Hipocrisia, preconceito e muita, muita indiferença, é o que vemos nesse país com a falta de reação ao assassinato do bebê de dois anos Vitor Pinto, da etnia Kaingang, morto em Santa Catarina.
O assassinato aconteceu no último dia 30 de dezembro e nada até agora de reação.
Cadê as panelas? As fotos com as cores indígenas no perfil do facebook?
E se fosse uma criança branca, rica, filho de um artista global ou de um empresário, a reação seria a mesma?
Escolhemos, baseados em uma moral e ética profundamente duvidosa, a quem ou a que, vamos nos solidarizar ou reclamar.
Com a hipocrisia de sempre, escolhemos com muito cuidado o momento de reclamar dos políticos, da corrupção e do assassinatos de crianças.
Se for político de um partido y, reclamo, se for o governo x, sou contra a corrupção, se for criança branca e rica, me solidarizo. Quanta falsidade!
O caso do bebê Kaigang é um exemplo concreto dessa seletividade neonazista.
Ano passado, um atentado terrorista matou vários pessoas em Paris, as redes sociais se encheram de cores da bandeira francesa, até agora, já se passaram, praticamente duas semanas e nada de panelas ou de mudança nas fotos do perfil.
Somos seres humanos, pobres, ricos, pretos, brancos, vermelhos; daqui ou de qualquer lugar do planeta; quando um ser humano é assassinado, devemos chorar por ele ou ela, não importa quem seja ou onde resida.
Selecionar por quem nossas lágrimas caem, é perversidade, é indiferença, é completa hipocrisia.
Um bebê foi brutalmente assassinado, é fato.
É fato que, principalmente no Sul do país, as terras originárias dos vários grupos indígenas, foram invadidas e entregues aos fazendeiros ou grandes corporações nacionais e internacionais.
É óbvio, que, para não morrerem de fome, os grupos Kaigangs precisam vender seus artesanatos para poder sobreviver. Porém, são "proibidos" de circular pelas cidades e pelas praias e ruas livremente.
“Esperamos que haja justiça, que exista respeito e menos discriminação contra o nosso povo”, afirmou Idalino Kaingang, liderança da aldeia Toldo Chimbangue, que fica também em Chapecó. Idalino afirma que existe muito preconceito com os Kaingang que vendem seus artesanatos nas cidades e que, inclusive, já foram expulsos diversas vezes da rodoviária de Chapecó. “Mas eu acho que o direito de ir e vir ninguém pode tirar. O artesanato é algo que é cultural, é histórico do nosso povo. Construíram a cidade em cima da nossa terra e agora querem nos dizer onde podemos ou não podemos ficar”
A Globo, os velhos jornais, a Veja, Isto É...não deram nenhuma atenção ao fato, e se fosse uma criança branca?
A comoção nacional seria enorme, todos, embalados pela manipulação e a "midiotização" global, seriamos levados ao choro coletivo, com cenas de pessoas desesperadas esbravejando na TV exigindo justiça.
Como somos hipócritas!!!
Com informações:
http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=8541&action=read
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