariedade sem que sindicatos e comissões de

trabalhadores tivessem capacidade de resistência às alterações nas relações de produção que

o neoliberalismo impunha. O salário real foi desfalecendo, encontrando-se atualmente pouco

acima dos valores de 1980, retirando do fator trabalho a partilha da imensa riqueza criada nos

últimos quarenta e cinco anos. Tudo com a complacência da esquerda, que no centro do

império foi (e é) quase inexistente em termos organizados e não quis dar respostas às

dificuldades impostas ao povo. Este quadro económico neoliberal norte americano foi replicado

pelas economias ocidentais, dando origem a conjunturas semelhantes de intensa acumulação

de capital e empobrecimento generalizado da população na Europa e restante América.

É neste contexto que surge Trump e ressurgem os movimentos de extrema direita para

coletar apoio no estado de desesperança da população trabalhadora que não vê neste sistema

neoliberal a melhoria de suas condições de vida, tendo garantido para si e para as gerações

vindouras condições de vida piores que de seus pais, identificando na esquerda (normalmente

anémica de proposta) uma parte integrante do sistema. Um sistema capitalista que despeja

suas crises em cima de quem trabalha com ajustes fiscais cada vez mais draconianos

sustentados numa ideologia que individualiza os problemas e soluções, a qual não sofreu o

devido contraditório no debate e na proposta pela esquerda nas últimas décadas. A luta de

classes não esgrimida dos dois lados cria campo fértil para a extrema direita e condições para

a contínua degradação das condições de vida duma classe trabalhadora cada vez mais

politizada pelo neoliberalismo e neofascismo. Sem alternativa de esquerda e com perspetivas


de luta limitadas, os “trumpismos” surgem como catalisadores do descontentamento geral,

sendo a opção política que mais aparenta mudar o atual estado de coisas.


2 – A economia de Biden

Os indicadores liberais apresentam uma economia em recuperação no final do mandato

de Biden. A inflação, refletindo o corte de circuitos económicos com a guerra na Ucrânia

atingido 9.1% em junho de 2022 (sendo a maior dos últimos quarenta anos), situava-se em

setembro deste ano nos 2,4%. Também a taxa de desemprego acomodou-se entre os 3,8% e

os 5%, durante o mandato democrata, sendo considerada pelos analistas liberais como uma

situação de pleno emprego. O P.I.B. cresceu 6,1% em 2021 gozando do crescimento negativo

de -2,2% de 2020 provocada pelo impacto da pandemia da covid, de 2022 a 2024 cresceu

entre 2,5% e 2,9%, o que dá aos mesmos analistas o discurso de uma economia forte, de

crescimento sólido.

O que os indicadores liberais não mostram são os 25% de aumento do custo dos

produtos que constituem a cesta básica e os 30% de aumento do custo da energia, afinal a

inflação não é igual para todos; não mostram os quarenta e um milhões de cidadãos e cidadãs

norte americanas que se encontram em estado de pobreza, afinal o P.I.B. não cresce para

todos; não mostram um mercado imobiliário inflacionado pelos bancos e grupos de

investimento que vêm nos imóveis mais uma fonte de especulação e lucro, colocando os

preços inatingíveis para a maioria dos trabalhadores; não mostram uma classe trabalhadora

esmagada nas suas condições laborais que, para fazer face às despesas quotidianas, acumula

dois e três trabalhos para poder levar um salário digno para casa. Afinal o pleno emprego de

Biden é repleto de precariedade e miséria.

No plano externo, por obrigação imperial, impôs-se a estratégia da economia do caos

com a promoção da instabilidade e conflitos como método para atrasar o crescimento chinês. A

guerra económica à China tem criado reflexos inflacionários devido à forte interdependência

que existe entre as duas economias. O maior parceiro comercial dos E.U.A. tem sido a China

que só foi substituída pelo México após o início da guerra na Ucrânia. A exigência

estadunidense de separar economicamente as potências e seus campos de influência

consuma-se através da política belicista e das diversas guerras económicas que a casa branca

promove. O quadro de confronto com a China promete aumentar com a eleição de Trump,

assim como as contradições económicas que essa política externa provoca internamente,

sendo a inflação uma ameaça real para o poder de compra da classe trabalhadora.

3 – Porque não corre a esquerda?

Cansada está a análise sobre a queda do muro de Berlim e a consequente

desorientação política provocada em toda a esquerda mundial. De maior marca ficou o

acomodamento da esquerda aos lugares conquistados eleitoralmente e o seu afastamento da

classe trabalhadora.

O jargão liberal tomou lugar no discurso da esquerda e a radicalidade de proposta foi

substituída pela competência técnica, como se o papel da esquerda fosse agora o de fazer uma

melhor gestão de orçamentos neoliberais que a direita, cabimentando aqui e acolá uma

medida, uma assistência social ou subsídio. A esquerda tornou-se defensora dum capitalismo

humanizado, ente que conseguiu existir em tempos idos da guerra fria e se materializou nas

sociais democracias europeias da segunda metade do século vinte. Na política global de hoje o

“capitalismo de rosto humano” não tem qualquer lugar, sendo seus preconizadores uma

espécie em vias de extinção.

Participando o movimento global que a política fez para a direita, a esquerda perdeu

suas âncoras ideológicas, suas referências políticas e seu trabalho de base que lhe permitia ter

penetração social.

São desenvolvidos diagnósticos de conjuntura cada vez mais distorcidos pelos

indicadores liberais, tomados como fieis tradutores das condições de vida das populações.


Crescimento do P.I.B. é encarado como determinante absoluto da boa política, retirando o

detalhe de quem ganha com esse crescimento; a taxa de desemprego é apresentada como

taxa de satisfação laboral, mesmo que a precariedade extrema esteja camuflada nesses

números; a inflação reveste-se de medidor do poder de compra, não contrastando seu peso em

rendas tão desiguais como as que existem atualmente.

Os objetivos deslocaram-se da disputa política pelo poder para a eleição de

representantes na democracia burguesa. As propostas tornaram-se inevitavelmente pouco

esclarecidas, seguindo os diagnósticos feitos de forma errada. Programas cada vez mais

pastosos surgem na incapacidade de comunicar com a classe trabalhadora, tentando com

medidas liberais acertar nalgum termo decisivo do voto. Propostas neoliberais como educação

financeira nas escolas, P.P.P.(s) e concessão de serviços públicos a empresas privadas

começaram a ser lugar comum em programas e governações de esquerda. A esquerda não só

deixou de apresentar uma proposta de sociedade diferente como foi assimilada e atualmente é

identificada como “O sistema”.

Até na autocrítica perdeu-se a referência, (aqui também me incluo). Termos como

“institucionalização”, “descaracterização”, “perda de identidade” e “afastamento das bases”

ofuscaram o bom velho “aburguesamento” que tão bem define o processo pelo qual passaram

a esmagadora maioria de partidos e quadros da esquerda ocidental.

É sabida a incapacidade transformadora da esquerda per si, não conseguindo seu

voluntarismo ultrapassar o tempo da luta de classes. São as contradições de classe que

determinam esse tempo de luta. Mas Trump e “trumpinhos” só correm na nossa insuficiência de

questionar e propôr a superação do capitalismo que hoje, perante o choque da socioesfera com

a bio e geoesfera, assume forma de extermínio. O neofascismo só cresce na mescla da

esquerda com o capitalismo neoliberal.

Também é sabido que o neofascismo de aparência antissistémica não passa de um

endurecimento político do projeto liberal, dando uma relação musculada entre o estado e a

classe trabalhadora, garantindo maiores margens de lucro para os bilionários, consolidando a

desigualdade social como objetivo a perseguir. Não é assim possível derrotar a política

neofascista sem combater a base económica liberal que a sustenta. A estratégia da frente

ampla para derrotar a extrema direita goza desse pecado original: tenta derrotar a cabeça

política neofascista alimentando seu corpo económico neoliberal.

Trump corre na nossa incapacidade de disputar maiorias sociais que não se revêem no

sistema, que nestas últimas eleições são dois terços da população: um terço que votou em

Trump e um terço de abstenção.

Esta é uma fase da luta de exigência teórica, de valores e de práticas. Clarividência na

proposta social e económica é fundamental para conseguir superar o mundo trumpista que se

edifica. Medo e aburguesamento só garantirão que regimes neofascistas se imponham nos

tempos que aí vêm.


Fontes:

. https://pt.tradingeconomics.com

. https://pt.countryeconomy.com/governo/pib/estados-unidos

. https://www.bbc.com/portuguese/articles/cz0m3l7r5yko

. https://www.census.gov/library/publications/2024/demo/p60-283.html

. https://www.statista.com/chart/26882/us-energy-costs-natural-gas-gasoline-electricity/

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

O gigante com pés de petróleo

 Por Rui Abreu


1 - O gigante com pés de petróleo

             Num final de século dezanove iluminado por Thomas Edison e acelerado por Karl Benz, o futuro previa-se entusiasmado por novas descobertas e invenções. O capitalismo, empurrado pelo motor de combustão, prometia um crescimento ímpar, trazendo novos cenários económicos e sociais com novos setores a centralizar a economia, novas camadas sociais e pessoas a ascenderem a posições de poder. Haveria de ser um filho de um vendedor de banha da cobra que iria destacar-se na indústria que marcou todo o desenvolvimento mundial através da recém descoberta fonte energética.

            Em 1870, em Cleveland, Ohio, era formada a mais importante e poderosa empresa do mundo na viragem do século. John D. Rockefeller registou a Standard Oil Company após adquirir das mais diversas formas (muitas ilegais) quase todas as empresas de exploração e distribuição de petróleo e gás do ainda jovem país, os Estados Unidos da América. Com um domínio de cerca de 90% da produção e distribuição de petróleo, gás e seus derivados, a Standard Oil posicionava-se ao lado de outros titãs energéticos mundiais. A par do consórcio anglo persa que operava no Irão e hoje subsiste como BP e do consórcio franco neerlandês que explorava no Mar Cáspio e em solo birmanês (atual Myanmar) e que conhecemos como Shell, marcaram todo o desenvolvimento industrial e comercial do mundo.

            O início do século vinte brindava Rockefeller com a distinção do primeiro bilionário da história. Famílias como Nobel, Rothschild, Família Real Holandesa e Família Real Inglesa acompanhavam o bilionário nessa ascensão de riqueza e poder global, em torno dos recursos que estariam no centro de toda a geopolítica do século vinte. Ocupações foram feitas, acordos assinados, guerras começadas por causa desses recursos e guerras ganhas por quem os detinha. O mapamundo foi redesenhado de acordo com esses conflitos, refletindo as riquezas geoestacionárias presentes no subsolo e o domínio das potências sobre elas. ISRAEL É PARTO DESSA DISPUTA GLOBAL.

            Os impérios, em rota de colisão, fervilhavam internamente com os movimentos operários a surgirem, questionando a ordem do brutal capitalismo nascida na revolução industrial e que dariam origem a partidos socialistas e comunistas, organizando assim a luta de classes. Os E.U.A. saíram quase intocados dos dois conflitos mundiais que as potências tinham deflagrado, não sofrendo em seu território batalhas ou bombardeamentos (com a exceção do episódio de Pearl Harbor1). Os combustíveis fósseis tiveram um papel fundamental na motivação desses conflitos e também na sua resolução. Não foi um acaso que E.U.A. e U.R.S.S., que detinham em seus territórios vastas reservas e fortes indústrias de exploração, refinação e distribuição de petróleo e gás, foram os grandes vencedores da segunda Grande Guerra e se estabeleceram como os polos políticos, económicos e militares do mundo.

            No pós Segunda Grande Guerra emergem assim duas superpotências detentoras de poderosas indústrias de petróleo e gás, as quais não foram alheias à vitória no maior conflito armado da história e na afirmação de seu poder no mundo. Médio Oriente, África e América do Sul tornavam-se nas décadas seguintes palco de disputa entre o bloco capitalista e o bloco socialista a cada nova descoberta de jazidas petrolíferas e cada novo campo de gás. De regimes antagónicos, as superpotências e seus blocos alimentaram suas economias com a mesma matriz fóssil, contribuindo decisivamente para a emissão desmesurada de gases de efeito estufa que tanto contribuíram para as alterações climáticas. Estas vieram para ficar e, como sabido há décadas, para determinar nossos futuros.

            Os E.U.A. haveriam de suplantar seu rival na disputa pela hegemonia global e impor o seu modelo de produção ao mundo. A formidável máquina de guerra estadounidense garantia presença permanente das corporações norte americanas nos países detentores de petróleo e gás.      As invasões do Iraque de 1990 e 2003 promovidas pela família presidencial Bush são prova da dependência imperialista dos recursos energéticos fosseis. Também o apoio incondicional ao regime sionista israelita ao nível do genocídio faz parte do modelo de domínio do Médio Oriente, região historicamente com as maiores reservas de hidrocarbonetos.

            O império procura controlar a exploração, a refinação (objeto maior no domínio do circuito económico do petróleo, sendo a fase onde o produto recebe maior valor acrescentado e que estabelece o preço a que circulará comercialmente o barril) e a distribuição. É nessa procura que se enquadram as sanções de 2018 feitas por Trump à Venezuela após os acordos de cooperação assinados entre o governo Maduro e o governo Chinês que previam investimento na capacidade de refinação venezuelana. Além de tentar impedir que a economia chinesa desembarque na América Latina e acesse mais às suas riquezas, os E.U.A. lutam para manter o primeiro lugar do ranking de países com maior capacidade de refino no mundo (cerca de 18 milhões de barris/dia), garantindo deliberação sobre os preços globais.

            Os Estados Unidos são o maior produtor do mundo de petróleo, com cerca de 19% da produção mundial, o maior refinador com cerca de 18% do refino global e o maior consumidor  com cerca de 20% do consumo mundial2.

           

2 – Riqueza para uns, problema para todos

 

            Despertos pela ciência para o novo e determinante problema das alterações climáticas, governos do mundo inteiro assinam acordos e prometem fazer a transição energética, sempre quando a economia permitir, sempre quando o lucro deixar. Uma visão liderada pelo império norte americano de exploração até ao fim (não do planeta e nem sequer dos recursos, mas sim da habitabilidade) tomou conta do mundo, criando um caminho de extinção em massa cada vez menos evitável.

            Desde a assinatura em 1997 do protocolo de Kyoto, Japão, que os países mais industrializados criaram metas de redução de emissão de gases de efeito estufa. As modestas metas de redução variavam entre 6% e 8% para países como Japão, E.U.A., Reino Unido e Bélgica enquanto outros países ainda tinham margem para aumentar a emissão em 10% como a Islândia e 8% como a Austrália. Os então chamados países em vias de desenvolvimento como o Brasil, China e Índia não tinham metas determinadas, cabendo a cada governo estabelecer medidas de controlo do problema. Passadas quase três décadas e muitos acordos depois, e todas as metas não cumpridas, o planeta bate recordes de temperatura pelo 14º mês consecutivo e a realidade climática excede todos os modelos matemáticos criados.

            O acordo de Paris de 2015 estabeleceu metas mais ambiciosas mas ainda desajustadas com a realidade. A promessa de redução de 50% das emissões até 2030 tinha um pecado original: os 50% eram relativos às emissões de 1990 que eram significativamente menores às emissões à data do acordo. Mesmo assim, ninguém chegará perto de cumprir as metas definidas em 2015, metas essas muito insuficientes perante a realidade climática atual e a avaliação da ciência.

            O tão temido aumento da temperatura média do planeta de 1,5º Celsius acima dos níveis pré industriais que sufoca os oceanos e descongela o permafrost3 que estava previsto para os próximas séculos (ou milénios) está chegando muito mais cedo e com ele as catástrofes naturais sucedem-se pelo globo inteiro. Cheias, secas, incêndios e tempestades tornaram-se visitas frequentes do jornal da noite. Realmente perigosa é a situação do permafrost siberiano que descongela rapidamente e retém calculadas 2 bilhões de toneladas de metano, que entrando em contato com a atmosfera desequilibraria o clima muito além da extinção humana.

            Em 2023 o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) no seu Relatório (anual) sobre a Lacuna de Emissões, que identifica a distância entre a previsão de emissões e os compromissos políticos atuais dos países de redução de emissões, calculando onde  deveriam estar essas emissões para cumprir a meta de aquecimento inferior ou igual a 1,5º Celcius, alerta que se não houver medidas mais efetivas o aumento de temperatura será de 2,5º Celsius a 2,9º Celsius, o que representará a falência biológica do planeta.

            A situação não se compagina mais com a divisão mundial de emissões prevista em Kyoto: reduções até 8%, alguns países tinham metas de aumento e outros não tinham metas. Como infelizmente os países pouco industrializados não poderão sustentar seu desenvolvimento económico nos combustíveis fósseis, será justo serem os últimos países a poderem fazê-lo, colocando a pressão da descarbonização econômica nas potências mundiais. O G20 é responsável por 80% das emissões globais, destacando-se pela ordem de maiores emissores a China, E.U.A., U.E. e Índia. Sendo certo que só num mundo edílico esse plano global seria estabelecido, cabe a cada país descarbonizar a sua economia o mais rapidamente possível e elevar o tema na agenda política mundial, responsabilizando e exigindo dos governos dos países com maiores emissões políticas efetivas de descarbonização.

