no Viomundo - texto de Jefferson Miola
Queiroz
foi escondido pela Lava Jato desde sempre. É preciso recordar que a Operação
Furna da Onça, da Lava Jato/RJ, deliberadamente excluiu Flavio Bolsonaro da
investigação realizada nos gabinetes dos 10 deputados e 16 assessores que
incorreram nos mesmos ilícitos e que, em vista disso, foram presos.
Por
inexplicável coincidência, os Bolsonaro demitiram Queiroz e a filha Nathália
dias antes da Furna de Onça ir a campo, numa espécie de “limpeza” da cena do
crime.
Queiroz
é um incômodo para a Lava Jato; é um acidente de percurso.
Está
claríssimo que vivemos um momento obscuro, de arbítrio e de ruptura
constitucional.
A
cassação daquela liminar do Marco Aurélio de Mello que restaurava a
Constituição mostra claramente 2 perspectivas.
A
primeira, é que o regime de exceção mantém um padrão permanente de
aprofundamento da ditadura jurídica. Qualquer brecha ou iniciativa política e
legal que ameace a higidez do regime, tem como resposta mais arbítrio e mais
violência contra a Constituição e as leis.
A
segunda perspectiva, é que o regime tem hierarquia de mando. Alguém como Moro,
Dallagnol, e Toffoli, por exemplo, que tem um general de estimação na inusitada
assessoria militar da presidência do STF, se situa no topo da cadeia alimentar
da ditadura – que, por enquanto, ainda não é militar.
A
Lava Jato nunca foi uma genuína operação jurídico-policial. A vinculação
partidária dos seus agentes incrustrados no judiciário, no MP e na PF está
fartamente documentada.
A
eleição do Bolsonaro empodera ainda mais os já empoderadíssimos agentes
fascistas da Operação e inaugura a fase 2.0 da Lava Jato, que tem Sérgio Moro
como piloto do Estado policial.
Por
debaixo do discurso hipócrita de combate à corrupção se esconde uma ideologia
ultraliberal e um projeto de poder que, para ser concretizado, requer o
aniquilamento dos inimigos – Lula, PT, esquerda, progressistas e toda
resistência democrática e popular.
Em
razão disso, e a despeito dos robustos indícios de peculato, lavagem de
dinheiro, organização criminosa e aumento patrimonial ilícito, Bolsonaro não
foi e não será alvo de qualquer investigação, porque ele é o vetor desse
projeto bárbaro que a burguesia quer impor no Brasil na base do arbítrio e
atentando contra a Constituição.
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