segunda-feira, 19 de maio de 2014

Em reunião com Julian Assange, MST estabelece parceria com Wikileaks



Vamos lá, o que é um homem/mulher santos?
Nunca fez sexo?
Nunca mentiu?
Nunca roubou?
É rico?
É pobre?
É branco?
É negro?
O que faz de uma pessoa um santo?
O Vaticano, com o respeito que merece, fez santos ao longo dos últimos 2 mil anos.
Quais são os critérios?
Vamos pensar aqui num santo importante, São Francisco de Assis; quem é capaz de discutir sua santidade?
Não defendo a santidade de Julian Assande, um australiano, criador do site Wikileaks, que sobrevive na embaixada do Equador em Londres há 2 anos, mas nos critérios políticos atuais o cara fez um serviço à humanidade, tão importante quanto Galileu Galilei, que também não era santo e foi perseguido pelo Tribunal da “Santa” Inquisição por causa de suas ideias.
Por que a rede globo de televisão não diz nada?
Será que tem a ver com as denúncias do Wikileaks sobre os recursos do programa “Criança Esperança” que a emissora embolsou?
Libertem Assange, esse cara fez um serviço a todos que defendem um mundo para todos.

Por José Gilbert Arruda Martins

15 de maio de 2014

Por Maíra Kubík Mano
Da Página do MST/Agência Pública
Fonte: http://www.mst.org.br/node/16110

Em frente à Embaixada do Equador em Londres, um grupo de cinco pessoas reúne-se todos os dias para protestar. Com alguns cartazes e uma faixa costurada à mão, exige a libertação de Julian Assange, o fundador do Wikileaks, confinado no prédio. “Em 19 de junho faremos um grande ato, você pode participar?”, perguntam aos curiosos que passam pela rua. A Embaixada fica em uma área turística da cidade, bem ao lado de uma grande loja de departamentos, e a manifestação chama atenção.

A prisão de Assange foi pedida pela Suécia em um processo de assédio sexual e ele, que é australiano, entrou na Embaixada do Equador para evitar a extradição. Recebeu asilo político do governo de Rafael Correa, mas se deixar o local será detido imediatamente. Ao menos dois policiais ficam 24 horas por dia à sua espreita, o que custa, por ano, módicos 3,8 milhões de libras (R$ 14,6 milhões), conforme revelou a polícia metropolitana. “Além de tudo estão gastando nosso dinheiro”, critica uma das ativistas, uma senhora chilena que vive em Londres desde o golpe contra Salvador Allende.

O isolamento forçado de Assange limita não só seus movimentos físicos como sua comunicação.  Quem quiser falar com ele precisa antes passar por seus assessores e ter sua vida checada. Ao entrar no prédio, celulares, câmeras e quaisquer outro tipo de aparelhos eletrônicos são confiscados, para garantir sua privacidade. Jornalistas são terminantemente proibidos. E expulsos, caso tentem — imagine como consegui essa informação.

Nesta quinta-feira (14), é um dos principais movimentos sociais do Brasil, o MST, quem vai encontrar o cabeça de uma organização que sacudiu a diplomacia internacional, bancos e até a igreja da Cientologia após vazar milhares de documentos em seus 7 anos de atividade. Na pauta, a aliança entre os movimentos sociais latino-americanos e o Wikileaks.

A reunião é longa e, às 18h, o grupo que protestava diante do prédio se retira. “Vou para a Embaixada da Síria. A situação está feia lá”, diz uma delas. Agora sou apenas eu e os policiais olhando para a Embaixada, que é uma lateral térrea de um prédio sofisticado. O espaço onde Assange está, dizem, tem poucos metros quadrados.

Após duas horas de conversa — e muitas voltas na quadra —, João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, saiu afirmando que “é importantíssimo que os movimentos sociais estejam juntos na luta em defesa do asilo de Assange no Equador”. Segundo o dirigente, o papo "fluiu", e o MST vai contribuir para pressionar a Suécia a permitir a ida dele ao país sul-americano.

O fundador do Wikileaks estaria também temeroso com a possibilidade de ser extraditado para os Estados Unidos. “Ele acha que, caso seja preso pela Suécia, vão mandá-lo para os Estados Unidos por conta das acusações de espionagem”, conta Rodrigues.

O MST prometeu então se juntar à mobilização do dia 19 de junho, quando Assange completa dois anos na Embaixada, realizando protestos nas representações diplomáticas suecas e estadunidenses. Os sem-terra vão circular ainda um abaixo-assinado junto com outros movimentos sociais e intelectuais, que deve ser entregue ao Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).

Em troca de toda a solidariedade recebida, o Wikileaks se prontificou em contribuir na difusão das ações do MST aos seus 5 milhões de seguidores em todo o mundo.
 
Ao final, os representantes do MST entregaram ao fundador do Wikileaks um cartaz assinado pelos “movimentos sociais da Alba” (Aliança Boliariana para os Povos da América) com as fotos de Assange, Chelsea Manning — condenada a 35 anos prisão pelo vazamento de dados confidencias dos EUA — e Edward Snowden, antigo funcionário da CIA e atualmente exilado na Rússia. “Toda solidariedade aos combatentes do Império”, dizia o poster.

Posaram para fotos juntos, todas tiradas pela assessora de Assange, que edita as imagens antes de liberá-las — até agora elas não chegaram. Muitos cliques com o boné vermelho do MST. Bem-humorado, Rodrigues colocou o movimento à sua disposição: “caso precise de um asilo no Brasil, oferecemos os nossos assentamentos”. Ganhou de volta um abraço.

À noite, sobraram só os policiais.


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