FEIRA DE CIÊNCIAS CEM SETOR LESTE 2014
Por José Gilbert Arruda Martins (Professor)
Dias 6 e 7 de agosto, quarta
e quinta feiras, os alunos e alunas do Cem Setor Leste mostraram na feira de
Ciências o que veem aprendendo no dia a dia da escola.
O Setor Leste é uma escola
reconhecidamente preocupada com a formação dos alunos e das alunas para o
trabalho, mas, principalmente, para a vida.
A instituição possui um
corpo de professores realmente compromissado, com uma gama extensa de projetos
que funcionam durante todo o ano letivo; uma direção focada em ampliar esses
espaços de aprendizagem e um corpo discente, muito diversificado,
principalmente no que diz respeito a questões socioeconômicas, a escola recebe
alunos e alunas de praticamente todas as regiões do Distrito Federal e Entorno.
(Re)vivendo êxodos, Curtas,
Teatro, Culinária...projetos que normalmente são impulsionadores de novas
ideias, de novos avanços na grande tarefa de ensinar.
Essas atividades denominadas
extra classe são momentos importantes e que devem fazer parte da vida das
escolas durante todo o ano letivo. As escolas públicas ao construir seus
calendários anuais, precisam incluir esses espaços de aprendizagem efetiva, nós
professores e professoras, precisamos, além de apoiar, criar as condições para
que esse tipo de atividade, além de fazer parte da programação dita normal de
cada um (a), tentar dar continuidade àqueles projetos que foram avaliados como
bons e que precisam ser orientados para que os alunos e alunas deem
continuidade aos seus experimentos e estudos, fazendo uma ligação entre a sala
de aula e as atividades produzidas fora dela.
Os projetos de pesquisas
expostos na feira, em boa parte, são dignos de serem vistos, comentados e
orientados. Outros precisam melhorar, e essa melhora passa pela cultura de
aliar os eventos de sala de aula com atividades e projetos fora dela para os
professores e professoras, alunos e alunas criem efetivamente a cultura da
pesquisa.
Além disso, os projetos de
pesquisa/apresentações da Feira de Ciência, se bem orientados, podem trazer à
tona a questão da interdisciplinaridade e devem, nas suas demonstrações
aproximar a pesquisa/estudo com a realidade social dos próprios alunos (as) e
comunidade.
Leiam o que defendem as
professoras Ângela Maria Hartmann e Erika Zimmermann da Universidade de
Brasília sobre o assunto:
“Bastante populares durante
a década de 1990, as Feiras de Ciências estudantis têm uma tradição de mais de
cinco décadas, acontecendo no Brasil e América Latina desde a década de 1960
como uma oportunidade para estudantes apresentarem suas produções científicas escolares
a um público diverso daquele que compõe o ambiente de suas salas de aula.
Considerando que essas produções, de alguma forma, refletem a educação
científica desenvolvida nas escolas que participam do evento, interessou-nos,
particularmente, examinar como apareciam a interdisciplinaridade e a
contextualização nos trabalhos apresentados em uma Feira de Ciências promovida
em 2008 pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.
A interdisciplinaridade e a
contextualização passaram a constituir-se, oficialmente, em princípios ou eixos
norteadores do currículo do Ensino Médio a partir da aprovação do Parecer
15/981 (BRASIL, 2002). Contudo, a incorporação desses princípios ao trabalho
pedagógico, especialmente a interdisciplinaridade, constitui uma dificuldade
para muitos professores de Ensino Médio e também para professores formadores
nas licenciaturas. Trabalhos de Ricardo (2001, 2005), Milanesi (2004) e
Trindade e Chaves (2005) mostram que a pouca compreensão do seu significado e
da forma como podem ser desenvolvidas atividades interdisciplinares e contextualizadas
faz com que muitos professores resistam à sua realização. Outras pesquisas, porém,
mostram que é possível a realização, no Ensino Médio desse tipo de atividades (ALENCAR;
OLIVEIRA, 2005; HARTMANN; ZIMMERMANN, 2007).
Essa produção científica
escolar pode ser resumida, de acordo com Mancuso (2000), em três tipos: 1)
trabalhos de montagem, em que os estudantes apresentam artefatos a partir do
qual explicam um tema estudado em ciências; 2) trabalhos informativos em que os
estudantes demonstram conhecimentos acadêmicos ou fazem alertas e/ou denúncias;
e 3) trabalhos de investigação3 , projetos que evidenciam uma construção de
conhecimentos por parte dos alunos e de uma consciência crítica sobre fatos do
cotidiano. A realização de Feiras de Ciências em uma escola ou comunidade traz
benefícios para alunos e professores e mudanças positivas no trabalho em
ciências. Mancuso (2000) e Lima (2008) destacam as seguintes mudanças:
1
O Parecer 15/98, aprovado pela Câmara de
Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, apresenta as DCNEM e foi
incluído na publicação de 2002, da Secretaria de Educação Média do Ministério
da Educação intitulada Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
(PCNEM).
2
Como registra documento do Ministério da
Educação intitulado Programa Nacional de Apoio às Feiras de Ciências da
Educação Básica FENACEB, são várias as denominações dadas a esses eventos:
Feira de Criatividade Estudantil, Mostra de Talentos Estudantis, Mostra de
Produção Estudantil, Feira de Ciência e Cultura, etc. (MEC, 2006, p. 18).
3
Originalmente denominados pelo autor de
investigatórios.”
(Extraído do trabalho - FEIRA
DE CIÊNCIAS: A INTERDISCIPLINARIDADE E A
CONTEXTUALIZAÇÃO EM
PRODUÇÕES DE ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO
Ângela Maria Hartmann1 Erika
Zimmermann2
1. Universidade de
Brasília/Faculdade de Educação/Anhanguera Educacional-Faculdade Juscelino
Kubistsheck,
angelahart@unb.br
2. Universidade de
Brasília/Faculdade de Educação, erika@unb.br –
dia 08/08/2014)
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