quinta-feira, 11 de julho de 2019

APROVADO DESMONTE DA PREVIDÊNCIA




Por 379 votos a 131, a Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira o texto base da reforma da Previdência, segundo relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

O projeto vai a votação em segundo turno e depois segue para o Senado.
Em discurso na tribuna, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) saudou o “protagonismo” do Legislativo e afirmou que as reformas do Estado têm o “intuito de reduzir desigualdades”.
Basicamente, o texto aprovado exige idades mínimas para se requerer a aposentadoria de 65 anos para homens e 62, para mulheres.
Também altera o cálculo do valor da aposentadoria a ser recebida: o piso do benefício será de 60% da média de todas as contribuições feitas pelo trabalhador.
Para se aposentar com o valor integral, será preciso ter acumulado 40 anos de contribuições.
Ainda não há números consolidados a respeito de quanto o governo Jair Bolsonaro está “disponibilizando” para “convencer” os deputados a votar a favor da reforma da Previdência.
O Planalto liberou R$ 1,13 bilhão em emendas parlamentares relacionadas à área da saúde, o que foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) na noite desta terça-feira. 
Deputados da oposição apontam ilegalidade e falta de condições orçamentárias para o governo cumprir o prometido.
“Ou seja, o governo autorizou o empenho de mais de R$ 444 milhões sem autorização legislativa”, relata o partido. O caso configura crime de responsabilidade, de acordo com o Psol.
A ofensiva do governo contradiz tudo que Bolsonaro afirmou sobre “nova” e “velha” política, desde a eleição até o período inicial de sua gestão.
Sem a prática do chamado “toma lá, dá cá”, o Planalto não conseguiria aprovar a reforma, com a exigência constitucional de 3/5 dos deputados da Câmara, ou 308 votos.
O PT e o Psol vão ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a liberação de R$ 1 bilhão em emendas aos parlamentares.
Segundo Valente, o “convencimento” envolve de “30 a 40 cargos para apadrinhados do Centrão nos últimos dias”.
O parlamentar acrescenta que emendas parlamentares, isenção a ruralistas e redução fiscais para igrejas “compõem a vergonhosa compra de votos para a reforma”.
Paulo Ramos (PDT-RJ), também no Plenário, comentou: “Cada um vai votar recebendo milhões em emendas para enganar os eleitores. A reforma representa um crime para os menos favorecidos”.
Durante a tarde, deputados da chamada “bancada da bala” obtiveram acordo com o governo abrandando as regras para policiais federais, rodoviários federais e policiais legislativos.
Francamente favorável à reforma, o mercado reage positivamente à aprovação no texto base do governo no Congresso.
Nesta quarta-feira, o dólar fechou em queda de 1,3%, a R$ 3,759, o menor valor desde o final de fevereiro.

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