acervo prof. Gilbert
"Atrás
da Bola", documentário que estreia nesta sexta-feira 13, mostra quão
ridículo é o #nãovaiterCopa. Por Nirlando Beirão
por Nirlando Beirão
Retirado do site da revista Carta Capital
No gênero futebol-é-uma-arte vai
ser difícil imaginar coisa melhor – pelo menos antes de ver Messi entrar em
campo – do que o documentário This
Is Not a Ball (na versão
brasileira, escapando da citação duchampiana, Atrás
da Bola) que a Netflix vai liberar para a tevê no day after da abertura da
Copa.
Quem
ancora e codirige o documentário, produzido para uma tevê norte-americana de
sotaque chicano, a Televisa, é Vik Muniz, cujo prestígio internacional no campo
dos pincéis é igual ao que Paulo Coelho tem no território das letras. Vik
mapeia mundo afora a paixão pelo futebol à medida que vai tecendo uma obra de
dimensões continentais, um site specific de 10 mil bolas de futebol produzidas num vilarejo do Paquistão e
reunidas, de forma a simular a Brazuca da Copa, primeiro no Estádio Asteca do
México e depois num terreno baldio do Vidigal, onde crianças da favela sonham,
nos malabarismos com a gorduchinha, com um futuro que lhes permita se esquivar
da tentação do tráfico.
Dá
boa liga a mistura arte e futebol. Na percepção de que “o futebol tem seus
momentos de arte” (segundo o artista mexicano Gabriel Orozco), Vik Muniz tenta
desvendar o fascínio do único esporte realmente das multidões, a audiência de
uma final de Copa contada em bilhões de espectadores. Manifestações contra a
Copa, no Rio, entram no documentário. As imagens, contrariadas, acompanham os
protestos logo após uma comovente cerimônia da bola num templo tao de Kyoto.
Fica claro que o #nãovaiterCopa é de um planetário ridículo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário