quinta-feira, 14 de abril de 2016

Balanço positivo de ontem (13/04) contra o golpe

por José Gilbert Arruda Martins

Os golpistas e traidores estão desesperados, a reunião dos deputados com a presidenta Dilma Roussef ontem à tarde no Palácio do Planalto fez desmoronar as ações golpistas que já cantavam vitória.

Deputados de diversos partidos ontem no Palácio do Planalto com Dilma contra o golpe.


Definitivamente estamos prestes a enterrar esse hediondo golpe contra nossa jovem democracia, e o dia de ontem nos mostrou isso.

A todo momento mais e mais pessoas chegam à Capital Federal e juntam nos hotéis, pousadas e acampamentos para a luta de domingo (17/04) contra o golpe.

Ontem tivemos o Ato Pró Democracia em frente ao anexo III da Câmara com centenas de pessoas e vários deputados e deputadas de partidos diferentes falando contra o golpe e dando detalhes das artimanhas absurdas de Eduardo Cunha.

O encerramento do Ato da Câmara foi em frente ao Congresso junto aos militantes do MST que já se encontravam no local.

O Deputado Federal Rubens Otoni (PT-GO), em mensagem divulgada nos grupos do watzap fez um balanço que passo a reproduzir agora:

1. Pressão/apoio popular aos parlamentares está mais equilibrada. Isso fará a diferença nesta reta final.

2. Chegamos à fase do voto a voto, que se bem trabalhada pode nos favorecer. Mesmo nas bancadas que defendem o golpe, estamos abrindo dissidências que no final poderão ser a diferença.

3. Agenda de Mobilização contra o golpe em Brasília foi muito positiva e teve excelente repercussão.

4. Governou intensificou as articulações políticas para garantir um grupo de apoio com toda a segurança.

A avaliação é que fechamos o dia com 206 votos contra o golpe, o que significa dizer  que a oposição teria cerca de 300 votos quando necessitaria de 342.

Mas as Boas Notícias de hoje não devem nos tranquilizar. Devem sim nos animar a intensificar  o trabalho em todos os níveis.

Não Vai Ter Golpe.




Não Vai Ter Golpe, não acredite nos números do PIG

na Rede Brasil Atual

Não acreditem na "guerra dos números" da velha mídia golpista.


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Ontem estivemos no Ato Pró Democracia na Câmara dos Deputados, centenas de funcionários da Câmara e companheiros de outros órgãos se fizeram presentes e, na fala dos deputados e deputadas, foi dito em alto e bom som que os números divulgados pelo Partido da Imprensa Golpista (PIG), não são verdadeiros.

Durante a fala da deputada Maria do Rosário (PT-RS), foi lida uma mensagem do deputado Paulo Teixeira (PT) enviada do Palácio do Planalto onde acontecia uma reunião de apoio de deputados de diversos partidos à Dilma e contra o golpe.

Entre esses partidos, vários parlamentares do PP, que, atendendo ao bom senso democrático, resolveram votar contra o golpe.

Portanto, terminamos o dia de ontem com mais de 206 votos certos contra o impeachment. Não acreditem e não se deixem abalar pelo bombardeio midiático do PIG.

Vamos continuar mobilizados, mandando mensagens aos deputados, participando dos atos pró democracia.

E confiantes, Não Vai Ter Golpe!

quarta-feira, 13 de abril de 2016

A verdade sobre a reunião do PP

por José Gilbert Arruda Martins

"Não acreditem na grande mídia porque ela é parte do golpe! Ela é o golpe! A verdade sobre a reunião do PP: 44 presentes, 26 pela saída da base aliada, 12 contrários, 6 abstenções e 7 ausentes. Teremos os votos do PP com os quais já contávamos, mesmo com a saída do governo. Vamos derrotar o golpe!"


Ontem acompanhamos via redes sociais a saída do PP da base de apoio ao governo. Tudo indica que a saída foi parte de uma reunião da direção do partido com o sr. Michel Temer, o grande articulador do golpe.

A notícia deixou a todos nós, que lutamos dia a dia contra o golpe, chateados e preocupados com os números do impeachment.

Pois bem, a história, que foi alardeada pela rede Globo e demais veículos golpistas, não contou a verdade, foi mais uma manipulação para dificultar ainda mais a situação e colocar ainda mais lenha na fogueira.

Para desmentir a grande, velha, carcomida e golpista mídia brasileira, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), nos enviou a seguinte mensagem ao final da tarde de ontem:

"Não acreditem na grande mídia porque ela é parte do golpe! Ela é o golpe!A verdade sobre a reunião do PP: 44 presentes, 26 pela saída da base aliada, 12 contrários, 6 abstenções e 7 ausentes. Teremos os votos do PP com os quais já contávamos, mesmo com a saída do governo. Vamos derrotar o golpe!"
Portanto, podem acreditar, temos os números para impedirmos essa insanidade de parte do parlamento.

Não vamos esfriar ao contrário, vamos lutar ainda mais, continuem animados e participando de todos os eventos contra o golpe.

Deputado Alberto Fraga (DEM-DF) recebeu dinheiro sujo segundo o MPF

por José Gilbert Arruda Martins

Como em todas as unidades da Federação, em Brasília também temos "nossos" golpistas, dos 8 deputados federais 7 são golpistas, a única que se salva é a deputada Érika Kokay do PT.

 
deputado Alberto Fraga (DEM - DF)

Entre os golpistas da Capital Federal tem um chamado Alberto Fraga (DEM), um militar reformado, defensor da violência, que faz uma campanha sórdida contra os Movimentos Sociais. 

Grande arauto da "filosofia" - bandido bom é bandido morto -, defende o armamento da população como alternativa à violência e que está envolvido até o pescoço com corrupção segundo a Lava Jato.

A arrogância do deputado Fraga esbarrou nas ações desta semana do Lava Jato, quem afirma é o Ministério Público Federal, como parte da 28° fase das investigações.

O ex-senador Gim Argello foi preso na 28a. fase da operação Lava jato. O MPF diz que ele recebeu 5 milhões da empreiteira UTC em troca não convocar os empreiteiros na CPI da Petrobras. E que esse dinheiro foi para pagar a campanha de aliados de sua coligação nas eleições de 2014, um deles o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), um dos golpistas do impeachment.

O "paladino" da moral e da ética do Distrito Federal recebeu dinheiro sujo segundo a justiça.

O deputado que deflagrou verdadeira "caça" ao governo de Agnelo (PT-DF), com uma campanha implacavelmente violenta e diária, agora deverá ser pego e chamado a explicar os R$ 5 milhões. Será?


terça-feira, 12 de abril de 2016

MST repudia tentativa de criminalização do Movimento por parlamentares

por José Gilbert Arruda Martins

Ontem estivemos mais uma vez nas ruas de Brasília na luta contra o golpe. Desta feita fomos ao acampamento do MST e de lá em Marcha para o Congresso.

Foto PG

O MST mostra como combater golpista com cânticos anticapitalistas, antiCunha, AntiGolpe e só, não tem violência, tem carinho, amor e muita disposição para a luta.

A PMDF, comandada por um militar indicado pelo deputado federal do DEM-DF sr. Fraga, armou um aparato enorme cercou, buzinou, se mostrou, mas, como é de costume dos Movimentos Sociais, tudo saiu na Paz.

Não fosse a prisão de um homem pego com cerca de R$ 16 mil, o rapaz foi levado para a 5a. DP e a imprensa golpista alardeou como sendo um militante do MST.

O que foi logo desmentido, o homem estava olhando a manifestação, não faz parte do movimento e o dinheiro, ao contrário do que afirmou a PM a P Civil e a imprensa, era de uma rescisão trabalhista.

Precisamos nos preparar, a PM a PC e a imprensa irão fazer de tudo para nos prejudicar nessa fase final de luta contra o golpe.

na página do MST

Deputados usaram a tribuna da Câmara dos Deputados para reproduzir mentiras sobre o MST, baseadas em matérias mal apuradas pela imprensa e supostos áudios da polícia

Confira.

Nota de Repúdio

O MST repudia de forma veemente a tentativa de criminalização do Movimento por parte do deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), Felipe Maia (DEM-RJ) e Major Olímpio (SD-SP). Estes deputados usaram a tribuna da Câmara dos Deputados para reproduzir mentiras sobre o MST, baseadas em matérias mal apuradas pela imprensa e supostos áudios da polícia.

Na noite desta segunda (11/4), durante o ato em defesa da Democracia promovido pela Frente Brasil Popular, José Carlos dos Santos foi detido por portar uma quantidade de dinheiro em sua mochila, o que foi considerado suspeito pela polícia militar do DF.

O senhor José Carlos, que não integra o MST nem em sua base militante, nem em suas instâncias diretivas, prestou seus esclarecimentos, declarou a origem do dinheiro e foi liberado. Segundo informações prestadas pelos policiais da 5° DP de Brasília ao MST, o senhor Santos afirmou não ser integrante de nenhum partido, ou movimento algum, tendo ido à manifestação por ato individual, que também é legítimo.

Neste sentido, também repudiamos a matéria veiculada no site das Organizações Globo, G1, que afirma uma mentira em sua apuração (ou a falta dela). Em nenhum momento, o site entrou em contato com o MST para confirmar a associação de um militante a um suposto crime, como tentam insinuar.

Não é a primeira vez que os meios das Organizações Globo criminalizam, ou silenciam os movimentos sociais do Brasil.  No mínimo, o G1 deveria se retratar e informar aos seus leitores seu erro grosseiro.

O MST integra o acampamento nacional em Brasília, cujo principal objetivo é organizar a luta contra o golpe contra a democracia em curso na Câmara dos Deputados. Continuaremos a luta, denunciando as manifestações fascistas, preconceituosas e criminalizatórias dos setores mais conservadores do País, que só operam a retirada dos direitos conquistados a muito custo pelo povo brasileiro.

#NãoVaiTerGolpe

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Intolerância - Imagem de Orixá é incendiada na Prainha

por José Gilbert Arruda Martins

Com a vinda dos povos africanos ao Brasil - aqui vendidos como mercadoria destinada à escravidão - veio também sua milenar cultura e formas de cultuar Deus e outras entidades transcendentes. 


Não se trata, portanto, de uma cultura e religiosidade qualquer: quando falamos da África, precisamos ter em conta de que aquele continente vem a ser o berço da raça humana e, por conseguinte é, igualmente, um importante polo cultural onde se desenvolveram as primeiras grandes religiões do mundo, o culto aos ancestrais, os Orixás.

Oxalá           Foto: PG

A imagem do Orixá Oxalá foi incendida neste final de semana na Prainha aqui em Brasília. Não foi a primeira vez, no final do ano passado outra imagem foi atacada. A intolerância e o desrespeito às religiões de matriz africana tem crescido na Capital Federal e no País. Por que?

Veja o vídeo:




Uma das explicações e o desconhecimento da história da África e da escravidão negra brasileira, isso talvez seja um dos motivos para tanta violência e intolerância.




Nosso currículo escolar, apesar da lei n° 10.639/2003 que torna obrigatório o ensino da história e da cultura negra nas escolas, continua a "esquecer" quase tudo que ligue a história brasileira aos africanos e à escravidão.

Precisamos mudar urgentemente essa realidade em nossas escolas. 

Educadores e educadoras de todos os níveis - Ensino Fundamental, Médio e Superior -, precisam se reciclar, participar de cursos que envolvam esses temas e levar para o debate nas salas de aula.

A escola brasileira precisa respirar esses assuntos no seu dia a dia.

A história da África e da Escravidão Negra não pode continuar passando ao largo, sendo temas de debates esporádicos.

Precisa definitivamente entrar na grade e ser trabalhado todos os dias como tema comum das disciplinas.





Em solo brasileiro a religiosidade de origem africana adaptou-se à realidade do regime escravocrata e cristão-católico. Contudo, mesmo sob grande privação, a força milenar da fé desse povo (re)nasceu das cinzas nas senzalas das fazendas e nos quilombos, formando uma vasta gama de denominações religiosas “afro-brasileiras”.
Conhecemos as religiões afro-brasileiras como Candomblé, Batuque (no RS), Umbanda (a mais tipicamente brasileira), Xangô, Tambor de Minas, Cabula, Encantaria, entre outras tantas.
Com a vinda dos povos africanos ao Brasil - aqui vendidos como mercadoria destinada à escravidão - veio também sua milenar cultura e formas de cultuar Deus e outras entidades transcendentes. Não se trata, portanto, de uma cultura e religiosidade qualquer: quando falamos da África, precisamos ter em conta de que aquele continente vem a ser o berço da raça humana e, por conseguinte é, igualmente, um importante polo cultural onde se desenvolveram as primeiras grandes religiões do mundo, o culto aos ancestrais, os Orixás.

Visita à nova sede da Fundação Palmares

por José Gilbert Arruda Martins

"O silêncio existente sobre a participação do negro na história do Brasil retrata um dos aspectos perversos do racismo na sociedade brasileira. No ensino de história é negado o protagonismo negro e aprendemos erroneamente que as grandes lideranças, os grandes feitos das personalidades do país, foram protagonizados somente pelos brancos."


                                             Gilbert, Cida Abreu e Ivana Maria


Como mudar a realidade do Ensino de História que coloca em segundo plano os negros e negras brasileiras?

Uma das saídas é, efetivamente colocar em prática a lei 10.639 que torna obrigatório o ensino da história e da cultura negra nas escolas, essa seria uma das alternativas.

Outra é levar a Fundação Palmares para o "encontro" com os jovens das periferias de todas as cidades grandes do País, num projeto grandioso, multicultural e multidisciplinar.

Dandara o seu companheiro Zumbi dos Palmares, Francisco José do Nascimento "O Dragão do Mar", Luíza Mahin, Carolina Maria de Jesus...ficariam animados e felizes com a nova, sofisticada e eficaz Fundação Palmares.

Quinta-feira passada (07/04) estivemos no Ato das Mulheres pela Democracia no Palácio do Planalto, antes, fomos fazer uma visita a grande amiga e companheira de luta, uma pessoa batalhadora, militante incansável da causa negra e dos trabalhadores e trabalhadoras desse País e que desde maio de 2015 é a nova presidenta da Fundação Palmares, Cida Abreu.

Gilbert, Cida Abreu e Ivana Maria

Logo no rol de entrada fomos muito educadamente e respeitosamente recebidos e encaminhados ao 7° andar.

A nova Sede da Fundação Palmares além de muito linda, bem situada, tem um ar de sofisticação e beleza que chama a atenção dos visitantes, além claro, do pessoal que trabalha receber a todos e todas com alegria e respeito.




Esse ar de beleza, sofisticação e simplicidade ao mesmo tempo é parte de uma política implantada pela nova presidenta, o povo negro merece ser bem recebido, bem orientado nos seus direitos.


Prof. Gilbert, Márcia(chefe de gabinete) e Ivana Maria


Com a nova presidenta Cida Abreu a Fundação que antes funcionava escondida na Asa Norte, foi instalada no centro comercial sul, coração da vida administrativa e econômica da Capital Federal.




Mas a mudança não foi apenas esta, a nova presidenta vem aproximando cada vez mais a Fundação Palmares do provo negro e das periferias com projetos maravilhosos.

Ao longo dos próximos meses iremos divulgar aqui as atividades principais da Fundação.

Abaixo um pouco da história da Fundação Palmares.

"No dia 22 de agosto de 1988, o Governo Federal fundou a primeira instituição pública voltada para promoção e preservação da arte e da cultura afro-brasileira: a Fundação Cultural Palmares, entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC). A FCP comemora meio quarto de século de trabalho por uma política cultural igualitária e inclusiva, que busca contribuir para a valorização das manifestações culturais e artísticas negras brasileiras como patrimônios nacionais.
Nesse quarto de século, a FCP já emitiu mais de 2.476 certificações para comunidades quilombolas. O documento reconhece os direitos das comunidades quilombolas e dá acesso aos programas sociais do Governo Federal. É referência na promoção, fomento e preservação das manifestações culturais negras e no apoio e difusão da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da História da África e Afro-brasileira nas escolas. A Fundação Palmares já distribuiu publicações que promovem, discutem e incentivam a preservação da cultura afro-brasileira e auxiliam professores e escolas na aplicação da Lei.
• Comprometimento com o combate ao racismo, a promoção da igualdade, a valorização, difusão e preservação da cultura negra;
• Cidadania no exercício dos direitos e garantias individuais e coletivas da população negra em suas manifestações culturais;
• Diversidade no reconhecimento e respeito às identidades culturais do povo brasileiro.
Para guiar as linhas macro de trabalho, foram criadas três estruturas administrativas: O Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro (DPA); O Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira (DEP); e o Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC)."

DEFESA DA DEMOCRACIA - Querem transformar o Estado brasileiro em propriedade privada, diz Raquel Rolnik

na Rede Brasil Atual

Professora analisou a crise política em aula pública no centro de São Paulo, que reuniu também lideranças como Gregório Duvivier, Bebel Noronha, Carina Vitral e Guilherme Boulos


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Carina Vitral disse que estudantes estão alinhados em torno da convicção pela defesa da democracia

São Paulo – Os comitês de estudantes em defesa da democracia das universidades promoveram hoje (9) aula pública na praça Roosevelt, centro de São Paulo, para ouvir de lideranças análises sobre a crise política, que na próxima semana se aglutina com a votação do parecer sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara Federal.
A urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) Raquel Rolnik pôs no centro da crise política a questão da privatização do Estado brasileiro, em um processo em curso. “A questão que está colocada, a crise, ela tem um nome, um responsável, que é a privatização do Estado brasileiro e a transformação da política e do Estado como negócio, de sua apropriação como propriedade privada, em uma coalização com empresários, bancos, redes de comunicação”, disse.
A professora também disse que a aliança conservadora busca estabelecer um Estado para servir aos interesses de dinheiro e poder de grupos econômicos, por meio de uma estratégia midiática e jurídica. Também disse que essa estratégia volta-se para a corrupção para estabelecer uma cortina de fumaça. “É como se a corrupção fosse o maior problema, mas este na verdade é a apropriação radical do Estado pelos interesses do mercado.”
Antes de Raquel Rolnik, o escritor, ator e humorista Gregório Duvivier se disse preocupado “porque cada vez mais o grito ‘não vai ter golpe’ torna-se obsoleto, o golpe está em andamento, esse golpe está sendo articulado há muito tempo”. Duvivier também disse que “se a Dilma continuar, continua em nome de quê? Que não seja com uma aliança conservadora, que é uma aliança das mais espúrias do mundo. Eu não vou comemorar votos (contra o impeachment) dados pelo PP em troca de ministério”.
Duvivier também fez um apelo ao público: “É uma coisa muito comum, eu acho, na esquerda de um modo geral, e também na direita, ver o outro que não pensa igual como um golpista, mas são milhões de mal informados, que recebem o pior tipo de informação. São milhões de vítimas, e não são golpistas. Existe um projeto de desinformação no Brasil, são milhões de pessoas que são vítimas. Então, quando eu vejo as pessoas indo pedir o impeachment, eu não vejo golpistas, mas vítimas”, disse, para em seguida conclamar as pessoas a provocar uma aproximação: “Temos de estender a mão a elas, e todos nós temos essas pessoas na família. Não dá para segregar e chamar de golpista e de fascista. O Brasil não tem milhões de fascistas. Existem sim pessoas que não sabem o que estão falando. Temos de estender a mão e informação de qualidade, afeto também, as pessoas só querem ser amadas, e lembrar que o amor vai vencer, que essa luta contra o golpe seja uma obra de amor”.
“Eu vejo muito o outro lado falando em ódio, xingando, mas não podemos usar das mesmas armas. A Janaína Paschoal é fascista, e temos de parar de usar a arma do lado de lá que é o ódio”, disse também Duvivier. “Vamos usar as nossas armas, o amor, o convencimento, o amor contra o golpe, precisamos de empatia, empatia com o lado de lá. Existem mil razões para estar insatisfeito com o PT, e é bom lembrar que nós estávamos insatisfeitos antes de as pessoas estarem nas ruas, estamos falando isso há muito mais tempo”.
Representando do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos falou que acha importante a sociedade entender o que está em curso no cenário político do país com a possibilidade deimpeachment de Dilma. Para ele barrar o que chamou de golpe, é defender a democracia e não defender o governo Dilma e suas políticas.
“Muitos de nós, que estivemos e estamos nas mobilizações, não defendemos essas políticas. Não defendemos ajuste fiscal, não defendemos megaprojetos que passam por cima de comunidades, de tudo e de todos. Não defendemos reforma da previdência, não defendemos uma política que faz com que o andar de baixo, dos trabalhadores, da juventude, dos mais pobres, paguem a conta dessa crise”, disse Boulos.
Participaram também da aula pública Laura Carvalho, professora de Economia da USP; a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel; a presidenta da União Nacional dos Estudantes, Carina Vitral; e Sandra Mariano, da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen). Integraram a organização do evento estudantes de diversas universidades, incluindo USP, Cásper Líbero, Pontifícia Universidade Católica , Mackenzie, Faculdades Metropolitanas Unidas, Metodista, Unicamp e a Fundação Escola de Sociologia e Política (Fespsp).

