O sistema econômico capitalista global apresentou ao longo da história da produção de bens de consumo três grandes fases, onde quase sempre, a especialização operou contra o progresso social e humano.

Na primeira fase, quando a estrutura de funcionamento da economia era essencialmente rural, a sociedade ocidental europeia possuía seus "especialistas", monges, mercadores, construtores de igrejas etc. que, no geral, não enxergavam nada além do seus próprios interesses.
Os pensadores renascentistas e mais tarde os iluministas, também "especialistas", com seu campo de visão voltado para, com raras exceções, ao imediato da vida e interesses das elites da sociedade pré-capitalista europeia.
Quando o ocidente entra no século XIX, o foco passa a ser a industrialização, sem perder de vista a preocupação com o acúmulo de riqueza, com a conquista, a qualquer preço, da matéria-prima, dos mercados e, principalmente, da exploração da mão de obra escrava, que em várias regiões do mundo, ainda era uma realidade, entre essas regiões, o Brasil.
Essa visão "especializada" em explorar, fazer sofrer, fazia parte do projeto de acumulação de capitais que construiu nos ´seculos anteriores e, construiria, por muito tempo a riqueza das elites da América e da Europa, a um preço social e humano impagável.
Toda a história da "especialização" de pessoas, grupos e empresas, do sistema capitalista, teve como único intento, acumular e, para isso, o sistema produziu milhões de excluídos.
É óbvio que o sistema, até para facilitar mais acúmulo e mais exploração do trabalho, produziu avanços técnicos que permitiram melhorar a vida de muita gente em várias partes do planeta mas, nem a Revolução Industrial do século XIX, nem a Revolução da Internet hoje, conseguiram acabar com a fome e a miséria do mundo.
O surgimento do especialista, tão defendido pelas corporações capitalistas, veio para melhorar e aumentar ainda mais a riqueza de quem já possuía muito.
Portanto, o surgimento da especialização, do trabalho do especialista e seu campo de visão, infelizmente, não operou grandes avanços sociais e humanitários, até mesmo, se levarmos em conta as ideias liberais das revoluções burguesas, a revolução estadunidense, a revolução francesa e, mesmo a revolução socialista russa de 1917, foram capazes de, concretamente, acabar com o sofrimento da Classe Trabalhadora e da sociedade mais pobre como um todo, o foco não era esse, nunca foi.
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