sábado, 23 de janeiro de 2016

A vida sob o capitalismo não é um fato consumado, conheça e acredite na Economia Solidária

por José Gilbert Arruda Martins

Dentro da estrutura em que vivemos, onde milhares de pessoas sobrevivem nas ruas, como por exemplo, nas grandes e médias cidades, da outrora maior economia do mundo, os EUA - para citar apenas um país capitalista/liberal -, a Economia Solidária, com o micro crédito, os bancos sociais, a ecologia dos pobres, o retorno das feiras de escambos, entre outras experiências, é concretamente, uma alternativa tanto de vida como de desenvolvimento econômico e social para o Brasil, América Latina e o mundo.





Acreditamos que todos(as)  aqueles (as) que enxergam a realidade dura e crua do sistema capitalista, que exclui e abandona cerca de 1,5 bilhões de pessoas no planeta, colocam-se completamente a favor da "Economia Solidária".

O sistema consegue, mesmo com a produção industrial alta, produção de alimentos idem, "colocar" nas ruas centenas de milhares de pessoas todos os dias, como essas pessoas vivem? o que farão com suas vidas? quais as alternativas para que a administração pública e a sociedade ajudem a esses indivíduos saírem da situação de rua?

São perguntas que fazem todos nós pensarmos em uma organização econômico-social diferente, o sistema que está aí só aumenta a exclusão.

 "Nova York tem 60.352 “homeless” (sem-teto), dos quais mais de 25 mil são crianças, segundo o site na internet da Coalizão para os Sem-teto. Os dados são confirmados pela prefeitura da cidade."

O que é, então Economia Solidária? Vamos nos valer do portal do "Fórum Brasileiro de Economia Solidária" e expor abaixo um conceito bastante simples e direto, que pode  ajudar:


  • Economicamente, é um jeito de fazer a atividade econômica de produção, oferta de serviços, comercialização, finanças ou consumo baseado na democracia e na cooperação, o que chamamos de autogestão: ou seja, na Economia Solidária não existe patrão nem empregados, pois todos os/as integrantes do empreendimento (associação, cooperativa ou grupo) são ao mesmo tempo trabalhadores e donos.
  • Culturalmente, é também um jeito de estar no mundo e de consumir (em casa, em eventos ou no trabalho) produtos locais, saudáveis, da Economia Solidária, que não afetem o meio-ambiente, que não tenham transgênicos e nem beneficiem grandes empresas. Neste aspecto, também simbólico e de valores, estamos falando de mudar o paradigma da competição para o da cooperação de da inteligência coletiva, livre e partilhada.
  • Politicamente, é um movimento social, que luta pela mudança da sociedade, por uma forma diferente de desenvolvimento, que não seja baseado nas grandes empresas nem nos latifúndios com seus proprietários e acionistas, mas sim um desenvolvimento para as pessoas e construída pela população a partir dos valores da solidariedade, da democracia, da cooperação, da preservação ambiental e dos direitos humanos.

Leu?

Conheceu?

Não precisa ser seguidor do Candomblé, católico, protestante ou ateu para sentir profunda revolta com o sistema, ao ver todos os dias centenas de indivíduos, abandonados à própria sorte, pelas ruas, becos, viadutos.

Não precisa ser especialista para ver que o sistema é apenas para alguns poucos, que o sistema faz sofrer.

Enquanto isso, mesmo com a crise, os já super ricos, ganham mais e mais, a cada dia e mês, acumulando riquezas, poder, e completo desprezo pelos mais pobres, dentro da "cadeia alimentar capitalista"

A Economia Solidária, como visto acima, inclui entre outros, o sistema de micro crédito, para essa vertente, surgiu no país o Banco Comunitário ou Social, instituição que atende pessoas pobres, trabalhadores e trabalhadoras, pessoas do povo, que desejam investir em uma ideia de produção de renda. 

O mapa abaixo mostra o cenário nacional em 2013:



A educação faz sua parte, todos os anos saem dos cursos de graduação do país e do mundo, milhões de jovens prontos para dá sua contribuição com força e altivez, ao mercado de trabalho, mas não encontram o que sonhavam, o que lhes impõe é a realidade de um sistema excludente, violento e que privilegia apenas uma minoria.

Portanto, milhares de jovens saem das universidades todos os anos e não encontram onde trabalhar, produzir e manter a si e à família, são obrigados a trabalhar, quando encontram alguma coisa, sem direitos, sem autonomia, sem dignidade, transformam-se em verdadeiros escravos, ganhando mal, estressados e violentados também pela mídia que vomita em seus ouvidos e consciências, que o que vale é ter e não ser.

A Espanha é um dos países europeus que mais sofreram com a crise que engorda ainda mais uns poucos em detrimento de muitos. Os índices econômicos e sociais daquele país, que antes era considerado rico e desenvolvido, é um dos piores do continente.

O índice de suicídio de espanhóis aumentou consideravelmente na última década, uma das causas é o desemprego e a desilusão com as barreiras enormes postas pelo mercado capitalista.


"Hoje, lendo os jornais, vendo o suicídio de pessoas por estarem sendo despejadas na Espanha, relembro o acerto mortal do economista, mas, vejo o quanto o capitalismo é cruel. Um país que tem um milhão de unidades habitacionais desocupadas, opta por jogar o povo na rua, mesmo diante da onda de suicídio. Agora, até o bancos estão reticentes em executar os despejos. Há algo de irracional nesses fatos, embora para o capital isso faça sentido."

Essa realidade não é apenas da Europa, imaginem o que acontece nas regiões mais pobres do mundo, enquanto os bilionários levam suas vidas regadas a salões de festas, iates, jogos e prostituição, em verdadeiras orgias pagas com o trabalho e suor do povo, grande parte da população planetária não tem um mísero pão para matar a fome cruel.

Há! Não podemos esquecer que a Economia Solidária precisa ter regras claras onde a sociedade, os Movimentos Sociais organizados e a Classe Trabalhadora, estejam à frente na construção de planos, projetos, programas e políticas públicas no que se refere ao tema, do contrário pode se transformar em mais um embuste rentista/capitalista.

Fontes Consultadas:

* http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/03/nova-york-ja-tem-60-mil-moradores-de-rua-25-mil-sao-criancas.html

* http://cirandas.net/fbes/o-que-e-economia-solidaria

* http://www.revistamissoes.org.br/2012/11/o-suicidio-dos-espanhois/

Imagem: https://www.google.com.br/search?

* http://www.institutobancopalmas.org/rede-brasileira-de-bancos-comunitarios/

FSM 2016 - Paul Singer reafirma importância da economia solidária contra o desgaste do emprego

na Rede Brasil Atual

Ativistas e militantes defenderam, durante o Fórum Social Temático de Porto Alegre, a manutenção da Secretaria Nacional de Economia Solidária


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O público, que lotou o auditório durante o painel, estendeu uma bandeira com o logo da Senaes

São Paulo – A mesa de convergência “Economia solidária e democracia econômica” realizada ontem (21) além de ter sido uma das mais concorridas do Fórum Social Temático de Porto Alegre até agora, e de ter reunido duas referências internacionais sobre o tema – Paul Singer e Boaventura de Sousa Santos, além da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) –, festejou que é crescente o número de pessoas no mundo que vem se apropriando do conjunto de ideias da economia solidária como forma de combater o desemprego e as demais mazelas do capitalismo. Lembrou, porém, que apesar de avanços, há muito
Singer, economista da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) apontou esta visão encontra cada vez mais relevância para fazer frente à uma sociedade em crise. "Na Espanha o que mais mata é suicídio. Muitos jovens não conseguem trabalho que não seja informal, sem direitos (…) Já temos no mundo inteiro um movimento de economia solidária, ao lado do desgaste do emprego", disse.
Boaventura de Sousa Santos, sociólogo da Universidade de Coimbra, em Portugal, onde coordena um grupo de pesquisas do assunto, aproveito o evento para sair em defesa da Senaes, ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego. "Não podemos deixar que perca peso no Brasil a economia solidária. É muita gente que é atendida por ela (…) Esse fórum está contra o golpe, junto à presidenta Dilma. Mas que ela não esqueça: ela tem que ajudar o povo a defendê-la."
Logo no início, Marta de Souza, ativista de economia solidária do Rio Grande do Norte, relatou uma experiência pessoal de como a economia solidária a ajudou a conseguir independência como artesã. Ela foi sucedida por Alfonso Cortera, do Peru, que argumentou que o tema deve ser encarado como uma "política de apoio ao desenvolvimento, não apenas como alternativa para os pobres".
Economia solidária compreende um conjunto de práticas econômicas organizadas através de autogestão
Singer, dialogando acerca das possibilidades de criação de modelos autogestionados de forma solidária, recordou que "nós não sabemos como construir uma economia socialista, porque nunca foi construída até o fim. Precisamos descobrir na prática como se constroi. Primeiro, eliminar toda a propriedade privada dos meios de produção".
Uma das iniciativas apresentadas no painel foi a expansão dos bancos comunitários. Joaquim Melo, que é um dos pioneiros no assunto, fundador do Banco de Palmas, criado em uma favela de Fortaleza, contou que o processo para ter tal atividade reconhecida incluiu luta e resistência, até que, em 2010, "o Banco Central se curvou e reconheceu que os bancos comunitários e as moedas sociais são um direito do povo (…) que tem direito de escolher onde bota seu dinheiro e onde organiza suas finanças", disse.
A articulação realizada a partir do Banco de Palmas resultou na Rede de Bancos Comunitários do Brasil, que atualmente conta com mais de 103 bancos em todo o país. Desde então, o Brasil virou referência mundial em economia solidária a partir do microcrédito. O modelo foi comemorado por Boaventura. “Estamos tentando levar o modelo para Portugal e para a África", alertou.
Por sua vez, a deputada Maria do Rosário classificou a política econômica adotada pela gestão da presidenta Dilma como injusta. "Solidários à presidenta, temos que dizer que não aceitamos essa política", disse. Em defesa da Senaes, a petista afirmou que "a crise econômica é uma crise da acumulação do capital financeiro (…) A economia solidária, com sua implantação, aprofunda as bases de sustentação do governo."

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Vamos boicotar o Alexandre Garcia da rede Globo?

por José Gilbert Arruda Martins

O jornalista Alexandre Garcia, da rede Globo, teceu "comentários" racistas e preconceituosos ao falar sobre a aprovação de 861 estudantes brasilienses, na Universidade Nacional de Brasília (UnB), desqualificando os estudantes, professores (as) e a Escola Pública.



De 2 mil estudantes aprovados no PAS (Programa de Avaliação Seriada), mais de 40%, são de escolas públicas, lembrando que o certame é disputado por alunos de todas as escolas do DF.

O Distrito Federal, segundo o SINEPE (Sindicato das escolas particulares), tem 450 escolas filiadas do ensino infantil ao médio e atendem cerca de 200 mil estudantes.

Em seus "comentários", o jornalista se mostrou, claramente, contra as cotas nas universidades públicas, tecendo críticas infundadas aos egressos dessa modalidade democrática de acesso ao ensino superior.

Garcia é um completo desconhecedor dos indicadores de desempenho dos estudantes cotistas nas universidades brasileiras; a PUC, a UFMG, para citar apenas duas, acabam de divulgar que o desempenho dos cotistas é superior aos não cotistas.

O que o jornalista quer é fazer das universidades espaços apenas das classes ricas, isso não é mais possível, só ele não viu, o Brasil mudou, os pobres entraram na universidade, nos aviões, nos açougues, nos restaurantes...

Com essa postura, Alexandre Garcia, como afirmou uma dirigente do Sinpro - DF, "...preferiu naturalizar e reforçar a lógica de exclusão que prevaleceu em nosso país durante 500 anos".

Que postura devemos adotar depois de ouvir e ver o jornalista fazer esse tipo de "comentário"?

Você que, infelizmente, não consegue viver sem a rede Globo, suas novelas, William Bonner, Fátima, e o "maravilhoso" e "filósofo" Faustão, deveria, pelo menos, boicotar o Alexandre Garcia?!

Boicotar o Alexandre Garcia? 

Isso mesmo, mudar de canal, pelo menos durante tempo do "comentário" do jornalista.

Você pode estar se perguntando: Mas por que logo o Alexandre Garcia, que diariamente, com seus "comentários" nos ajuda a "viver" essa vida difícil?

Ai meu caro, você terá que, fazer um exercício de lógica e de análise para, de forma inteligente, tentar enxergar as mensagens subliminares repletas de violência, racismo e preconceito que os "bons comentários" de Garcia nos trazem todos os dias.

Mas, esse boicote, é para todo mundo fazer, jovens, ricos, pobres, velhos, negros, brancos, índios, católicos, evangélicos, budistas, candomblé, macumbeiros...?

Ora vejam, seria bom que fosse geral, mas os ricos, brancos e negros manipulados, dificilmente, entrarão na "campanha".

O boicote, deve ser feito, na minha opinião, obrigatoriamente, pelos professores e professoras, orientadores e orientadoras, coordenadores e coordenadoras, apoios escolares de todos os tipos, mães e pais, comunidades, esses grupos sim, precisam entrar nessa luta.

Se não fizermos nada, Garcia continuará a nos importunar, a nos desrespeitar com suas "pérolas" bem editadas, bem planejadas e pensadas.

"Pérolas" que, a princípio, parecem inofensivas, mas que carregam uma ideologia, e, sabemos que todos nós temos ideologias, elas entram em nossas cabeças e nos guiam, criam "realidades", fazem com que acreditemos em coisas que, muitas vezes, são ruins para nós como gente, como trabalhador e trabalhadora, como povo.

Alexandre Garcia, além de histórico apoiador de ditadores que prederam, torturaram e assassinaram estudantes, mulheres, crianças e todo tipo opositores durante a Ditadura Militar (1964 - 1985), é grande defensor da privatização do ensino público do país. Seus "comentários" deixam escapar esse desejo.

Foi o primeiro jornalista que vi, chamar um dos principais líderes revolucionários do mundo, Che Guevara, de assassino.

Portanto, vamos organizar um boicote geral aos "comentários" raivosos e cheios de racismo, preconceito e elitistas, pregados pelo jornalista da rede Globo.

Fontes Consultadas:

1. http://www.sinprodf.org.br/

2. http://www.cutbrasilia.org.br/site/artigo-porque-sabemos-fazer/

3. https://groups.google.com/forum/#!msg/amigosdofranklin/pAnoef_H6iA/P8mdtdmvXJoJ

4. 

Porque sabemos fazer

Rosilene Corrêa* no portal da CUT - DF



Toda a imprensa brasiliense noticiou, na última semana, o sucesso alcançado pelos estudantes das escolas públicas do Distrito Federal no PAS (Programa de Avaliação Seriada da UnB. De dois mil aprovados em primeira chamada, 861 vieram da rede pública, resultado que enche de orgulho a toda a comunidade escolar.

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Rosilene Corrêa
Para a imprensa, o resultado é uma “surpresa”, afinal, não raro ela costuma revelar sua discriminação em relação ao ensino público. Mais do que isso: para alguns, o espírito privatista é tamanho que a escola pública é algo a ser combatido.
O discurso de Alexandre Garcia no telejornal local da TV Globo na quinta-feira (14/1) é sintomático disso. O colunista destilou todo o seu preconceito em “comentário” que desqualificou o desempenho dos estudantes, o trabalho dos profissionais nas escolas e, especialmente, a política de cotas adotada pelo governo federal há quase 4 anos.
Ainda não conformado com o fato de que nosso país não é mais “propriedade” de poucos, Alexandre Garcia se apoiou em argumentos meritocráticos, ultrapassados, para classificar as políticas de ação afirmativa como “empurrãozinho”, ignorando todos os indicadores de desempenho dos estudantes cotistas nas universidades. Garcia, como lhe é peculiar, preferiu naturalizar e reforçar a lógica de exclusão que prevaleceu em nosso país durante 500 anos, bem como a ânsia raivosa da elite brasileira de ter toda a nação sob domínio de seus interesses privados.
Entretanto, o desrespeito com que boa parte da mídia trata a escola pública, seus profissionais e estudantes não é empecilho para que nosso trabalho floresça e dê frutos. Em 2015, foram 29 dias de greve e, ainda que a paralisação representasse prejuízo para o calendário escolar, o compromisso com nossos estudantes assegurou o cumprimento do calendário de reposição, evitando que os jovens fossem prejudicados em relação aos estudantes das escolas privadas. Mas é mais do que isso: são lutas como aquela que pavimentam o caminho para se atingirem resultados positivos: uma educação de qualidade só se faz reivindicando melhorias, fomentando a capacidade crítica e o exercício da cidadania.
Vale lembrar que a avaliação seriada em questão foi realizada entre os anos de 2013 e 2015, sob o impacto direto dos resultados da greve de 52 dias que nossa categoria enfrentou em 2012. Dela, veio um novo Plano de Carreira para o nosso Magistério Público (sumariamente, desrespeitado pelo atual governo do DF) e a nomeação de mais de cinco mil novos professores (as).
Se nossos estudantes conquistaram tão positivo resultado em condições que, infelizmente, ainda estão distantes de serem as ideais, imaginem aonde eles podem chegar se o GDF procurasse atender às necessidades das nossas escolas, valorizando profissionais da educação, contratando orientadores (as), fortalecendo a gestão democrática. Imaginem quantos estudantes deixaram de participar da prova e ingressar numa das melhores universidades do país porque suas famílias não tinham R$ 100,00 para pagar a taxa de inscrição!
É para alcançar vitórias ainda maiores que continuaremos lutando para superar as adversidades e conquistar mais vitórias. Parabéns aos (às) nossos (as) estudantes! O sucesso de vocês dá sentido à nossa luta cotidiana por uma educação de qualidade, em defesa da escola pública e por um mundo de igualdade e justiça.
*Rosilene Corrêa é diretora do Sinpro-DF e da CUT Brasília
Fonte: Sinpro

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Luis Inácio Lula da Silva, um brasileiro

por José Gilbert Arruda Martins

Ontem (20/01), no Instituto Lula, o ex-presidente falou com blogueiros sobre o Brasil, os ataques a ele e à sua família, ao PT, e, também do governo Dilma.

“Buscamos o objetivo de não permitir que ninguém neste país destrua o projeto de inclusão social que começamos a fazer a partir de janeiro de 2003. O povo aprendeu a conquistar coisas, aprendeu que pobre pode fazer universidade, que pode comer carne, que pode viajar de avião, e que pobre não nasceu pobre, ficou pobre por conta do sistema econômico deste país."


Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula


O Brasil esperou 500 anos - meio século -, para ouvir e ver o Estado e a administração pública falar, programar e executar um grande projeto para acabar com a fome e o sofrimento de milhões de brasileiros. Em 2003, em seu primeiro mês à frente do governo, Luis Inácio Lula da Silva, lançou um dos mais importantes e ousados Programas Federais já pensados, para combater a fome no país: O Fome Zero, que mais tarde foi operacionalizado através do Bolsa Família.

Só quem já passou fome de verdade, não a vontade de comer, porque ficou preso ou presa no trânsito por alguns minutos, não, não é essa a fome que destacaremos neste texto, falamos da falta crônica do mais básico e simples alimento por dias, meses até anos a fio.

O Brasil, até por volta de 2002, último ano do governo do PSDB, que tinha à frente um "estudioso", um sociólogo, formado na USP, Sr. Fernando Henrique Cardoso, com exceção de programas pontuais e, reconhecidamente, assistencialistas, não tinha pensado ou lançado um projeto real de combate ao flagelo da fome que assolava grande parte do país, atingindo por volta de 60 milhões de pessoas.

"A miséria no Brasil atinge 56 milhões de brasileiros, o que corresponde a 33% da população, de acordo com o Mapa do Fim da Fome II, lançado ontem pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo mostra que, se cada brasileiro não miserável doasse R$ 14 por mês, a pobreza seria erradicada no Brasil. Segundo o economista Marcelo Neri, houve uma mudança geográfica na pobreza de 2000 a 2002. Enquanto na década de 90, os miseráveis ficavam mais concentrados nos grotões rurais, nesta década a situação se agravou na periferia das grandes cidades." (FGV)

Pessoas nascidas na década de 1990 no Brasil, que hoje tem por volta de 20 a 25 anos, desconhece o fenômeno da fome e as notícias sobre ela, que eram veiculadas, diariamente, pelos principais jornais, revistas e TVs.

O que essa geração conhece, são as notícias veiculadas pelas revistas Veja, Isto É, Estadão, Folha e, fundamentalmente, a rede Globo, uma realidade "fabricada", manipulada, "consertada" para, de forma escamoteada, defender interesses das elites.

As notícias sobre o Brasil no exterior, eram, principalmente sobre corrupção, carnaval, futebol e, fundamentalmente sobre a fome, imagens de miseráveis brasileiros, rodavam o mundo, jornais de todo o planeta, especialistas e a Organização das Nações Unidas (ONU), traçavam planos e projetos para ajudar o país a tratar do problema, os famintos aguardavam e nada chegava à sua mesa, com exceção da Campanha "Natal Sem Fome" do grande e maravilhoso Betinho, fora isso, só mais fome e sofrimento.

Foi nesse cenário marcado pela violência da fome, da desnutrição, do desemprego, do crescimento urbano desenfreado, do endividamento externo e do controle e interferência do Banco Mundial (Bird) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que surgiu uma liderança trabalhista importante, vindo do Nordeste, torneiro mecânico, líder sindical, idealizador e criador do Partido dos Trabalhadores, trabalhador do chão de fábrica o Sr. Luis Inácio Lula da Silva.

O país vivia o final melancólico da ditadura militar, respirávamos ares da democracia política, o Congresso iniciava o debate da criação de uma Assembleia Nacional Constituinte para a construção da mais importante Carta Magna já produzida até então, a Constituição de 1988.

Lula da Silva, se constrói uma liderança fundamental dos trabalhadores em São Bernardo do Campo e o Brasil inteiro passa a conhecê-lo.

Um nordestino, sobrevivente da fome, depois de disputar três eleições, sagra-se presidente de um país gigantesco no tamanho, na economia e no número de famintos.

Um desafio, que Lula encararia com força, planejamento e muita vontade de ajudar o seu povo a sair da situação de abandono secular em que se encontrava.

Foi exatamente isso que o mundo e o Brasil viram, o país, depois de mais de cem anos no mapa da fome mundial, começava a alimentar seu povo, e Lula da Silva, o cara de Garanhuns, estava à frente.

Nosso país já teve e tem, grandes figuras importantes, poderíamos citar dezenas, Zumbi dos Palmares, Dandara, Dom Helder Câmara, Leonel Brizola, etc. Nenhum, no entanto como Lula da Silva, não porque seja um iluminado, mas porque, chegou ao poder e implementou uma verdadeira revolução social sem dar um tiro, sem violência, sem transtornos.


"O Brasil reduziu em 82,1% o número pessoas subalimentadas no período de 2002 a 2014. A queda é a maior registrada entre as seis nações mais populosas do mundo, e também é superior a média da América Latina, que foi de 43,1%."
"Os dados são do relatório O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2015, divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) nesta quarta-feira (27). O documento aponta ainda que o Brasil alcançou as metas estabelecidas pelas Nações Unidas em relação à fome nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)."
Lula da Silva, por causa desse grande projeto - Bolsa Família -, que alimenta, educa, e proporciona autonomia às famílias e que leva o povo ao controle da saúde da mulher grávida, pode ganhar o "Prêmio Nobel da Paz", seria a primeira vez que o país receberia tão importante prêmio. 

Como a grande imprensa irá se comportar? como a oposição raivosa irá atuar? teremos mais intolerância?

Será essa, a razão principal, para os ataques diários a Lula da Silva, perpetrados pelos adversários e principalmente pela velha mídia, liderada pela Veja e Rede Globo?

Ou serão os acertos sociais do governo petista nos últimos 13 anos?

“Buscamos o objetivo de não permitir que ninguém neste país destrua o projeto de inclusão social que começamos a fazer a partir de janeiro de 2003. O que incomoda é isso. Pode dizer que não, mas desde o tempo do Império Romano a elite não gostava quem se aproximava do povo. Mas ninguém vai destruir este projeto. O povo aprendeu a conquistar coisas, aprendeu que pobre pode fazer universidade, que pode comer carne, que pode viajar de avião, e que pobre não nasceu pobre, ficou pobre por conta do sistema econômico deste país. Isso está em jogo, e os democratas não podem se conformar com essa tentativa de golpe explícito que tenta aplicar falando em impeachment da Dilma."(Lula da Silva)

O Movimento Social, a Classe Trabalhadora e o Povo, aguardam com alegria que Luis Inácio Lula da Silva, a mais importante liderança do Brasil, vá ainda mais longe, com força e determinação em favor do Brasil e sua população.


 Fontes Consultadas

. Portal da Fundação Getúlio Vargas

. http://www.cps.fgv.br/cps/MapaFimFomeII/Pano_Ref/artigos/Internet/Brasil%20tem%2056%20milh%C3%B5es%20de%20miser%C3%A1veis,%20diz%20FGV%20-%20ADEMIRJ%20.PDF

. http://www.institutolula.org/lula-nao-e-hora-de-discutir-crise-mas-saidas-para-a-crise

.

Lula: 'não é hora de discutir crise, mas saídas para a crise'

no Instituto Lula



Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um café da manhã com blogueiros na manhã desta quarta-feira (20), em São Paulo, na sede de seu Instituto. Ao longo de cerca de três horas, Lula falou sobre combate à corrupção, a situação econômica do país e suas sugestões para superar a crise, o momento político da presidenta Dilma e do PT, entre outros temas.

Participaram do encontro, que foi transmitido ao vivo pela internet, Altamiro Borges (Blog do Miro), Breno Altman (do Opera Mundi), Conceição Lemes (Viomundo), Conceição Oliveira (Maria Frô), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Gisele Federicce Francisco (Brasil 247), Joaquim Palhares (Agência Carta Maior), Kiko Nogueira (Diário do Centro do Mundo), Laura Capriglione (Jornalistas Livres), Miguel do Rosário (O Cafezinho), Renato Rovai (Revista Fórum).

Confira, abaixo, alguns trechos da fala de Lula durante a coletiva.

Acusações e combate à corrupção
“Existe uma tese de que há uma quadrilha que foi montada [nos governos petistas] para roubar a Petrobras. É uma tese. Mas é engraçado que todos os funcionários envolvidos, são funcionários de carreira com mais de 30 anos de casa. Quando eles foram nomeados, não houve denúncia de nenhum trabalhador. Não houve denúncia de nenhum diretor.
Algum dia o Brasil vai reconhecer que esse processo de combate à corrupção só existe porque criamos as condições para isso. A Dilma será reconhecida e enaltecida neste país pelo que ela criou de condições para permitir que neste país todos saibam que tem de andar na linha, e se não andar na linha será punido, do mais humilde ao brasileiro de mais alto escalão.

Não tem neste país uma viva alma mais honesta do que eu, nem delegado, nem promotor do Ministério Público, nem empresário, nem na Igreja. Pode ter igual, isso sim. Aprendi com uma senhora analfabeta, que me disse: ‘meu filho, se você for honesto, poderá andar de cabeça erguida’.

Impera a tese de que não importa o que vão dizer os juízes, porque mesmo que a justiça absolva, o sujeito já está condenado pela imprensa. Quem é culpado tem de ser preso, mas, para isso, precisa ser julgado. Está na hora da sociedade brasileira acordar e exigir mais democracia, mais respeito pelos direitos humanos e mais fortalecimento das instituições.”

A perseguição ao PT e a Dilma“Buscamos o objetivo de não permitir que ninguém neste país destrua o projeto de inclusão social que começamos a fazer a partir de janeiro de 2003. O que incomoda é isso. Pode dizer que não, mas desde o tempo do Império Romano a elite não gostava quem se aproximava do povo. Mas ninguém vai destruir este projeto. O povo aprendeu a conquistar coisas, aprendeu que pobre pode fazer universidade, que pode comer carne, que pode viajar de avião, e que pobre não nasceu pobre, ficou pobre por conta do sistema econômico deste país. Isso está em jogo, e os democratas não podem se conformar com essa tentativa de golpe explícito que tenta aplicar falando em impeachment da Dilma.

A democracia é séria, não se brinca com a democracia. Eles tentam destruir a democracia negando a política. Por isso eu vou fazer mais política, vou participar ativamente do processo eleitoral. Tem gente que acha que o PT acabou, e vocês vão ver. Eu acho que o Haddad vai ser reeleito em São Paulo, só pra falar a maior cidade."

Processos contra caluniadores“Eu comecei a processar, diferente do que eu fazia antes, porque diziam que não adiantava nada. Aí fui a uma audiência, onde processamos jornalistas do Globo… e comecei a processar porque o dono do jornal se livra botando a culpa no jornalista, então comecei a processar para ver se retomamos a dignidade profissional da categoria.

Nesse processo que fui, no Rio de Janeiro, quando o juiz fazia uma pergunta, o cara falava: “tem a fonte, não posso falar”. E eu pergunto: venho aqui, fico nu diante da Justiça, e vem um cidadão que diz: “olha, não posso falar, é segredo de fonte”. Assim é desproporcional. Não dá para ser assim.

A desfaçatez é tamanha… O que se faz com o meu filho Fabio é uma violência. Ontem mesmo fiquei sabendo de um lutador dessa luta que eu não gosto falando que meu filho tem um iate de 80 pés em Angra… como um cidadão tem a desfaçatez de mentir?
A gente começou a abrir processo agora, porque não interessava. Mas acho que tem que processar. Quando cheguei ao governo, a Fenaj apresentou um projeto para criar um tipo de OAB dos jornalistas. E o pessoal analisou, deu entrada, e quando chegou ao Congresso Nacional, foi um cacete que nem a Fenaj defendeu. Os jornalistas atacaram, reclamaram, e eu pensei: se nem o jornalista quer, tiramos o projeto.

Antigamente os jornais tinham dono, e você falava com o dono e tentava resolver alguma coisa. Hoje você tem executivo preposto. Não resolve mais nada.

A politização chegou a tal ordem… e eu admito a politização. Que eles peçam o voto que quiserem nos editoriais. O que não admito é mentira na informação. Daqui pra frente vou processar. Tem muitos, e vai ter cada vez mais. Eu não gostaria que fosse assim.
Há um abuso, uma falta de respeito com a Dilma. Achei que ela seria mais bem tratada por ser mulher, mas não tem isso. É uma coisa de pele. Se você não tem a minha pele, não te aceito no meu clube.

As pessoas podem não gostar do PT, sem problemas, mas se elas não reconhecerem o que seria este país sem o PT… Um homem sério ou uma mulher séria não pode admitir a execração das pessoas.”

Campanha em 2014 e ajuste fiscal em 2015“O cidadão não pode gastar mais do que ganha. Se você quer ter uma capacidade de endividamento, tem que ser uma que dá para pagar. Acho que todos nós fazemos assim. Agora, a verdade é que a Dilma, no primeiro mandato, teve um mandato muito exitoso. Os problemas começaram quando a Dilma preocupada em prevenir a redução do crescimento, e ela não queria de jeito nenhum reduzir os programas sociais, ela fez um forte subsídio. E uma forte política de isenções que chegou a quase R$ 500 bilhões nos últimos anos.

Quando você faz subsídios e a economia não consegue se recuperar, você começa a arrecadar menos. E aí precisa fazer um corte. E para isso, precisa escolher o que é prioritário para a sociedade, no caso, a geração de emprego, o investimento nas universidades.

Ora, houve um equívoco político já reconhecido pela presidenta. Foi a gente ganhar as eleições com um discurso, com apoio do povo da PUC e da Zona Leste, de artistas, de gente que acreditou e foi para a rua defender um projeto de inclusão social, acreditando que é possível fazer um processo mais forte de democratização da mídia brasileira, de diversificação da cultura. Foi para isso que as pessoas foram para as ruas.

E a Dilma dizia que ajuste era coisa de tucano, não coisa dela, mas depois foi obrigada a fazer. E como estava num processo de diálogo com o movimento sindical e só anunciou em dezembro… criou um mal estar. Ela sabe disso. Agora, o que nós estamos vendo: se em algum momento se acreditou que fazendo discurso para o mercado a gente ia melhorar, o que a gente percebeu é que não conseguimos ganhar uma pessoa do mercado. Nem o Levy, que era representante do mercado no ministério da fazenda, não virou governo. Não ganhamos ninguém e perdemos a nossa gente. Então o desafio da Dilma, agora, e eu peço a Deus que a ilumine muito, o ministro Nelson Barbosa e todo o governo, é que em algum momento neste mês vão precisar anunciar alguma coisa para a sociedade brasileira. Então o Levy saiu, e o que vai mudar?

Uma forma de aumentar a capacidade de arrecadação do estado brasileiro é aumentar imposto, e está difícil no Congresso. A outra, é o crescimento econômico. A Dilma tem de ter como obsessão a retomada do crescimento e do emprego. Não é fácil, mas é a tarefa política.

Você precisa escolher o que fazer, com investimento público. Se o governo não está pondo dinheiro, porque o empresário vai por? O governo precisa tomar a iniciativa. Precisamos de uma forte política de financiamento, temos muitas obras inconclusas que precisam ser terminadas. A Dilma lançou o PIL, que é um programa de investimento em logística. E tem muita coisa por fazer.

Não existe nada mais edificante para um ser humano do que ser capaz de prover seu próprio sustento. O jovem está ansioso para trabalhar. O emprego precisa ser uma obsessão para nós.”

Recuperação da economia“Nós estamos arrecadando pouco, e portanto não temos capacidade de investimento para induzir. Você não está fazendo as concessões de portos e aeroportos, e é importante fazer. O que a gente percebe é que tá faltando crédito, financiamento. Penso que a presidenta e o Barbosa precisam pensar, não sei pra quando, uma forte política de crédito para investimento e para consumo.

Em 2008, na época da crise, colocamos R$ 100 bilhões do Tesouro para financiar o desenvolvimento. Na primeira levada que colocamos, os bancos privados não criaram crédito a partir dos títulos do tesouro. Então fomos com os bancos públicos, compramos o Banco Votorantim para financiar carro, o Bradesco tinha parado de financiar motocicleta e nós fizemos o financiamento para motocicleta nos bancos públicos.

Nós temos 14 milhões de micro empresas e MEI, e que precisamos financiar, financiar a cadeia produtiva, por exemplo. Isso tem de ser feito com mais rapidez. Tem de ter uma política de financiamento de infraestrutura com mais rapidez, e o consumo. Se não tem consumo, ninguém investe. Poderia se tentar ver como está o crédito consignado e fazer uma forte política de crédito consignado, acertado com o movimento sindical e os empresários.

Se a gente fizer tudo isso, a gente faz a roda da economia girar. Aí o governo vai arrecadar mais, e ter mais capacidade de investimento.

O pessoal fala muito de dívida pública no Brasil… Depois de 2007, a dívida pública norte-americana foi de 74% para 105%; o Obama endividou o país, mas para fazer a economia girar. Você cria um ativo que vai dar retorno e vai te ajudar a arrecadar mais. Agora falam da nossa dívida, ela cresceu porque o PIB caiu. Se o PIB crescer, ela cai.

Então o jeito da gente consertar a economia, na minha opinião, é fazer a economia crescer. A Grécia começou com uma crise que 30 bilhões resolviam, mas depois de 10 anos de discussão, chegou a uma situação que 200 bilhões não resolviam.

Infraestrutura é central, não apenas ferrovias, mas muitas coisas que você precisa investir. Eu se fosse a Dilma, fazia como os russos: chamava a China e pactuava um grande projeto de investimentos e dava como garantia o petróleo. Eles precisam e nós temos. Uma crise cria a oportunidade que você faça tudo que não dá para fazer na normalidade”.

A turma do 'quanto pior, melhor'“O povo brasileiro precisa repudiar, veementemente, todas as pessoas que trabalham para atrapalhar o desempenho do Brasil. Quando alguém trabalha para impedir que o que o governo faz não dê certo, quem sofre na pele é o povo mais necessitado deste país. Quando as pessoas tiraram a CPMF achando que iam me prejudicar, eu não fui prejudicado. Mas o povo brasileiro foi. Quem precisa da saúde pública é o povo mais humilde.

Então quando as pessoas tentam prejudicar a Dilma, estão retardando o avanço social do povo brasileiro. Teve até um que disse outro dia que ia tirar R$ 10 bilhões do Bolsa Família.

A Dilma precisa conversar mais com a sociedade, organizar os partidos, assumir compromissos de seus aliados, porque… política é assim. Se tem uma coisa que o Congresso Nacional adora, e qualquer parlamento do mundo, é presidente fraco. Quando ele forte, o presidente faz muita coisa e eles não podem contestar. Veja o papel do Eduardo Cunha. Ele se presta a criar uma pauta bomba todo dia, sem se importar se tem algo pra votar que tenha importância para o país; não de importância para a Dilma, mas para o país.
Mas precisa, pelo amor de Deus, com a base aliada, pactuar que a minoria não paralise este país. O governo foi eleito para governar, e não pode permitir que a minoria, que a pauta negativa, paralise o país. O Jaques Wagner tem muita expertise política e vai trabalhar, com o Berzoini, para que a gente aprove o que for necessário para que a economia volte a crescer.”

A volta por cima do PT“O PT errou, cometeu práticas que condenávamos. E o PT não nasceu para ser igual aos outros, nasceu para mudar a lógica dos partidos tradicionais. Mas uma coisa é o PT quando a gente dizia: “sua vez, sua voz”, o PT que fazia campanha vendendo macacão, estrela, bandeira… na medida que a família começa a crescer e o partido entra nas instituições e na briga institucional, o partido mudou. Lembro de um tempo que a gente sentava aqui na direção nacional e fechava política de alianças nacional. Mas aí o partido vai crescendo e começa aliança ora com um, ora com outro, aí precisa de dinheiro pra campanha, as campanhas de TV ficam cada vez mais caras, parecendo filme de Hollywood e, de repente, o PT ficou parecido a todos os outros. E isso levou a posturas equivocadas.

Agora, você conhece algum deputado deste país que vendeu seu patrimônio para ser deputado? O que acho grave é que todos os partidos pegaram dinheiro das mesmas fontes. Os empresários são os mesmos para todos os partidos, e só com o PT é crime? Por isso, sou favorável ao financiamento público de campanha.

As pessoas falam do PT e não conhecem o PT. Em 1989, eu tava pra desistir de ser candidato. Eu estava chegando a Balbina, no Amazonas, quando o Kotscho me trouxe um Estadão com o Ibope: “Lula cai de 3% para 2,75%”. E eu pensei em desistir, porque senão ia terminar a eleição devendo pro Ibope. Mas quando chego lá em Balbina, encontro 100 pessoas, crianças, famílias, com bandeirinha do PT esperando para nos ouvir. As pessoas pegavam dois dias de canoa, trazendo frango e farinha pra comer e vender, só pra ver o PT, então eu não podia desistir. Eu não tenho o direito de desistir. Esse partido é muito grande, não pode ser abandonado porque uma pessoa cometeu um erro.

Não é questão de voltar às origens, porque não podemos voltar a ser quem fomos. Mas voltar a ter os mesmos compromissos e práticas daquela época. Os erros não devem servir para execrar o PT, mas para nos ajudar a consertá-lo. Pode ficar certo: o PT vai ressurgir como fênix. Vai ressurgir das cinzas muito mais forte. Fecha os olhos trinta segundos e imagine o que este país seria sem o PT, o que seria a política deste país sem o PT. Eu não vou deixar, eu vou motivar nossos companheiros. Então, uni-vos petistas! Em torno da causa nobre da democracia e da inclusão social!”

Movimentos sociais são críticos demais?
“Eu nasci na política no movimento social. O legado que eu consegui construir neste país se deve muito à participação do movimento social, nos bons e nos maus momentos. Porque o movimento social tem uma característica: eles pedem menos que qualquer adversário e ajudam muito mais que qualquer adversário atendido. Sinto muito orgulho de ter estabelecido a melhor relação entre Estado e sociedade e movimento social neste país.
Às vezes, enche o saco, a gente não gosta… mas Deus há de fazer com que esse movimento continue cobrando do governo. Se o movimento não cobra do governo, o governo acha que tá tudo certinho. Eu prefiro o movimento cobrando e reivindicando que movimento social passivo. Eu tenho o mais profundo respeito e acho que a Dilma tem o mais profundo respeito. Com a diferença que eu vim dele, seja no sindicato, seja na igreja progressista, eu venho deles.”

Quem está mais à esquerda: Lula ou Dilma?“A Dilma é muito mais à esquerda que eu. Ela tem uma formação ideológica mais consolidada. Eu sou um liberal… Veja, eu, na verdade, o que eu acho, eu sou um cidadão muito pragmático e muito realista entre aquilo que eu sonho e aquilo que é a política real.
Se um partido ganhasse as eleições sozinho, elegesse todo mundo, ia ser uma desgraça. Ia ter corrupção pra caramba. O ideal é ter as maiorias, mas não tendo forças, não tendo aliados de esquerda, você faz uma composição. E você faz com quem quer te apoiar. O PT negou muitos apoios. Quando fui presidente da República, eu tinha consciência de que eu era um estranho no ninho. Aquilo não foi feito para um operário chegar lá. O Congresso não tinha nem banheiro feminino.

Eu hoje acho que sou mais à esquerda do que eu era. Eu tenho lido mais, eu tenho visto que mesmo fazendo o que nós fizemos por este país, ganhando o dinheiro que ganharam em nosso governo, eles ainda não nos aceitam. Há um preconceito, que não sei se é de classe, mas é visível. E eu tento tratar isso democraticamente.
Os de cima não aceitam sequer um novo rico; se não for do meio deles, tá fora. Então te confesso que eu tenho uma coisa na minha vida que é minha coerência política. Um discurso de 1989 e um de 2009, tem coerência. O Lula nunca mudou de lado. Eu sei de onde eu vim. Fui presidente da República e voltei para o mesmo lugarzinho.”

Lei Antiterrorismo“Eu sou contra a lei antiterrorismo. É uma loucura a gente fazer uma lei por conta dos black blocs. Este país não tem tradição de terrorismo. Nós fizemos os jogos Pan Americanos e não aconteceu absolutamente nada. Vamos fazer as olimpíadas e com o sistema de segurança que está sendo feito, não vai acontecer nada. Vamos envolver o povo brasileiro, com a quantidade de pessoas por aí que querem ser voluntárias. Não vamos trazer para cá um problema da França, americano ou do Oriente Médio. Somos outra nação.”

Suicídios induzidos pelo preconceito

no Portal Revista Fórum

Por Jarid Arraes




A última quinta-feira (10) foi o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgados no Relatório Global para Prevenção do Suicídio em 2014, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida e em 2012 foram registradas 800 mil mortes no mundo.
A exemplo de campanhas como a It Gets Better, instituições e movimentos sociais tentam alertar a sociedade para a gravidade das diversas formas de discriminação – como a homofobia e o machismo – e como essas violências podem potencializar um quadro de sofrimento, tornando-se fatores decisivos para que as vítimas se suicidem.
Seja porque não suportam a discriminação diária ou porque suas famílias são hostis e não lhes oferecem suporte, muitas pessoas gays, lésbicas e trans enxergam no suicídio a última saída para uma vida de sofrimento. Nas situações que envolvem o machismo, é possível citar dois casos que aconteceram no ano de 2013, quando duas adolescentes se suicidaram em um intervalo de apenas 10 dias após terem imagens íntimas vazadas na internet.
Para que possamos refletir sobre o suicídio em nossa sociedade e de fato desenvolver medidas preventivas, esse fenômeno social precisa ser analisado com mais profundidade e ir muito além de reducionismos. A depressão e outros transtornos mentais são pistas importantes nesse quadro, principalmente porque ainda somos uma cultura que negligencia a saúde mental dos indivíduos e trata o sofrimento psíquico como algo fútil. O acesso ao atendimento psicológico e à psicoterapia ainda é um luxo inacessível para a maior parte da população; os estigmas dos transtornos mentais estão longe de ser destruídos.
No entanto, muitas pessoas sofrem por causa do preconceito, do machismo e do racismo. Enfrentar diariamente a discriminação é um desafio árduo que causa prejuízos reais e reforça a exclusão. Sem alternativas, em uma sociedade que celebra a falsa meritocracia e não suporta quem foge dos rígidos padrões ditados, milhares de pessoas padecem. A saúde mental é dizimada e, sem opções de mudança, compreensão ou qualquer combate efetivo ao preconceito, dar um fim à própria vida pode parecer a melhor solução.
A prevenção ao suicídio se assemelha de certa forma com o combate ao bullying: não é suficiente falar nesses dois fenômenos sem que as motivações e causas por trás dos mesmos sejam analisadas com seriedade e combatidas. Em muitos casos, o bullying é também uma manifestação de racismo, homofobia e machismo. E quando o assunto é suicídio, o sofrimento agudo também é efervescido pelos preconceitos da sociedade.

A nossa responsabilidade é romper o tabu e nomear os fatores de risco e vulnerabilidade para que sejam devidamente combatidos. Prevenir o suicídio implica em lutar contra a discriminação sofrida por pessoas LGBT, contra o racismo e contra o machismo. Sem isso, uma grande parcela das pessoas que começam a ver o suicídio como alternativa continuam desamparadas e, por nossa omissão, os números de suicídios aumentam cada vez mais.
Foto de capa: Reprodução / Facebook

As grandes mulheres negras da história do Brasil

no Portal da Revista Fórum

Por Jarid Arraes





Conheça todos os cordéis biográficos em www.jaridarraes.com/cordel

Talvez você nunca tenha conhecido a trajetória de sequer uma mulher negra na história do Brasil. Mesmo na escola, nas aulas sobre o período da colonização e da escravidão, é provável que você não tenha lido ou ouvido falar sobre nenhuma líder quilombola, nem mesmo sobre líderes que foram tão importantes para comunidades enormes.

Essa ausência de conhecimento é um problema profundo no Brasil. Infelizmente, na escola não temos acesso a nomes como o de Tereza de Benguela, por exemplo, que recentemente se tornou símbolo nacional, quando o dia25 de Julho foi oficializado como o Dia de Tereza de Benguela. Ainda assim, há grandes chances de que essa seja a primeira vez em que esse nome lhe salta aos olhos.

Para conhecer as histórias de luta dessas mulheres, é preciso mergulhar em uma pesquisa pessoal, que antes de tudo precisa ser instigada. Mas se as escolas e Universidades nem mesmo mencionam a existência de mulheres negras que concretizaram grandes feitos no Brasil, como a curiosidade das pessoas será despertada?
Na prática, as consequências dessa ignorância são muito graves. Não  aprendemos que mulheres negras foram capazes de conquistas admiráveis ou que lutaram bravamente, até mesmo em guerras contra a escravidão, e crescemos acreditando na ideia de que as mulheres negras nunca fizeram nada de grandioso e nem marcaram o país como outros grupos de pessoas. A tendência de muita gente é associar a bravura, a inteligência e a estratégia somente a figuras masculinas, sobretudo aos homens brancos, que são notavelmente mais registrados, memorados e citados em aulas de História.

