segunda-feira, 6 de abril de 2015

Comunidades Quilombolas do Estado do Maranhão


Fonte: CPISP

por José Gilbert Arruda Martins

O conhecimento é talvez o melhor instrumento contra o racismo.

Ao longo desta semana, vamos postar aqui um pouco das Comunidades Quilombolas do Brasil.

Temos como objetivos, levar essa informação aos nossos estudantes e, principalmente, fazer com que esse conhecimento combata o preconceito e o racismo.

Não existe, a meu ver, forma mais coerente para conhecer a história do Brasil e do nosso povo, do que estudar profundamente e saber sobre a África e sobre a escravidão.

As Comunidades Quilombolas, podem nos dá uma grande e valiosa ajuda nesse sentido. Portanto boa leitura.



Segundo o Centro de Cultura Negra do Maranhão, existem 527 comunidades quilombolas no Estado do Maranhão, distribuídas em 134 municípios. Elas concentram-se principalmente nas regiões da Baixada Ocidental, da Baixada Oriental, do Munim, de Itapecuru, do Mearim, de Gurupi e do Baixo Parnaíba.

O Estado do Maranhão é um dos cinco no Brasil cuja constituição reconhece às comunidades quilombolas o direito à propriedade da terra. Essa garantia é fruto da luta do movimento negro, que conseguiu a inclusão do artigo 229 na Constituição Estadual do Maranhão, promulgada em 1989.

Até outubro de 2007, 20 comunidades quilombolas maranhenses haviam conquistado o título de propriedade de suas terras. Os títulos foram outorgados pelo governo do estado por meio do Instituto de Terras do Maranhão (Iterma).




TERRAS DE QUILOMBO TITULADAS NO MARANHÃO
(até setembro de 2007)
Comunidades
Hectares
Município
Expedidor
Ano
Eira dos Coqueiros
1.012
Codó
Iterma
1999
Mocorongo
163
Codó
Iterma
1999
Santo Antônio dos Pretos
2.139
Codó
Iterma
1999
Genipapo
589
Caxias
Iterma
2002
Cipó dos Cambaias
2.440
São João do Soter
Iterma
2002
Santa Helena
345
Itapecuru-Mirim
Iterma
2006
Jamary dos Pretos
6.613
Turiaçu
Iterma
2003
Olho D’Água do Raposo
188
Caxias
Iterma
2005
Altamira
1.220
Pinheiro
Iterma
2005
São Sebastião dos Pretos
1.010
Bacabal
Iterma
2005
Usina Velha
1.162
Caxias
Iterma
2006
Agrical II
323
Bacabeira
Iterma
2006
Santo Inácio
1.364
Pedro do Rosário
Iterma
2006
Santana
202
Santa Rita
Iterma
2006
Queluz
256
Anajatuba
Iterma
2006
Rio dos Peixes
542
Pinheiro
Iterma
2006
Imbiral
404
Pedro do Rosário
Iterma
2006
Bom Jesus dos Pretos
217
Cândido Mendes
Iterma
2006
Santa Isabel
838
Cândido Mendes
Iterma
2006
Lago Grande
907
Piritoró
Iterma
2006
20 comunidades
21.935



RESERVA EXTRATIVISTA DO QUILOMBO FRECHAL – A comunidade Frechal teve suas terras transformadas em reserva extrativista por meio do Decreto Federal N° 536/1992. Essa área não consta na tabela de terras tituladas porque a mesma não é de propriedade dos quilombolas. A reserva extrativista é uma categoria de unidade de conservação. É de domínio público com uso concedido às populações extrativistas tradicionais.
O Maranhão é o segundo estado brasileiro com maior número de terras de quilombo tituladas, atrás apenas doPará. Essas e outras conquistas são fruto da árdua luta dos quilombolas maranhenses articulados na Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão (ACONERUQ). Nessa trajetória os quilombolas contam com o apoio de valiosos parceiros como o Centro de Cultura Negra do Maranhão, a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos e o Ministério Público Federal.

Muitas comunidades quilombolas no Maranhão lutam nesse momento pela garantia de seus territórios. Em setembro de 2007, tramitavam no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) 89 processos para a titulação de terras quilombolas situadas no Maranhão.

O cotidiano da maior parte das comunidades é marcado por disputas e conflitos envolvendo seus territórios. Especialmente preocupante é a situação enfrentada pelos quilombolas de Alcântara que, nos anos 1986 e 1987, foram vítimas de deslocamentos compulsórios promovidos pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Segundo o Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos, a expansão do CLA pode resultar no deslocamento forçado de mais 1.500 quilombolas em Alcântara.

Não falta, porém, disposição aos moradores das comunidades para lutar por seus direitos, tampouco alegria de viver. Um símbolo da resistência cultural é o Tambor de Crioula, uma manifestação de várias das comunidades maranhenses e que envolve muita música e dança.

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