POR FERNANDO BRITO
João
Roberto Marinho enviou resposta ao jornal inglês The Guardian,
onde suas Organizações Globo são apontadas como parte das forças que promovem e
apoiam a derrubada de Dilma Rousseff.
Basicamente, contra um parágrafo:
Na verdade, a maioria dos maiores meios de comunicação de hoje –
que aparecem respeitáveis para pessoas de fora – apoiou o golpe militar de
1964, que marcou o início de duas décadas de ditadura de direita e e
enriqueceu mais os oligarcas do país. Este evento histórico chave ainda
lança uma sombra sobre a identidade e política do país. Estas corporações – liderados
pelos braços múltiplos de mídia da organização Globo – anunciam um golpe como uma ação nobre contra um governo liberal corrupto,
democraticamente eleito. Soa familiar?
Bastou para meterem a carapuça até o pescoço.
“Precisamente para evitar qualquer acusação de incitar
manifestações de massa – como o Sr. (David) Miranda (autor do artigo) agora nos
acusa – o Grupo Globo cobriu os protestos sem nunca anunciar ou dar opinião sobre
elas em seus canais de notícias antes de acontecerem. Globo
tomou posições iguais sobre comícios para a presidente Dilma Rousseff
e contra o impeachment: ela cobriu todos, sem mencioná-los antes
deles ocorrerem, concedendo-lhes o mesmo espaço que foi dado aos protestos
anti-Dilma. Quando o processo de impeachment começou na Câmara Baixa do
Congresso, alocamos igual tempo e do espaço para a defesa e acusação. O Grupo
Globo não apoia o impeachment em editoriais. Ele simplesmente declarou que,
independentemente do resultado, tudo tinha de ser conduzida de acordo com a
Constituição, que na verdade tem sido o caso até agora.”
É assim: muita formalidade, nenhuma sinceridade.
Como aconteceu no caso da mansão de Parati negou qualquer ligação
com a casa irregular e também notificou quem, como este blog, afirmou que
havia.
Depois quando este blog
comprovou que a empresa dona da mansão dividia endereço com
a própria empresa de fachada dona do imóvel, se saiu com tecnicalidades:
não é da família Marinho, mas do ex-genro, recém separado, de sua filha,
neta de Roberto Marinho.
Como diria Joaquim Barbosa, tinha pleno domínio do fato.
Todo mundo sabe que o golpe é golpe e que o golpe é da Globo tanto
quanto de mais ninguém, pois sem ela jamais ocorreria.
Marinho diz em sua resposta que a mídia brasileira é vasta e plural
– embora seis famílias, sobretudo a dele – a controlem: “culpar a imprensa
para a atual crise política brasileira, ou sugerir que ela serve como um
agitador, é repetir o erro antigo de culpar o mensageiro pela mensagem (…) a
afirmação de que o Grupo Globo conduz a mídia nacional, especialmente
vinda de um cidadão brasileiro, só pode ser feita de má fé”. diz.
Não, Dr. João, afirmar que a Globo não se adona e constrói a
opinião pública nacional é que só pode ser dito de má-fé.
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