O título do dessa simples matéria é do grande Mujica, ex presidente do Uruguai. Mas Harriet Tubman* proferiu uma frase que ficou marcada pela história, a maravilhosa "Black Moses", como era também conhecida, na sua luta contra a escravidão e o racismo nos Estados Unidos da América disse: "Libertei mil escravos, podia ter libertado outros mil se eles soubessem que eram escravos"
Tenho plena certeza de que todos aqueles e aquelas que domingo (17/04) estavam nas ruas do País contra o golpe e pela democracia, não se sentiram perdedores.
Perdedores são todos aqueles e aquelas que apoiam uma farsa hedionda como essa, dirigida por um psicopata como Eduardo Cunha.
Perdedores são eles que estão ao lado de um projeto que entrega nosso patrimônio público, que destrói direitos duramente conquistados, que rasga a CLT e nossa Constituição.
Perdedores são eles que apoiam um grupo de parlamentares que envergonham internacionalmente o Brasil.
O placar da farsa, onde uma maioria de parlamentares, que não representam nosso povo, votaram pelo golpe, não pode e não deve ser motivo de sentimento de derrota.
Não há legitimidade na decisão que proferiram isso é fato, não apenas pelos discursos abobalhados e imorais que arrotaram, mas, principalmente, por que Dilma não cometeu nenhum crime de responsabilidade, e impedimento sem crime é golpe.
Quando a grande guerreira pela liberdade nos EUA citada acima - Harriet Tubman -, diz que libertou mil escravos e poderia ter libertado muito mais, é uma sinalização direta a todos aqueles e aquelas que cegos de ódio, má fé ou desinformação, apoiaram ratos como Bolsonaro, Temer, Aécio e Eduardo Cunha.
O maior e mais importante educador popular do mundo, o nosso Paulo Freire, também escreveu sobre opressor e oprimido.
“(...) Assim como o opressor, para oprimir, precisa de uma teoria da ação opressora, os oprimidos, para libertar-se, necessitam igualmente de uma teoria de sua ação. O opressor elabora a teoria de sua ação, necessariamente sem o povo, pois que é contra ele. O povo, por sua vez, enquanto esmagado e oprimido, introjetando o opressor, não pode, sozinho, constituir a teoria de sua ação libertadora. Somente no encontro com a liderança revolucionária, na comunhão de ambos, na práxis de ambos, é que esta teoria se faz e refaz.”
(FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.)
As pessoas - não todas elas -, que apoiam hoje o golpe, na sua maioria não têm ideia do que realmente estão fazendo. São os oprimidos que carregam dentro de si os opressores.
Claro que junto a essas pessoas, tem os capitães do mato, que ganham para isso; tem os empresários inescrupulosos que ganham com as possíveis medidas tomadas contra os trabalhadores num possível governo Temer; tem o grande capital internacional, a grande mídia etc. Esse são os opressores de fato, mas que não são percebidos pela maioria das pessoas que apoiam o impeachment e que são, nesse caso, os oprimidos.
*Harriet Tubman (Araminta Ross, Condado de Dorchester, Maryland 1822 — Auburn 10 de março de 1913, também conhecida por Black Moses, foi uma afro-americana natural dos Estados Unidos, abolicionista, humanitária e espiã da União (espécie de governo legal) durante a Guerra Civil dos EUA que lutou pela liberdade,contra a escravidão e o racismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário