segunda-feira, 1 de abril de 2019

EM SP, MILHARES REPUDIAM A DITADURA (1.4.19)






EM SP, MILHARES REPUDIAM A DITADURA

Entidades querem acionar a ONU contra governo
"Não vamos sucumbir", dizia o arquiteto Ricardo Ohtake diante do monumento – que ele projetou – em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos, no Ibirapuera, em São Paulo, no encerramento de ato que reuniu milhares contra a ditadura e em repúdio ao governo, que mandou celebrá-la.
O ex-secretário de Direitos Humanos Rogério Sottili, atual diretor do Instituto Vladimir Herzog, disse que a intenção é acionar o Ministério Público Federal (MPF) contra Jair Bolsonaro.
O relator das Nações Unidas para a Promoção da Verdade, Justiça e Reparação, Fabián Salvioli, também será procurado.
Milhares de pessoas se concentraram desde as 15h do domingo (31) no Parque do Ibirapuera, na zona sul paulistana, em ato que começou com apresentações musicais e, ao entardecer, teve uma passeata silenciosa em memória das vítimas da violência do Estado – de ontem e de hoje.
Terminou já depois das 20h, com a cantora Fabiana Cozza interpretando o Canto das Três Raças (Mauro Duarte/Paulo César Pinheiro), seguida pela multidão.
Ao final, flores, velas e fotografias foram postas no monumento, enquanto muitos choravam e se abraçavam.
Nenhum discurso foi feito.
A passeata saiu do interior do parque às 18h15, com os manifestantes em silêncio e segurando velas.
A maioria vestia roupas pretas, conforme pedido dos organizadores.
O vídeo que o Planalto soltou hoje é de uma atrocidade, de uma provocação desmedida", afirmou, referindo-se a vídeo divulgado nas redes sociais em defesa do golpe de 1964. É justamente esse material que será usado contra o governo, lembrou o ex-secretário de Direitos Humanos.
Na nota, o IVH e os familiares afirmam que o presidente da República "quebrou seu juramento à Constituição" ao determinar às Forças Armadas e ao Ministério da Defesa que tomassem providências para celebrar o golpe.
A divulgação do vídeo representou "um retrocesso inaceitável" e "uma ofensa contra as vítimas que ainda não foram reparadas".
 

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