quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Questões Vestibular - Império Árabe e Islamismo


1) A religião muçulmana, que contribuiu para unificar os povos de origem árabe e lhes forneceu amparo espiritual ao longo de sua expansão,
a) Inspirava a forma de governo parlamentar, pois os líderes religiosos reuniam-se em assembleia proporcional.
b) Pregava o politeísmo na medida em que reconhecia a adoração de vários deuses.
c) Retirava sua orientação dos textos considerados sagrados, contidos no Corão.
d) Reconhecia em Maomé o único e verdadeiro Deus a ser adorado pelos islamitas.
e) Tinha como seu mais importante centro espiritual a cidade de Bagdá.

2) A pregação de Maomé fez-se inicialmente em Meca, e atemorizou os coraixitas, guardiões da Caaba e beneficiados com o comércio caravaneiro. A principal preocupação de Maomé foi:
a) Destruir o predomínio comercial em Meca, em benefício da cidade de Medina, que o adotou.
b) Promover uma aliança entre as cidades árabes para combater os beduínos, que vivam na pilhagem e impediam o desenvolvimento comercial.
c) Estabelecer uma doutrina sincrética, que pudesse ser assimilada tanto pelos beduínos do deserto, como por cristãos e principalmente judeus.
d) Desenvolver uma doutrina que promovesse a unificação religiosa, favorecendo a unidade política, necessária para superação das grandes dificuldades dos árabes.
e) Criar condições para o expansionismo árabe que possibilitasse o enriquecimento dos povos beduínos, marginalizados no deserto.

3) (OSEC) A Hégira assinala:
a) um marco histórico para o início do calendário judaico;
b) a reunificação do império Romano sob Justiniano;
c) a fuga de Maomé de Meca para Medina;
d) o domínio dos navegantes escandinavos sobre os mares Báltico e do Norte;
e) a tomada de Constantinopla pelos turcos.

4) (FUVEST) A rivalidade entre Meca e Iatreb era:
a) econômica e política
b) política e religiosa
c) econômica e religiosa
d) religiosa e cultural
e) econômica e cultural

5) "Inspiramos-te, assim como inspiramos Noé e os profetas que o sucederam; assim, também inspiramos Abraão, Ismael, Isaac, Jacó e as tribos, Jesus, Jonas, Aarão, Salomão, e concedemos os Salmos a Davi. E enviamos alguns mensageiros, que te mencionamos, e outros, que não te mencionamos; e Allah falou a Moisés diretamente... Ó adeptos do Livro, não exagereis em vossa religião e não digais de Allah senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão somente um mensageiro de Allah e o seu Verbo, que Ele enviou a Maria, e um Espírito dEle." Alcorão, 4:163-164 e 171. O significado dos versículos do Alcorão Sagrado com comentários, p. 137-138.
A respeito do Islão é correto afirmar:

a) A religião muçulmana, apesar das influências do judaísmo e do cristianismo, significou uma ruptura com a tradição monoteísta ao estabelecer Alá como divindade superior a um conjunto de gênios e divindades secundárias.
b) A religião muçulmana surgiu no século VII, a partir das pregações de Maomé realizadas na Palestina, entre as tribos judaicas que haviam renegado o Livro Sagrado.
c) A pregação de Maomé, registrada no Alcorão, ajudou a reverter a tendência à fragmentação política e cultural dos povos árabes, fornecendo as bases religiosas para a expansão islâmica, a partir do século VII.
d) A pregação de Maomé foi registrada no Alcorão, primeiro livro sagrado escrito em hebraico e traduzido para o árabe, grego e latim, o que facilitou sua divulgação na Península Arábica, Palestina, Mesopotâmia e Ásia Menor.
e) A transferência da capital do império islâmico para Damasco, durante a dinastia Omíada, e para Bagdá, com a dinastia Abássida, provocou uma revalorização da cultura tribal árabe e a retomada dos valores panteístas dos primeiros califas.

6) O islamismo é a religião que mais cresce no mundo contemporâneo. Suas origens remontam ao século VII d.C. e sua expansão foi baseada na Jihad, guerra santa contra outros povos, especialmente cristãos. Entre os séculos VII e VIII, foi constituído o Império Árabe-Muçulmano, que dominou a Península Arábica, os territórios dos atuais Irã e Iraque, todo o norte da África e a Península Ibérica (atuais Portugal e Espanha).
Considerando o domínio árabe-muçulmano e suas relações com o Ocidente, assinale as afirmativas a seguir, com (V) as verdadeiras e com (F), as falsas:
( ) O Ocidente organizou as Cruzadas, expedições militares constituídas pelos reinos cristãos europeus, com o apoio da Igreja Católica, para refrear a expansão do Islamismo.
( ) Os árabes-islâmicos, durante o seu domínio na Península Ibérica, contribuíram na construção de uma sociedade mais tolerante, ao equipararem o status de judeus e cristãos.
( ) Os árabes-islâmicos defrontaram-se, na Península Ibérica, com uma região de população cristã de origem romano germânica, bastante pluralista e desenvolvida nas ciências e nas artes.
( ) O domínio árabe-muçulmano permitia aos povos, sob o seu controle, a liberdade de culto, não impondo a crença nos valores do Islão.
( ) O tratamento dado pelos árabes muçulmanos às artes e ciências foi semelhante àquele dos cristãos, durante a Inquisição: perseguição a artistas e cientistas, e censura a obras provenientes de culturas de povos considerados “ïnfiéis”.
A seqüência correta é:
a) FVVFF
b) FFVFV
c) VVVFF
d) VFFVF
e) VVFVF

7) (UFJF-MG) O islamismo, religião fundada por Maomé e de grande importância na Unidade árabe, tem como fundamento:
a) o monoteísmo, influência do cristianismo e do judaísmo, observado por Maomé entre povos que seguiam essas religiões.
b) o culto dos santos e profetas através de imagens e ídolos.
c) o politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses, dos quais o principal é Alá.
d) o princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a negação de uma vida pós-morte.
e) a concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes, não podendo ser professado pelos povos inferiores.

8) (Fuvest) Os movimentos fundamentalistas, que tudo querem subordinar à lei islâmica (Sharia), são hoje muito ativos em vários países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Eles tiveram a sua origem histórica:
a) no desenvolvimento do Islamismo, durante a Antigüidade, na Península Arábica;
b) na expansão da civilização árabe, durante a Idade Média, tanto a Ocidente quanto a Oriente;
c) na derrocada do Socialismo, depois do fim da União Soviética, no início dos anos noventa;
d) no estabelecimento do Império Turco-Otomano, com base em Istambul, durante a Idade Moderna;
e) na ocupação do mundo árabe pelos europeus, entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX.

9) Sobre o Islamismo e a expansão da Civilização Árabe durante a Alta Idade Média, é incorreto afirmar que:
a)O Islão - submissão a Alá - foi fundado pelo profeta Maomé por volta de 610 d.C.. Sua fuga para Medina em 622 d.C. - Hégira - marca o início da era muçulmana.
b)A expansão do Islamismo contribuiu para a ruralização da Europa, uma vez que os Árabes dominaram e fecharam a principal via de comércio até então, o Mar Mediterrâneo.
c)Baseado no ideal de Guerra Santa - jihad - que prega o combate ao infiel, os Árabes expandiram durante a Alta Idade Média, ultrapassando o limite dos Pirineus, e com isso conquistando o Império Merovíngeo, atual França.
d)O estímulo à Guerra Santa, o aumento da população Árabe, e a guerra entre Império Bizantino e Império Persa, que vai enfraquecer a ambos, são razões significativas para a contínua expansão da religião islâmica.
e)A expansão do Islamismo tem fim com a derrota dos Árabes na Batalha de Poitiers em 732 d.C., impedindo que os muçulmanos adentrem na Europa além da Península Ibérica, que já está sob o seu domínio.

10) A respeito do islamismo e dos países preponderantemente islâmicos, considere as afirmativas abaixo.
1 O mundo islâmico, além dos povos árabes, é constituído também por sociedades africanas, da Ásia Central e do Sudeste Asiático.
2 A revolução xiita de 1979, que depôs o ditador Reza Pahlevi, ocorreu no Irã.
3 Na guerra Irã-Iraque, o ditador Saddam Hussein contou com o apoio dos Estados Unidos e da União Soviética.
4 Em virtude do universalismo do Islã, não existem mais diferenças étnicas ou religiosas dentro da comunidade muçulmana.
Assinale a alternativa correta.
A)        Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
B)         Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
C)         Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
D)        Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
E)         Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

11) Sobre o Mundo Islâmico, assinale o que for correto.
01) A Guerra Santa (Jihad), válida para a difusão da religião, quase se transformou em uma das mais importantes obrigações do Islamismo.
02) A expansão islâmica foi dificultada pela presença de Estados adversários fortes como Bizâncio, Pérsia e posteriormente, o Estado Visigótico.
04) Maomé, em suas viagens pelo Oriente, tomou contato com o Judaísmo e Cristianismo, religiões originárias da Palestina, que exerceram profunda influência em sua pregações.
08) A Civilização Islâmica, essencialmente urbana, apresenta uma unidade imposta pela religião, embora combine contribuições culturais de árabes, povos conquistados e da civilização grega.
16) O Corão, livro sagrado do Islamismo, define as normas sociais a que deve se sujeitar o muçulmano; entre outras, proíbe: o consumo de bebidas alcoólicas e carne de porco, jogos de azar, roubos, homicídios, a escravidão e a poligamia.

12) UFRN A expansão do Império Muçulmano, durante a época medieval, está ligada ao
crescimento do Islamismo.
Pode-se afirmar, também, que a expansão muçulmana:
a) criou um intercâmbio comercial entre Oriente e Ocidente, o qual estimulou o aumento
da produção, a difusão de técnicas e a propagação de mercadorias;
b) exerceu uma grande influência sobre as crenças do Oriente, sendo a principal fonte de
desenvolvimento do monoteísmo no Império Bizantino;
c) decorreu da crescente necessidade de mercados fornecedores de escravos para a produção de seda, comercializada pelas tribos da Península Arábica;
d) resultou de um processo de unificação político-administrativa das diversas tribos arábicas que lutavam contra a dominação da Igreja Católica.

13) UFSE I. Os intelectuais árabes interessavam-se por diversos ramos de estudos ao mesmo tempo; o sábio Al-Biruni, por exemplo, era matemático, astrônomo, botânico, poeta e
historiador.
II. Havia interesse em conciliar a observação rigorosa e desinteressada com as consequências práticas das novas descobertas; por outro lado, as descobertas do dia-adia
contribuíam para aumentar o rigor das observações e análises dos estudiosos
árabes.
III. Os estudiosos se orientavam pelo raciocício lógico, pela observação direta e pela
experimentação, sem se atrelarem a especulações religiosas.
Com base nos itens I, II e III pode-se afirmar que as características comuns que marcaram a atividade intelectual dos árabes, nas diversas áreas do conhecimento na época da expansão do islamismo, foram, respectivamente:
a) o antropocentrismo, o ecletismo e a crítica à concepções religiosas;
b) a praticidade, o naturalismo e a influência do ritualismo religioso;
c) a originalidade, o naturalismo e a harmonia da fé com a razão;
d) o ecletismo, a praticidade e a pouca influência religiosa;
e) o cosmopolitismo, o misticismo e o ritualismo religioso.

14) UFSC Numa sexta-feira, 8 de agosto de 1998, dois atentados aterrorizaram o mundo.
Bombas explodiram nas embaixadas dos Estados Unidos em Nairobi e Dar es-Salaan,
deixando 248 mortos. Os atentados foram reivindicados pelo grupo “Exército de Libertação dos Santuários Islâmicos”.
Sobre o Islão e os grupos islâmicos fundamentalistas que aterrorizam o ocidente, assinale
a(s) proposição(ões) verdadeira(s).
01. O Islão surgiu a partir das pregações de Maomé.
02. No “Alcorão”, que segundo a tradição foi transmitido a Maomé, estão as leis e ensinamentos da religião islâmica.
04. Os fundamentalistas islâmicos pretendem um Estado dirigido pelas leis do Alcorão.
08. Um número expressivo de fundamentalistas islâmicos prega a guerra santa contra a
sociedade ocidental, principalmente contra os Estados Unidos.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.


15) UFSC “A vida das tribos do deserto era muito dura. A produção de um oásis – tâmaras e trigo – era muito pequena e nunca bastava para alimentar a população, geralmente grande, devido ao costume da poligamia entre os árabes. A criação de ovelhas, cabras e camelos aliviava a situação mas não resolvia o problema. Isto explica a fome contínua das populações do deserto. Eles eram obrigados a jejuar no período de maior escassez de alimentos, geralmente no mês de ramadã.”
ARRUDA. 1986, p. 304.
A partir disto, podemos afirmar que:
01. os oásis eram produzidos pelas tribos do deserto;
02. as pessoas que viviam em um oásis enfrentavam, o problema da produção escassa de
alimentos;
04. a produção de alimentos em um oásis era muito pequena devido ao costume da
poligamia;
08. a criação de ovelhas, cabras e camelos aliviava o problema da seca no deserto;
16. as populações do deserto explicavam sua situação de fome;
32. Ramadã jejuava no período de maior escassez de alimentos;
64. algumas tribos do deserto tinham o costume da poligamia.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

USP: Três Poemas de Greve POR PRISCILA FIGUEIREDO

Universidade entra no quarto mês de luta contra desatino de um reitor e seu desgovernador: “A gente perde os dentes / a língua, não”
Por Priscila Figueiredo | Imagem Fabrice Martin
I – Zero, zero, zero, zero
(a partir de mote de Manoel Fernandes)
Eu não pago, ah eu não quero
Zero, zero, zero, zero
É tudo que não tolero
O senhor banca o austero
faz da usp um monastério
deixa a gente a pão e água
balançando o sacro incenso
da (indi)gestão orçamentária
E o grandiníssimo Rodas
pica a mula rapidinho
não quer nem se despedir
dos ministros que fincou
em Cingapura e Washington
Faz um aceno ligeiro
já de longe vê o navio
que empacou mais a torre
e o centro de convenção
que a sua cachola inventou:
no princípio era o projeto
de por a USP na Oropa
e por a Oropa na USP –
se estrepou o Rodas soberbo?
Qual! É capaz de voltar!
Depois do déspota, o manager
depois de Ludwig, Bismarck
A farra acabou – adivinhe?
Piorou pra quem ficou
Ouve, Zago: no mistério
das contas não tocarás?
“Eu corto, enxugo ou congelo
o salário de quem trabalha
Eu só toco no que é claro:
o trabalho e o salário
Meu método é moderno
Não sou nenhum coveiro
pra desenterrar cadáver
O que eu vejo é teu salário
era o que estava na mesa
o que está embaixo não vejo”
 II- O que tira meu sono
Eu acho que a EACH
é café pequeno
diante do fato, este sim
digno do meu tempo,
de que os graduandos
nos envergonham lá fora
com seu inglês
mais que capenga
que ideia fazem de nós
com essa caipirada
desajeitada lá fora?
“Mas e a EACH, Excelência
uma universidade toda
um rico material humano
sobre um terreno podre?”
Quantos mais pontos no ranking
vamos perder?
Isso é mais sério, rapaz
porque a EACH engatinha
perto do Tietê
Não existe para o mundo
então não existe, fazer o quê..
Mais vale o inglês e o ranking
o qualis AA
que possibilitam as trocas
multilateralmente falando
e a inovação, claro
nos projetando bem no centro
não lembro de quê
não é exagero dizer
que o inglês dos graduandos
é o que tira meu sono
Quanto à EACH, foi um engano
Interditamos

III- O reitor nos deixa doente
O reitor nos deixa doente
minha gente!
Se ele pudesse
nos tirava a língua…
Ai se ele pudesse…
tem quem deixava
“Toma a minha língua, Zago
faz um picadinho
dessa língua antiga
coisa obsoleta
não diz coisa com coisa
cré com lé
Toma a minha língua
eu nem conheço
ela se mexe na boca
como se fosse viva
deve ser engano
nem deve ser minha”
Com a gente, não, violão!
A gente perde os dentes
a língua, não
nem essa mania
de sindicar
de dizer ai!
quando você vem e pisa
ai!
ai!
e mais um ai!

A longa transição de escrava a empregada doméstica

Novo livro lança luz sobre origem e permanência de profissão claramente derivada do escravismo e privada por cem anos de direitos trabalhistas.
Por José Tadeu ArantesAgência Fapesp | Imagem: J.Baptiste Debret, Um jantar brasileiro, 1927
A despeito de vários estudos realizados nas últimas décadas, a transição da escravidão para o trabalho assalariado no Brasil é um tema que ainda precisa ser esmiuçado. Que destinos tiveram os ex-escravos? Que novas relações de trabalho lhes foi possível estabelecer? Que profissões exerceram? Como conviveram com a chegada maciça de imigrantes europeus? Onde habitavam e em que condições?
Um novo livro, recém-publicado com apoio da FAPESP, ajuda a responder a perguntas como essas. Trata-se de Libertas entre sobrados: mulheres negras e trabalho doméstico em São Paulo (1880-1920), de Lorena Féres da Silva Telles.
Graduada em História pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Université Paris IV-Sorbonne, Lorena é atualmente doutoranda, com bolsa da Fapesp. Seu livro resultou de dissertação de mestrado orientada pela historiadora Maria Odila Leite da Silva Dias, professora titular aposentada da USP.
“O sujeito desse estudo foi constituído por mulheres, trabalhadoras domésticas na cidade de São Paulo, algumas escravas, outras libertas, outras já nascidas livres”, disse Lorena à Agência Fapesp.
“Fiz o trabalho com base em documentos policiais: um livro de inscrições e um livro de contratos de trabalho. Esses livros foram produzidos em função de uma lei, posta em prática em 1886 em São Paulo, que obrigava os trabalhadores domésticos a se inscreverem na polícia”, disse.
Nessa época, dois anos antes do fim da escravidão, quase não havia mais escravos na cidade de São Paulo. A maioria deles estava nas fazendas de café do Sudeste do país. Essa lei, obrigando os registros, tinha o propósito de controlar os trabalhadores livres.
“As inscrições eram fichas de polícia, com nome, filiação, sinais característicos, profissão, nome do patrão, estado civil etc. Enfim, uma documentação de controle, estritamente policialesca”, explicou a historiadora.
Com base em dados tão ralos, Lorena procurou entender quem eram essas trabalhadoras domésticas. “Eu dispunha de uma amostragem com cerca de mil inscritos e 1,3 mil contratos. Dos inscritos, pouco mais de 600 eram mulheres e 490 eram mulheres negras”, contou.
O estudo exigiu uma boa dose de imaginação. Foi preciso ler nas entrelinhas e fazer várias suposições a partir das poucas informações disponíveis.
“Por exemplo, quando a filiação era desconhecida, eu podia supor que provavelmente se tratava de uma escrava. Se o pai tinha um nome como ‘José Congo’, eu podia supor que ela era filha de um africano. Dessa forma, fui juntando os fios para tecer histórias de vidas. E, com base nesse levantamento, busquei as origens escravistas do trabalho doméstico”, disse.
Um dos recursos utilizados foi cruzar dados do livro de inscrições com dados do livro de contratos. “Desse modo, pude rastrear, a partir de contratos sucessivos, as trajetórias de algumas daquelas mulheres”, disse.
Ao preencher os contratos, muitos patrões simplesmente seguiam a fórmula estabelecida pela Câmara Municipal. Outros, porém, acrescentavam informações, o que ajudou muito o trabalho da pesquisadora.
“Encontrei, por exemplo, o caso de uma cozinheira denominada pelo patrão de ‘Preta Felicidade’. O simples fato de ele chamá-la de ‘Preta’ já indicava que, provavelmente, se tratava de uma ex-escrava. Outro caso foi de uma africana, de 60 anos, que escandalizou sua patroa ao dizer: ‘Não sou sua escrava’. Isso foi anotado no livro. E me trouxe a imagem de uma altiva africana, destemida e zelosa por sua liberdade”, disse.
Em 1872, por ocasião do primeiro censo realizado no Brasil, havia no país pouco mais de 10,1 milhões de habitantes. Destes, cerca de 1,5 milhão eram escravos. O recenseamento de 1890 revelou que a população havia crescido para aproximadamente 14,3 milhões.
Três anos antes, em 1887, a apenas alguns meses do dia 13 de maio de 1888, quando a princesa Isabel sancionou a Lei Áurea, extinguindo a escravidão no Brasil, o contingente escravo somava 723.419 pessoas, menos da metade daquele do início da década anterior.

Essa curva descendente da população escrava, que não mudou de inflexão desde o fechamento dos portos africanos, em 1850, estimulou o tráfico interno, direcionando a mão de obra cativa para as regiões de maior dinamismo econômico, como o oeste paulista, fronteira da expansão da cafeicultura. Como consequência, na última década do período escravista, a cidade de São Paulo tornou-se notavelmente desprovida de escravos.
“O censo de 1886 computou na cidade aproximadamente 48 mil habitantes, dos quais pouco mais de 10 mil foram classificados como negros ou mulatos. Desse segmento de ascendência africana, mais de 95% eram constituídos por homens e mulheres livres. O recenseamento apontou 268 escravas e 225 escravos”, disse Lorena.
A forma predominante de moradia desses “negros” e “mulatos” livres eram as habitações coletivas de aluguel. Com cômodos subdivididos, de forma a abrigar um número cada vez maior de pessoas, essas habitações se multiplicavam nos bairros do Bixiga e do Brás, bem como naquele bairro que, à época, constituía ainda uma área periférica, com características rurais: a Penha.
“Havia escravas que negociavam com suas donas e donos moradia em pequenos cômodos, fora da casa senhorial. Por outro lado, no caso de muitas mulheres livres ou libertas, empregadas domésticas, a moradia, a roupa e a alimentação eram a única forma de pagamento. Ou, então, seus salários eram tão baixos que frequentemente inviabilizavam o pagamento de um cômodo de aluguel, razão pela qual os cômodos e seus custos eram compartilhados”, disse a historiadora.
O salário de uma trabalhadora doméstica responsável por todo o serviço da casa variava de 12 mil réis a 20 mil réis. E o aluguel de um cômodo custava, às vezes, 15 mil réis. Assim, era praticamente impossível, para essas empregadas, morarem sozinhas. “Se não moravam com os patrões, era muito provável que morassem com parentes, companheiros, filhas e filhos”, conjecturou Lorena.
Um capítulo especialmente interessante do livro é aquele que a autora dedicou às trabalhadoras que já possuíam uma certa especialização: cozinheiras, quitandeiras, lavadeiras, engomadeiras, amas de leite. Sua atividade profissional e sua vida cotidiana são descritas de forma muito vívida, como neste parágrafo dedicado às lavadeiras:
“Enfrentando a lida diária de longas caminhadas, expostas ao frio, à chuva e ao sol a pino, equilibristas de trouxas pesadas e prazos de entrega, as lavadeiras foram fundamentais à sociedade da higiene, com seus lençóis e roupas brancas. Circulando nas imediações urbanas, em direção às beiras de rios e chafarizes, à procura de emprego, eram impelidas às ruas pela necessidade do ofício, dependentes de si mesmas e dos parcos ganhos auferidos do exercício desse trabalho desqualificado”, disse Lorena.
Para compor sua narrativa, uma das fontes documentais utilizadas pela pesquisadora foram processos criminais de mulheres presas por vadiagem. “Muitas dessas mulheres eram lavadeiras, que tinham uma mobilidade maior pela cidade, pois iam às casas para buscar ou entregar roupas. E foram presas por estarem desempregadas ou bêbadas. Percebemos, assim, como havia um forte controle social e policial sobre os negros, pobres e mendigos nas ruas”, comentou.
A introdução das redes de abastecimento de água e dos tanques domésticos, iniciada na década de 1880, enclausurou esse trabalho, antes exercido extramuros. Posteriormente, os próprios rios seriam enclausurados, em dutos subterrâneos, invisíveis aos olhos dos habitantes, cada vez mais ignorantes acerca da topografia e dos recursos naturais de sua cidade.
Amas de leite
Outra mudança fundamental, constituída pela entrada maciça de imigrantes europeus, foi destacada pela historiadora no subcapítulo dedicado às amas de leite, agora tema central de seu doutorado.
Desde 1870, com a Lei do Ventre Livre e a perspectiva de que não nasceriam mais escravos no Brasil, a solução da imigração começou a ser levada a sério pelas elites econômicas e políticas. E as consequências práticas logo se fizeram notar.
“As brasileiras negras continuaram a ser maioria entre as amas de leite, mas surgiu uma competição entre elas e as imigrantes – portuguesas, italianas e alemãs. Isso aparece de forma bem clara no livro de inscrições”, afirmou.
Como uma das conclusões de sua pesquisa, a historiadora enfatizou o quanto o trabalho doméstico ficou marcado, no país, pela herança escravista.
“A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada em 1943, ignorou a categoria, sob a alegação de que as trabalhadoras domésticas desempenhavam atividades de caráter não econômico. E a Constituição Federal de 1988 limitou o acesso delas a somente 9 dos 34 direitos garantidos aos demais trabalhadores”, afirmou.
“Apenas em 26 de março de 2013, quase 125 anos depois do fim da escravidão, a aprovação do projeto de emenda constitucional conhecido como ‘PEC das Domésticas’ estendeu à categoria direitos básicos, como jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, pagamento de horas extras e adicional noturno, fundo de garantia por tempo de serviço e seguro-desemprego. Benefícios como auxílio-creche, seguro para acidentes de trabalho e salário-família carecem ainda de regulamentação”, disse.

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ÚLTIMOS DIAS PARA INSCRIÇÕES - PROFMAT/2015
Professor,
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Nacional – PROFMAT 2015
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UMA CONSTITUINTE EXCLUSIVA E SOBERANA PARA REFORMAR O SISTEMA POLÍTICO É JURIDICAMENTE POSSÍVEL?


Por Murilo Gaspardo*
  Durante esta semana, compreendida entre os dias 1º e 7 de setembro, ocorrerá, em todo o Brasil, o processo de votação do “Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva Soberana do Sistema Político”, organizado por diversos movimentos e organizações da sociedade. Como se sabe, a iniciativa decorre de um duplo diagnóstico:
 1) o Brasil precisa de uma urgente reforma do sistema político, a fim de conferir maior legitimidade e efetividade à nossa democracia, diante da crise do atual modelo representativo;
 2) o Congresso Nacional não se revela capaz de executar satisfatoriamente tal missão, em decorrência dos bloqueios de diversos tipos de interesses (poder econômico, partidos políticos, os próprios parlamentares etc.) a qualquer forma de transformação estrutural e emancipatória no Brasil. Diante disso, encontra-se em curso esta grande mobilização pela realização de uma Constituinte para reformar o sistema político.
 Uma das críticas que esta iniciativa tem recebido refere-se à sua impossibilidade jurídica, pois a proposta não se enquadraria dentro das hipóteses e dos limites estabelecidos pelo Art. 60 da Constituição Federal para emenda constitucional – e de fato não se enquadra, de maneira que não seria viável uma reforma política deste tipo empreendida pelo Poder Constituinte Derivado e dentro dos marcos normativos da Constituição.
 Entretanto, a proposta se refere a uma manifestação do Poder Constituinte Originário, e este reside permanentemente no povo, que pode exercê-lo sempre que entender necessário de forma autônoma e incondicionada. Ocorre que os críticos da proposta também utilizam um argumento de caráter conceitual, de acordo com o qual o Poder Constituinte Originário é, por definição, ilimitado, de maneira que, não poderia haver uma prévia limitação de sua atuação à temática da “reforma do sistema política”.
 Ora, se tal Poder não pode ser previamente limitado (ou limitado por terceiros), nada impede que ele estabeleça limites para sua própria atuação, ou seja: se o Poder Constituinte Originário “pode tudo” (há controvérsias sobre isto, por exemplo, a compreensão dos direitos humanos como limites materiais ao próprio Poder Constituinte), por que não poderia decidir atuar apenas para reformar o sistema político?
 Além disso, este Poder do povo não tem como fundamento as normas constitucionais vigentes, mas a legitimidade.
 Nesse sentido, a ideia de Tercio Sampaio Ferraz Júnior (2001, p. 186 – 190), segundo a qual o ordenamento jurídico é composto tanto por “normas (repertório do sistema”) como por “regras de calibração (estrutura do sistema)”, pode ajudar na reflexão.
 As “regras de calibração” permitem mudanças no “padrão de funcionamento” do sistema jurídico sem que ele deixe de funcionar, sem que entre em colapso. Essas mudanças ocorrem em situações em que surgem demandas do ambiente (da sociedade) que não são respondidas satisfatoriamente pelo sistema. Uma mudança possível é a do “padrão legalidade” para o “padrão legitimidade” de funcionamento do sistema jurídico.
 Foi o que ocorreu, no exemplo utilizado pelo autor, no julgamento do Tribunal de Nuremberg, após a segunda Guerra Mundial: “não havia normas superiores de Direito Internacional Penal que, à época, tipificassem o genocídio como crime, sendo aceito o princípio nullum crimen nulla poena sine lege (não há crime nem pena sem lei prévia)”. Portanto, não havia como responsabilizar adequadamente os criminosos nazistas dentro do “padrão legalidade” de funcionamento do sistema jurídico internacional. Diante disso, mudou-se o funcionamento do sistema penal internacional para “um padrão de legitimidade, regido pelo princípio de exigências fundamentais e vida na sociedade internacional”.
 Ora, no atual contexto político brasileiro, o que se observa é, justamente, uma demanda da sociedade por uma reforma política de caráter estrutural, mas o sistema jurídico-político (partidos políticos, Congresso Nacional, procedimentos de emendas constitucionais e de produção de leis) não tem se mostrado capaz de responder satisfatoriamente a esta demanda. Ou seja: não se pode esperar uma reforma política estrutural dentro do “padrão legalidade” de funcionamento do sistema jurídico.
 Entretanto, há muitos elementos da atual “crise da democracia representativa brasileira” (crescimento das abstenções nas eleições, queda da militância partidária voluntária, manifestações de junho de 2013 e seus desdobramentos, falta de autenticidade dos programas partidários, esvaziamento do conteúdo substantivo dos debates eleitorais, domínio do poder econômico sobre os processos político-decisórios, corrupção etc.) que comprometem severamente a capacidade de as instituições políticas, juridicamente reguladas, cumprirem suas funções primordiais (gerar legitimidade, permitir a mediação democrática dos conflitos sociais etc.), não obstante, formalmente, o sistema aparente estar íntegro (eleições periódicas, liberdade de imprensa etc.).
 Uma Constituinte exclusiva e soberana para reformar o sistema político não seria, pois, possível dentro do funcionamento do sistema jurídico brasileiro operando no “padrão legalidade”, mas perfeitamente viável se calibrado para o “padrão legitimidade”.
 As questões, portanto, são verificar se há elementos suficientes para justificar a mudança da calibração do sistema para o “padrão legitimidade” e como aferir legitimidade de um projeto como este, ou seja, como demonstrar que há um consenso da sociedade em torno desta proposta.
 A realização do “Plebiscito Popular” representa um passo fundamental para encontrar as respostas para tais questões e, a partir de seus resultados, outras ações devem ser desenvolvidas.
 *Murilo Gaspardo é professor de Ciência Política e Teoria do Estado da UNESP/Franca e doutor em Direito do Estado pela USP.

O QUE É O PLEBISCITO PELA CONSTITUINTE?


O que é um Plebiscito Popular?
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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Políticas Públicas em Educação - O Estado do tamanho das necessidades do Povo.



Vídeo:  Conhecimentos Pedagógicos - Políticas Públicas com a Profa. Vânia Rego


por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

Você Professor e Professora com certeza, conhece as Políticas Públicas em Educação criadas e implementadas pelo Estado brasileiro nos últimos 12 anos. Esse vídeo é importante para ajudar ainda mais no entendimento do assunto. Nosso trabalho de educadores deve passar pela compreensão do que seja Políticas Públicas, principalmente aquelas ligadas à educação.
Nosso trabalho de educadores passa também pelo entendimento do que seja Estado Mínimo/liberal e Estado Forte/Presente na vida das pessoas e da maioria. O vídeo trás o debate e provoca a todos nós.
Qual sua percepção de cidadão e educador sobre a importância do Estado na criação de Políticas Públicas que favoreçam a sociedade como um todo e não a grupos minoritários e já historicamente privilegiados?
Para você, qual deve ser o tamanho e a importância do Estado na criação de Políticas Públicas? Públicas no sentido de dar acesso a todos.
O Estado brasileiro dos últimos 12 anos não conseguiu romper totalmente com a lógica e hegemonia do mercado, os bancos e grandes empresas ainda conseguem impor muito dos seus interesses, mas conseguimos avançar. Muito foi feito, principalmente das áreas de moradia popular, na distribuição de renda e, principalmente na Educação, a Emenda Constitucional 59/2009 enviada ao Congresso Nacional pelo Poder Executivo, aprovada e implementada desde então é uma das grandes provas desse avanço que falamos.
Você professor e professora, com certeza conhece a Emenda 59/2009, ela, entre outros avanços, aumentou de 8 para 9 anos o Ensino Fundamental; levou o transporte escolar, o livro didático e a assistência à saúde, à toda Educação Básica. Conheça, entenda melhor o que é Estado Neoliberal (Mínimo) e Estado Forte, Estado presente na vida da maioria do Povo.
O Estado neoliberal é mínimo em que sentido?
O mercado é capaz de melhorar a vida das pessoas?
O mercado é capaz de melhorar a educação pública?
O mercado quando apoia candidatos A ou B pretende o que com esse apoio?
O mercado é capaz de criar as condições para construirmos cidadãos e cidadãs?
Ou o "livre" mercado está pensando em apenas criar mais e mais consumidores com a intenção de vender...vender...lucrar...lucrar...???
Pense...pense mais!!!


por José Gilbert A Martins (Professor)

Vossa Excelência Ex-Governador Arruda - ou, a política no Distrito Federal agoniza.


por José Gilbert Arruda Martins (Professor)
...
Filha da Puta!
Bandido!
Corrupto!
Ladrão!
...
Faça-se a justiça!
Estamos preparando vossas acomodações, Excelência.
Filha da Puta! Bandido!
Corrupto! Ladrão!

(letra e música Titãs)

Sou apenas um professor, sou apenas um cidadão. Indignado, mas apenas um cidadão. 
A eleição aqui em Brasília tem a volta de um senhor que se envolveu, quando governador, num episódio de corrupção filmado por um ex-colaborador e visto nos quatro cantos do planeta.

Esse mesmo senhor - Vossa excelência Arruda -, no ano de 2000, foi flagrado violando o painel numa votação no Senado, isso lhe custou a renúncia e explicações que só seus cegos e aproveitadores seguidores conseguem entender.

"A Justiça Federal no Distrito Federal condenou o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) pela violação do painel eletrônico do Senado, em 2000, na votação que resultou na cassação do ex-senador Luiz Estevão. Na ocasião, Arruda, então líder do governo na Casa e senador pelo Democratas, acabou por assumir envolvimento no ato e renunciou ao mandato.
A decisão diz que o ato de Arruda marcou negativamente a história política do país. Arruda terá os direitos políticos suspensos por cinco anos, não poderá receber benefícios fiscais do Poder Público e nem participar de contratos. Terá ainda que pagar multa equivalente a 100 vezes o salário de senador em 2000."  
“As penas aplicadas ao caso devem assim considerar a intensidade do dano causado ao Senado Federal e às demais instituições públicas, pelo singular sentimento de descrédito, desconfiança e desmoralização do sistema político nacional”, diz a sentença do juiz Alexandre Vidigal de Oliveira, da 20ª Vara da Justiça Federal. (Disponível em: http://www.conjur.com.br/)
Pergunto, depois de tantas falcatruas, como iniciar um texto escrevendo sobre sua Excelência Arruda sem lembrar da música do grupo Titãs?
O mais inacreditável, é a "capacidade" de eleição que esse senhor possui, se não fosse "ficha suja", estaria hoje tranquilo, eleito governador de uma das mais importantes cidades do Brasil, talvez, aprontando das suas e sujando ainda mais a política do DF e do Brasil.
Mas a justiça eleitoral vai dar uma mãozinha, cassou o direito de Vossa Excelência, mas permitirá que ele e seu grupo lance um colaborador ou colaboradora, e, como seus seguidores são "fiéis bobos da corte", tem uma grande chance de ganhar.
Uma grande questão para a esquerda do Distrito Federal é entender o porquê desse fenômeno eleitoral. Por que um senhor que já renunciou por séria violação ao painel do Senado, e que foi afastado e preso por corrupção, consegue manter um capital político capaz de atrapalhar e até sair vencedor das eleições?
Infelizmente, essa é a "qualidade" da política no Distrito Federal, parece eleição da época da República Velha, quando os coronéis usavam da violência, da fraude e de todas as artimanhas para vencer e se manter no poder. Em Brasília a política não mudou muito; Vossa Excelência, não podemos esquecer, é filhote de um dos políticos mais conservadores e atrasados do cenário nacional, senhor e Vossa Excelência Roriz, os partidos, as repartições públicas, as obras superfaturadas, o palácio do Buriti...estão ainda impregnadas com o cheiro da corrupção e das falcatruas da época dessa Vossa Excelência. Não é fácil limpar, mesmo por que os políticos ditos de esquerda que entraram - Sr. Cristóvão, Sr. Agnelo, agiram, em muitos momentos, como direita, e isso ajudou a aprofundar a "saudade" das Vossas Excelências.
por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O porquê da Reforma Política - POR GUILHERME BOULOS

É cômodo condenar corrupção ou mesmo dizer que políticos “não nos representam”. Porém, para construir democracia real exige-se um passo a mais.
Se há um tema que não sai da pauta nacional é a corrupção. Escândalos se sucedem e bodes expiatórios são criados um após outro para acalmar os ânimos. A mídia denuncia, o público pede cabeças e vez ou outra alguma vai para a guilhotina. Nesse circo contínuo se alimenta a descrença do povo na política institucional.
Descrença, é verdade, que tem bases legítimas na história e no caráter do Estado brasileiro. Mas o viés que tem assumido leva a caminhos perigosos. “Militares no poder!”, “Varre vassourinha!”, “Vamos acabar com essa desordem!”. O discurso que tem se fortalecido é o da direita. Não se pode nunca esquecer que a Marcha da Família com Deus, que preparou o golpe militar de 64, tinha o combate à corrupção como lema.
Isso porque a roda das denúncias midiáticas gira em falso. A corrupção é mostrada no varejo, mas pouco se fala do atacado. A estrutura carcomida do sistema político brasileiro não entra em questão. Acreditar que o vereador ou o deputado que recebe propina é o grande agente da corrupção beira o ridículo. São apenas os varejistas, atores coadjuvantes do processo.
É a mesma lógica de atribuir o problema do narcotráfico ao “aviãozinho” da boca de fumo. O saldo e o mando do negócio milionário das drogas estão bem longe dali. O vereador corrupto é nada mais que o “aviãozinho” do sistema político. Obviamente não é nenhum coitado e merece ser enxotado da vida pública.

Mas a corrupção no atacado é o verdadeiro problema. Estamos falando da apropriação do Estado pelos interesses de uma elite patrimonialista. A captura dos recursos públicos está aí. A burguesia brasileira pede um Estado mínimo e enxuto para o povo, mas desde sempre teve para si um Estado máximo. Privatizar os lucros e socializar o prejuízo, esta é sua diretriz.
Hoje a principal demonstração dessa captura do Estado é o financiamento privado de campanhas eleitorais. É o genuíno berço da corrupção no Brasil.
O mecanismo é simples e vicioso: uma grande empresa, com interesses em algum filão do Estado, financia as campanhas eleitorais dos principais candidatos. O vencedor, por ter sido financiado e desejando novo financiamento dali a 4 anos, favorece os interesses da empresa. Esta, por sua vez, renova suas “doações” nas eleições seguintes. E assim caminha a vida política brasileira.
Os benefícios que a empresa financiadora pode ter são variados. Favorecimento em licitações, aportes complementares que viabilizem o superfaturamento de obras públicas, rolagem de dívidas milionárias com o Estado ou os bancos públicos, etc. Tem negócio para todos os gostos.
Não à toa que os principais “doadores” de campanha eleitoral no país são as empreiteiras, que também são o setor mais acionado para obras públicas.
Recentemente o UOL publicou um levantamento que mostra que dos 10 maiores financiadores privados de campanha, 7 estão sendo investigados por corrupção. E aí é no atacado: as cifras são de dezenas ou centenas de milhões, quando não de bilhões de reais.
Vamos dar nome aos bois. A Camargo Correia, líder no financiamento eleitoral em 2010, é investigada por desvios de R$29 milhões na Refinaria de Abreu e Lima. Nesta mesma obra, a Galvão Engenharia é investigada pela bagatela de R$70 milhões. A Andrade Gutierrez, vice-líder em 2010, é alvo do TCU por superfaturamento de R$ 86 milhões na Arena Amazônia, além de ser investigada pela participação no cartel fraudulento das licitações do metrô de São Paulo. A JBS Friboi, maior frigorífico do mundo, é objeto de inquérito por fraude em precatórios que pode chegar a R$3,5 bilhões.
O conluio entre grandes empresas, partidos e candidatos é o maior câncer da política brasileira. O legítimo pai da corrupção. No Congresso Nacional este jogo de interesses é escancarado. Dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) mostram que quase 50% dos deputados eleitos em 2010 compõem a chamada bancada empresarial.
É por isso que o Brasil precisa urgentemente de uma Reforma Política. Ficar no sofá ou nas redes sociais reclamando da corrupção pode até ter serventia psicológica para quem o faz, mas não tem qualquer conseqüência prática.
Defender uma Reforma Política ampla pautada no fim do financiamento privado das campanhas eleitorais, na revogabilidade dos mandatos e no fortalecimento dos mecanismos de participação popular é apenas dar coerência ao repúdio à corrupção e aos corruptos na política brasileira.
Na próxima semana, de 1 a 7 de setembro, será realizado em várias partes do país um Plebiscito Popular por uma Constituinte do sistema político, organizado por dezenas de entidades sociais. O objetivo é ampliar o debate popular entorno do tema da Reforma Política.
As soluções só podem vir de iniciativas populares. Afinal, não se pode esperar que o Congresso Nacional, verdadeiro balcão de negócios de interesses privados, faça ele próprio uma Reforma Política que liquide com seus privilégios patrimonialistas.

