segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Nova é esta Marina Silva A candidata do PSB pratica a velha política enquanto prega o contrário. Destruiu o ideário de Eduardo Campos e talvez consiga demolir o próprio partido que representa



O que representa, se eleita, um governo da Marina?
Existe um ponto de interrogação enorme pairando sobre a cabeça de muita gente hoje no Brasil.
No final da década de 60, no Estado de São Paulo, existia um cara chamado Jânio que nem a cidade conhecia bem, mas como mágica, usando um discurso fácil de pureza, apolítico - como se fosse possível - eis que surgiu um candidato para salvar o país da roubalheira, Jânio Quadros, como um foguete, subiu e depois caiu; breve foi seu voo, pois não existia sustentação política, ideológica, programática.
Anos depois - cerca de 30 anos - eis que surgiu Collor de Mello, o "caçador de marajás", o povo embarcou de novo no canto da sereia, deu no que deu.
A candidatura de Marina é uma incógnita, nem os mais "especializados especialistas", conseguem explicar de forma clara o fenômeno.
Prometeu novidade, criticou os políticos, e, ao contrário do que defendeu, aparece na campanha com o que há de mais atrasado, em Santa Catarina, por exemplo, eufórica, pediu votos ao filho de um dos políticos mais ligados à ditadura militar brasileira, o Sr. Jorge Bonrhausen, Bornhausen Filho é candidato ao Senado naquele Estado.
Como FHC - um dos pais do complexo de vira-latas no país - parece pedir que todos esqueçam seu passado como defensora do meio ambiente, da preservação da Amazônia etc.
Marina é uma 2a. opção da direita? É uma saída para os grandes grupos conservadores que perderam espaço com os governos Lula da Silva e Dilma Roussef?
O que representa sua candidatura?
O que o país ganha?
Ou vamos retroceder nas políticas públicas que foram criadas nas áreas social, educacional, trabalhista, humana dos últimos 12 anos?

por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

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Editorial

Nova é esta Marina Silva

A candidata do PSB pratica a velha política enquanto prega o contrário. Destruiu o ideário de Eduardo Campos e talvez consiga demolir o próprio partido que representa

Não há quem segure a candidata Marina Silva nesta caminhada final rumo à eleição. Em Florianópolis, subiu ao palanque de Paulinho Bornhausen e com empenho apaixonado pediu votos para sua candidatura a senador. Precioso trunfo para o filho de Jorge Bornhausen, governador biônico de Santa Catarina durante a ditadura, liderança do ex-PFL e patriarca de uma das mais ricas famílias do estado. Direita reacionária na sua acepção mais desbragada.
Esta adesão eufórica à velha política assinala a enésima contradição de pregadora da nova. Uma análise da personagem do ponto de vista psicológico exibe, isto sim, uma nova Marina. A contida, austera ambientalista na qualidade de candidata em campanha mudou radicalmente o seu estilo, a ponto de pôr em xeque as crenças professadas até ontem.  A perspectiva do poder leva-a a renovar seu verbo e seus gestos e a buscar a companhia de quantos aparentemente haveriam de ser seus adversários, se não inimigos. Vale tudo para chegar lá, é o que se deduz sem maiores esforços.
Confesso minha surpresa. Marina Silva revela uma determinação obcecada  que não imaginava. Certo é que a candidatura de Eduardo Campos, sua plataforma, suas ideias, seus projetos e propósitos, Marina conseguiu destruir. Receio que logre ir além, para demolir o próprio Partido Socialista. Em lugar da nova política, temos a nova Marina.
Humoristas midiáticos
Há momentos de puro humorismo propiciados pela mídia nativa. No momento a Folha de S.Paulo celebra a instituição do ombudsman há 25 anos, de sorte a estabelecer a autocrítica dentro do próprio jornal. O Folhão se apressa a esclarecer, pomposo, que o exemplo não foi acompanhado pelas demais publicações brasileiras enquanto em vários países do mundo a prática salutar é adotada. O nome ombudsman, admito, me soa desagradável. De todo modo, tivesse funcionado sempre para valer, viveria física e moralmente esgotado.
A leitura e a audiência que parcimoniosamente dedico à mídia nativa me revelam o autêntico responsável por todos os males no momento padecidos pelo Brasil. Ou melhor, a responsável, Dilma Rousseff, a começar, pasmem, pela crise econômica mundial, que ninguém poupa, até a inflação e o desemprego. Mas os porcentuais não são bastante baixos em relação aos números globais? Segundo o Cérbero da família Marinho, o cão de três cabeças à porta do Hades, a presidenta maquia os dados. Ou finge ignorá-los?
Tudo é culpa da Dilma, até, quem sabe, o 7 a 1 imposto pela seleção alemã aos canarinhos, ou o tráfego congestionado, ou falta de luz em casa. Só mesmo a crescente, inexorável escassez de água em São Paulo não pode ser atribuída à presidenta. No caso, entretanto, o culpado, o governador, Alckmin, é prontamente perdoado e se prepara ao passeio eleitoral.

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