           

3 – Transição de esquerda

 

            O capitalismo na sua versão verde abre novos campos de negócio assentes num velho modelo de exploração. Procurando manter o modelo de concentração das mega corporações na produção de energias limpas, são usadas para tal as empresas petrolíferas, transformando-as em empresas de energia. A concentração da produção de energia em grandes pólos corporativos tem sido o instrumento de controlo do capital em relação ao acesso dos povos às fontes energéticas e de domínio geopolítico imperialista. Na lógica exploratória dos hidrocarbonetos é mais assimilável que haja grandes pólos produtivos atendendo que o petróleo e gás têm localização definida no território. Na era das energias alternativas, as fontes naturais energéticas encontram-se à nossa volta, em todos os lados, devendo ser estimulada a produção local, podendo e devendo ser eliminado parte significativa do desperdício energético da distribuição. A defesa de comunidades energéticas, cooperativas de produção de energia limpa e domicílios energeticamente autónomos é uma exigência de uma política de transição mais justa, democrática e eficiente.

             No plano global, de nada adiantará as políticas de compensação financeira sobre danos ambientais dos maiores emissores assim como se revelam ineficazes os mercados de carbono, solução mercantilista que o capitalismo (com o império à cabeça) criou para lucrar com a emergência climática. Só a reposição ambiental e redução drástica de emissões pode ajudar a amenizar o problema. O metano e o carbono revelam-se pouco sensíveis a negociações e, ao contrário de todas as outras transições motivadas pelas lutas sociais, esta transição tem prazo de validade, não havendo espaço para dúvidas pseudocientíficas nem para o jogo do empurra entre países na responsabilização do processo.

            A esquerda brasileira (e mundial também) parece não querer sair do estado de negacionismo climático, recorrendo-se de reservas petrolíferas para avaliar o potencial de desenvolvimento económico de países, não acreditando que não dá para repetir os marcos de desenvolvimento das potências mundiais e que se for explorada um ínfima parte dessas reservas haverá uma cobrança brutal sobre a biosfera.

            O “cloroquinismo” climático tem de ser derrotado para que se abra uma nova frente da luta de classes. Só a esquerda pode defender a vida da classe trabalhadora perante as intempéries, com planos de deslocação massiva de parte da população que vive nas regiões de risco, só a esquerda pode apresentar proposta de descentralização econômica que acompanhe a solução urbanística, só a esquerda pode apresentar caminho para a qualificação económica e de emprego em torno da transição energética, só a esquerda pode democratizar o acesso às novas energias, só a esquerda pode questionar o atual modelo energético submisso aos E.U.A..

            A luta por uma transição energética que proteja vida dos povos, democrática e justa também é uma luta anti imperialista.

 

 

           

 

 

1 Base militar estado unidense situada no Havaí que sofreu um ataque da força aérea japonesa em 7 de dezembro de 1941 e catapultou os E.U.A. para a Segunda Grande Guerra.

 

2 Dados de 2022

 

3 Parte do solo terrestre que cobre 25% do hemisfério norte que está congelado há dezenas de milhar de anos, consequência da última era glacial. Encontra-se atualmente a descongelar a velocidade elevada devido ao aquecimento global.

 

 

Fontes:

 

. https://www.unep.org/pt-br/resources/relatorio-sobre-lacuna-de-emissoes-2023

 

 

. https://www.gov.br/anp/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/anuario-estatistico/arquivos-anuario-estatistico-2023/secao-1/secao-1.pdf

 

 

 

 

 


terça-feira, 23 de maio de 2023

Dois centavos para contribuir com o debate sobre os Algoritmos e a IA

Redes de controle = opacidade, classificação, predição e outros bichos cibernéticos

IMAGEM: ideianoar


Prof/Pr Lenon Andrade – Campina Grande /PB

A gente vive numa sociedade controlada por coorporações que utilizam tecnologias digitais para impor a lógica do acúmulo instrumentalizada pelo controle cibernético sobre os usuários de computador (aqui o computador é também o tablet e o celular, além de qualquer dispositivo que tenha um processador imbutido). Como diz o professor Sergio Amadeu da UFABC, a internet é uma rede de controle, mas, também é uma rede ambivalente, explico!


Percebam que falei uma ruma de coisas não triviais, porém plenamente explicáveis. OK, vamos iniciar de trás pra frente:


1) Ambivalência → do ponto de vistas das redes digitais é a possibilidade de aplicá-las em sentidos opostos, exemplo: as redes podem e são usadas para o bem ou para o mal, portanto, podem e são usadas pelas corporações (bigTecs)  para controlar seus usuários, mas, também podem ser usadas em senitdo contrário, para liberar os usuários para o uso livre da rede ou, digamos, uso democrático da internet, como era a TecnoUtopia dos anos 90 até meados dos anos 2000. Assim, a característica ambivalente das redes AINDA permitem o estabelecimento de uma resistência tecnopolítica a serviço da democracia e do processo civilitório.


2) Algoritmo → Vamo logo desmistificar o monstro. Algorítmo nada mais é do o CÓDIGO ESCRITO pelo programador de computador...pensem numa receita de bolo (conjunto de passos/instruções para se montar, misturar os ingredientes, definir tempo de forno etc). Todo conjunto de instruções lógimente ordenadas é umALGORÍTMO. E, se é logicamente ordenado, então também é inteligível, portanto, nada do outro mundo. O problema é quando o algorítmo é COMPILADO e os donos do código não pérmitem a sua auditagem. É, pois, neste contexto cibernético que ocorre o controle porque, o algoritmo compilado é linguagem de máquina, não dá para fiscalizar, é absolutamente OPACO!


3) Opacidade → Vejam a seguinte fórmula: =se(nota do aluno >= 7, então, “aprovado”, senão, “reprovado”), fim-se; Fácil de entender, não? Agora, imaginem se a mesma fórmula fosse escrita assim: ■▓$%▓$)▓(&■%%■$■$@%&■▓$%▓$)▓(&■%%■$■$@%&... A opacidade impede qualquer possibilidade de auditoria, fisclização e controle por parte das instituições sobre as atividades cibernéticas das BigTecs. Há um lema na TecnoUtopia Hacker que diz o seguinte: “Na rede, quem controla o código, controla o poder!” O problema não é o algoritmo ou a inteligência artificial, que nada mais é do que algorítmo complexo escrito pelo ser humano com a ajuda das máquinas. O verdadeiro perigo está nas REGRAS OPACAS, sem transparência alguma, de quem controla o código! Por isso que, corretamente, o ministro Flávio Dino falou ao Twitter, “danem-se” seus TERMOS De USO..! O Estado, a população e a Democracia não podem permanecer a mercê do controle cibernético das BigTecs!


Para terminar esta pequena contribuição sobre um assunto tão “complexo” e delicado para a manutenção da Democracia e a permanência da civilidade, afirmo que a opacidade algorítmica das corporações são deletérias ao processo civilitório porque suas configurações são carregadas de intecionalidade mercantilista, com vies idelógicos e político partidário que podem descambar para vieses xenofóbicos, racistas, regioso/fundamentalistas, aporofóbicos (ódio ao pobre), misóginos, homofóbicos, etc. Tudo isso porque é possível configurar essas máquinas e softwares para classificar e predizer tendências, comportamentos e escolhas dos seus usuários. 


Nosso lema, portanto, deve ser, controle e transparência para os poderosos (BigTecs e corporações)! 


Liberdade (direito de ir e vir nas redes) e garantia da inviolabilidade da intimidade (opacidade plena) para o cidadão!


Prof/Pr Lenon Andrade – Campina Grande /PB

O inexorável

Trégua de seis meses nas pesquisas sobre IA não vai resolver nada. Olhe com ternura e compaixão para o mundo à sua volta, pois ele vai desaparecer num suspiro

IMAGEM: crawly

 O Estado de S. Paulo, 18/5/2023 

Eugênio Bucci JORNALISTA, É PROFESSOR DA ECA-USP

  De umas poucas semanas para cá, o historiador israelense Yuval Harari escreveu um par de artigos afirmando que a inteligência artificial (IA) “hackeou” o “sistema operacional” da espécie humana. Tratase de uma metáfora: “sistema operacional”, aqui, significa linguagem. A máquina finalmente dominou nossas formas de expressão e comunicação – e o perigo que isso representa é inédito, colossal, maior do que qualquer outro que tenhamos conhecido antes.

Harari tece raciocínios com uma limpidez irresistível. Autor de best-sellers mundiais, como Homo Sapiens (publicado no Brasil pela Companhia das Letras), tem o dom de tornar palatáveis, acessíveis e até mesmo envolventes alguns dos mais excruciantes dilemas do nosso tempo. O primeiro dos artigos, originalmente publicado no The New York Times, foi traduzido em jornais brasileiros. O Estadão o estampou em suas páginas no dia 28 de março, com o título de O domínio da inteligência artificial sobre a linguagem é uma ameaça à civilização.

Pouco depois, o escritor liderou um abaixo-assinado transnacional pedindo uma trégua de seis meses nas pesquisas sobre inteligência artificial. Em seguida, voltou à carga com um novo texto, desta vez no semanário inglês The Economist (de 28 de abril), com a mesma mensagem: uma tecnologia capaz de se apossar da linguagem humana tem tudo para encilhar a humanidade inteira.

O argumento procede. Todos os mitos, todas as religiões e todas as culturas que existem ou já existiram sobre a face da Terra não são feitos de aminoácidos ou de cromossomos, mas de signos linguísticos. Esses signos vertebram o “sistema operacional” dos nossos sistemas de fé, da nossa expressão artística e da nossa identidade – são o tecido da nossa consciência. Logo, softwares e hardwares que se apropriem desse “sistema” poderão mandar em nós. Eis por que, na opinião de muita gente bem informada, a inteligência artificial se equipara aos armamentos nucleares em potencial destrutivo.

Mas isso não é nem a metade da missa de réquiem que mal começou. Se olharmos a questão de frente, notaremos que Yuval Harari poderia ter dito mais do que disse. O desenvolvimento do chamado machine learning, do big data e dos equipamentos autoprogramáveis segue um curso irrefreável. Nenhum abaixo-assinado poderá estancá-lo. O ponto de não retorno talvez já tenha ficado para trás.

Para entender a irreversibilidade do processo tecnológico, é bom nos lembrarmos daquele outro processo, o jurídico, tal como foi descrito por Franz Kafka. A despeito da existência ou não de provas, a trama judicial ia em frente, sem que ninguém lograsse detê-la. A tecnologia, como o direito, é uma criação humana. Diferentemente do direito, porém, fica mais forte à medida que se desumaniza e se liberta das pessoas.

Martin Heidegger pressentiu algo parecido quando falou do poder da técnica, na primeira metade do século 20. Trezentos anos antes, Thomas Hobbes notou que o Estado, possuído pelo monstro Leviatã, faria o que bem entendesse, contra quem quer que fosse. A sensação de que o engenho humano fabrica “monstros” que ganham vida própria não é nova. Adam Smith vislumbrou uma tal “mão invisível” puxando os fios do mercado. Karl Marx detectou um “sujeito automático” escondido em alguma reentrância entre a mercadoria e o capital.

