Por José Gilbert Arruda Martins (Professor)
Pelos
governos ditatoriais que vivemos ao longo da República, falar de Gestão
Democrática nas escolas não é coisa fácil. Grande parte de toda nossa estrutura
social e da estrutura e organização escolar é autoritária. Não fomos
acostumados a gerir nossas vidas e a educação com democracia.
“Devemos
enfatizar então que a democracia na escola por si só não tem significado. Ela
só faz sentido se estiver vinculada a uma percepção de democratização da
sociedade.” (Amélia
Hamze, profa. FEB/CETEC/FISO ISEB In: http://educador.brasilescola.com/gestao-educacional/gestao-democratica.htm)
Os artigos 14 da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) e 22 do Plano Nacional de Educação (PNE) indicam que os
sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público
na educação básica obedecendo aos princípios da participação dos profissionais
da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das
comunidades escolares e locais em conselhos escolares.
O que se percebe claramente na maioria das unidades
municipais do país é a criação de conselhos escolares vinculados ou à
prefeitura ou às direções das escolas, parece não existir de fato autonomia e
transparência nas decisões.
Esse fato está intimamente ligado à falta de
vivência democrática na sociedade como um todo. A implementação da gestão
democrática nas escolas públicas, passa pela construção de espaços de
participação popular nas decisões de governo, seja nacional, estadual ou
municipal.
Precisamos criar instrumentos efetivos de participação.
Podemos iniciar apoiando a nova lei de participação popular lançada
recentemente pelo governo. Precisamos fortalecer os instrumentos já existentes
e criar novos.
Precisamos estimular a participação das
comunidades; organizar seminários, encontros locais, regionais e nacionais
nesse sentido. Fortalecendo os instrumentos de participação democrática da
sociedade, seremos capazes de criar as condições para que os conselhos
escolares existam de fato e sejam autônomos.
Sem essa participação social, sem instrumentos
fortalecidos de participação, os Projetos Políticos Pedagógicos continuaram
letra morta.
“Na gestão democrática deve haver compreensão da
administração escolar como atividade meio e reunião de esforços coletivos para
o implemento dos fins da educação, assim como a compreensão e aceitação do
princípio de que a educação é um processo de emancipação humana; que o Plano
Político Pedagógico (PPP) deve ser elaborado através de construção coletiva e
que além da formação deve haver o fortalecimento do Conselho Escolar.” (Hamze,
2014)
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