A professora da rede estadual de ensino Edimara Soares é a primeira doutora quilombola do Brasil. Ela terminou o doutorado em 2012 na Universidade Federal do Paraná (UFPR), ao defender a tese “Educação Escolar Quilombola: quando a diferença é indiferente”.
O conhecimento que Edimara ganhou durante a pesquisa é colocado em prática e debatido em cursos sobre educação escolar quilombola para professores. O Departamento da Diversidade, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, existe desde 2008.
Edimara dedicou quatro anos aos estudos, sendo dois de pesquisa de campo nas escolas estaduais quilombolas do Paraná e nas comunidades do Vale do Ribeira, Palmas e Guaíra. Morou até os 15 anos no quilombo Estância do Meio/Timbaúva, que fica na cidade de Formigueiro, interior do Rio Grande do Sul. Saiu de lá para fazer o ensino médio na cidade e depois passou no vestibular de geografia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde se formou em 2007.
A professora Tânia Maria Baibich foi a orientadora do mestrado e do doutorado. “Minha dissertação de mestrado foi considerada inédita no Brasil e fiz o que na universidade chamamos de up-grade. Passei direto para o doutorado”, explicou Edimara, segundo aagência de notícias do Governo Estadual.
O estado paranaense tem duas escolas estaduais que funcionam dentro de comunidades quilombolas, o Colégio Estadual Quilombola Diogo Ramos, na comunidade João Surá, em Adrianópolis, e a Escola Estadual Quilombola Maria Joana Ferreira, na comunidade Adelaide Maria da Trindade Batista, em Palmas.
Além disso, outras 43 escolas estaduais atendem alunos que moram em comunidades quilombolas. O Paraná tem 37 comunidades certificadas pela Fundação Cultural Palmares, órgão do Governo Federal, como remanescentes de quilombos.
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