Desigualdade e capitalismo
Autor do polêmico 'Capital no século XXI', economista
francês Thomas Piketty está no Brasil e participou de tarde
de debates na USP. Através da análise de dados estatísticos, Piketty aponta as contradições do capitalismo e as suas respectivas mazelas, como concentração de renda e
desigualdade
por José Gilbert Arruda Martins (Professor)
Uma coisa em economia que precisamos todos procurar estudar: a riqueza produzida
pela sociedade, precisa ser distribuída para TODOS.
Outra coisa que precisamos estudar: a riqueza produzida tem um tamanho, não é infinita,
não é eterna.
Portanto, nada mais acertado que criar uma tributação justa, quem ganha mais, paga mais.
As reformas importantes no Brasil são várias, mas uma se faz urgente: Reforma Tributária
que desonere a cesta básica (imposto zero), que desonere a folha de salários dos
trabalhadores, que onere/cobre das grandes fortunas.
Qual outra saída se a riqueza tem um tamanho?
no Pragmatismo Político
“A diminuição de desigualdade de renda depende de políticas de valorização do salário mínimo e de políticas inclusivas. A difusão de educação de qualidade é o mais importante mecanismo para diminuir a desigualdade de renda. É preciso também criar taxações progressivas de renda e fortalecer movimentos trabalhistas.”
São palavras do economista francês Thomas Piketty, em São Paulo. Ele está na cidade para promover o lançamento de seu polêmico livro “O Capital no século XXI”. Piketty participou na tarde desta quinta de um debate sobre a sua obra na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP).
O título de seu livro remete ao clássico de Karl Marx. “Marx é possivelmente mais importante que Jesus”, disse ele na FEA.
O livro de Piketty, recém-lançado em português no Brasil, vem sendo considerada uma atualização do livro de Karl Marx, “O Capital”, e transformou o economista em uma celebridade. Em seu provocativo livro, o autor conclui que a desigualdade de renda, que caiu por muitas décadas no século passado, voltou a aumentar no mundo.
O estudo avalia padrões econômicos e sociais, a partir da análise de dados inéditos de 20 países, em pesquisa que remonta ao século XVIII. A obra aponta uma contradição central no capitalismo que, em vez de dar oportunidades iguais de crescimento para todos, estaria tornando a desigualdade mais extrema, já que quem tem mais dinheiro consegue a riqueza em escala maior.
Segundo o economista, a desigualdade está aumentando porque o rendimento sobre o capital (aluguéis, ações, aplicações) tem sido maior que o da renda obtida com o trabalho e superior à taxa média de expansão da economia. Assim, quem tem dinheiro sobrando para investir vê o montante crescer mais que os que não têm.
De acordo com o autor, a sociedade estaria retornando ao “capitalismo patrimonial”, no qual as grandes economias vêm de dinastias familiares. Como possível solução, Piketty defende elevar o imposto pago pelos mais ricos e taxar as grandes fortunas.
informações de DCM e G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário