sexta-feira, 8 de agosto de 2014

FEIRA DE CIÊNCIAS CEM SETOR LESTE 2014


FEIRA DE CIÊNCIAS CEM SETOR LESTE 2014

Por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

Dias 6 e 7 de agosto, quarta e quinta feiras, os alunos e alunas do Cem Setor Leste mostraram na feira de Ciências o que veem aprendendo no dia a dia da escola.
O Setor Leste é uma escola reconhecidamente preocupada com a formação dos alunos e das alunas para o trabalho, mas, principalmente, para a vida.
A instituição possui um corpo de professores realmente compromissado, com uma gama extensa de projetos que funcionam durante todo o ano letivo; uma direção focada em ampliar esses espaços de aprendizagem e um corpo discente, muito diversificado, principalmente no que diz respeito a questões socioeconômicas, a escola recebe alunos e alunas de praticamente todas as regiões do Distrito Federal e Entorno.
(Re)vivendo êxodos, Curtas, Teatro, Culinária...projetos que normalmente são impulsionadores de novas ideias, de novos avanços na grande tarefa de ensinar.
Essas atividades denominadas extra classe são momentos importantes e que devem fazer parte da vida das escolas durante todo o ano letivo. As escolas públicas ao construir seus calendários anuais, precisam incluir esses espaços de aprendizagem efetiva, nós professores e professoras, precisamos, além de apoiar, criar as condições para que esse tipo de atividade, além de fazer parte da programação dita normal de cada um (a), tentar dar continuidade àqueles projetos que foram avaliados como bons e que precisam ser orientados para que os alunos e alunas deem continuidade aos seus experimentos e estudos, fazendo uma ligação entre a sala de aula e as atividades produzidas fora dela.
Os projetos de pesquisas expostos na feira, em boa parte, são dignos de serem vistos, comentados e orientados. Outros precisam melhorar, e essa melhora passa pela cultura de aliar os eventos de sala de aula com atividades e projetos fora dela para os professores e professoras, alunos e alunas criem efetivamente a cultura da pesquisa.
Além disso, os projetos de pesquisa/apresentações da Feira de Ciência, se bem orientados, podem trazer à tona a questão da interdisciplinaridade e devem, nas suas demonstrações aproximar a pesquisa/estudo com a realidade social dos próprios alunos (as) e comunidade.
Leiam o que defendem as professoras Ângela Maria Hartmann e Erika Zimmermann da Universidade de Brasília sobre o assunto:
“Bastante populares durante a década de 1990, as Feiras de Ciências estudantis têm uma tradição de mais de cinco décadas, acontecendo no Brasil e América Latina desde a década de 1960 como uma oportunidade para estudantes apresentarem suas produções científicas escolares a um público diverso daquele que compõe o ambiente de suas salas de aula. Considerando que essas produções, de alguma forma, refletem a educação científica desenvolvida nas escolas que participam do evento, interessou-nos, particularmente, examinar como apareciam a interdisciplinaridade e a contextualização nos trabalhos apresentados em uma Feira de Ciências promovida em 2008 pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.
A interdisciplinaridade e a contextualização passaram a constituir-se, oficialmente, em princípios ou eixos norteadores do currículo do Ensino Médio a partir da aprovação do Parecer 15/981 (BRASIL, 2002). Contudo, a incorporação desses princípios ao trabalho pedagógico, especialmente a interdisciplinaridade, constitui uma dificuldade para muitos professores de Ensino Médio e também para professores formadores nas licenciaturas. Trabalhos de Ricardo (2001, 2005), Milanesi (2004) e Trindade e Chaves (2005) mostram que a pouca compreensão do seu significado e da forma como podem ser desenvolvidas atividades interdisciplinares e contextualizadas faz com que muitos professores resistam à sua realização. Outras pesquisas, porém, mostram que é possível a realização, no Ensino Médio desse tipo de atividades (ALENCAR; OLIVEIRA, 2005; HARTMANN; ZIMMERMANN, 2007).
Essa produção científica escolar pode ser resumida, de acordo com Mancuso (2000), em três tipos: 1) trabalhos de montagem, em que os estudantes apresentam artefatos a partir do qual explicam um tema estudado em ciências; 2) trabalhos informativos em que os estudantes demonstram conhecimentos acadêmicos ou fazem alertas e/ou denúncias; e 3) trabalhos de investigação3 , projetos que evidenciam uma construção de conhecimentos por parte dos alunos e de uma consciência crítica sobre fatos do cotidiano. A realização de Feiras de Ciências em uma escola ou comunidade traz benefícios para alunos e professores e mudanças positivas no trabalho em ciências. Mancuso (2000) e Lima (2008) destacam as seguintes mudanças:
 1
 O Parecer 15/98, aprovado pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, apresenta as DCNEM e foi incluído na publicação de 2002, da Secretaria de Educação Média do Ministério da Educação intitulada Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM).
2
 Como registra documento do Ministério da Educação intitulado Programa Nacional de Apoio às Feiras de Ciências da Educação Básica FENACEB, são várias as denominações dadas a esses eventos: Feira de Criatividade Estudantil, Mostra de Talentos Estudantis, Mostra de Produção Estudantil, Feira de Ciência e Cultura, etc. (MEC, 2006, p. 18).
3
 Originalmente denominados pelo autor de investigatórios.”

(Extraído do trabalho - FEIRA DE CIÊNCIAS: A INTERDISCIPLINARIDADE E A
CONTEXTUALIZAÇÃO EM PRODUÇÕES DE ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO
Ângela Maria Hartmann1 Erika Zimmermann2
1. Universidade de Brasília/Faculdade de Educação/Anhanguera Educacional-Faculdade Juscelino
Kubistsheck, angelahart@unb.br

2. Universidade de Brasília/Faculdade de Educação, erika@unb.br – dia 08/08/2014)

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