Política, ainda é a grande saída, a alternativa, o caminho possível, principalmente num país ou sociedade que se revela dividida profunda e historicamente, como é a brasileira.
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Quando você ouve a frase: "Todo político é ladrão", pode existir por trás da afirmação, no mínimo, duas coisas, ou foi dita por alguém que deseja que a política seja "ofício" de apenas alguns "iluminados", ou, veio de alguém, profundamente ignorante da importância que tem a política para a vida em sociedade.
Para podermos jogar luz sobre o funcionamento estrutural da sociedade brasileira, você pode até acender uma lâmpada, um fósforo, sei lá, o que tiver para "alumiar", mas, nada substitui a política.
Em um texto, na minha opinião, genial, para o debate sobre o tema, Gilberto Dupas, no jornal o Estado de S Paulo, em 2009, não joga apenas luz, joga uma usina nuclear inteira, observe, em alguns fragmentos a seguir, como o autor se refere às questões que envolvem a democracia e a política.
"(...) Na democracia os conflitos são inevitáveis, porque governar é cada vez mais administrar os desejos das várias minorias em busca de consensos que formem maiorias sempre provisórias. Há, assim, uma contradição inevitável entre a legitimidade dos conflitos e a necessidade de buscar consensos. Fazer política na democracia implica escolher um campo, tomar partido."
O "tomar partido" aqui, pode sim ser um partido político, mas, o autor, no meu entender, não se refere apenas à política partidária, vai muito além.
Os caras que sempre estiveram à frente do poder, ou pelo menos do governo no Brasil, odeiam a política, pelo menos desejam nos fazer acreditar nessa estória.
Esses indivíduos e grupos, ou fizeram política diretamente, ou, como é de costume, colocaram os seus comandados e partidários para fazê-la.
E, grupos capitalistas ricos, daqui e do exterior, têm seus "paus mandados", poderíamos citar aqui dezenas, bem conhecidos, Cunha, Paulinho da Força, e, até aquele trabalhador ou trabalhadora simples do povo, que, por ignorância e desconhecimento, participa de eventos golpistas.
As minorias, os grupos da sociedade, e aí, incluem-se, negros, negras, índios, trabalhadores e trabalhadoras de diversos ramos, principalmente os desorganizados, quer dizer, sem sindicatos, foram sempre os que mais penaram nas mãos desses grupos detentores da hegemonia na política.
O povo brasileiro, sempre tentou forçar a entrada no cenário da disputa política. Todas as vezes que tentou, quase sem exceção, foi forçado a recuar ou desencorajado a participar, com as "velhas" e eficazes formas ideológicas de excluir, de forma sorrateira, quase imperceptível, os grupos populares do fazer política.
A sociedade brasileira precisa da política, como o peixe da água. Caraca, que comparação! mas, vai assim mesmo, você entendeu.
Fazer política, em uma sociedade como a nossa é tentar solucionar os conflitos pelo debate democrático e civilizado. O que, por sinal, nos falta absurdamente.
"Quanto mais marcadas por divisões sociais e por incertezas, mais as sociedades produzem conflitos e necessitam de lideranças que busquem consensos..."
A realidade muda com política.
A luta por uma escola pública de qualidade, em todos os níveis, pré, ensino fundamental, médio e superior, é política.
A luta para manter e melhorar o atendimento do SUS é política.
A luta por Reforma Agrária Popular é política.
A luta por uma política habitacional popular também...
Faça política, ou num partido ou na vida...
A política é para todos e todas.
Com informações de:
Gilberto Dupas. O Estado de S. Paulo, A2, 17 de janeiro de 2009.
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