Falamos aqui no
canal Resistência Contemporânea sobre o descalabro, o desrespeito às leis, que
foi a operação policial/política do irresponsável governador do RJ Witzel
quando de helicóptero autorizou policiais atirarem contra comunidades pobres de
Angra sábado dia 4/5.
Apenas dois dias depois desse fato a mesma
corporação que atuou em Angra, provocou a morte de oito pessoas, nesta
segunda-feira (6), no Complexo da Maré, em mais um capítulo da escalada de
violência do governo Witzel.
Vários moradores denunciaram que o
helicóptero da polícia atirou no horário em que as crianças saíam da escola, o
que fez com que elas corressem para se abrigar contra os tiros.
Conforme último balanço trimestral da
Segurança Pública do estado do Rio, a Polícia Militar matou 434 pessoas em
confronto no primeiro trimestre de 2019, média de sete mortes por dia.
Como se não bastasse esse cenário de
caos e violência, o governo federal apresenta mais uma medida anti
civilizatória...
Um decreto do presidente Bolsonaro publicado nesta quarta-feira (8)
facilita o porte de arma para
um conjunto de profissões, como advogados, caminhoneiros e políticos eleitos –
desde o presidente da República até os vereadores.
O direito ao porte é
a autorização para transportar a arma fora de casa.
É importante
tentarmos pensarmos um pouco...
O país tem uma lei,
democraticamente debatida e aprovada no Congresso Nacional, a lei 10.826 de 2003 – Estatuto do Desarmamento – que contém
medidas que restringem substancialmente o porte e aquisição de armas
no Brasil.
Todo especialista sério sabe que quanto
menos armas em circulação, menores os índices de mortes por armas de fogo e de
criminalidade.
Segundo estudo recente, estima-se que a
aprovação do Estatuto do Desarmamento evitou, entre 2004 e 2015, mais de 160 mil mortes no
país.
O porte de arma não garante que o
cidadão terá condições de se defender em caso de assalto, por exemplo.
Em geral, o assaltante se utiliza do
elemento surpresa para se colocar em vantagem em relação à vítima, não havendo
margem para que o cidadão possa usar sua arma efetivamente.
Além disso, reagir a um assalto aumenta em 180 vezes o risco de
morrer, tornando ainda menos aconselhável o uso de uma arma
nessa situação.
O mercado legal de armas abastece o
mercado ilegal. Segundo o relatório
da CPI do Tráfico de Armas, de 2006, 86% das
armas apreendidas pela polícia haviam sido fabricadas e vendidas no Brasil.
O porte de armas também aumenta as
chances de mortes acidentais ou por motivos fúteis, como brigas de trânsito,
discussões, entre outras.
Outro ponto para reflexão...
Como acabar com a violência sem projetos
de inclusão social?
Como acabar com a violência destruindo
direitos dos trabalhadores e trabalhadoras?
Como acabar com a violência trazendo insegurança,
tristeza, desconsolo, solidão...
Como acabar com a violência destruindo
as Políticas Públicas que melhoram a vida do povo? Políticas Públicas que
distribuem renda?
Como acabar com a violência em meio de
um cenário de desemprego em alta, são 13,6 milhões de desempregados...
Da “Pátria Amada à Pátria Armada”
Faz arminha com as mãos que passa...
Por José Gilbert Arruda Martins
Fonte:
Estatuto
do Desarmamento salvou 160.000 vidas, calcula estudo: https://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/13/politica/1431545595_563619.html
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