No artigo - Consequências
econômicas da Operação Lava-Jato – os professores Luiz Fernando de Paula,
professor da UFRJ e Rafael Moura, doutorando de Ciências Políticas do UERJ.
Destrincharam o que o
Resistência Contemporânea e todos os veículos de imprensa sérios desse país vêm
falando já há algum tempo...
A Lava Jato, dirigida pelo
infiltrado ex juiz Sérgio Moro, destruiu grande parte da economia brasileira.
É importante notar que,
praticamente todos os indicadores negativos se aprofundam a partir da crise
criada após a não aceitação da vitória de Dilma sobre Aécio em 2015.
Ali, com o governo sitiado
politicamente, Dilma não mais pode governar...
O governo foi completamente
boicotado por seus adversários no Congresso, no Judiciário e, na mídia
conservadora.
Nesse cenário a macro
economia foi para o brejo...
Nossa avaliação é, se não
tivesse sido impedida de governar Dilma Roussef poderia ter tirado o Brasil da
crise mantendo certo nível de emprego, inflação sobre controle, valorização
monetária ...
E, as instituições e a
democracia em pleno ou razoável funcionamento...
Mas não foi isso que
aconteceu, todos e todas viram que Dilma Roussef foi derrubada através de um
golpe parlamentar/jurídico/midiático...
Que levou o país a esse
cenário fascista e de destruição total que vivemos.
Estudamos o artigo e
destacamos alguns pontos que consideramos importantes.
“No dia 1º de janeiro de
2011, quando o então presidente Lula entregou a faixa presidencial para Dilma
Rousseff, o ambiente envolvendo o Brasil era de enorme otimismo.”
“No plano econômico, o país
acabava de registrar uma impressionante taxa de crescimento do PIB na ordem de
7,5% ao ano, uma das maiores vistas na Nova República.”
“Concomitantemente, em plena
crise financeira global, o governo adotara um conjunto de medidas anticíclicas
a partir do final de 2008 que permitiram uma rápida recuperação econômica e
contínua queda dos níveis de desemprego.”
“Na esfera política, Dilma
herdava uma enorme popularidade e base congressual relativamente confortável
para a implementação de sua agenda.”
“Anos depois, o quadro se
reverteu dramaticamente.”
“No plano econômico, o
crescimento marcante na década de 2000 deu lugar a uma desaceleração gradual
seguida de forte recessão em 2015 e 2016, acompanhada de agudo aumento do
desemprego (de 4,9% em fins de 2014 para 11,2% em maio de 2016 quando a
presidente deixa o cargo).”
“Já na esfera política, o
cenário das eleições altamente polarizadas de 2014 se deteriorou e assistiu a
mobilizações contra Dilma Rousseff e o PT, para além da relação cada vez mais
conflituosa entre o Poder Executivo e o Legislativo, capitaneado por Eduardo
Cunha.”
“O desfecho desse quadro foi
a deposição da mandatária via um contestado processo de impeachment, tendo como
alegação o discutível argumento de “pedaladas fiscais”.” (Um golpe de Estado).
“Intimamente imbricada a
toda essa turbulência econômica e política do país esteve a Operação Lava-Jato,
formalizada a partir de 2014 e com forte impacto tanto para a crise política
quanto econômica.” (Vejam em que momento
surge a Lava Jato)
“A Operação se mostrou
nevrálgica para o desfecho visto em duas cadeias produtivas até então pujantes
e interligadas da economia: a de petróleo e gás e a de construção civil.”
“Não é tarefa fácil estimar
o impacto agregado da Operação Lava-Jato sobre a economia.”
“Consultorias tais como GO
Associados e Tendências, por exemplo, calculam algo em torno de 2 a 2,5% de
contribuição nas retrações do PIB de 2015 e 2016 respectivamente, em função dos
impactos nos setores metalomecânico, naval, construção civil e engenharia
pesada cujas perdas podem totalizar até R$ 142 bilhões.”
“Os principais efeitos da
crise se concentraram na indústria de construção civil, sofrendo com a
paralisia resultante da retração aguda dos investimentos estatais pelos efeitos
da Lava-Jato.”
“Os indicadores são
impressionantes: entre 2014 e 2017, o setor registrou saldo negativo entre
contratações e demissões de 991.734 vagas formais (com preponderância na região
Sudeste); entre 2014 e 2016, representou 1.115.223 dos 5.110.284 (ou 21,8%) da
perda total de postos da população ocupada no período.”
“Quando analisamos as
maiores empreiteiras, seu desmonte e descapitalização também são notórios. Os
dados levantados pelo jornal “O Empreiteiro” mostram que somente entre 2015 e
2016, por exemplo, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa tiveram
queda em suas receitas brutas de, respectivamente, 37%, 31% e 39%.”
“A Odebrecht é o caso mais emblemático:
a maior construtora nacional tinha, em 2014, um faturamento bruto de R$ 107
bilhões, com 168 mil funcionários e operações em 27 países.”
“Já em 2017 – quase quatro
anos após a eclosão do escândalo e seu presidente/herdeiro preso – seu faturamento
era de R$ 82 bilhões, com 58 mil funcionários e atividades apenas em 14 países.”
“Setor de petróleo e gás foi
a ponta de lança do processo de desmonte da engenharia e infraestrutura do país.”
“Outros gigantes do setor –
Queiroz Galvão, OAS, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa – também tiveram um
derretimento de seus ativos financeiros consolidados de uma ordem de R$ 25,77
bilhões em 2014 para aproximadamente R$ 8,041 bilhões em 2017 (perda de 68,6%).”
“Muitas empreiteiras,
obrigadas a executarem planos de desinvestimentos para adequar-se ao novo
cenário de menos projetos e obras, além de arcar com pesados acordos de
leniência junto às autoridades, também se desfizeram de muitos ativos para
grupos estrangeiros: Odebrecht inicia processo de venda da subsidiária Braskem,
até então a maior firma petroquímica da América Latina produtora de
biopolímeros com participação expressiva da Petrobras, ao grupo holandês
Lyondell Basell; Andrade Gutierrez vende seu controle sobre a Oi para
acionistas holandeses e portugueses; Camargo Corrêa vende a CPFL para a chinesa
State Grid.”
FONTE:
Acesse matéria completa a seguir:
De Luiz Fernando de Paula,
professor do IE/UFRJ e coordenador do Geep/Iesp/UERJ, e Rafael Moura,
doutorando de Ciências Políticas do Iesp/UERJ
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