REFORMAS DE BASE DO GOVERNO JOÃO GOULART
As Reformas
de Base apareceram com mais intensidade durante o governo do presidente João Goulart na
história do Brasil. A proposta era a reestruturação de uma série de setores
econômicos e sociais, mas a influência do pensamento de esquerda fez com que militares e políticos conservadores se
unissem para viabilizar o Golpe Militar de 1964 e afastar o então
presidente.
As propostas para
promoção de alterações nas estruturas políticas, econômicas e sociais começaram
a ser discutidas no Brasil ainda no decorrer do governo de Juscelino Kubitscheck, em 1958. Naquela
ocasião, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) apresentou uma alternativa para
garantir o desenvolvimento do país e a diminuição das desigualdades baseada na
execução de reformas. Os debates não avançaram muito e só voltaram à discussão
quando João Goulart assumiu a presidência deixada por Jânio Quadros, que renunciou, em setembro de
1961. As reformas de base se transformaram na bandeira do novo governo e seriam
responsáveis pelas ocorrências do mandato do novo presidente.
Sob a denominação de
“reformas de base” estavam reunidas iniciativas que visavam alterações
bancárias, fiscais, urbanas, administrativas, agrárias e universitárias. Para
completar, almejava-se oferecer o direito de voto paraanalfabetos e às patentes subalternas das
forças armadas. As medidas causariam uma participação maior do Estado em
questões econômicas, regulando o investimento estrangeiro no país.
Entre as mudanças
pretendidas pelo projeto de reforma apresentado, estava em primeiro lugar,
liderando os debates sobre o processo, a reforma agrária. O objetivo era reduzir os
combates por terras e possibilitar que milhares de trabalhadores tivessem acesso às terras.
As aspirações das
reformas pretendidas coincidiam com os anseios da classe média brasileira, dos
trabalhadores e dos empresários nacionalistas. Por esse motivo, grande parte do
povo brasileiro aderiu ao movimento, o que desagradou os setores mais
conservadores do Brasil. Enquanto isso, o povo pressionava o governo pela
efetiva implantação das propostas.
Em 1962 o presidente
João Goulart criou o Conselho Nacional de Reforma Agrária na
tentativa de agilizar a principal das reformas pretendidas, mas tal conselho
não ofereceu nenhum resultado prático. Naquele momento o Brasil vivia também um
regime parlamentarista, no qual o Presidente perde em
poderes para o Primeiro Ministro. O regimepresidencialista só foi restabelecido em
1963 por via de um plebiscito no qual a população escolheu a volta desse
sistema. João Goulart teve seus poderes restabelecidos e aproveitou para
promover medidas que antes eram barradas.
Em março de 1963 o Estatuto
do Trabalhador Rural de autoria do deputado Fernando Ferrari foi
aprovado no Congresso, através desse os trabalhadores do campo passavam a ter
os mesmos direitos dos trabalhadores urbanos, tendo até mesmo a sindicalização
fortalecida. Obviamente, os latifundiários e empresários do setor sentiram-se
imediatamente lesados e descontentes com tal medida.
No dia 3 de setembro
ainda de 1963 outra lei foi aprovada, esta alterava a estrutura de
contabilidade das grandes empresas estrangeiras e reduzia o altíssimo índice de
lucros que conquistavam no Brasil.
O somatório das duas
últimas leis deu início a um debate sobre conservadores e progressistas no
Brasil. Para que o presidente João Goulart tivesse todas suas medidas aprovadas
era preciso mudar a Constituição, o plano então foi chamar o povo para participar do projeto através de grandes comícios
que causassem a inflamação da população para pressionar o Congresso a promover
as medidas. Essa fase da investida do governo pela aplicação das reformas de
base começou no dia 13 de março de 1964 através de um grande comício na Central
do Brasil, Rio de Janeiro, no qualJoão Goulart e Leonel Brizola anunciavam
grandes mudanças no Brasil. Cerca de 150 mil pessoas estiveram presentes
naquele dia, o que desagradou mais ainda os setores conservadores. Como as
propostas eram influenciadas por pensamento de esquerda, os defensores do capitalismo e
membros da direita brasileira receavam quanto ao crescimento de um possível
governo em linhas comunistas no país. O comício na Central do Brasil foi
o momento derradeiro para determinar a organização da oposição, especialmente
dos militares, e dar início ao golpe de Estado que
tiraria ainda no mesmo mês, 31 de março, o presidente João Goulart do poder,
encerrando as tão almejadas reformas de base e estabelecendo uma ditadura
militar no país.
Fontes:
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/NaPresidenciaRepublica/As_reformas_de_base
http://www.fundaj.gov.br/docs/inpso/cpoli/JRego/TextosCPolitica/Mestrado/Cap_1/cap_01nota_07.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reformas_de_base
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/NaPresidenciaRepublica/As_reformas_de_base
http://www.fundaj.gov.br/docs/inpso/cpoli/JRego/TextosCPolitica/Mestrado/Cap_1/cap_01nota_07.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reformas_de_base
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