‘Reforma’ avança
independentemente do governo com aval de Maia.
Presidente da Câmara
conduziu processo que permitiu aprovação de projeto em comissão especial,
driblando inabilidade de Paulo Guedes.
O presidente da Câmara,
deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), aposta na aprovação da “reforma” da Previdência
antes do recesso parlamentar, no dia 18, o que significa concluir a votação
praticamente durante a próxima semana, quando a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 6 chega ao plenário da Casa.
É Maia, e não o Executivo,
quem dá a dinâmica da tramitação do projeto, observa o analista político Marcos
Verlaine, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
“A reforma caminha a
despeito do governo”, afirma.
Segundo Verlaine, foi o
chamado centrão, bloco parlamentar majoritário, que “alterou, negociou e
viabilizou” a votação da PEC 6 na comissão especial, aprovando o relatório do
deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) por 36 votos a 13.
“Ele (centrão) está impondo
a agenda.”
Assim, o projeto avança não
pelo governo, mas pela convergência de interesses entre um Congresso de perfil
liberal-conservador, com presença majoritária de empresários, e as mudanças
propostas para a Previdência, pouco alteradas com o relatório do deputado
tucano.
Ele identifica
aproximadamente 100 deputados alinhados com a oposição, outros 100 ou um pouco
menos na base governista mais consolidada e os demais 300 nesse bloco reunidos
sob lideranças como Maia.
Com algumas mudanças –
“Tênues”, diz Verlaine –, o texto mantém as bases da proposta que havia sido
encaminhada já no governo Temer: aumento da idade mínima e do tempo de
contribuição, com redução do valor do benefício. “Num quadro de instabilidade
econômica, de alta rotatividade, o trabalhador da iniciativa privada vai ter
muita dificuldade de se aposentar.
A grande maioria não tem
nenhuma chance de se aposentar pelo valor integral”, observa o analista,
lembrando ainda da crescente informalidade do mercado, reforçada por
modalidades criadas por outra “reforma”, a trabalhista, como os contratos a
tempo parcial e intermitente.
“Essa massa de gente
trabalhando sob novos contratos não tem nem como contribuir (para a
Previdência).”
RBA: https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2019/07/reforma-avanca-independentemente-do-governo-com-aval-de-maia-observa-analista/
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