quinta-feira, 2 de julho de 2015

Eduardo XIV do Brasil "L'État c'est moi"

por José Gilbert Arruda Martins

Quem pode ou teve estômago suficiente para acompanhar o golpe que o presidente da Câmara dos Deputados deu no dia de ontem (01/07), ficou, além de desanimado com o desmonte da Cidadania, estarrecido em presenciar um verdadeiro imperador governando a Casa do Povo, em pleno século XXI.



"Luis XIV, também conhecido como Luis, O grande ou o Rei Sol, foi rei da França de 1643 até sua morte. Seu reinado de 72 anos e 110 dias é o mais longo da história de qualquer monarca europeu"

"A ele é atribuída a famosa frase: "L'État c'est moi" - em bom portuguê, o Estado sou eu -, apesar de grande parte dos historiadores dizerem que isso é um mito."


Qual a ligação que quero fazer entre o Eduardo Cunha e o Luis XIV?

Bem, se pegarmos os 72 anos de reinado do francês, sua administração foi repleta de violência e desrespeito ao mais básico Direito Natural. As pessoas eram perseguidas, aprisionadas e assassinadas.

Pois bem, o rei francês é do século XVII/XVIII, não existiam leis de controle, não existia praticamente nada que amparasse a cidadania, só existia a vontade do imperador.

Eduardo Cunha, está à frente da presidência da Casa do Povo - a Câmara Federal -, há apenas 6 meses, colocou em votação diversos projetos de vão flagrantemente contra os trabalhadores: PL 4330 da terceirização, financiamento privado de campanhas, e, ontem, a aprovação da PEC 171/2003 que reduz de 18 para 16 anos a idade penal.

Não estive ontem na votação, acompanhei pela TV Câmara, e o que vi foi um verdadeiro desrespeito ao Regimento Interno da casa, aos seus pares - deputados contrários à proposta de redução -, e, o que é bastante preocupante, um desrespeito feroz, uma verdadeira afronta à Lei Maior do País, a Constituição.

Imaginem o seguinte, se Luis XIV, fez e desfez lá nos idos do séculos XVII e XVIII na Europa, passando por cima de tudo e de todos; Hitler também fez isso, "a noite dos punhais" é um exemplo histórico, quando Adolfo Hitler mandou assassinar todos os seus opositores, Se Eduardo Cunha em apenas 180 dias já causou tanto retrocesso, quanto ainda fará nos próximos 2 ou 4 anos, pois pode se reeleger?

Ontem, quando a votação se encaminhava para seu triste final, os grupos no WhatsApp que faço parte e que lutam contra a Redução da Maioridade Penal, as pessoas estavam perplexas. Foi uma tristeza absoluta, um desânimo enorme de todos e todas.

O que parece que fica após a batalha perdida, além do desânimo, é, infelizmente, a certeza de que precisamos lutar, lutar e Lutar.

Não temos outra alternativa.

Não temos outra saída que não seja nos organizarmos para a batalha que está apenas começando.

Eduardo Cunha demonstrou que pode muito mais do ele próprio acreditava.

Um exemplo sublime, os estudantes que portavam uma liminar do Supremo Tribula Federal para assistirem á votação no plenário, foram impedidos, Cunha desrespeitou até a mais alta Corte da Justiça brasileira.

O que está acontecendo é uma verdadeira afronta aos direitos duramente conquistados. Uma afronta à democracia participativa. Uma afronta à legalidade.

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