sábado, 29 de março de 2014

A falácia das Elites sobre a importância da Educação


A falácia das elites sobre a importância da Educação

Por: José Gilbert Arruda Martins (Betinho do “seu” Amadeu)*

LUTA...MUITA LUTA. O governo Agnelo, do Partido dos Trabalhadores aqui em Brasília-DF, relutou em sentar e negociar, os professores e professoras tiveram que fazer no ano passado, uma greve de 52 dias, mas conseguiram agora no início de abril/2013, um acordo provisório; provisório por que a conquista não foi satisfatória, não foi alcançado a tão sonhada isonomia, mas o governo sinaliza com uma minúscula preocupação com a Educação. E em São Paulo? Geraldo Alckmin do PSDB precisa sentar para negociar, não é de bom alvitre tratar os professores e a educação dessa forma.
O país está cansado dessa “lenga...lenga” que defende a educação como ferramenta importante para o desenvolvimento da nação. Os professores, professoras, pais, mães, alunos e alunas aguardam há mais de um século para que os governos adotem um projeto de desenvolvimento que leve em conta de forma verdadeira a Educação, por enquanto não passou de discurso vazio para ganhar eleição.
Importantes lutas foram travadas ao longo do século passado, intelectuais, professores e professoras foram às ruas numa batalha incansável pela transformação da educação brasileira, mas, nada concretamente, foi feito.
Perdemos tempo, muito tempo. Com o desenvolvimento industrial dos anos 1940 aos dias atuais a preocupação parece ter sido apenas no sentido de preparar mão de obra e, nem isso o país conseguiu conquistar e só ver a dificuldade que temos em alocar especialistas em várias áreas da economia e nas empresas.
Estamos perdendo tempo, muito tempo. O Estado brasileiro, nos últimos decênios privilegiou uma educação escolar elitista e excludente, o sistema de organização da educação escolar, até os anos 2000 era desconectada, não havia uma relação estreita entre o Ensino Infantil, Fundamental, Médio e Superior, só nos últimos anos o governo iniciou uma reestruturação dessa importante máquina e deu sentido de continuidade e integração mas, ainda é muito pouco.
Estamos perdendo tempo, muito tempo. Em Brasília, Distrito Federal, o governo paga aos professores e professoras remuneração aquém da remuneração dos funcionários do mesmo governo que possuem graduação em nível superior, esse fato, que acontece praticamente em todo o território nacional, afasta os jovens das Licenciaturas, para eles, jovens, além de ser uma profissão difícil, é mal remunerada e, parecesse que perdeu sua luz, sua importância.
Estamos perdendo tempo, muito tempo. Em Brasília, Distrito Federal, cidade sede, cidade administrativa, um professor de contrato temporário 40 horas recebe uma remuneração de cerca de R$ 4 mil, um médico, recém-formado com contrato temporário de 40 horas – sem querer retirar a importância do médico, que também precisa e deve receber remuneração à altura – recebe um salário, segundo as últimas notícias, de R$ 10 mil. Para que estudar tantos anos para ser professor? Fica a pergunta.
Por todo o exposto, e as perguntas sem respostas, fica uma certeza, a distância entre o discurso e a prática governamental é de anos-luz.



*Professor de História de Escola Pública em Brasília-DF.

Nenhum comentário:

Postar um comentário