quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Somos todos e todas Mundurukus, Araueté, Ashaninka, Guarani Kaiowá, Bororo, Avá-Canoeiro...

por José Gilbert Arruda Martins

Força aos nossos irmãos índios. Os Mundurukus são a prova viva dos verdadeiros donos dessas terras. Só aquele que experimentou a invasão de suas terras, famílias e vida, com todo tipo de violência, pode ou tem moral para afirmar o que afirmam hoje.
Viva aos indígenas da América.


“Eles foram considerados a tribo mais bélica da Amazônia”, diz José Sávio Leopoldi, antropólogo da Universidade Federal Fluminense

Quase todas as vezes que leio alguma matéria em blogs sobre indígenas do Brasil ou da América, sempre encontro, para minha tristeza, comentários racistas e repletos de ódio.

Como é possível não ver que os grupos e nações indígenas, moradores dessas terras há mais 40 mil anos, não podem hoje, reivindicar suas terras e manutenção de sua cultura e, até suas vidas que são tiradas a cada dia?


Não consigo entender alguém que vai para o computador escrever absurdos contra os povos indígenas.


Só pode ser desconhecimento da história.


Nossa história foi e é muito mal contada nas salas de aula, o foco é a história pautada nas elites brancas, índios e negros são quase que completamente esquecidos.


talvez por isso as asneiras que lemos e ouvimos de algumas pessoas quando se referem à questão indígena.


É claro, que um país do tamanho do Brasil precisa de energia elétrica. Não necessariamente energia hidroelétrica, pois causa estragos ambientais enormes e sem volta. Nos últimos anos, o país avançou muito na produção de energia alternativa, principalmente a eólica.



"Em menos de uma década, o Brasil passou de um país nulo em energia eólica para se tornar o 10º maior produtor do mundo – e, no centro desta mudança, a região Nordeste é protagonista."


Marcos Santos


"Quatro parques eólicos entraram em operação no país em 2006, segundo a Operadora Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Três anos depois, passaram a ser realizados no país leilões voltados para a construção de parques e usinas eólicos.

Nesse modelo, a Aneel determina a quantidade de energia necessária a ser fornecida. As empresas interessadas apresentam projetos para atender a demanda, de acordo com critérios estabelecidos do governo, entre eles o valor máximo a ser cobrado pela energia. Vencem aqueles com a melhor relação entre eficiência e custo. O contrato dura 20 anos.

O número de usinas em operação no país passou, então, a crescer exponencialmente, especialmente no Nordeste, com destaque para o ano passado, com um recorde 47 complexos, parques e usinas inaugurados."

Se o avanço na produção e distribuição da energia dos ventos é tão pujante, por que continuar com uma política de construção de usinas hidroelétricas que trazem tantos prejuízos?

É claro que os índios precisam proteger suas terras milenares e seu povo. E não irão recuar. 

A questão indígena no Brasil e nas Américas não é tão simplória. Lideranças indígenas estão em constante mobilização na defesa de seus direitos.


A pesquisadora Manuela Carneiro da Cunha, em seu artigo: O futuro da questão indígena, trás ao debate esclarecimentos que poderão ajudar os desinformados sobre o tema, logo abaixo, coloquei um link, para aqueles que desejarem ler o artigo por completo.


O futuro dos índios no Brasil dependerá de várias opções estratégicas, tanto do Estado brasileiro e da comunidade internacional quanto das diferentes etnias. Trata-se de parceria. As populações indígenas têm direito a seus territórios por motivos históricos, que foram reconhecidos no Brasil ao longo dos séculos. Mas estes direitos não devem ser pensados como um óbice para o resto do Brasil: ao contrário, são um pré-requisito da preservação de uma riqueza ainda inestimada mas crucial, a biodiversidade e os conhecimentos das populações tradicionais sobre as espécies naturais. O que se deve procurar, no interesse de todos, é dar as condições para que esta riqueza não se perca: é por isso irracional querer abrir todas as áreas da Amazônia à exploração indiscriminada. Fazem-se assim convergir os direitos dos índios com os interesses da sociedade brasileira como um todo.

O Brasil tem uma dívida histórica impagável com esses povos.


Nosso país não consegue andar com as demarcações das terras indígenas, isso para falar pouco.



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Com informações:

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151110_energia_eolica_nordeste_rb

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40141994000100016&script=sci_arttext

http://www.funai.gov.br/index.php/nossas-acoes/demarcacao-de-terras-indigenas?start=1#

http://pib.socioambiental.org/pt

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