A realidade lhes deu razão. A burocracia que Max Weber viu com uma ponta de otimismo logo se degradou em stalinismo e devorou seus pais, como se confirmasse a maldição do romance Frankenstein, de 1818, em que Mary Shelley retratou a criatura que subjuga o criador. Nas tragédias da Grécia Antiga, a fatalidade que não tinha governo atendia pelo nome de destino. Na modernidade, você pode chamá-la de inconsciente. O pensamento até entende o que contempla, mas não tem como impedir.

E aqui estamos nós, cara a cara com a inteligência artificial. A possibilidade de domála é exígua. Ela conseguiu o feito de retirar a linguagem humana do domínio dos falantes de carne e osso. Ela, a linguagem, que só podia existir através de nós, agora poderá viver além de nós. Não subestimemos o tamanho deste pequeno passo que será um grande salto para a tecnologia. O linguista Ferdinand de Saussure ensinou que aquele que inventa uma língua e a coloca em circulação perde o controle sobre ela. Em breve, poderemos perder o controle sobre as máquinas que aprenderam a falar a linguagem que era só nossa.

A inteligência artificial automatiza protocolos que eram humanos na origem e deles extrai predições eficazes, em escalas progressivamente mais velozes e mais agigantadas. Ela cresce e se complexifica dentro dos bunkers privados e opacos das big techs – ou dentro dos subterrâneos dos mais bem guardados segredos de Estado, também opacos. Não há força política na atualidade que consiga quebrar essas duas opacidades simultaneamente. Não, uma trégua de seis meses não vai resolver nada. Nossas chances são mínimas.

Olhe com ternura e compaixão para o mundo à sua volta, porque ele vai desaparecer num suspiro.

domingo, 6 de outubro de 2019

Globo, com medo do Lula, apoia Raoni para Nobel da Paz




Claro que Raoni na minha opinião é merecedor, o líder indígena é um guerreiro brasileiro-mundial na luta em proteção ao clima global.
Mas, por que a Globo entrou nessa de apoiar Raoni?
Vamos pensar um pouco.
Primeiro é interessante observarmos que as organizações globo são, talvez, uma das piores coisas que aconteceram nesse país.
É óbvio, em algum lugar da organização você poderá encontrar alguma coisa minimamente útil.
Mas, no geral, a Globo sempre agiu e age contra o povo.
A Globo sempre prestou seu apoio aos projetos dos ricos na luta contra os pobres no Brasil.
E observem que quem dá audiência para a Globo e consome os produtos das empresas que anunciam na TV é o povo mais pobre.
A Globo em agradecimento, fica ao lado dos ricos.
Como Lula representa um projeto de inclusão do povo no orçamento público.
Como Lula poderá, num futuro breve, lançar o debate da regulamentação democrática da mídia no país...
Ela,  Globo lançou  Raoni para o nobel da paz.
Raoni, repito, é uma figura importante, mas, Lula tem uma importância política maior e, para os movimentos de trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e do mundo, é importante que ele vença.
A petição de Lula ao prêmio Nobel da paz está com 650 mil pessoas apoiando, entre elas 3 vencedores do prêmio...
Olha o que o Blog do Esmael escreveu:
“Não que a emissora tenha se convertido, de uma hora para outra, uma defensora da floresta e dos povos que nela moram. Pelo contrário. A campanha é para espezinhar o ex-presidente Lula.” Blog do Esmael.
Também é importante frisar que a indicação de Lula para o Nobel da Paz tem o significado da luta contra a fome e pela restituição do Estado Democrático de Direito, dilapidado pela Lava Jato.
A campanha pró-Lula é liderada pelo Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Perez Esquive. (...)

Por José Gilbert Arruda Martins

FONTE:



terça-feira, 24 de setembro de 2019

Amazônia Fica, Bolsonaro Sai



Bolsonaro resolveu ir falar na ONU
Levou a tiracolo a youtuber indígena bolsonarista Ysani Kalapalo.
“Caciques de 14 povos indígenas do território do Xingu, mais a Associação Terra Indígena Xingu protestaram contra a presença da youtuber indígena Ysani Kalapalo na comitiva oficial do governo brasileiro na ONU. Ysani é bolsonarista, defende o presidente nas redes sociais e está com frequência em Brasília, em apoio a atos da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.”
Uma brincadeira, o cara estava num drama terrível:
“Se eu não for à reunião da ONU, o mundo vai achar que sou um completo idiota”
“Mas se eu for, o mundo vai ter certeza disso...”
Resolveu ir e já foi recebido por uma estrondosa manifestação de repúdio e críticas.
É bom lembrar, no entanto, que quem está autorizado a falar em nome do clima é o governador de Pernambuco Paulo Câmara.
 Logo no primeiro dia Greta Thunberg, da Greve Global pelo Clima, denuncia o Brasil na ONU
O Brasil foi denunciado ao Comitê das Nações Unidas (ONU) para os Direitos das Crianças nesta segunda-feira, por um grupo de 16 jovens ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg. A ação também inclui Alemanha, Argentina, França e Turquia.
Segundo os jovens, os cinco países não demonstram capacidade de enfrentar a crise climática, o que constitui uma “violação dos direitos” dos menores de idade.
A denúncia é assinada por jovens entre 8 e 17 anos de 12 países, incluindo Thunberg, jovem que inspirou a Greve Global pelo Clima. “Está tudo errado, eu não deveria estar aqui em cima”, disse ela à Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. “Eu deveria estar de volta à escola do outro lado do oceano. Vocês roubaram meus sonhos, minha infância, com suas palavras vazias. Não vamos deixar vocês escaparem disso. Bem aqui, agora é onde traçamos a linha”, acrescentou.
Acredito que as crianças deveriam ter incluído a China e o EUA que são, segundo especialistas, os maiores poluidores do planeta.

