O Estado que mata seu próprio Povo não pode ser respeitado, não pode existir, esse tipo de Estado já está ultrapassado. As populações pobres do Brasil, principalmente das grandes e médias cidades, foram esquecidas; apesar dos avanços do governo Lula da Silva para cá, com as políticas públicas, como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida entre outras, parece que apenas deram um alento, um certo fôlego, falta muita coisa.
E, o que mais preocupa nesse momento é a possibilidade da Direita voltar ao poder e desmantelar as Políticas Públicas criadas de 2002 a 2014. Precisamos de um Estado do tamanho das necessidades do Povo. E, a Direita brasileira não tem condições morais e políticas de dar continuidade aos Programas Sociais, não tem.
No Estado do Rio de Janeiro o que se observa é a matança indiscriminada de centenas de pessoas, principalmente jovens negros, das periferias pobres. O que essas populações esquecidas, abandonadas, podem fazer? Como agir?
Por: José Gilbert Arruda Martins
Por: José Gilbert Arruda Martins
Comunidades
gritam “nunca mais” contra UPPs e polícia que mata
Mãe de dançarino encontrado morto no morro Pavão-Pavãozinho pede
uma ouvidoria “transparente e digna”
02/05/2014
Daniele Silveira,
Da Radioagência BdF
Os casos de assassinatos em ações de Unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs) nas favelas do Rio de Janeiro estão ainda mais em
evidência. A sequência de violações torna o programa de ocupação militar cada
vez mais impopular. As UPPs viraram alvo de diversas manifestações organizadas
pela população atingida, com apoio de organizações de defesa dos direitos
humanos.
No último dia 27, mais uma vítima foi baleada em um tiroteio
entre policiais e supostos traficantes, no Conjunto de Favelas do Alemão, zona
norte da capital carioca.
Arlinda Beserra, de 72 anos, conhecida como Dona Dalva, morreu
após ser atingida por um disparo de arma de fogo. De acordo com a família da
idosa, ela teria entrado na frente do neto, de 10 anos, para protegê-lo do
tiroteio.
Após a notícia da morte de Dona Dalva, moradores interditaram a
Estrada de Itararé, que passa às margens da comunidade, para protestar contra a
violência policial.
Com palavras de ordem como “polícia que mata, nunca mais”, um
ato em Copacabana homenageou Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, e lembrou o
assassinato de outros jovens.
O dançarino, de 26 anos, foi morto no dia 22 de abril com um
tiro nas costas, no morro Pavão-Pavãozinho. A mãe de DG denuncia que ele foi
torturado por policiais antes de ser assassinado, o que contraria a primeira
versão oficial, de que a morte do rapaz seria por decorrência de uma queda.
Na semana passada, a mãe de DG, Maria de Fátima Silva, recusou
um encontro com o governador Luiz Fernando Pezão. A auxiliar de enfermagem,
afirmou que nenhum político iria se projetar em cima da imagem de seu filho. Em
declarações à imprensa, ela ainda lembrou de outros crimes cometidos por
policiais e que ainda não foram solucionados, como o da auxiliar de serviços
gerais Claudia da Silva Ferreira, que foi arrastada por uma viatura da PM.
“O povo da comunidade virou marginal e o cidadão é o PM. Uma
polícia não capacitada para estar nesses locais. Uma polícia armada. Isso aqui
está virando uma guerra urbana.”
Maria de Fátima também pede uma ouvidoria “transparente e digna”
nas comunidades. Ela ainda questiona a ação e a própria existência das UPPs
“Está virando um ‘Mortal Kombat’. Planta uma gaiola de ferro,
duas bandeiras, coloca arma em pessoas não capacitas e a população da
comunidade está virando inimiga, virando caça e eles caçadores. Ele que
reformule essas UPPs, se é que elas têm que ficar. Porque eu não vi nenhuma
solução. Eu vi uma máscara, uma maquiagem. E não é isso que o povo quer. O povo
da comunidade quer saúde, quer educação. É com educação que se constroi um
país, não é com armas.”
No mesmo dia da morte de DG houve uma manifestação dos moradores
do Pavão-Pavãozinho, que terminou com outra tragédia. Edilson da Silva dos
Santos, de 27 anos, foi morto após ser atingido por um tiro na cabeça durante o
protesto.
No último dia 24, a Anistia Internacional divulgou uma nota
pedindo esclarecimento das mortes de DG e Edilson, “considerando que há
suspeitas de que foram cometidas por policiais militares (PMs)”.
Diante do contexto de violência, a entidade ainda solicitou que
seja “reconhecida a necessidade urgente de mudanças estruturais na organização
das polícias, que incluam a sua desmilitarização, o aumento da transparência e
a implementação de um controle externo efetivo das atividades policiais."
A entidade destacou que o índice de homicídios de jovens em
favelas e periferias brasileiras é “alarmante”. Em nota, ressaltou também que
“a polícia brasileira está entre aquelas que mais matam no mundo, segundo dados
da ONU [Organização das Nações Unidas]. Utilizando como exemplo o estado do Rio
de Janeiro, dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que, de 2002
a 2011, foram registradas 10.134 mortes derivadas de intervenções
policiais".
Outro caso de violência policial que ganhou grande repercussão é
o do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. O pedreiro está desaparecido desde
junho do ano passado, após ser levado por policiais militares para a sede da
Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), para averiguação por suspeita de
envolvimento com o tráfico.
A esposa de Amarildo, Elisabete Gomes da Silva, foi presa no dia
26 de abril por desacato a autoridade, após ter sido abordada por PMs na
Rocinha.
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