sábado, 23 de janeiro de 2016

A vida sob o capitalismo não é um fato consumado, conheça e acredite na Economia Solidária

por José Gilbert Arruda Martins

Dentro da estrutura em que vivemos, onde milhares de pessoas sobrevivem nas ruas, como por exemplo, nas grandes e médias cidades, da outrora maior economia do mundo, os EUA - para citar apenas um país capitalista/liberal -, a Economia Solidária, com o micro crédito, os bancos sociais, a ecologia dos pobres, o retorno das feiras de escambos, entre outras experiências, é concretamente, uma alternativa tanto de vida como de desenvolvimento econômico e social para o Brasil, América Latina e o mundo.





Acreditamos que todos(as)  aqueles (as) que enxergam a realidade dura e crua do sistema capitalista, que exclui e abandona cerca de 1,5 bilhões de pessoas no planeta, colocam-se completamente a favor da "Economia Solidária".

O sistema consegue, mesmo com a produção industrial alta, produção de alimentos idem, "colocar" nas ruas centenas de milhares de pessoas todos os dias, como essas pessoas vivem? o que farão com suas vidas? quais as alternativas para que a administração pública e a sociedade ajudem a esses indivíduos saírem da situação de rua?

São perguntas que fazem todos nós pensarmos em uma organização econômico-social diferente, o sistema que está aí só aumenta a exclusão.

 "Nova York tem 60.352 “homeless” (sem-teto), dos quais mais de 25 mil são crianças, segundo o site na internet da Coalizão para os Sem-teto. Os dados são confirmados pela prefeitura da cidade."

O que é, então Economia Solidária? Vamos nos valer do portal do "Fórum Brasileiro de Economia Solidária" e expor abaixo um conceito bastante simples e direto, que pode  ajudar:


  • Economicamente, é um jeito de fazer a atividade econômica de produção, oferta de serviços, comercialização, finanças ou consumo baseado na democracia e na cooperação, o que chamamos de autogestão: ou seja, na Economia Solidária não existe patrão nem empregados, pois todos os/as integrantes do empreendimento (associação, cooperativa ou grupo) são ao mesmo tempo trabalhadores e donos.
  • Culturalmente, é também um jeito de estar no mundo e de consumir (em casa, em eventos ou no trabalho) produtos locais, saudáveis, da Economia Solidária, que não afetem o meio-ambiente, que não tenham transgênicos e nem beneficiem grandes empresas. Neste aspecto, também simbólico e de valores, estamos falando de mudar o paradigma da competição para o da cooperação de da inteligência coletiva, livre e partilhada.
  • Politicamente, é um movimento social, que luta pela mudança da sociedade, por uma forma diferente de desenvolvimento, que não seja baseado nas grandes empresas nem nos latifúndios com seus proprietários e acionistas, mas sim um desenvolvimento para as pessoas e construída pela população a partir dos valores da solidariedade, da democracia, da cooperação, da preservação ambiental e dos direitos humanos.

Leu?

Conheceu?

Não precisa ser seguidor do Candomblé, católico, protestante ou ateu para sentir profunda revolta com o sistema, ao ver todos os dias centenas de indivíduos, abandonados à própria sorte, pelas ruas, becos, viadutos.

Não precisa ser especialista para ver que o sistema é apenas para alguns poucos, que o sistema faz sofrer.

Enquanto isso, mesmo com a crise, os já super ricos, ganham mais e mais, a cada dia e mês, acumulando riquezas, poder, e completo desprezo pelos mais pobres, dentro da "cadeia alimentar capitalista"

A Economia Solidária, como visto acima, inclui entre outros, o sistema de micro crédito, para essa vertente, surgiu no país o Banco Comunitário ou Social, instituição que atende pessoas pobres, trabalhadores e trabalhadoras, pessoas do povo, que desejam investir em uma ideia de produção de renda. 

O mapa abaixo mostra o cenário nacional em 2013:



A educação faz sua parte, todos os anos saem dos cursos de graduação do país e do mundo, milhões de jovens prontos para dá sua contribuição com força e altivez, ao mercado de trabalho, mas não encontram o que sonhavam, o que lhes impõe é a realidade de um sistema excludente, violento e que privilegia apenas uma minoria.

Portanto, milhares de jovens saem das universidades todos os anos e não encontram onde trabalhar, produzir e manter a si e à família, são obrigados a trabalhar, quando encontram alguma coisa, sem direitos, sem autonomia, sem dignidade, transformam-se em verdadeiros escravos, ganhando mal, estressados e violentados também pela mídia que vomita em seus ouvidos e consciências, que o que vale é ter e não ser.

A Espanha é um dos países europeus que mais sofreram com a crise que engorda ainda mais uns poucos em detrimento de muitos. Os índices econômicos e sociais daquele país, que antes era considerado rico e desenvolvido, é um dos piores do continente.

O índice de suicídio de espanhóis aumentou consideravelmente na última década, uma das causas é o desemprego e a desilusão com as barreiras enormes postas pelo mercado capitalista.


"Hoje, lendo os jornais, vendo o suicídio de pessoas por estarem sendo despejadas na Espanha, relembro o acerto mortal do economista, mas, vejo o quanto o capitalismo é cruel. Um país que tem um milhão de unidades habitacionais desocupadas, opta por jogar o povo na rua, mesmo diante da onda de suicídio. Agora, até o bancos estão reticentes em executar os despejos. Há algo de irracional nesses fatos, embora para o capital isso faça sentido."

Essa realidade não é apenas da Europa, imaginem o que acontece nas regiões mais pobres do mundo, enquanto os bilionários levam suas vidas regadas a salões de festas, iates, jogos e prostituição, em verdadeiras orgias pagas com o trabalho e suor do povo, grande parte da população planetária não tem um mísero pão para matar a fome cruel.

Há! Não podemos esquecer que a Economia Solidária precisa ter regras claras onde a sociedade, os Movimentos Sociais organizados e a Classe Trabalhadora, estejam à frente na construção de planos, projetos, programas e políticas públicas no que se refere ao tema, do contrário pode se transformar em mais um embuste rentista/capitalista.

Fontes Consultadas:

* http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/03/nova-york-ja-tem-60-mil-moradores-de-rua-25-mil-sao-criancas.html

* http://cirandas.net/fbes/o-que-e-economia-solidaria

* http://www.revistamissoes.org.br/2012/11/o-suicidio-dos-espanhois/

Imagem: https://www.google.com.br/search?

* http://www.institutobancopalmas.org/rede-brasileira-de-bancos-comunitarios/

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