EM SP, MILHARES
REPUDIAM A DITADURA
Entidades querem
acionar a ONU contra governo
"Não vamos
sucumbir", dizia o arquiteto Ricardo Ohtake diante do monumento – que ele
projetou – em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos, no Ibirapuera, em
São Paulo, no encerramento de ato que reuniu milhares contra a ditadura e em
repúdio ao governo, que mandou celebrá-la.
O ex-secretário de
Direitos Humanos Rogério Sottili, atual diretor do Instituto Vladimir Herzog,
disse que a intenção é acionar o Ministério Público Federal (MPF) contra Jair
Bolsonaro.
O relator das Nações
Unidas para a Promoção da Verdade, Justiça e Reparação, Fabián Salvioli, também
será procurado.
Milhares de pessoas se
concentraram desde as 15h do domingo (31) no Parque do Ibirapuera, na zona sul
paulistana, em ato que começou com apresentações musicais e, ao entardecer,
teve uma passeata silenciosa em memória das vítimas da violência do Estado – de
ontem e de hoje.
Terminou já depois das
20h, com a cantora Fabiana Cozza interpretando o Canto das Três Raças (Mauro
Duarte/Paulo César Pinheiro), seguida pela multidão.
Ao final, flores, velas
e fotografias foram postas no monumento, enquanto muitos choravam e se
abraçavam.
Nenhum discurso foi
feito.
A passeata saiu do
interior do parque às 18h15, com os manifestantes em silêncio e segurando
velas.
A maioria vestia roupas
pretas, conforme pedido dos organizadores.
O vídeo que o Planalto
soltou hoje é de uma atrocidade, de uma provocação desmedida", afirmou,
referindo-se a vídeo divulgado nas redes sociais em defesa do golpe de 1964. É
justamente esse material que será usado contra o governo, lembrou o
ex-secretário de Direitos Humanos.
Na nota, o IVH e os familiares
afirmam que o presidente da República "quebrou seu juramento à
Constituição" ao determinar às Forças Armadas e ao Ministério da Defesa
que tomassem providências para celebrar o golpe.
A divulgação do vídeo
representou "um retrocesso inaceitável" e "uma ofensa contra as
vítimas que ainda não foram reparadas".
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