Com essa falta de referências a mulheres negras, muito racismo continua a ser perpetuado. Mas como podemos reparar os imensos estragos causados por essa omissão? Neste início de ano, como parte de uma tentativa de espalhar informação sobre as histórias de grandes mulheres negras, lancei mais cordéis biográficos que contam suas trajetórias e conquistas. Em sala de aula ou passando de mão em mão, a Literatura de Cordel pode servir como um rico material para que essas histórias sejam repassadas e discutidas.
Nos novos cordéis, é possível conhecer Zeferina, líder do quilombo de Urubu, Anastácia, uma escrava que até hoje é cultuada como santa, Maria Felipa, que foi líder nas batalhas pela independência da Bahia, e Antonieta de Barros, a primeira deputada negra do Brasil. Passo a passo, grandes injustiças históricas podem ser eliminadas, trazendo à tona a memória de guerreiras e mulheres negras brilhantes que foram de enorme importância para o Brasil.

Para começar, leia aqui no Questão de Gênero o cordel que conta a história de Tereza de Benguela, disponível gratuitamente.
Para conhecer todos os cordéis, visite a página www.jaridarraes.com/cordel
Acima de tudo, fale sobre essas mulheres, conte que elas existiram e busque por mais nomes e mais referências. Esse conhecimento é libertador e fundamental para combater o racismo e o machismo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O que antes era sonho da maioria e luxo de uma minoria, vira realidade para todos.

por José Gilbert Arruda Martins

Foi-se o tempo em que as Universidades brasileiras eram apenas para as classes abastardas, depois da reformulação/transformação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), da criação do ProUni (Universidade para Todos) e do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), os Campus se encheram de cores, de uma alegria contagiante, é o povo ocupando espaço que é seu também.




Nesta quarta-feira (19), o Ministério da Educação (MEC), fez um balanço do Sisu e do ProUni; os números divulgados são bastante animadores e mostra como a política de inclusão criada a partir de 2003, começa a dar frutos concretos.

"A oferta de vagas do Sisu cresceu 376% desde 2010, ano de sua primeira edição, até 2016. No começo do sistema, eram propostas cerca de 47 mil vagas, enquanto este ano o número saltou para 228.071. Somente de 2015 para cá, o crescimento foi de 10%. O sistema registrou mais de 2,7 milhões de inscritos nesta edição."

Os números mostram claramente a ascensão do povo, dos filhos e filhas dos trabalhadores e trabalhadoras ao Ensino Superior.

As famílias oriundas das classes populares, estão quebrando o ciclo da miséria, não apenas material, mas principalmente intelectual, seus filhos estão na academia, muitos traçando caminhos completamente diferentes daqueles que seus pais e mães trilharam.

Estão, finalmente, tendo a oportunidade de escolher o curso dos sonhos, engenharia, medicina, licenciaturas, pedagogia, direito...

Quebrando de forma definitiva, as amarras que os prendiam a um passado de muita miséria e dificuldades.

Estão entrando em um mundo que antes era apenas de alguns, mas que agora, se deslumbra para todos e todas.

É a educação fazendo seu magnífico papel, dirigida por governos progressistas e populares, dando a oportunidade que o povo precisava.

"Administração, pedagogia, direito, medicina e educação física foram os cinco cursos mais procurados do Sisu deste ano. Assim como nos anos anteriores, medicina continua sendo o mais concorrido, com 52 estudantes disputando cada vaga."
Qual a mãe ou o pai que não vibra com a aprovação, a entrada e a permanência de uma filha ou de um filho na Universidade, de preferência, pública?

O que antes era sonho da maioria e luxo de uma minoria, vira realidade para todos e todas.

Outro ponto importante na entrevista do ministro da educação, foram as universidades mais procuradas pelos estudantes, das três mais requisitadas, duas são do Nordeste, isso é um sinal das mudanças, instituições muito boas de outras regiões do país, sendo destacadas, lembradas.

"As três instituições mais procuradas do país foram Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com mais de 150 mil inscrições em cada. A que registrou maior concorrência foi a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com média de 56,3 candidatos por vaga."

A garota e o garoto negro, filho e filha do Povo chegou à Universidade, esse fenômeno, que pode ser chamado de uma verdadeira revolução educacional e social, precisa ser ampliado, para isso as eleições de 2016 de prefeitos e vereadores é fundamental, saiba escolher, pense nos projetos populares antes de colocar seu voto na urna.

"Entre as diferentes modalidades de inscrição, os estudantes que se candidataram pela Lei de Cotas enfrentaram concorrência maior (28,0) que a encontrada na ampla concorrência (24,8). Mas em relação à nota de corte, um dado que chamou a atenção do ministro, a diferença entre cotistas e não-cotistas foi pequena. No curso de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, a diferença foi de apenas 2,9%."
Outra realidade que precisa ser conhecida e entendida, é que o sistema de cotas não é moleza, os dados acima demonstram.

Os estudantes que entram pelo sistema de cotas, além de terem uma concorrência maior, estão se destacando como alunos e alunas, na UnB (Universidade Nacional de Brasília) e em várias outras instituições espalhadas pelo país, os jovens cotistas têm rendimento superior aos não cotistas.

"A lei das cotas, que são reservadas 12,5% do número das vagas ofertadas, irá conseguir, em 4 anos, 150 mil jovens que vão ser de acordo com a cota. O cotista tem bom rendimento igual e superior ao não cotista."
"Números apresentados nessa quinta-feira pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) jogam por terra os argumentos de quem acreditou que a entrada de cotistas comprometeria a qualidade de ensino na maior instituição de ensino superior do estado. Os beneficiários da Lei das Cotas mostram, desde 2013, desempenho acadêmico igual ou superior aos demais alunos. No quesito evasão, eles também são destaque: desistem muito menos dos cursos. Em alguns casos, a cada dois estudantes da ampla concorrência que abandonam a faculdade, o mesmo ocorre com um é cotista."
Nos dias 22, 25 e 26 próximos os candidatos classificados no Sisu deverão fazer as matrículas nas universidades. Mas até 29 deste mês os não selecionados ainda podem manifestar interesse em participar da lista de espera.

É isso, para quem deseja debater o novo sistema de educação brasileiro, onde todos e todas têm acesso real ao ensino superior, com cotas ou sem cotas, precisa ler primeiro, não invente, leia para poder ter condições reais de argumentações.

Imagem: https://www.google.com.br/search?q=Estudantes&rlz=2C1SAVU_enBR0538BR0538&espv=2&biw=1280&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjb4prfobjKAhXDEpAKHXmPAv4QsAQIGw#imgrc=f9Bj6xzs3BbdwM%3A

Com informações:

1. http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=33571

2. http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/06/desempenho-do-cotista-e-superior-ao-do-nao-cotista.html

3. http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2015/05/01/internas_educacao,643018/desempenho-de-cotistas-na-ufmg-e-igual-ou-superior-aos-demais-alunos.shtml