METRÔ - Vídeo revela trens sem uso pelos quais Alckmin pagou R$ 630 milhões

na Rede Brasil Atual

"Você compraria dois carros com objetivo de usar um e deixar o outro parado em casa? Não, ninguém faria isso", ressaltou o presidente do Sindicato dos Metroviários. Trens estão na Linha 5-Lilás

por Rodrigo Gomes, da RBA

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São Paulo – Vídeos produzidos pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo mostram uma frota de trens comprados pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), a partir de 2013, para atender aos usuários da Linha 5-Lilás do Metrô, que liga o Capão Redondo a Adolfo Pinheiro, na zona sul da capital paulista, que segue sem uso e fica estacionada ao longo do trecho de circulação. Nas imagens é possível identificar 12 dos 26 trens da frota P, comprados por R$ 630 milhões, mas que nunca foram colocados em serviço porque o sistema de operação é incompatível com o sistema das vias. Parte dos trens está parada no Pátio Capão Redondo.
As composições identificadas nos vídeos são: P21, P12, P34, P15, P22, P10, P19, P16, P20, P11, P18 e P02. Não é possível ver a identificação de alguns trens. Segundo os metroviários, há ainda dez trens da frota P parados na fábrica da CAF, em Hortolândia, interior de São Paulo. “O governo Alckmin paga aluguel para a empresa para manter essas composições lá. Mas não há transparência sobre quanto é pago, nem há quanto tempo”, disse o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior.
O motivo de o governo Alckmin ter adquirido esses trens sem ter como utilizá-los é objeto de investigação do Ministério Público Estadual, desde o ano passado. “Você compraria dois carros com objetivo de usar um e deixar o outro parado em casa? Talvez quando quebrasse uma peça de um ir lá retirar do outro? Não, ninguém faria isso. Então o governador precisa explicar por que comprou composições sem perspectiva de uso”, afirmou Altino.
Outra preocupação dos trabalhadores é que a garantia das composições é de quatro anos, mas, como eles não foram usados, perderam-na. Tem havido oxidação e desgaste na parte externa dos trens, por conta da exposição às intempéries. Além disso, componentes sem uso se degradam, levando à possibilidade de os trens apresentarem falhas quando começarem a ser colocados em uso.
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“É dinheiro público jogado fora. Não tem planejamento, não tem prioridade ao transporte público. Agora precisa ver qual foi o objetivo de gastar tanto dinheiro em uma coisa que não poderia ser utilizada pela população”, afirmou Altino, cobrando apuração do caso.
A ferrovia está sendo construída desde 1998, quando era a Linha F da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Após inúmeras alterações no prazo de entrega das 17 estações, que vão ligar o Capão Redondo à Chácara Klabin, integrando-se com a Linha 2-Verde, a previsão atual de conclusão é 2018. Nem mesmo o pátio de estacionamento Guido Caloi, que abrigaria a frota P, foi concluído.
A Linha 5-Lilás transportou 269 mil passageiros por dia, em média, em 2015. E o atendimento é feito por oito trens da frota F, de 2001. Embora o trecho seja curto, com sete estações e 9,6 quilômetros de extensão, não tendo condições de receber muitas composições, o principal problema é que os trens da frota F operam como o sistema ATO, incompatível com o sistema CBTC dos trens novos da frota P. A principal diferença é que o CBTC permite reduzir a distância entre os trens, agilizando a circulação.
Procurado, o Metrô não se manifestou.

