Por José Gilbert Arruda Martins
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O que a Europa e os Estados Unidos têm a ensinar sobre a
questão específica da Terceirização? Que é, ao final das contas, a busca de mais lucro, a
qualquer custo, pelos grandes grupos econômicos.
De Ronald Reagan até hoje, os EUA, conseguiram produzir crescimentos
do Produto Interno Bruto (PIB), seguidos de decréscimos e, consequentemente, de
crises profundas que abalaram e provocaram descrença no tipo de modelo
econômico adotado.
A Inglaterra de Thatcher também, convive, desde a década de 1980, com desmonte do Estado do Bem -Estar Social e com ciclos vulneráveis de crescimento e crises advindas dos modelos econômicos que depauperam a cada dia a sociedade e a Classe
Trabalhadora inglesas.
E, mesmo nos momentos de vulnerabilidades, os dois países campeões
do liberalismo, produziram acúmulos de riqueza nas mãos de poucos, mas também,
aumento da pobreza como, talvez, nunca na história.
Essa concentração de riqueza produziu e produz, por exemplo,
nos EUA, uma das maiores populações carcerárias do mundo e milhares de
"moradores" de rua - Nova Iorque tem cerca de 100 mil pessoas em situação
de rua -, milhares de moradores de túneis, famílias inteiras que perderam suas
casas, habitam túneis em várias grandes cidades do país. (Nassif, GGN).
Na Inglaterra e na maioria dos países da Europa o que se
observa é desemprego, aumento exponencial da miséria, milhares de pessoas em
situação de rua etc.
Na outrora bela e rica avenida Champs Elysees em Paris,
transeuntes e frequentadores de lojas de marca, convivem com centenas de
mendigos, pedintes e desempregados. Em Barcelona e Madri, na Espanha idem.
Esse cenário de caos social e econômico foi criado a partir
da implantação das políticas de austeridade que possuem um fundo e alma
neoliberal.
Políticas de austeridade que valorizam o lucro do grande
capital em detrimento da qualidade do emprego e do salário dos trabalhadores.
Políticas econômicas que jogaram no lixo, em boa parte dos
países europeus, o Estado do Bem -Estar Social.
Outro exemplo fácil de enxergar de que o “modelo não se
sustenta” é o que acontece com a Grécia, o país elegeu um governo de esquerda
que, por sinal, se aliou à um partido de direita nacionalista para ter apoio necessário
com o objetivo de retirar a Grécia da situação de vulnerabilidade
econômico-social em que se encontra.
O modelo neoliberal trouxe desemprego, precarização do
trabalho, crises profundas e mais concentração da riqueza nas mãos de uma
minoria já super-rica nos EUA e em grande parte da Europa.
É um modelo econômico exaurido, que não deu certo, pelo menos para os trabalhadores e trabalhadoras.
O continente europeu inclusive, é palco do surgimento de
movimentos denominados pós-capitalistas, exatamente por conta da descrença da
sociedade em modelos de desenvolvimento que pregam o consumismo, a
competitividade predatória, a irresponsabilidade com o meio ambiente e a
precarização social e humana. Conheçam o “Podemos” e as Zads. (Le Monde)
No Brasil pós Ditadura Militar, 1985 em diante, com o advento do Estado de
Direito, a Classe Trabalhadora e o país tinham a esperança de que, finalmente o
bolo seria distribuído a todos e todas.
Vieram Sarney, Itamar, Collor - todos, com exceção do
primeiro, presidentes eleitos pelo povo que, ao contrário do que a sociedade ansiava,
iniciaram a implantação de políticas neoliberais de arrocho salarial,
enfraquecimento dos sindicatos de trabalhadores, demissões, sucateamento da
coisa pública e privatizações.
Na década seguinte 1990, a eleição de Fernando Henrique Cardoso (FHC), professor e sociólogo, foi
aguardada com muita esperança de que, finalmente o Brasil entraria numa nova
fase onde o Estado enxergaria o social. Não foi o que novamente aconteceu, FHC
aprofundou o neoliberalismo e, com muita sofisticação, produziu um dos maiores
desmontes de um Estado já vistos na história. (veja o filme – Privatizações: A
distopia do capital)
Com Lula da Silva e Dilma Roussef, houve uma espécie de freio nesse tipo de
política, mas nem tanto, apesar de não termos mais tantas privatizações, por
exemplo, a terceirização cresceu, a presença do privado na vida pública também
cresceu enormemente.
Apesar do Projeto de Lei
n. 4330/2004, ser de autoria de um deputado e, partir, portanto do Poder
Legislativo, o Poder Executivo, com sua base de apoio e Ministros, pode sim
derrubar e propor projetos que assegurem os direitos dos trabalhadores e
trabalhadoras. Não permitindo, que seu governo seja marcado pelos avanços de
políticas nefastas aos trabalhadores. (http://www.camara.gov.br/proposicoes)
É, como diz o professor Vladimir Safatle em seu livro “A
esquerda que não teme dizer seu nome”:
“(...) o principal
problema que acomete a esquerda atual é a dificuldade em ser uma esquerda
popular.”
Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef, apesar dos importantes
e fundamentais avanços, não conseguiram barrar ou impedir o crescimento e
ampliação do espectro neoliberal, que tem nesse modelo predatório denominado de
terceirização, uma das suas principais fontes de lucratividade.
Governaram e governam, em grande parte do tempo, como
direita, e, de uma certa forma traindo a Classe Trabalhadora, os Movimentos
Sociais e os Militantes, que ainda acreditam e que os colocaram no Governo
Central.
Está na hora dos governos de esquerda governarem como
esquerda, está na hora de ser “Esquerda Popular”.
Referências:
SAFATLE, Vladimir. A esquerda que não teme dizer seu nome.
São Paulo: Três estrelas, 2012.
Sitio da Câmara dos Deputados - http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=267841
– acesso dia 29/01/2015.
Filme: Privatizações: A Distopia do Capital de Sílvio
Tendler.
Blog do Luís Nassif – GGN.
Sítio do Le Monde Diplomatique Brasil.
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