Por José Gilbert Arruda Martins

FONTE:
IMAGEM:
EUROPEAN PARLIAMENT/FLICKR

domingo, 22 de setembro de 2019

Bolsonaro Descartado, Nordeste é Brasil na ONU



ONU descarta Bolsonaro e confirma governador de Pernambuco!
Gostaria de começar sugerindo a todas e todos que procurem no youtube as falas de Lula e Dilma na ONU.
O Brasil era respeitado.
Era ouvido atentamente pelas nações do mundo.
E por que era ouvido?
Primeiro por que tinha presidentes civilizados, que respeitam os Direitos Humanos, que defendem o Brasil não apenas na goela.
Segundo por que tinham mensagem para levar, tinha ensinamentos brasileiros para compartilhar com o mundo.
Hoje o Brasil regrediu ao medievo.
Somos uma sociedade que cultua a imbecilidade e a violência.
O Brasil e seu povo nunca passou tanta vergonha frente aos países do mundo.
A decisão da ONU em descarta Bolsonaro é completamente correta.
Bolsonaro representa o maior atraso civilizacional após Adolfo Hitler.
Quase 100% do que sai da boca do presidente do Brasil é violento, homofóbico, misógino ou racista...
O cara é uma tragédia ambulante.
As Nações Unidas decidiram descarta o cara pelo conjunto da obra...
Óbvio que o discurso mentiroso, incompetente e de incentivo ao desmatamento da floresta amazônica foi decisivo...
Mas não é só isso...
Quando o presidente atual vai para as redes sociais e a TV defendendo a violência de toda ordem, expressa ao mundo e, claro, à ONU, seu lado anticivilizacional.
Bolsonaro é um perigo para a humanidade.
Por muito menos o mundo iniciou conflitos militares que matou milhões de pessoas.
Parabéns à ONU pelo descarte do Bozo e o convite ao Nordeste.
O Nordeste sempre demonstrou, ao longo da sua história, seu lado humano e civilizado...
O Nordeste sempre produziu e produz trabalhadores e trabalhadoras que, junto aos trabalhadores e trabalhadoras do restante do país, ajudaram a construir nossa riqueza.
Claro, que a riqueza produzida por todos e todas, nunca foi bem dividida, uma elite do Nordeste e do Brasil, sempre foram os beneficiados.
Mas, o Nordeste irá falar ao mundo la na ONU...
A fala do Nordeste vai ecorar aos quatro cantos do planeta.
No Brasil, os caras que defendem a tortura, a morte de negros e negras, a morte de indígenas e quilombolas, a morte de adversário político, é uma minoria.
Apesar de todos os nossos problemas...
Somos um povo que deseja a fraternidade e o amor entre as pessoas.
O respeito á floresta e ao meio ambiente em geral.
Somos respeitadores da paz mundial.
Respeitamos a auto soberania das nações.
Somos completamente contra qualquer tipo de violência contra qualquer ser humano.

Por José Gilbert Arruda Martins

FONTE:
IMAGEM:



O plano de Bolsonaro para entrega da Amazônia



O governo de Jair Bolsonaro está discutindo, desde fevereiro, o maior plano de ocupação e desenvolvimento da Amazônia desde a ditadura militar.
O que liga a floresta Amazônica, o aquecimento mundial e você?
Há muito tempo a floresta Amazônica é reconhecida como um repositório de serviços ecológicos, não só para os povos indígenas e as comunidades locais, mas também para o restante do mundo.
Além disso, de todas as florestas tropicais do mundo, a Amazônia é a única que ainda está conservada, em termos de tamanho e diversidade.
No entanto, à medida que as florestas são queimadas ou retiradas e o processo de aquecimento global é intensificado, o desmatamento da Amazônia gradualmente desmonta os frágeis processos ecológicos que levaram anos para serem construídos e refinados.
Povos indígenas e outros grupos que vivem na floresta amazônica aperfeiçoaram o uso de compostos químicos encontrados em plantas e animais.
O conhecimento sobre o uso dessas plantas geralmente fica nas mãos de um curandeiro, que por sua vez repassa a tradição para um aprendiz.
Esse processo se mantém ao longo de séculos e compõe uma parte integral da identidade desses povos.
Os cientistas acreditam que menos de 0,5% das espécies da flora foram detalhadamente estudadas quanto ao seu potencial medicinal.
Ao mesmo tempo em que o bioma Amazônia está encolhendo lentamente em tamanho, a riqueza da vida silvestre de suas florestas também se reduz, bem como uso potencial das plantas e animais que ainda não foram descobertos.
A floresta amazônica não é despovoada;
Se olharmos com a visão humanista não capitalista ou rentista, indígenas, caboclos, ribeirinhos, pequenos camponeses, famílias coletoras de ervas medicinais, pescadores artesanais, pesquisadores, cientistas, curandeiros...
São os verdadeiros moradores e guardiões da floresta.
Além, óbvio, das grandes cidades da região: Rio Branco no Acre: 319.825; Manaus: 1,793; Belém: 1.410.430...
A floresta é uma verdadeira usina de beneficiamento do clima planetário...
Filtragem e reprocessamento da produção mundial de gás carbônico;
Entra o gás carbônico, sai o oxigênio;
A floresta amazônica pode curar você;
Há uma ligação entre os remédios guardados nos armários de sua casa e a vida silvestre da Amazônia: plantas e animais servem como base para a fabricação de medicamentos;
Povos indígenas e outros grupos que vivem na floresta amazônica aperfeiçoaram o uso de compostos químicos encontrados em plantas e animais;
No entanto, com o rápido desaparecimento das florestas úmidas tropicais, a continuidade desse conhecimento para o benefício das futuras gerações encontra-se ameaçada.
O governo de Jair Bolsonaro está discutindo, desde fevereiro, o maior plano de ocupação e desenvolvimento da Amazônia desde a ditadura militar.
O projeto Barão de Rio Branco retoma o antigo sonho militar de povoar a Amazônia, com o pretexto de desenvolver a região e proteger a fronteira norte do país.
Documentos inéditos obtidos pelo Intercept detalham o plano, que prevê o incentivo a grandes empreendimentos que atraiam população não indígena de outras partes do país para se estabelecer na Amazônia e aumentar a participação da região norte no Produto Interno Bruto do país.
Na apresentação, os responsáveis esmiuçaram a preocupação do governo com a “campanha globalista” que, de acordo com o material, “relativiza a soberania na Amazônia” usando como instrumentos as ONGs, a população indígena, quilombola e os ambientalistas. E afirmaram ser necessária a execução de obras de infraestrutura — investimentos “com retorno garantido a longo prazo” —, como hidrelétricas e estradas, para garantir o desenvolvimento e a presença do estado brasileiro no local.
A questão é:
Quem foi ouvido para a construção desse projeto/plano?
O povo da floresta foi ouvido? Teve seu momento de fala?
Quem será verdadeiramente beneficiado? O povo que habita a região? Ou os grandes empresários daqui e de fora?
Outra questão: Os grande projetos, da soja, dos minérios, da criação extensiva de gado etc. sempre, tiveram como consequência o aprofundamento da desigualdade social e aumento da pobreza da maioria do povo nos locais em foram implantados, o que resta para trabalhadores e trabalhadoras e as populações tingidas diretamente, são salários miseráveis e a convivência com a destruição ambiental.
Outra, quais empresas de engenharia irão construir as estradas e as grandes obras do plano?
As empresas brasileiras, Odebrecht, OAS, Camargo Correia etc. foram quebradas pela Lava jato de Sérgio Moro e Dallagnol...
Quais grandes empresas irão assumir projetos bilionários como esses?
Empresas dos EUA?
Então é verdade que a Lava Jato quebrou a engenharia brasileira para que o país deixe entrar as empresas estadunidenses?
Logo na Floresta Amazônica?
O mapeamento das riquezas e minerais estratégicos já foram passados aos EUA?
Ou eles mesmos já fizeram isso?
Pois possuem tecnologia para tanto?
É uma questão que precisa ser urgentemente conhecida pelo povo brasileiro e debatida com a sociedade civil.