Abaixo, os vídeos revelando as composições inoperantes pelas quais o governo Alckmin gastou R$ 630 milhões e ainda não há previsão de quando poderão atender à população.


INCLUSÃO - Refugiados recebem bicicletas para facilitar mobilidade

na Rede Brasil Atual

Foram doadas 34 unidades para facilitar o deslocamento no espaço urbano; as bicicletas são usadas e foram consertadas pela organização não governamental (ONG) Rodas da Paz

por Mariana Branco, da Agência Brasil

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Hoje foi a segunda vez que a agência da ONU fez a mediação da doação da Rodas da Paz a refugiados no Brasil

Brasília – Refugiados de vários países que vivem no Distrito Federal receberam hoje (10) 34 bicicletas para facilitar o deslocamento pelos espaços urbanos. As bicicletas são usadas e foram consertadas para a doação, feita pela organização não governamental (ONG) Rodas da Paz. O projeto é feito em parceria com a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e com o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), ONG que auxilia os migrantes.
O coordenador do projeto de doações e conselheiro da Rodas da Paz, Rafael Barros, afirma que a ideia é que os refugiados contem com um meio de transporte acessível. “(Com a bicicleta) você não precisa mais gastar com transporte público. Além disso, há pessoas que não têm condições de comprar um carro. Andar de bicicleta é também um jeito de conhecer a cidade”, comenta. Já Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Acnur no Brasil, destaca os benefícios sociais do uso da bicicleta.
“É um fator fundamental de mobilidade, que ajuda também na integração social das pessoas. Um dos nossos principais objetivos é fazer com que eles se integrem ao Brasil, à comunidade onde vivem”, destaca Godinho. O porta-voz conta que é a segunda vez que a agência da ONU faz a mediação da doação da Rodas da Paz a refugiados no Brasil. “Há dois ou três anos, houve outra doação”, diz. Ele explica ainda que o IMDH fez a seleção de quem receberia as bicicletas.
Para o paquistanês Haron Ali, 21 anos, a bicicleta será útil para percorrer o caminho de casa até a estação do metrô em Samambaia, cidade distante cerca de 30 quilômetro de Brasília. “Eu vou de metrô até a rodoviária (do Plano Piloto, terminal de ônibus na região central da capital). De lá, vou pegar ônibus para a universidade”, relata ele, que cursa enfermagem na Universidade de Brasília (UnB).
Haron veio para o Brasil há dois anos, acompanhado do irmão. Os pais deles já viviam aqui há cinco anos. O motivo, segundo o jovem, foi a realidade de conflitos na cidade de Peshawar, onde o Exército paquistanês combate militantes islamitas. O colombiano Arvey Mina, 52 anos, também preferiu vir para o Brasil a permanecer em Calí, cidade onde morava.
“Há muita falta de segurança, guerrilha, conflito armado”, diz ele sobre o local onde vivia. O auge dos confrontos entre facções armadas na Colômbia foi nos anos 1980 e 1990. No entanto, diz Arvey, ainda há violência. Ele veio para o Brasil há três anos, acompanhado da esposa e do filho.
A família mora na Fercal, em Sobradinho, a 20 quilômetros de Brasília. Arvey trabalhava em uma fábrica de cimento, mas conta que foi dispensado em função da crise. “No momento, estou desempregado”. Segundo ele, a distância entre o ponto de ônibus e sua casa é grande, daí a necessidade de uma bicicleta. O colombiano ganhou uma e o filho de oito anos, outra.
A mobilização para a doação de bicicletas ocorreu no Parque da Cidade, região central de Brasília, e foi parte do Dia Mundial das Boas Ações. A data foi criada em Israel em 2007 e, no Brasil, sua comemoração é organizada pela ONG Atados. A entidade une pessoas a organizações sociais por meio de uma plataforma de trabalho voluntário na internet.

Neste domingo, além da doação de bicicletas a refugiados, o Dia das Boas Ações incluiu um encontro de comerciantes autônomos, aulas de ioga, apresentações culturais e workshops sobre temas como reaproveitamento de alimentos, grafitagem de bicicletas e criação de hortas urbanas.

CONTRA A VIOLÊNCIA - Vigília na Catedral de Brasília homenageia camponeses mortos na última semana

na Rede Brasil Atual

Cerca de 100 pessoas homenagearam os dois camponeses mortos em confronto com a polícia na última quinta-feira (7), no Paraná, e um terceiro, assassinado no dia anterior, na Paraíba

por Felipe Pontes, da Agência Brasil

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Ato em Quedas do Iguaçu cobra a punição dos responsáveis pelas mortes e o fim da violência policial

Brasília – Cerca de 100 pessoas participaram, na noite de ontem (9), de uma vigília em frente à Catedral Metropolitana de Brasília para homenagear os dois camponeses mortos em confronto com a polícia na última quinta-feira (7), no Paraná, e um terceiro, assassinado no dia anterior, na Paraíba. Todos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Vilmar Bordin, de 44 anos, e Leonir Bhorbak, de 25 anos, faziam parte do Acampamento São Tomás Balduíno, localizado numa fazendo da empresa de celulose Araupel, no município de Quedas do Iguaçu (PR). Ambos foram enterrados na manhã de ontem. Na noite do dia anterior (6), o camponês Ivanildo Francisco da Silva, que não teve a idade divulgada, foi assassinado a tiros, em casa, diante da filha de um ano, no assentamento do qual era uma das lideranças, no município de Mogeiro (PB).
Uma ampla faixa com os dizeres “Se calarmos, as pedras falarão” foi aberta em frente à catedral, enquanto os participantes discursavam e cantavam em solidariedade aos mortos, trazendo nas mãos velas e cruzes com os nomes dos homenageados.
“Vim aqui hoje por acreditar na justeza da pauta da luta pela terra. É injusto você ter uma concentração de terra tão grande na mão de poucos”, disse a servidora pública Maria do Socorro, de 53 anos, que contou ter comparecido espontaneamente, após ver uma publicação sobre o ato nas redes sociais.
As autoridades de segurança paranaenses e o MST deram versões conflitantes sobre o episódio. O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, determinou que a Polícia Federal abra inquérito próprio sobre o caso.
Presente ao ato, o ex-ministro Gilberto Carvalho afirmou que “o motivo dessas mortes é provocar medo”. Ele encorajou o MST a não recuar em sua pauta de reivindicações.

Na manhã deste sábado, um ato foi organizado pelo MST no Paraná, em protesto contra a morte dos trabalhadores. O ato foi realizado em Quedas do Iguaçu, no oeste do Paraná. O ato começou por volta das 10h e se estendeu até as 14h. Durante o protesto, além de cobrar a punição dos responsáveis pelas mortes, os manifestantes pediram o fim da violência policial contra militantes do MST.

sábado, 9 de abril de 2016

PSDB do Estado de São Paulo rouba merenda como parte da privatização da Educação Pública

por José Gilbert Arruda Martin

Depois do roubo da merenda das crianças, Escolas Estaduais de São Paulo pedem aos pais e mães ajuda. Por incrível que pareça é o que mostra a imagem de uma agenda de estudante na foto. No pedido tem nome da professora e o bilhete recomendando à família da criança que ajude.


Quer dizer, além de bater em professores e professoras, além de bater e prender alunos e alunas e fechar escolas, o projeto do PSDB - não apenas em São Paulo -, é simplesmente sucatear a Educação Pública, desacreditá-la perante a sociedade e, em pouco tempo enfiar as OS e logo depois privatizar.

Esse é o projeto do PSDB que a velha mídia golpista como a Globo, a Veja, a IstoÉ, o Estadão, a Folha de São Paulo, a rádio Jovem Pan...escondem do público.

O PSDB e demais partidos seguidores - DEM, PPS, PMDB (talvez não todo os seus membros), querem para o Brasil, um projeto empresarial onde tudo ou quase tudo que é público deve ser entregue ao capital privado.

Esse projeto privatista/entreguista e que não tem nada a ver com o povo, não é de hoje, quem acompanha sabe que quando FHC e o PSDB governaram o Brasil por 8 anos na década de 1990, esse projeto privatista foi colocado em prática com a entrega da Vale do Rio Doce, das Teles, das Ferrovias, da Eletrobrás, parte da Petrobrás, abertura do capital do Banco do Brasil etc.

Em ano de eleição para prefeito você eleitor e eleitora, precisa conhecer quem são os partidos, qual seu projeto para a sociedade, olhando não apenas o discurso dos candidatos ou o programa do partido, mas conhecendo a história deles na prática quando administraram nos governos Federal, Estadual e Municipal.

Conheça o que aconteceu na ERA FHC na década de 1990; observem o que esses partidos e seus governadores e prefeitos têm feito em suas administrações atualmente, vejam em São Paulo, Paraná, Amazonas, Goiás...

Observem como governam. Observem para quem governam. Quem manda assassinar camponeses, jovens negros das periferias; quem manda bater em professores e estudantes, quem rouba merenda de criança, não pode merecer o seu voto nas eleições de outubro próximo.

As eleições deste ano serão um divisor de águas importante, se esses partidos e políticos saírem fortalecidos, o projeto de mercantilização da coisa pública sairá vitorioso. Diga não ao projeto privatista, rentista do PSDB, PPS, DEM, PMDB e demais aliados.


Escolas estaduais mandam bilhete para pais de aluno pedindo alimentos para merenda

no Blog Amigos do Presidente Lula

Propina da merenda escolar  vai para campanha eleitoral e os pais de aluno compram a merenda...

Enquanto o dinheiro da merenda vai para o bolso de tucanos e aliados para pagar campanhas eleitoral, mães de alunos de escolas estadual tem recebido “cartinhas” para mandar para a escola alimentos para fazer a merenda. Veja um desses bilhetes que este blog recebeu


A  operação Alba Branca investiga um esquema de propina e  fraudes em licitações da merenda escolar no governo de Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo. 

Tudo veio a tona através de depoimento do ex-presidente da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) Cássio Izique Chebabi  que denunciou à Polícia Civil o  esquema de superfaturamento na compra de merenda escolar e cobrança de propina  para pagar dívidas de campanhas eleitorais, do deputado tucano e presidente da assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), dos  deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB), e os deputados estaduais  Luiz Carlos Gondim (SD) e o secretário de Logística e Transportes deputado Duarte Nogueira (PSDB),  segundo investigação do Ministério Público.Contratos de ao menos 22 municípios estão sob investigação, em negócios que movimentaram R$ 209,8 milhões em 2015, diz a investigação da Promotoria.

Enquanto isso, escolas apelam para os pais de aluno para fazer a merenda das crianças...E algum tucano vai pra cadeia?

EMBOSCADA - Araupel explora irregularmente área da União no Paraná, diz Incra

na Rede Brasil Atual

Segundo superintendência regional do órgão no estado, há décadas madeireira degrada área pública, substituindo mata nativa por monocultura de pinus e araucária

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Conflito vem desde 1997, quando Incra desapropriou 25 mil hectares improdutivos, sob posse da Araupel



São Paulo – Em nota divulgada hoje (8), em que lamenta a “tragédia” no acampamento Dom Tomás Balduíno, no Paraná, na qual a Polícia Militar do estado assassinou dois integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e deixou pelo menos 22 feridos, a Superintendência Regional do Incra no Paraná reafirmou que a madeireira Araupel atua de maneira irregular em terreno da União.
A situação do caso Araupel é singular, segundo a nota. “Há décadas, a empresa explora irregularmente parte de uma área considerada pública, com um histórico de conflito e degradação ambiental na região, com a substituição das matas nativas por uma grande monocultura de pinus e araucária, visando a indústria da madeira”, esclarece o superintendente regional, Nilton Bezerra Guedes.
De acordo com ele, em 1997 e 1998, o órgão desapropriou uma área de cerca de 25 mil hectares do Título Pinhal Ralo, em posse da Araupel, por ser considerada improdutiva. Foram ali assentadas 1.550 famílias de trabalhadores rurais. As cerca de 7 mil pessoas que vivem hoje nos assentamentos são a base da economia do município de Rio Bonito do Iguaçu. Na época, a empresa recebeu indenização pelas benfeitorias.
Porém, continuaram conflitos entre a Araupel e o MST. Em 2015, a Justiça Federal determinou ser da União os 23 mil hectares do Título Rio das Cobras, onde posteriormente foi criado o Projeto de Assentamento Celso Furtado, com 1.107 famílias, em Quedas do Iguaçu. A produção dos trabalhadores rurais impulsionou o desenvolvimento do município. Na sequência, a Justiça condenou a empresa Araupel a devolver as indenizações recebidas pelas benfeitorias, já que a madeireira usava indevidamente área pública.
O Incra entrou então com ação civil pública para questionar a área remanescente, com 12 mil hectares, além de posse imediata da área para solucionar o conflito agrário. Tanto Incra como Araupel entraram com recurso da decisão, que ainda aguarda julgamento. Ao mesmo tempo, a madeireira pediu reintegração de posse à Justiça estadual. O Incra pediu intervenção nesta demanda, para deslocá-­la para a JF­PR, onde tramitam as demais ações que questionam a dominialidade dos títulos. Para o órgão, se as terras são públicas, a Araupel não tem legitimidade para propor qualquer ação de reintegração de posse.
O título Pinhal Ralo, que compreende a área remanescente de 12 mil hectares, onde estão as famílias do acampamento Herdeiros da Luta, em Rio Bonito do Iguaçu, ainda se encontra em análise jurídica pela PFE/Incra /Brasília­DF, quanto à sua validade, razão pela qual ainda não foi proposta a ação judicial.
Ainda de acordo com a nota oficial, o órgão não se omitiu na tentativa de solução do conflito, tendo propondo todas as medidas judiciais ao seu alcance para provar a titularidade dominial pública das terras ocupadas pela empresa Araupel.
E que age dentro dos princípios da legalidade, amparado pela Procuradoria Federal Especializada (PFE) junto ao Incra/PR, Procuradoria da União no Paraná e Procuradoria Federal no Paraná para arrecadar a área explorada pela empresa Araupel no município de Quedas do Iguaçu.

MST

Para o MST, a tragédia resulta do clima de tensão que nasce na luta pelo acesso à terra e contra a grilagem. Surgiu com a criação de dois acampamentos na região centro-sul do Paraná, construídos nas áreas em que funcionam as atividades da empresa Araupel, exportadora de pinus e eucalipto.
O primeiro deles, Herdeiros da Terra, está localizado no município de Rio Bonito do Iguaçu. A ocupação ocorreu em 1º de maio de 2014 e hoje abriga mais de mil famílias. Ali, elas possuem aproximadamente 1,5 mil hectares para a produção de alimentos.
O segundo é o Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, onde os sem-terra foram assassinados. As 1.500 famílias que vivem no acampamento sofrem com constantes ameaças por parte de seguranças e pistoleiros da empresa Araupel, que segundo o movimento têm a conivência do governo e da Secretaria de Segurança Pública.