sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

PACOTE DE RICHA(PSDB) Governo do Paraná e professores não chegam a acordo e greve continua

por Ricardo Gozzi, para a RBA no Rede Brasil Atual
Paralisação afeta profissionais de saúde, Judiciário, penitenciários, Detran, entre outros. Enquanto isso, conselheiros do TCE ganharão auxílio-moradia de R$ 4.377 sem precisar comprovar despesa.
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Com relação à previdência, governo comprometeu-se a abrir debate antes de levar o assunto à Alep

por José Gilbert Arruda Martins

Organização, planejamento e participação na LUTA.

Lemas desse início de ano da Classe Trabalhadora no Brasil. Entre ela, a de professores e professoras.

Em Brasília e no Paraná, o "Pacote da Maldade" envolve a retirada de direitos, não-pagamento de salários atrasados, demissões e todo tipo de violência contra os professores.

É a onda neoliberal de austeridade tipo Angela Merkel, e, pelo andar da carroça, tipo Dilma Roussef. A Classe Trabalhadora precisa reagir.

Em Brasília, segunda-feira, dia 23/02/2015 a aula será na Praça do Buriti em frente ao Palácio do mesmo nome. 

A Assembléia de Professores, com certeza, irá decidir por uma GREVE, para não iniciar o ano letivo. São mais de 360 mil estudantes, filhos e filhas de trabalhadores e trabalhadoras que estão completando esta semana, 65 dias de férias.

São os filhos e filhas de Trabalhadores e Trabalhadoras sem estudar. Sem se preparar. Enquanto isso, as escolas particulares com os filhos da Classe Média e das Elites estão desde a última semana de janeiro com aulas normais.

É mais um desafio para o Povo. Se a educação pública já tem grandes problemas com aulas normais, imaginem sem aula nenhuma.

PACOTE DE RICHA

Governo do Paraná e professores não chegam a acordo e greve continua

Paralisação afeta profissionais de saúde, Judiciário, penitenciários, Detran, entre outros. Enquanto isso, conselheiros do TCE ganharão auxílio-moradia de R$ 4.377 sem precisar comprovar despesa
Curitiba – Uma reunião de aproximadamente três horas de duração realizada na tarde de hoje (19) em Curitiba foi insuficiente para que representantes do governo do Paraná e dos professores em greve há 11 dias obtivessem acordo sobre as principais reivindicações dos profissionais do ensino público do estado. O secretário-chefe da Casa Civil paranaense, Eduardo Sciarra, qualificou a reunião como "produtiva" e assegurou que o governo se compromete a não suprimir direitos dos funcionários públicos quando enviar à Assembleia Legislativa os projetos de lei referentes a cortes nos gastos, o que deve começar a ser feito na próxima semana.
Já o presidente da entidade sindical dos professores (APP Sindicato), Hermes Leão, admitiu avanço em discussões em torno de alguns dos blocos temáticos levados a debate, mas observou que o encontro não foi suficiente para a discussão de todo o conjunto da pauta. A discussão sobre um série de questões administrativas ficou para uma nova reunião, amanhã.
Antes de entrar para a reunião, realizada no Palácio Iguaçu, sede do executivo paranaense, Hermes Leão adiantou que a greve seria mantida mesmo que a reunião terminasse em acordo, uma vez que seria necessária a convocação de uma assembleia para decidir pela desmobilização.
O governo paranaense aceitou fatiar de maneira temática os projetos de lei referentes a cortes no orçamento que serão enviados à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) sem recorrer a ritos regimentais que aceleram os trâmites e restringem os debates. Com relação à previdência dos servidores estaduais, um dos assuntos que mais revolta os grevistas, o governo também se comprometeu a abrir um debate antes de levar o assunto à Alep.
Quanto às rescisões que não foram pagas a professores temporários dispensados recentemente, que totalizam R$ 82 milhões, o governo comprometeu-se a quitar o débito ainda em fevereiro. Mas a administração paranaense insiste em dividir em três meses os terços de férias atrasados, conforme um cronograma de pagamentos anunciado ontem, enfatizou Sciarra.
A reunião de hoje trouxe expectativa de que o fim da greve estaria próximo, mas não foi possível debater todos os temas colocados na mesa. O diálogo entre o governo e o sindicato dos professores chegou a ser aberto na semana passada, mas foi suspenso após a invasão da Alep pelos grevistas no segundo dia de paralisação. Na ocasião, o movimento de trabalhadores temia que o pacote de Richa fosse votado a toque de caixa.
Representantes do governo e da APP Sindicato voltarão a se reunir nesta sexta-feira, a partir das 10h, no Palácio Iguaçu. Estarão em debate questões administrativas importantes, entre elas a abertura de mais salas, a diminuição do tamanho das turmas, o aumento no número de funcionários nas escolas e a efetivação de milhares de professores concursados cuja convocação chegou a ser anunciada pelo governo para logo depois ser revertida.
Hermes Leão informou que o resultado das reuniões de hoje e amanhã será levado à apreciação do Conselho Estadual da APP Sindicato, previsto para a manhã de sábado. Caso seja recomendado o fim da greve, uma assembleia será convocada para o início da próxima semana.
A paralisação dos professores estimulou outros setores insatisfeitos do funcionalismo a decidirem pela greve. Além dos professores, estão parados os profissionais da saúde, os agentes penitenciários e funcionários do Judiciário, entre outros. Hoje, a paralisação dos servidores estaduais paranaenses ganhou a adesão dos funcionários do Detran local. Até o momento, porém, somente os professores estão em negociação com o governo.
E enquanto governo e professores buscam um acordo para o fim de uma greve que impediu o início do ano letivo em todo o Paraná, Tribunal de Contas do Estado aprovou nesta tarde o pagamento de auxílio-moradia aos 20 conselheiros, auditores e procuradores do organismo. Cada um deles receberá mensalmente uma adição de R$ 4.377,74 nos próprios vencimentos sem que seja preciso prestar contas sobre o uso do dinheiro. Estima-se que a decisão em causa própria dos conselheiros custará aos combalidos cofres públicos paranaenses cerca de R$ 1 milhão por ano.

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