Fabrício gagueja, fala,
mas a história segue mal-contada
POR FERNANDO BRITO ·
26/12/2018
A entrevista “dócil” de
Fabrício Queiroz a Débora Bergamasco,
arranjada pelo SBT não convenceu ninguém.
Não posso, claro,
colocar em dúvida que tenha problemas de saúde, mas não saber dizer o nome do
hospital onde esteve internado é demais.
Assim como não dizer
nada sobre os motivos da movimentação financeira.
A história da “compra e
venda” de automóveis é descrita como algo de seu passado de “fazedor de
dinheiro”, mas não é a isso que ele atribui os movimentos de dinheiro vivo em
sua conta, diretamente.
E ainda que fossem, não
explicaria o movimento “picado” de dinheiro, não ultrapassando os R$ 5 mil que
soam o alarme do COAF.
A não ser muito
“caidinho”, carro por menos de R$ 5 mil é negócio de ferro velho.
Aliás, não é crível que
quem compra e vende tantos automóveis não fosse conhecido de todos por esta
atividade.
Não se movimenta R$
1,23 milhão de reais em um ano sem saber apontar, ao menos, uma operação de
peso – a venda de um apartamento, por exemplo.
Ou se é compelido a “ir
viver numa comunidade” com renda de “R$ 23, 24 mil” por mês, mesmo pagando
pensão alimentícia.
Fabrício alegou que não
dizia o que eram os depósitos “em respeito” ao Ministério Público e sinalizou
que seu depoimento será em meados ou final de janeiro, depois dos das filhas e
da mulher, no dia 8.
Não se sabe o que faz o
Ministério Público que não pede ao menos a abertura de um inquérito e a quebra
do sigilo bancário de Fabrício, nem que seja para impedir a montagem de
“histórias plausíveis”.
Porque na entrevista
ele não apresentou uma que fosse digna de credibilidade, embora, repito, não se
possa fazer juízo de seu estado de saúde.
Tenho a impressão que o
tiro saiu pela culatra e vai deixar inúmeras pontas soltas para qualquer
repórter competente.
Se a imprensa quiser,
claro.
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