Por José Gilbert Arruda Martins

FONTE:
IMAGEM:
Pensamento Verde

sábado, 21 de setembro de 2019

Vacina pra quê? Deus protege!



Segundo dados do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, nos últimos dois anos a meta de ter 95% da população-alvo vacinada não foi alcançada.
Vacinas importantes como a Tetra Viral, que previne o sarampo, caxumba, rubéola e varicela, teve o menor índice de cobertura: 70,69% em 2017. (abr de 2019)
Segundo a OMS, a vacinação evita de 2 a 3 milhões de mortes por ano, e outro 1,5 milhão poderia ser evitado se a cobertura vacinal fosse melhorada no mundo.
Não vacinar seu filho afeta a saúde dele e de outras crianças.
Você consegue imaginar um mundo sem vacinas? Pois essa realidade não é tão antiga assim. Vamos voltar no tempo, lá para o início do século 20. Naquela época, uma em cada cinco crianças morria de alguma doença infecciosa antes de completar 5 anos de idade.
Graças às vacinas, doenças terríveis e altamente contagiosas foram quase erradicadas. Algumas, como a varíola, de fato sumiram do mapa.
Com o Brasil vivenciando um surto de sarampo, além do aumento dos casos de febre amarela, o Ministério da Saúde quer reduzir as despesas com a aquisição e distribuição de vacinas em R$ 393,7 milhões no próximo ano.
A proposta de corte está contida no projeto de lei orçamentária que foi encaminhada pelo governo Bolsonaro ao Congresso Nacional no final de agosto.
Quem também reclamou foi o ex-ministro da Saúde e deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) que foi à Tribuna da Câmara para denunciar um corte orçamentário promovido pelo governo de Bolsonaro.
Afirmou Padilha:
 “Foi encaminhado pelo presidente Bolsonaro a proposta de orçamento do Ministério da Saúde pro ano de 2020 e o que mais me surpreendeu foi a proposta de redução dos recursos do Programa Nacional de Imunização, o programa nacional de vacinas. O Brasil está vendo a reemergência do sarampo, a falta de vacina pentavalente, a falta de vacina da polio, a destruição do PNI e Bolsonaro reduz os recursos para 2020”, declarou.
Pelo Twitter, Padilha ainda completou e comparou o corte no orçamento com o movimento anti-vacina.
Recentemente o movimento antivacinação foi incluído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em seu relatório sobre os dez maiores riscos à saúde global.
O professor Dr. Carlos Graeff Teixeira, do Grupo de Parasitologia Biomédica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), sugere que os cientistas brasileiros acelerem um movimento de divulgação sobre a utilidade das vacinas, com informações científicas sobre os seus benefícios, com mensagens positivas e de esclarecimento, inclusive reverenciando cientistas que já lutaram esta luta, como Oswaldo Cruz. Para ele, é preocupante o ressurgimento de infecções onde a cobertura vacinal caiu. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Presidente da Academia Americana de Pediatria (AAP, em inglês) Kyle E. Yasuda, enviou cartas aos CEOs de três grandes empresas de tecnologia – Google (proprietária do YouTube), Facebook (proprietária do Instagram e WhatsApp) e Pinterest – destacando a crescente ameaça que a desinformação online de vacinas representa à saúde das crianças.

FONTE:
IMAGEM: