domingo, 6 de janeiro de 2019
Bolsonaro "Patriota": de Costas Para o Brasil de Joelhos Para os EUA
por José Gilbert Arruda Martins
Mas, Não é apenas quintal, o "novo" governo de extrema direita, promete entregar a Base de Alcântara e ceder aos Imperialistas Norte Americanos uma base militar no Brasil.
Bolsonaro Quer Aprofundar o Entreguismo Vira Lata de FHC
Por José
Gilbert Arruda Martins
Ministro
da Infraestrutura (Tarcísio Gomes de Freitas) confirma privatização ampla,
geral e irrestrita.
Desmonte
do Brasil vai começar por aeroportos e pré-sal!
Tudo
que puder será privatizado, diz ministro da Infraestrutura.
O
Estado deve ser mínimo ou máximo?
O
Estado, para muitos especialistas, deveria ser do tamanho das necessidades da
maioria do povo.
O
que o governo Bolsonaro, através do Paulo Guedes pretende é implantar é
aprofundar o que FHC fez na década de 1990, uma política de entregue do
patrimônio brasileiro a preço de banana.
É
uma política falida, não deu certo em nenhum lugar onde foi implantada, pelo
menos para a Classe Trabalhadora...
De
acordo com estudo dos professores Frederico Lustosa da Costa, da Universidade
Federal Fluminense, e Vítor Yoshihara Miano, do Instituto Federal Fluminense,
entre 1995 e 2003, apesar da receita extra de US$ 93,4 bilhões obtidos com as
privatizações, a dívida líquida do setor público cresceu de 27,98% para 52,36%
do PIB.
Em
valores brutos, a dívida pública passou de US$ 70 bilhões para US$ 400 bilhões.
Principalmente devido à elevada taxa real de juros, todo o valor amealhado com
a entrega de estatais de setores chaves - como telecomunicações, energia e
siderurgia – serviu apenas para cobrir parte dos serviços da dívida pública.
O
economista Guilherme Delgado destaca que a proposta privatizante de Bolsonaro
revisita um passado de insucesso. “Esse filme é um filme velho e já visto. No
Plano Real, os argumentos eram os mesmos. Nas privatizações daquela época,
estava escrito lá no papel a mesma coisa. E se fez um programa de privatização
muito grande na área de infraestrutura principalmente, mas a dívida pública na
verdade explodiu nesse período”, afirma.
Essa
história de Estado Mínimo é para enrolar o trabalhador.
Na
verdade, a grande burguesia nacional e internacional sempre mamou nas tetas do
Estado e faz você acreditar que o setor privado não tem nada a ver com o Estado
com o público.
Tráfico de Bebês por João de Deus e Escravidão de Mulheres
Tráfico de Bebês por João de Deus e Escravidão de Mulheres Amig@s e REDE! Precisamos que tod@s vocês compartilhem este vídeo e marquem pessoas de Goiás e norte de MG. Estamos investigando de forma independente, apartidária, imparcial e neutra, os outros crimes de João Teixeira e sua quadrilha. Com o fim de colaborar com a Polícia Federal, FBI e Polícia Internacional da União Europeia, na identificação das rotas de fuga de tráfico de bebês e escravidão sexual das mulheres que sistematicamente foram obrigadas e coagidas a parir e entregar estes bebês. Eles são levados em geral, por guias turísticas espirituais (mas também por funcionários/as e quadrilha) para EUA, Europa e Austrália e vendidos por 20 a 50 mil dólares. Grata pelo apoio. o vídeo é público.
Tráfico de Bebês por João de Deus e Escravidão de Mulheres
Tráfico de Bebês por João de Deus e Escravidão de Mulheres Amig@s e REDE! Precisamos que tod@s vocês compartilhem este vídeo e marquem pessoas de Goiás e norte de MG. Estamos investigando de forma independente, apartidária, imparcial e neutra, os outros crimes de João Teixeira e sua quadrilha. Com o fim de colaborar com a Polícia Federal, FBI e Polícia Internacional da União Europeia, na identificação das rotas de fuga de tráfico de bebês e escravidão sexual das mulheres que sistematicamente foram obrigadas e coagidas a parir e entregar estes bebês. Eles são levados em geral, por guias turísticas espirituais (mas também por funcionários/as e quadrilha) para EUA, Europa e Austrália e vendidos por 20 a 50 mil dólares. Grata pelo apoio. o vídeo é público.
sábado, 5 de janeiro de 2019
A Entrega do Brasil. Privatizar Tudo...Bom Pra Quem?
por José Gilbert Arruda Martins
Ministro
da Infraestrutura confirma privatização ampla, geral e irrestrita
Desmonte
do Brasil vai começar por aeroportos e pré-sal!
Tudo
que puder será privatizado, diz ministro da Infraestrutura
Pergunto-te
então:
O
Brasil investiu décadas em pesquisa, alta tecnologia para descobrir o pré-sal
por exemplo. Os recursos desse tesouro não deveriam ser investidos em saúde e
educação pública?
Com
a entrega do pré-sal para onde irão os recursos?
Chegarão
à mesa do pobre?
Melhorará
a vida real do povo brasileiro?
Você
é a favor das privatizações?
Outra:
Se tudo for privatizado você tem salário suficiente para continuar consumindo?
Vamos
pegar um singelo exemplo da cidade que moro, aqui o setor de energia foi privatizado,
é uma das tarifas mais altas do Brasil, o número de cortes em residências de
trabalhadores é um dos maiores do país.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2019
Viva o Brasil! Bolsonaro Acaba Com o Socialismo no 1° Dia pronto
Enquanto
a mudança de sistema econômico não acontece, a forma mais decente e justa de
distribuir a riqueza produzida é por meio do salário mínimo e outras Políticas
Públicas de inclusão social.
Por José
Gilbert Arruda Martins e também no Conversa Afiada e Tijolaço.
O
salário mínimo passou a vigorar no Brasil a partir de 1º de maio de 1940 durante
o governo de Getúlio Vargas.
O
valor atual do salário mínimo nacional (a partir de 1 de janeiro de 2019) é de
R$ 1.006,00 (Um mil e seis reais).
Quando
Lula assume o mandato em 2003 o Salário Mínimo valia os R$ 200,00 deixados por
FHC. No ano de sua saída (2010), o mesmo salário valia R$ 510,00,
caracterizando portanto um aumento de 155% em relação ao valor do início de seu
mandato, e 53,6% de aumento real, descontando-se a inflação.
Isso
é uma forma importante de distribuir riqueza.
E,
não é Socialismo...Socialismo é muito mais.
O
que Lula e Dilma fizeram foi esticar a corda do sistema capitalista e tentar
distribuir renda a quem produz.
Bolsonaro
se livra do Socialismo no primeiro dia.
Decretando
salário mínimo abaixo do esperado.
Valor
serve de referência para 48 milhões de brasileiros
Bolsonaro
assina decreto que fixa salário mínimo em R$ 998 em 2019
Dois
quilos a menos de feijão, uns três ou quase quatro de arroz, comprando na
promoção, uns 800 gramas de músculo para a sopa das crianças, se o preço dos
legumes deixar que se faça sopa.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
A "Solução Final" de Bolsonaro
por José Gilbert Arruda Martins
Agência Brasil.
Armas de fogo são causa de morte em 71%
dos homicídios no Brasil
Pesquisador
diz que, sem Estatuto do Desarmamento, taxa cresceria 12%
Segundo
o pesquisador David Marques, um estudo do Ipea aponta que, sem o estatuto, o
Brasil poderia ter ainda mais homicídios do que os 62.517 ocorridos em 2016, o
que equivale a uma taxa de 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes, a mais
alta de história do país e alcançada pela primeira vez no ano analisado pelo
estudo.
O
Estatuto do Desarmamento, apesar de nunca ter sido implementado na sua
completude, ainda assim conseguiu ser responsável por uma espécie de freio, de
contenção do crescimento dos homicídios.
De
acordo com Marques, o resultado mostra a importância de se aperfeiçoar as ações
de desarmamento.
Segundo
a pesquisa, entre 1980 e 2016, 910 mil pessoas foram mortas por perfuração de
armas de fogo no país;
“Isso
sinaliza de forma muito clara a importância de se ter uma política consistente
de retirada de armas de fogo, especialmente as ilegais, mas também de controle
das armas de fogo legais, para que a gente possa ter menos crimes. Porque
diversas pesquisas têm demonstrado que menos armas é menos crimes, diz Marques.
Quais as reais causas da violência, principalmente a violência
urbana?
Você já pensou nisso?
Por que a violência urbana é maior, estatisticamente, nos países com
maior desigualdade social?
Segundo especialistas a maior causa da violência é a pobreza e a
miséria devido à absurda concentração da renda, da riqueza nas mãos de uma
minoria.
Para o professor Reginaldo Moraes da Unicamp, o andar “de
cobertura”, o andar da diretoria, da chefia. A nata. A faixa dos que estão
acima dos 160 SM por mês. São 71.440 pessoas, que absorveram R$ 298 bilhões em
2013, o que correspondia a 14% da renda total das declarações. A renda anual
média individual desse grupo foi de mais de R$ 4 milhões. Eles representam
apenas 0,05% da população economicamente ativa e 0,3% dos declarantes do
imposto de renda. Esse estrato possui um patrimônio de R$ 1,2 trilhão, 22,7% de
toda a riqueza declarada por todos os contribuintes em bens e ativos
financeiros.
sábado, 29 de dezembro de 2018
Bolsonaro Enganou as Massas?
Há
algo que o Brasil já perdeu. E que vai custar muito para recuperar. Com
Bolsonaro ou sem Bolsonaro, descobrimos que vivemos num país em que a maioria
dos brasileiros acha possível votar num homem como Bolsonaro. Sem nenhum drama
de consciência, compactuam com todo o ódio que ele produz, são cúmplices do
desejo de exterminar aqueles que são diferentes, apreciam as ameaças e os arrotos
de poder, exaltam a ignorância e a brutalidade.
El
País
Como escreve Fernando Horta
do Blog Como Eu Escrevo
by José Nunes
Fernando Horta é doutorado em Relações Internacionais na Universidade de Brasília.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Tenho rotina sim, mas quanto ao que devo fazer e não a horário. Normalmente começo me informando sobre o mundo e as coisas através de uma ou duas horas de leitura vindas de diversas fontes, desde jornais nacionais e estrangeiros, até manifestações de pessoas que eu sigo ou que eu acho interessantes. Só depois me apresento ao mundo, vamos dizer assim.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Eu sou noturno. Preciso de silêncio, preciso saber que as coisas e rotinas normais estão resolvidas e que eu posso centrar minhas energias em algo construtivo e não apenas em ficar repetindo atividades comuns como ir ao supermercado, atender gente na porta, no telefone e etc. Eu não tenho nenhum ritual específico, apesar de que quando eu preciso me FORÇAR a escrever eu começo por ler algo a respeito do que quero escrever e ir digitando o que aparecer na cabeça. Normalmente, entretanto, este esforço gera textos médios e que, se bem trabalhados, podem ter alguma serventia.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Eu escrevo um pouco todos os dias. Mas não me coloco meta. Quando a coisa engrena, posso passar seis horas sentado escrevendo. Uma técnica que uso é variar o assunto. Muitas vezes há que se escrever algo (tese, dissertação, capítulo e etc.) por questão profissional, mas no momento não sai. Então eu escrevo algo sobre futebol, uma crônica pessoal, memória, relato ou qualquer outra coisa para “destravar” o processo imaginativo. Normalmente funciona.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Eu tenho uma característica muito louca de nunca conseguir “desligar”. Então quando estou fazendo atividades rotineiras, como tomar banho, academia ou algo que me exija uma série de esforços coordenados e repetitivos, meu cérebro começa a resgatar argumentos, ideias e sentidos e combiná-los à esmo. Neste momento eu vou filtrando o que me parece importante, o que me parece que tenha “futuro” (que possa ser desenvolvido adiante) e etc. Estranhamente como se fossem duas pessoas trabalhando em conjunto. E confesso que muitas vezes eu preciso tomar nota porque a “pessoa” que cria, faz isto muito rápido. Com relação à pesquisa, eu sempre mantenho um indicativo claro do que estou fazendo. Algo como um memo para mim mesmo dizendo “agora é preciso explicar o conceito de estrutura em Marx”. Faço isto porque é muito fácil começar escrevendo sobre frutas, falar sobre o limão e terminar contando como foi interessante no réveillon do ano xxxx encher a cara com caipirinha. Assim, através de controles de sentido e de relevância é possível dar um foco ao processo criativo. Funciona em 60% dos casos. O que, para mim, é muito.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Travas de escrita eu comentei acima. Me forço a escrever sobre outros temas ou vou realizar atividades repetitivas e que não me exigem esforço mental. Sobre a procrastinação eu sempre deixo para tratar dela depois. Brincadeiras à parte, a procrastinação tem que se tornar o “ócio criativo”… eu combato ela dando vazão – à qualquer hora – aos impulsos criativos. Isto significa dizer acordar quatro da manhã com uma ideia e sentar no computador escrevendo até as dez da manhã… o processo de escrever raramente consegue ser escravizado pelos comportamentos de sociedade que temos. É parte desta rebeldia de sentido que encontramos a criatividade no meu entendimento.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Depende do tipo de texto. Eu confesso que fico nos extremos aqui. Quando são textos de pouca expressão (postagens, e-mails, histórias, etc.) eu escrevo e publico muitas vezes sem ler duas vezes. Depois o pessoal vai me avisando dos erros gramaticais que existem. É interessante porque traz uma questão essencial que aproxima o leitor que é a ruptura com a perfeição da linguagem. Há uma ideia de que escrever requer o domínio formal da língua. E isto não é verdade. Assim, quando eu escrevo e surgem inúmeros erros, isto ajuda a trabalhar a questão da autoria, da autenticidade e romper com estereótipos meio machadianos de que quem escreve o faz a partir de um domínio completo formal da linguagem. Além disto, auxilia muito na questão da relação com o leitor. Muitos acham erros e avisam, criticam, questionam e isto inverte a condição de receptor que o leitor normalmente se coloca. É impossível alguém ver escrito que “algo tinha haver” e não “a ver” e passar batido sem avisar ao escritor. Tenho também amigos bem cri-cris que criticam vírgulas, crases e expressões. Eu, quando escrevo neste modo mais descompromissado, não me preocupo com estas coisas. A ideia é que o todo seja inteligível, e faça sentido. Apenas isto.
Já no outro oposto, quando é um texto que exija responsabilidade (parte de um livro, tese ou parecer) aí eu escrevo e fico olhando para ele. Horas a fio. E me convencendo o quão ruim está. Depois eu troco tudo, inverto, faço de novo e continuo achando ruim. A grande sacada que aprendi comigo mesmo é não jogar fora o que eu acho ruim. Porque quando o prazo vai apertando a minha autocrítica começa a ceder espaço para uma visão mediana utilitária. “Está ruim, mas dá para melhorar neste e neste sentido”… até chegar a algo como “Está uma bosta, mas é a sua bosta!” Aí o sentido de protagonismo criativo acaba silenciando a autocrítica perversa. E você tem que entregar o texto.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Eu nem sei mais escrever à mão. É sério. Outro dia participei de uma seleção em que precisei escrever oito laudas à mão. Foi um martírio. Um desespero. Eu ia me lembrando de como escrever… e olhava o texto e dizia “mas eu nunca escrevi o ‘h’ desta forma”… e os garranchos iam se acumulando, junto com a dor no dedo e da posição que eu estava. Foi terrível. Até isto me leva a pensar em me forçar a escrever mais à mão. Para não passar por aquela sensação ruim de novo. Escrevo direto no computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Minhas ideias vêm de um trabalho incessante feito como “processo secundário” do meu cérebro juntando tudo o que vejo, sinto e leio (inputs) com tudo o que sei, acredito, gosto ou não gosto. Numa doideira completamente inexplicável. Estou andando na rua e vejo um acidente de carro ao lado do vendedor de bananas e meu cérebro começa a fazer associações entre as coisas. Jocosas, engraçadas, horríveis, sem nexo ou de qualquer tipo. Isto sem parar, e eu vou selecionando o que é socialmente aceito, o que pode ser cientificamente desenvolvido, o que pode ser literariamente usado, vou refinando, criticando, fazendo o mesmo processo de novo… enfim. É um constante método ensaio e erro que eu levei muito tempo para conseguir fazer funcionar porque ele depende intrinsicamente da capacidade de julgamento racional. Então quando eu era mais novo e com menos conhecimento sobre o mundo, as coisas, pessoas e sobre mim mesmo, saía cada bobagem de apavorar. Faltava o parâmetro pelo qual você classifica uma ideia como factível, socialmente possível, moralmente apta, inútil, criminosa e etc. Quando eu consegui desenvolver este parâmetro a coisa começou a fluir. Se bem que ainda hoje saem absurdos e bobagens de todo o tipo.
O bom é trabalhar com “alter egos”. Fernando Pessoa mostrou isto. Há determinadas ideias e textos bons, muito bons que você pensou e você criou, mas que não podem ser socialmente liberados. Há espaços sociais de aceitação de ideias, de sentidos, de julgamentos e, a partir de determinada posição, a sociedade espera de você determinadas coisas e não outras. Isto impõem uma restrição externa que cerceia, no fundo, a imaginação. O historiador Eric Hobsbawm passou por isto. Marxista, inglês, professor universitário e tudo mais, escreveu um livro chamado “A história social do jazz”. Escreveu com pseudônimo, afinal isto não é tema para marxista. Não é tema para “gente séria”. Só anos depois ele foi aceitar a paternidade do livro. Assim, sempre que uma ideia boa aparece há que se pensar na boca de quem esta ideia seria melhor representada e, de repente, criar um alter ego para ideias recorrentes.
Sobre se manter criativo eu acho que depende muito do que você come. Obviamente não comer no sentido físico, mas as coisas que você se oferece diariamente. Seguir pessoas inteligentes, pessoas críticas, pessoas que te surpreendam, que pensem diferente de você, que sejam de outro grupo social, étnico, local e etc. E ler. Eu sou branco, de classe média, heterossexual, acadêmico, nascido nos estados do sul e tudo mais neste padrãozinho “guri de apartamento” que tu possa imaginar. Então eu tenho certos ganchos com outras realidades, me forço a ir, sentir, ver, ler, compreender aquilo que eu não sou, ou que não me atrai. É preciso manter a mente aberta. Outro dia, numa discussão em redes sociais, uma pessoa com o perfil completamente oposto a mim, que eu sigo, entrou numa discussão e eu a mencionei. Quando o fiz, ela imediatamente veio me perguntar se eu a havia citado porque ela era negra, mulher, e desfilou ali todo o rosário de diferenças entre eu e ela. Mas ela me acusava de ver estas características como algo negativo, e por isto – supostamente – eu a havia citado na discussão. Segundo ela, eu o tinha feito porque ela não teria como responder meus “argumentos acadêmicos”. Ela estava vendo a citação como uma covardia. Eu respondi que a havia citado porque queria ouvir a opinião dela. Que era para mim extremamente importante na discussão. Depois ela veio me pedir desculpas, mas não imaginava que eu a seguia por realmente querer saber o que ela pensava. Isto é parte da imagem que fazemos de nós mesmos e do sentido que damos à nossa existência. Somos ensinados a pensar que pertencemos a determinados círculos, nichos e setores, e que somos estranhos a outros. Quando alguém deliberadamente quebra isto, parece algo de outro mundo. Mas é essencialmente a diversidade e a constância que fazem parte do processo de criação. E quando você se propõe a um papel social de crítico dos tempos, dos discursos e das sociedades, é importante que você esteja aberto a todas as informações que puder receber destes tempos, discursos e sociedades. Ninguém que é preso em si mesmo consegue oferecer algo construtivo para muitas pessoas.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de sua tese?
Como eu disse, eu aprendi a me criticar. Aprendi a pegar mais leve comigo mesmo, mas aprendi a compreender os padrões dos diversos grupos sociais com os quais você interage. Uma piada escatológica pode ser maravilhosa numa mesa de bar e terrível num encontro acadêmico. Só que aos 22, 25, 28 anos eu não tinha isto claro. (Sim, me perdoem, eu como muitos fui só amadurecer depois dos trinta e muitos). Algumas pessoas chamam de autocensura, mas prefiro o termo “encaminhamento imaginativo”… determinadas coisas, ideias, discursos, requerem determinados ambientes, pessoas, níveis de relacionamento. Tenho um amigo inteligentíssimo que é publicitário. Redator. Há alguns anos (décadas) eu comecei a fazer uma série de comentários e contar histórias sobre ele numa reunião onde supostamente nem todas as pessoas tinham os mesmos laços de compromisso, vivência, respeito e etc. E eu fiquei profundamente chateado quando ele me chamou num canto e me perguntou se eu não tinha “finesse e elegância”. Não tinha mesmo e ainda não tenho. Mas aqueles textos, narrativas e etc. eram verdadeiras e tinham sentido e eu já as havia contado na companhia deste amigo para outras pessoas. O que afinal o tinha incomodado tanto? Foi daí que percebi que precisava refinar meus parâmetros de crítica social e viabilidade de narrativas. Muito poucas ideias (narrativas) são certas ou erradas per se. Elas dependem, sempre, dos contextos sociais, psicológicos, históricos em que são inseridas. Mas um adolescente de quinze anos não tem conhecimento disto ainda. Com vinte, vinte e dois começamos a compreender vagamente os extremos destes processos. Então, por exemplo, cumprimentar alegremente uma pessoa e perguntar “e aí, tudo bem?”… parece sempre bom. Mas não quando se está num elevador de um hospital saindo de uma UTI. No final dos trinta, este sentido de oportunidade parece ir se afigurando melhor.
Se eu pudesse me dar um conselho lá no início, eu diria “ouve mais e fala menos”. É complicado, porque o processo imaginativo requer uma postura propositiva, ativa e de exposição. Mas é preciso desenvolver os parâmetros de referência. Podem me criticar por este “utilitarismo imaginativo”… mas penso que é o que nos permite compreender um caminho e realizar coisas. Criação sem sentido costuma levar a uma grande quantidade de esforço sem recompensa e gera frustração, violência e muitas vezes até o abandono da escrita.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Eu penso em política. Eu estou terminando um doutorado na área de história e ciência política e acumulei um certo conhecimento sobre isto. Me permite ler, compreender, escrever. Mas tenho muito pouca ação real sobre as coisas. Muitas vezes é como se você estivesse preso no seu conhecimento, gritando sem que ninguém realmente ouça. É frustrante. Penso, e talvez esteja muito errado, mas hoje penso que na política há a possibilidade de realmente fazer as coisas se transformarem.
Com relação a um livro que ainda não existe, olha… Eu gostaria muito de ler algo como “Como lidar com a saudade, a culpa e a frustração comendo alface, brócolis e peito de frango grelhado”. Acho que a nossa sociedade como um todo vem caminhando muito no sentido de avanços tecnológicos e estamos parados em termos psicológicos e sociais. Se você comparar com o século XIX, por exemplo, ninguém imaginaria um celular. Uma casa sendo “impressa” em oito horas. Falar com alguém simultaneamente que está no Japão. Mas ao mesmo tempo, nossos pensamentos, nossa moral, nossos parâmetros sociais e de comportamento pouco se alteraram (em comparação com o mundo das coisas). Precisamos de mais música e menos física. Precisamos de mais escrita e interpretação e menos gramática. Precisamos de mais poesia… Nos falta utopia. Nos falta algo em que acreditar. Penso que estamos nos tornando cada vez menos humanos. E isto me assusta.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2018
BOLSONARO: Um Psicopata no Poder?
A
Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada pela Assembleia Geral
das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948. Ela estabelece, pela
primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos.
Em qual
contexto histórico esse documento surgiu?
A
Primeira Guerra Mundial (1914 a 1919) 9 milhões de mortos, 30 milhões de
feridos. Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), 45 milhões de mortos e 35
milhões de feridos. O Holocausto.
Nesse
sentido, com a aproximação da posse do novo presidente, conhecido aqui e no
exterior como um neofascista, nosso canal decidiu falar em direitos humanos.
Para
início de conversa vamos destacar algumas “pérolas” fascistas saídas da cabeça
doentia do presidente eleito. Vejam!
1. “O erro da ditadura foi torturar e não matar”
(2008 e 2016)
2. “Pela memória do coronel Carlos Alberto
Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff […] o meu voto é sim” (2016)
3. “Ele merecia isso: pau-de-arara. Funciona. Eu
sou favorável à tortura. Tu sabe disso...” (1999)
4. “Através do voto você não vai mudar nada nesse
país, nada, absolutamente nada! Só vai mudar, infelizmente, se um dia nós
partirmos para uma guerra civil aqui dentro, e fazendo o trabalho que o regime
militar não fez: matando uns 30 mil, começando com o FHC, não deixar para fora
não, matando! Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem, tudo quanto é guerra
morre inocente.” (1999)
5. “A atual Constituição garante a intervenção
das Forças Armadas para a manutenção da lei e da ordem. Sou a favor, sim, de
uma ditadura, de um regime de exceção, desde que este Congresso dê mais um
passo rumo ao abismo, que no meu entender está muito próximo (1999)
6. “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vou
botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gosta tanto da Venezuela,
essa turma tem que ir para lá” (2018)
7. “Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que
se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão para fora ou vão para a cadeia. Esses
marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria” (2018)
8. “[O policial] entra, resolve o problema e, se
matar 10, 15 ou 20, com 10 ou 30 tiros cada um, ele tem que ser condecorado, e
não processado” (2018)
9. “Morreram poucos. A PM tinha que ter matado
mil” (1992)
10.
“Somos um país cristão. Não existe essa
historinha de Estado laico, não. O Estado é cristão. Vamos fazer o Brasil para
as maiorias. As minorias têm que se curvar às maiorias. As minorias se adequam
ou simplesmente desaparecem” (2017)
11.
“Eu jamais ia estuprar você porque você não
merece” (2003 e 2014)
12.
“Por isso o cara paga menos para a mulher
(porque ela engravida)” (2014)
13.
“Foram quatro homens. A quinta eu dei uma
fraquejada, e veio uma mulher” (2017)
14.
“Para mim é a morte. Digo mais: prefiro que
morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter
morrido mesmo” (2011)
15.
“O filho começa a ficar assim meio gayzinho,
leva um couro, ele muda o comportamento dele. Tá certo?” (2010)
16.
“90% desses meninos adotados [por um casal
gay] vão ser homossexuais e vão ser garotos de programa com toda certeza”
17.
“Não existe homofobia no Brasil. A maioria
dos que morrem, 90% dos homossexuais que morrem, morre em locais de consumo de
drogas, em local de prostituição, ou executado pelo próprio parceiro” (2013)
18.
“Ele devia ir comer um capim ali fora para
manter as suas origens” (2008)
19.
“Fui num quilombola [sic] em Eldorado
Paulista. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada!
Acho que nem para procriadores servem mais” (2017)
20.
“Quem usa cota, no meu entender, está
assinando embaixo que é incompetente. Eu não entraria num avião pilotado por um
cotista. Nem aceitaria ser operado por um médico cotista” (2011)
21.
“Como eu estava solteiro na época, esse
dinheiro do auxílio-moradia eu usava para comer gente (2018)
A
questão é que por trás de um psicopata desses tem um projeto econômico maior, Ultraliberal,
sendo arquitetado por especialistas brasileiros representantes dos 1% mais
ricos do mundo, prá ferrar com o trabalhador e trabalhadora, irão aprofundar a
desnacionalização da economia brasileira com a entrega das nossas principais
empresas a preço de banana... Petrobrás, BB, Caixa, Produção de Energia, pré-sal,
as reformas, como exemplo a da previdência, e o desmonte do que sobrou do
Estado do Bem estar social montado durante os governos do Partido dos
Trabalhadores.
Para
finalizar:
Texto
exemplar da Juíza Federal Raquel Domingues do Amaral
"Sabem
do que são feitos os direitos, meus jovens?
Sentem
o seu cheiro?
Os
direitos são feitos de suor, de sangue, de carne humana apodrecida nos campos
de batalha, queimada em fogueiras!
Quando
abro a Constituição no artigo quinto, além dos signos, dos enunciados vertidos
em linguagem jurídica, sinto cheiro de sangue velho!
Vejo
cabeças rolando de guilhotinas, jovens mutilados, mulheres ardendo nas chamas
das fogueiras! Ouço o grito enlouquecido dos empalados.
Deparo-me
com crianças famintas, enrijecidas por invernos rigorosos, falecidas às portas
das fábricas com os estômagos vazios!
Sufoco-me
nas chaminés dos Campos de concentração, expelindo cinzas humanas!
Vejo
africanos convulsionando nos porões dos navios negreiros.
Ouço
o gemido das mulheres indígenas violentadas.
Os
direitos são feitos de fluido vital!
Pra
se fazer o direito mais elementar, a liberdade, gastou-se séculos e milhares de
vidas foram tragadas, foram moídas na máquina de se fazer direitos, a
revolução!
Tu
achavas que os direitos foram feitos pelos janotas que têm assento nos
parlamentos e tribunais?
Engana-te!
O direito é feito com a carne do povo!
Quando
se revoga um direito, desperdiça-se milhares de vidas ...
Os
governantes que usurpam direitos, como abutres, alimentam-se dos restos mortais
de todos aqueles que morreram para se converterem em direitos!
Quando
se concretiza um direito, meus jovens, eterniza-se essas milhares de vidas!
Quando
concretizamos direitos, damos um sentido à tragédia humana e à nossa própria
existência!
O
direito e a arte são as únicas evidências de que a odisseia terrena teve algum
significado!"
Preparem-se!
2019
poderá inaugurar um momento TRAGICAMENTE novo onde o alvo será você trabalhador
e trabalhadora jovem, pobre, negra, periférica...
REFERÊNCIAS:
https://www.geledes.org.br/texto-exemplar-da-juiza-federal-raquel-domingues-do-amaral/
quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
Olá Bolsonaro! O "Laranja" Mentiu
Fabrício gagueja, fala,
mas a história segue mal-contada
POR FERNANDO BRITO ·
26/12/2018
A entrevista “dócil” de
Fabrício Queiroz a Débora Bergamasco,
arranjada pelo SBT não convenceu ninguém.
Não posso, claro,
colocar em dúvida que tenha problemas de saúde, mas não saber dizer o nome do
hospital onde esteve internado é demais.
Assim como não dizer
nada sobre os motivos da movimentação financeira.
A história da “compra e
venda” de automóveis é descrita como algo de seu passado de “fazedor de
dinheiro”, mas não é a isso que ele atribui os movimentos de dinheiro vivo em
sua conta, diretamente.
E ainda que fossem, não
explicaria o movimento “picado” de dinheiro, não ultrapassando os R$ 5 mil que
soam o alarme do COAF.
A não ser muito
“caidinho”, carro por menos de R$ 5 mil é negócio de ferro velho.
Aliás, não é crível que
quem compra e vende tantos automóveis não fosse conhecido de todos por esta
atividade.
Não se movimenta R$
1,23 milhão de reais em um ano sem saber apontar, ao menos, uma operação de
peso – a venda de um apartamento, por exemplo.
Ou se é compelido a “ir
viver numa comunidade” com renda de “R$ 23, 24 mil” por mês, mesmo pagando
pensão alimentícia.
Fabrício alegou que não
dizia o que eram os depósitos “em respeito” ao Ministério Público e sinalizou
que seu depoimento será em meados ou final de janeiro, depois dos das filhas e
da mulher, no dia 8.
Não se sabe o que faz o
Ministério Público que não pede ao menos a abertura de um inquérito e a quebra
do sigilo bancário de Fabrício, nem que seja para impedir a montagem de
“histórias plausíveis”.
Porque na entrevista
ele não apresentou uma que fosse digna de credibilidade, embora, repito, não se
possa fazer juízo de seu estado de saúde.
Tenho a impressão que o
tiro saiu pela culatra e vai deixar inúmeras pontas soltas para qualquer
repórter competente.
Se a imprensa quiser,
claro.
terça-feira, 25 de dezembro de 2018
O Esquema: Bolsonaro, Lava Jato, Queiroz
no Viomundo - texto de Jefferson Miola
Queiroz
foi escondido pela Lava Jato desde sempre. É preciso recordar que a Operação
Furna da Onça, da Lava Jato/RJ, deliberadamente excluiu Flavio Bolsonaro da
investigação realizada nos gabinetes dos 10 deputados e 16 assessores que
incorreram nos mesmos ilícitos e que, em vista disso, foram presos.
Por
inexplicável coincidência, os Bolsonaro demitiram Queiroz e a filha Nathália
dias antes da Furna de Onça ir a campo, numa espécie de “limpeza” da cena do
crime.
Queiroz
é um incômodo para a Lava Jato; é um acidente de percurso.
Está
claríssimo que vivemos um momento obscuro, de arbítrio e de ruptura
constitucional.
A
cassação daquela liminar do Marco Aurélio de Mello que restaurava a
Constituição mostra claramente 2 perspectivas.
A
primeira, é que o regime de exceção mantém um padrão permanente de
aprofundamento da ditadura jurídica. Qualquer brecha ou iniciativa política e
legal que ameace a higidez do regime, tem como resposta mais arbítrio e mais
violência contra a Constituição e as leis.
A
segunda perspectiva, é que o regime tem hierarquia de mando. Alguém como Moro,
Dallagnol, e Toffoli, por exemplo, que tem um general de estimação na inusitada
assessoria militar da presidência do STF, se situa no topo da cadeia alimentar
da ditadura – que, por enquanto, ainda não é militar.
A
Lava Jato nunca foi uma genuína operação jurídico-policial. A vinculação
partidária dos seus agentes incrustrados no judiciário, no MP e na PF está
fartamente documentada.
A
eleição do Bolsonaro empodera ainda mais os já empoderadíssimos agentes
fascistas da Operação e inaugura a fase 2.0 da Lava Jato, que tem Sérgio Moro
como piloto do Estado policial.
Por
debaixo do discurso hipócrita de combate à corrupção se esconde uma ideologia
ultraliberal e um projeto de poder que, para ser concretizado, requer o
aniquilamento dos inimigos – Lula, PT, esquerda, progressistas e toda
resistência democrática e popular.
Em
razão disso, e a despeito dos robustos indícios de peculato, lavagem de
dinheiro, organização criminosa e aumento patrimonial ilícito, Bolsonaro não
foi e não será alvo de qualquer investigação, porque ele é o vetor desse
projeto bárbaro que a burguesia quer impor no Brasil na base do arbítrio e
atentando contra a Constituição.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2018
Flavio Bolsonaro é Blindado Pela Lava Jato
Viomundo
23.12.2018
Sumiço
de Queiroz escancara conluio da Lava Jato com Bolsonaro e o hipócrita discurso
de combate à corrupção
Jeferson
Miola, em seu blog
Não
é preciso ser adivinho para presumir como a Lava Jato agiria se Fabrício
Queiroz fosse petista ou outro inimigo do regime de exceção.
Assim
como não é necessário grande esforço de raciocínio para concluir que a Lava
Jato safou da cadeia o chefe do Queiroz, o deputado Flavio Bolsonaro, como
também livrou Jair Bolsonaro de investigações sobre os [pelo menos] R$ 24 mil
depositados na conta da esposa Michele e sobre a retenção de 99% do salário da
Nathália Queiroz.
Fabrício
Queiroz é um ponto fora da curva; é uma peça que fugiu do controle da Lava
Jato, que fez de tudo para escondê-lo e deixá-lo no anonimato para proteger
Flavio Bolsonaro.
A
Lava Jato abafou o quanto pôde a participação do Queiroz. Ele somente foi
descoberto devido ao vazamento do COAF que a onipresente falange do Moro não
conseguiu evitar.
Queiroz
foi escondido pela Lava Jato desde sempre. É preciso recordar que a Operação
Furna da Onça, da Lava Jato/RJ, deliberadamente excluiu Flavio Bolsonaro da
investigação realizada nos gabinetes dos 10 deputados e 16 assessores que
incorreram nos mesmos ilícitos e que, em vista disso, foram presos.
Paramos
Aqui
Por
inexplicável coincidência, os Bolsonaro demitiram Queiroz e a filha Nathália
dias antes da Furna de Onça ir a campo, numa espécie de “limpeza” da cena do
crime.
Queiroz
é um incômodo para a Lava Jato; é um acidente de percurso.
Está
claríssimo que vivemos um momento obscuro, de arbítrio e de ruptura
constitucional.
A
cassação daquela liminar do Marco Aurélio de Mello que restaurava a
Constituição mostra claramente 2 perspectivas.
A
primeira, é que o regime de exceção mantém um padrão permanente de
aprofundamento da ditadura jurídica. Qualquer brecha ou iniciativa política e
legal que ameace a higidez do regime, tem como resposta mais arbítrio e mais
violência contra a Constituição e as leis.
A
segunda perspectiva, é que o regime tem hierarquia de mando. Alguém como Moro,
Dallagnol, e Toffoli, por exemplo, que tem um general de estimação na inusitada
assessoria militar da presidência do STF, se situa no topo da cadeia alimentar
da ditadura – que, por enquanto, ainda não é militar.
A
Lava Jato nunca foi uma genuína operação jurídico-policial. A vinculação
partidária dos seus agentes incrustrados no judiciário, no MP e na PF está
fartamente documentada.
A
eleição do Bolsonaro empodera ainda mais os já empoderadíssimos agentes
fascistas da Operação e inaugura a fase 2.0 da Lava Jato, que tem Sérgio Moro
como piloto do Estado policial.
Por
debaixo do discurso hipócrita de combate à corrupção se esconde uma ideologia
ultraliberal e um projeto de poder que, para ser concretizado, requer o
aniquilamento dos inimigos – Lula, PT, esquerda, progressistas e toda
resistência democrática e popular.
Em
razão disso, e a despeito dos robustos indícios de peculato, lavagem de
dinheiro, organização criminosa e aumento patrimonial ilícito, Bolsonaro não
foi e não será alvo de qualquer investigação, porque ele é o vetor desse
projeto bárbaro que a burguesia quer impor no Brasil na base do arbítrio e
atentando contra a Constituição.
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