Márcia Siqueira de Carvalho
(DEGEO/CCE/FUEL)
Fonte: http://www.focca.com.br/cac/textocac/LEIT_ANA_TEXTOS.htm
A análise de texto
significa estudar, decompor, dissecar e dividir para interpretá-lo. Cada parte
do texto deve ser analisado, buscando-se os elementos chaves do autor e a
relação entre as partes constituintes. A decomposição dos elementos
essenciais e a sua classificação nos leva até a ideia-chave, que é o
conjunto de ideias mais precisas.
O objetivo da análise
do texto é: aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto
e familiarizar-se com os termos técnicos, ideias, etc.; hierarquizar o conteúdo
do texto; perceber que as ideias se relacionam e, identificar as conclusões e
as bases que as sustentam.
Partes da
análise do texto:
a) dos elementos constituintes básicos,
b) das relações entre esses elementos,
c) da estrutura do texto.
Tipos de análise do
texto:
TEXTUAL: breve explicação do
professor com a primeira leitura pelo aluno. Sucessivas leituras permitirão a identificação de
palavras e parágrafos chaves. O significado das palavras desconhecidas, assim
como termos técnicos são procurados no dicionário.
TEMÁTICA: é individual.
Permite maior compreensão do texto, a associação de ideias do autor com as
preexistentes no conhecimento do estudante. Avaliação da coerência interna do
texto. Elaboração do resumo para discussão em sala de aula.
PROBLEMATIZAÇÃO: Atividade em grupo.
As questões implícitas e explícitas no texto são levantadas e debatidas.
CONCLUSÃO PESSOAL: Individual.
Reelaboração do que foi entendido do texto, resultando num resumo próprio que
também uma crítica e reflexão pessoal.
A leitura do texto
deve incluir várias leituras:
- Primeira: serve para organizar o texto na
mente do aluno.
- Segunda: Sublinhar as ideias principais e
as palavras-chaves (COM DOIS GRIFOS).
Os trechos mais
importantes da ideia desenvolvida são assinalados no texto com uma linha vertical
na margem. O que consideramos passível de crítica, objeto de reparo ou
insustentável dentro do raciocínio desenvolvido, destacamos com um ponto de
interrogação(?). Assuntos ou palavras-chaves distintas no texto (assuntos
secundários) podem ser grifados com cores diferentes.
A elaboração de um ESQUEMA:
Após várias leituras,
com o auxílio de dicionários, torna-se mais fácil à elaboração de um esquema.
Trabalhamos então com a hierarquização das palavras-chaves, frases e parágrafos
importantes, ligando as ideias sucessivas dos raciocínios desenvolvido
pelo autor. A elaboração de um resumo envolve um sentido mais completo entre os
parágrafos, indicam mais do que um tópico mas são condensados para a
apresentação. O resumo facilita o trabalho de captar, analisar, relacionar,
fixar e integrar aquilo que se está estudando, e serve para fixar e expor
o assunto, inclusive numa prova.
EXEMPLO DE ESQUEMA E
RESUMO:
ANDRADE, Manoel
Correia de. Geografia, Ciência da Sociedade: uma introdução “a
análise do pensamento geográfico. São Paulo. Ed. Atlas, 1987. p.11-19”.
ESQUEMA:
1. A Geografia como
ciência.
1.1 O
que é Geografia.
1.2 A
Geografia e o problema da interdisciplinaridade.
1.3 A
unidade e a diversidade em Geografia.
1.4 O
caráter social da ciência geográfica
PALAVRAS-CHAVES: Geografia. Ciência. Positivistas.
Conhecimento geográfico. Sociedade. Natureza. Objeto da Geografia. Ratzel.
Reclus. Espaço vital. Luta de Classes. Geografia dos exploradores, vulgar e das
universidades. Neopositivistas. Matemática Regional. Geografia Crítica ou
Radical. Formação econômica-social. Interdisciplinaridade. Diversidade.
Sociologia. Antropologia. Economia Política. Psicologia. Etnologia. História.
Geologia. Pedologia. Mineralogia. Hidrologia. Meteorologia. Astronomia.
Oceanografia. Técnicas Cartográficas e Estatísticas. Ramos do Conhecimento e
especializações da Geografia. Geografia Física. Geografia Humana.
Especialização. Ciência Social.
EXEMPLO DE RESUMO:
"Parte do
conhecimento geográfico foi organizado a partir do século XIX em ciência
geográfica, aos moldes da divisão positivista da ciência. Naquele momento, a
Geografia limitou-se a descrever a superfície da Terra e prestou serviços ao
expansionismo colonial.
No século XX passou a
significar a ciência que estudava a distribuição dos fenômenos físicos,
biológicos e humanos na superfície da Terra e, posteriormente, adotou técnicas
quantitativas (matemáticas e estatísticas) e serviu a governos, por vezes, autoritários.
Mais recentemente, ela busca estudar as relações existentes entre a Sociedade e
a Natureza, utilizando categorias dialéticas e marxistas.
A análise da ação da
sociedade no espaço requer conhecimento das seguintes áreas: Sociologia,
Antropologia, Economia Política, Psicologia, Etnologia, Geologia, Pedologia,
Mineralogia, Hidrologia, Meteorologia, Astronomia e Oceanografia.
