quinta-feira, 5 de novembro de 2015

E quando o professor é Pelego? (ou Quem não luta por seus direitos não é digno deles)

por José Gilbert Arruda Martins

Uma das coisas mais tristes na carreira de professor e a convivência com colegas pelegos.
Mais o que é um "pelego"?

"... Pelego era o líder sindical de confiança do governo que garantia o atrelamento da entidade ao Estado. Décadas depois, o termo voltou à tona com a ditadura militar. "Pelego" passou a ser o dirigente sindical indicado pelos militares, sendo o representante máximo do chamado "sindicalismo marrom". A palavra que antigamente designava a pele ou o pano que amaciava o contato entre o cavaleiro e a sela virou sinônimo de traidor dos trabalhadores e aliado do governo e dos patrões."


É duro e deselegante chamar um colega - que deveria ser chamado de companheiro -, de traidor?

O que é mais deselegante?

Traidor ou pelego?

Pelego ou medroso?

Sinceramente, não sei, só sei que, todos os movimentos que saímos às ruas e fizemos greves juntos, fomos vitoriosos, quase sem exceção.

Portanto, a greve é um instrumento forte e eficaz.

Todo mundo sabe que uma greve pode atrapalhar.

Pode atrapalhar principalmente os estudantes.

Todo mundo sabe também que preparar e fazer uma greve é trabalhoso, penoso e envolve muita responsabilidade, nosso sindicato  - Sinpro - DF, tem uma história de lutas desde 1979.

O professor pelego, adora fazer críticas ao "seu" sindicato, alguns, enchem a boca, para dizer que não são sindicalizados, nunca se importaram com isso, que é sem sentido a sindicalização.

Não sabem, os tolos pelegos, que se o Distrito Federal tem um dos salários mais altos da Federação, deve a muita luta do Sindicato e de todas e todos que tiveram a honradez de parar e ir às ruas quando necessário.

Na maioria dos casos, a greve se fez necessária e, a médio ou longo prazo, ajudou a Educação Pública a melhorar a qualidade do ensino.

Nesse momento, centenas de companheiras e companheiros estão de greve, lutando por seus direitos e pela Educação Pública.

Ao mesmo tempo, dezenas de outros colegas, estão em sala de aula furando o movimento.

Se sairmos vitoriosos mais uma vez, quem será beneficiado?

Todos e todas, até os pelegos que não tiveram a coragem didática de lutar por seus próprios direitos e pelos direitos da categoria.

É ético?

É digno?

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