O
crime é de quem denuncia ou do criminoso?, questiona o Intercept
Editores
do site: “Nunca vimos tantos jornalistas interessados mais em descobrir a fonte
de uma informação do que com a informação em si”
Os
jornalistas Glenn Grennwald e Leandro Demori, editores do site The Intercept
Brasil, questionam o contra-ataque da rede bolsonarista em torno do crime
observado na condução da Operação Lava Jato: a quem interessa a narrativa dos
“hackers criminosos”?
O
Intercept iniciou no domingo anterior (8) a veiculação de uma série de
reportagens com informações “ das entranhas da Lava Jato”.
“As
primeiras reações dos envolvidos no escândalo foram essas: o MPF preferiu focar
em hackers, e não negou a autenticidade das mensagens.”
Sergio
Moro disse que não viu nada de mais, ou seja: não negou a autenticidade das
mensagens”,
Segundo
o meio jurídico Moro cometeu crime ao atuar em conluio com os acusadores.
Moro
já disse não reconhecer o conteúdo, depois disse que pode ter dito e chegou a
chamar de “descuido” ter passado ao procurador Deltan Dallagnol pista sobre o
caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para investigação do
Ministério Público.
O
procurador, por sua vez, ainda não entregou seu celular para perícia.
“É
evidente que nem Moro, nem Deltan, nem ninguém podem negar o que disseram e
fizeram”, afirma o Intercept.
“Moro
sugeriu que o MPF atacasse a defesa de Lula usando a imprensa, e o MPF
obedeceu. Quem chefiava os procuradores? Só não vê quem não quer.”
Glenn
e Demori ironizam: “Nunca vimos tantos jornalistas interessados mais em
descobrir a fonte de uma informação do que com a informação em si. Nós jamais
falamos em hacker. Nós não falamos sobre nossa fonte. Nunca”.
“Já
imaginou se toda a imprensa entrasse numa cruzada para tentar descobrir as
fontes das reportagens de todo mundo?
A
quem serve esse desvio de rota? Por enquanto nós vamos chamar só de mau
jornalismo, mas talvez muito em breve tudo seja esclarecido. Nós já vimos o
futuro, e as respostas estão lá”, avisam.
“A
ideia é tentar nos colar a algum tipo de crime – que não cometemos e que a
Constituição do país nos protege. Moro disse que somos ‘aliados de criminosos’,
em um ato de desespero. Isso não tem qualquer potencial para nos intimidar. Estamos
apenas no começo.”
por José Gilbert Arruda Martins
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