As especializações do conhecimento geográfico e a tendência que vem ocorrendo estão levando a Geomorfologia, a Hidrografia, Climatologia, Biogeografia e a Geografia Política a se transformarem em ciências autônomas. O aumento do conhecimento da ciência geográfica e a tendência à subdivisão levaram às especializações, e como consequência, à quebra da unidade da Geografia. A preocupação dos geógrafos, atualmente, é reverter esta divisão, e a da Geografia Humana e Geografia Física, através da explicação da organização espacial das formações econômicas-sociais (Sociedade e Natureza). O autor concebe a Geografia como uma ciência social por esta estudar a relação entre a Sociedade e a Natureza na construção do espaço, podendo esta ciência auxiliar nas formas dessa relação". (CARVALHO, M. S.)
(Observe
quantas palavras-chaves foram utilizadas!)
FICHAMENTO E
RESUMOS.
Ao iniciarmos uma
pesquisa, uma das primeiras atividades a ser realizada, após a escolha do tema,
é a pesquisa bibliográfica e a elaboração de fichas e resumos. De acordo com
LAKATOS & MARCONI (1990, p. 43), a PESQUISA BIBLIOGRÁFICA compreende
oito fases distintas:
- Escolha do tema;
- Elaboração do plano de trabalho;
- Identificação;
- Localização;
- Compilação;
- Fichamento;
- Análise e interpretação.
- Redação.
As fichas
devem conter cabeçalho, referência bibliográfica e o texto em si.
O fichamento NÃO
É:
· um sumário ou
índice do livro ou texto. Ele é redação sucinta das ideias do texto.
· uma transcrição
de parte ou do texto. Ele é uma interpretação que o leitor faz da obra e, por
isso, redigida com suas próprias palavras.
· Ele, porém, apresenta
mais informações do que a ficha bibliográfica.
Muitos professores
confundem o fichamento com resumos e análises de textos, passando aos alunos
uma ideia equivocada. O sistema de fichamentos foi criado pelo Abade Rozier, da
Academia Francesa de Ciências no século XVII e atualmente você pode
escolher entre vários tipos de fichas de tamanhos diferentes. No cabeçalho deve
constar o tema de interesses da pesquisa.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA E BIBLIOGRAFIA:
A referência
bibliográfica é a identificação do texto analisado de acordo com as normas da
ABNT (podendo vir como o conhecido pé de página ou no final do
texto, antes da bibliografia).
Na Biblioteca Central
da UEL existe pessoal especializado para orientação no setor de Referência.
A Referência
Bibliográfica é diferente da Bibliografia. Se eu cito algum autor no meu texto,
eu tenho de fazer também a referência bibliográfica. A Bibliografia sempre deve
constar num trabalho, pois é muito difícil se fazer um trabalho de pesquisa sem
ter consultado artigos e livros escritos por autores.
NÃO SE ESQUEÇA: Se você quiser
reproduzir um trecho do texto analisado, deve colocá-lo entre aspas (")
seguidas das informações da obra citada: ano e página. Em alguns editores
de texto há até o estilo de citação. Mas atenção, "copiar" um
texto de outro autor e não dizer que é uma citação, é considerado fraude,
plágio e é crime. Nada desmerece o seu trabalho se você citar alguém.
Pelo contrário, demonstra que você pesquisou e fez um bom trabalho.
RESUMOS.
Ao se fazer um resumo
buscamos apresentar, de maneira enxuta, destacando os elementos de maior
importância o que o autor escreveu no texto.
Segundo LAKATOS &
MARCONI (1990, p.67), várias leituras são necessárias para a elaboração do
RESUMO. Na primeira leitura fazemos um esboço, tentado perceber o plano geral
da obra e o seu desenvolvimento. Na segunda leitura devemos responder a
seguinte pergunta: De que trata o texto? Qual é a sua ideia central?
Na terceira leitura
identificamos as partes principais do texto, ao compreendermos as ideias
descritas já identificamos as diferentes partes que o compõem.
Aplicando a técnica
de análise de texto, identificamos as palavras-chaves e os parágrafos chaves.
BIBLIOGRAFIA: Este exemplo é de
como eu disponho corretamente a bibliografia que usei para fazer este meu texto,
no caso, um livro de duas autoras. Quando é um artigo num boletim ou num livro,
a ordem é diferente.
É bom ter a seguinte
ordem quando é um livro:
SOBRENOME do Autor,
nome e outros autores. Dê dois espaços e entre com a edição no caso de não ser
a 1ª. Segue o título do livro em destaque (negrito ou sublinhado).
LAKATOS, Eva Maria
& MARCONI, Marina de Andrade. 2ª ed. Fundamentos de
Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 1990.
Continuando, entra-se
com o nome da cidade onde foi feita a publicação. Nome da Editora. Número da
edição. Ano da publicação.
Não é obrigatório,
mas pode-se acrescentar o número total de páginas do livro. É muito útil quando
se quer pedir o xerox de material esgotado através do COMUT (procure saber o
que é na Biblioteca de sua cidade ou Universidade).
Glossário:
Palavras Chaves: Definem o(s) tema(s) do artigo. Pode-se usar até 5.
Palavras Chaves: Definem o(s) tema(s) do artigo. Pode-se usar até 5.
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