terça-feira, 13 de janeiro de 2015

UM SUCESSO DO ANO - O dia em que Gustavo deu aula de cidadania contra o racismo

Aluno do ensino fundamental ganhou as redes sociais com um dos depoimentos mais didáticos e contundentes sobre a importância da educação e da história de seus antepassados.
Gustavo
"Eu gosto de aprender sempre pra mostrar pra pessoa como é ser negro e mudar o ponto de vista da pessoa sobre como você se vê. E não pra deixá-la no chão"

por José Gilbert Arruda Martins

A Secretaria de Educação do Distrito Federal trabalhou questões relativas à Cultura Africana em seminários, pequenos cursos e encontros com educadores e educadoras.
Considero muito pouco e muito tímido. A impressão que passa é a total falta de conhecimento da importância da História da África na construção da própria História brasileira.
Parece que as autoridades que trabalham com Educação Pública, fazem esses encontros/cursos apenas para constar que estão fazendo algo sobre o tema África ou sobre a Questão Negra.
Normalmente esses encontros e cursos são feitos no mês de novembro, próximo ao dia 20, "dia da Consciência Negra".
A história da África precisa entrar definitivamente no currículo escolar, ser parte efetiva e cotidiana dos assuntos e conteúdos trabalhados pelos estudantes em todos os níveis: Ensino Infantil, Fundamental, Médio e Superior.
Não é razoável, para dizer pouco, o que acontece na maioria dos estados e escolas do país no que se refere às questões negra e indígena, por exemplo. Como posso ser contra alguém que é racista hoje, se no passado, quando estudante, só viu e aprendeu na escola a História dos brancos invasores e colonizadores?
A escola do garoto Gustavo Gomes da Silva, seus professores, estão de parabéns.
As palavras do estudante Gustavo poderão ecoar ainda mais e, talvez, impulsionar a todos nós professores e professoras a potencializar os projetos que incluem os conteúdos sobre a História da África em nossas aulas durante todo o ano letivo.
Parabéns Gustavo. É gratificante, emocionante e, um grande prazer, vê-lo falar.


UM SUCESSO DO ANO

O dia em que Gustavo deu aula de cidadania contra o racismo

Aluno do ensino fundamental ganhou as redes sociais com um dos depoimentos mais didáticos e contundentes sobre a importância da educação e da história de seus antepassados
por Redação RBA  -  no site da Rede Brasil Atual

Se alguém ainda não entendeu a importância da lei que prevê a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo das escolas do país, atenção à explicação de Gustavo Gomes da Silva: “Mesmo que os contos africanos não tenham moral, como as fábulas, há uma moral que você toma pra você, como ser humilde, aprender a ser forte, respeitar os outros, aprender que ninguém vive sozinho, que ninguém pode viver isolado mas estar em conjunto para combater o preconceito, a fome. Porque tudo nesse mundo cria um debate, vai ter sempre alguém que vai ser racista, com opinião diferente. Eu gosto de aprender sempre pra mostrar pra pessoa como é ser negro e mudar o ponto de vista da pessoa sobre como você se vê. E não pra deixá-la no chão”. O vídeo fez um sucesso estrondoso nas redes sociais.
A opinião consciente, madura e articulada podia bem ser de um pedagogo experiente ou um militante do movimento negro. Mas é de Gustavo, um estudante de ensino fundamental, de apenas 10 anos. O depoimento foi colhido pela repórter Michelle Gomes para o programa, da TVT, em matéria sobre o “leituraço” de contos afro-brasileiros promovido na rede municipal de ensino da cidade de São Paulo na primeira quinzena de novembro.
A reportagem foi exibida no noticioso Seu Jornal, que vai ao ar diariamente às 19h. A atividade marcou o projeto da Secretaria Municipal de Educação para ampliar a discussão e reflexão na sociedade a respeito das raízes dos brasileiros de origem africana no mês dedicado à consciência negra em alguns municípios. O projeto envolveu 800 mil alunos de 1.462 escolas de educação infantil e de ensino fundamental e médio em atividades de leitura e debate de obras africanas e afro-brasileiras.

Sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda em 2003, a Lei 10.639 prevê a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira no currículo das escolas do país. No entanto, ainda não saiu totalmente do papel. Quando finalmente sair, opiniões como a de Gustavo certamente se tornarão mais presentes entre crianças e adultos brasileiros.

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