PERGUNTAS PARA O QUESTIONÁRIO DO PROJETO CLICK HUMANO

Sr. JAILSON - ACERVO CLICK HUMANO

Moradores de rua são "invisíveis" para sociedade

Durante quase dois anos, o jornalista e escritor Tomás Chiaverini, de 28 anos, percorreu as ruas de São Paulo e conviveu de perto com a situação dos moradores de rua da capital. Fez contatos, acompanhou ações da prefeitura, e se disfarçou de mendigo antes de ser recolhido em albergues e passar a noite com os moradores de rua do centro da cidade.
Os relatos sobre a experiência deram origem, em 2007, ao livro Cama de Cimento. Com a experiência de quem viveu a situação na pele, Chiaverini diz que a sensação é de violência real nas ruas da capital. Segundo ele, durante a noite há sempre a tensão diante da iminência de uma possível agressão.
Após analisar o levantamento feito pela Fipe sobre a população de rua na cidade, ele diz ter ficado surpreso com o aumento de moradores nessa situação nos últimos anos apurado pela pesquisa. Segundo ele, a sensação é de que nada do que está sendo feito resolve definitivamente o problema, já que esse aumento coincide com a pujança vivida pela economia no período.

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DAS 16 PERGUNTAS, ESCOLHA 10 PARA CONSTRUIR O QUESTIONÁRIO NO GOOGLE DOCS.
                                                                                                                                   Número: ________

Prezado (a) entrevistado (a),
As questões abaixo se referem a uma pesquisa de campo para a composição do Projeto Click Humano do Cem Setor Leste, 1as. Séries do Ensino Médio, cujo objetivo é saber qual a opinião que a sociedade de Brasília têm sobre pessoas em situação de rua.
Perfil do entrevistado:
SEXO:   Masculino (   )     Feminino (   )
IDADE: 18 a 29   (   )      30 a 41   (   )   42 a 53   (   )   54 a 65   (   )  66 ou mais   (   )
ESCOLARIDADE:
Ensino Fundamental   (   )
Ensino Médio   (   )
Graduação   (   )
Pós graduação   (   )
ESTADO CIVIL:   Solteiro (   )   Casado   (   )   Outro   (   )
CIDADE EM QUE MORA: ______________________________________________
1.       Caso algum morador de rua te procure para pedir ajuda com alimentação, o que você faz?
Ajuda   (   )   Não ajuda   (   )   Não acredita que vá mudar alguma coisa   (   )   Não tem condições para ajudar   (   )

2.       De são os moradores de rua:
Nordeste   (   )   Norte   (   )   Centro-Oeste   (   )   Sudeste   (   )   Sul   (   ) Não sabe   (   )
3.       Se você tivesse como ajudaria os moradores de rua?
Sim   (   )   Não   (   )   Talvez   (   )
4.       Alguma vez na vida você ajudou um morador de rua?
Sim   (   )   Não   (   )
5.       Com que frequência você se depara com morador de rua:
Nunca   (   )   Sempre   (   )   De vez em quando   (   )  
6.       O morador de rua é um problema do (a):
Governo   (   )   Sociedade   (   )   Do próprio morador   (   )  
7.       As pessoas vão morar por que:
Abandono da família   (   )   Uso de drogas   (   )   Não podem pagar aluguel   (   ) Perderam o emprego   (   )   Grande desigualdade social no Brasil   (   )
8.       O senhor (a) está satisfeito em ver tantos moradores de rua vagando pela cidade?
Sim   (   )   Não   (   )   Não sei   (   )
9.       A presença do morador de rua aumenta a violência na cidade?
Sim   (   )   Não   (   )   Não sei   (   )
10.   Você conhece algum órgão do governo do Distrito Federal que dá apoio aos moradores de rua?
Sim   (   )   Não   (   )
11.   Para resolver o problema do morador de rua deveria ter:
Mais investimento em educação   (   )
Mais policiamento e prisões   (   )
Melhor distribuição de renda   (   )
Mais emprego   (   )
Mais albergues   (   )
Maior repressão por parte da polícia   (   )
12.   Em quanto tempo você acha que os governos irão resolver a questão do morador de rua?
Em 04 anos   (   )   Em 10 anos   (   )   Em 20 anos   (   )   Nunca   (   )
13.   Você tem alguma responsabilidade com o morador de rua?
Sim   (   )   Não   (   )   Não sei   (   )
14.   O morador de rua é:
Totalmente pacífico   (   )   Totalmente violento   (   )   Mais ou menos violento   (   )   Mais ou menos pacífico   (   )   Não sei   (   )
15.   As pessoas deveriam ser retiradas das ruas:
Sim   (   )   Não   (   )   Não sei   (   )
16.   Se as pessoas fossem retiradas das ruas, deveriam ser levadas para:
Albergues do governo   (   )   Suas famílias   (   )   Prisão   (   )
17.   A cidade de Brasília, em relação aos moradores de rua é:
Muito excludente   (   )  Razoavelmente excludente   (   )   Pouco excludente   (   )   Não excludente   (   )



Quadrilha do jatinho e PSB zombam do país com “contrato papel de pão”

No Tijolaço - Autor: Fernando Brito
Folha revela hoje o que é, aos olhos até de um adolescente, uma fraude.
O “contrato” de compra do Cessna que servia à campanha de Eduardo Campos e Marina Silva é, obviamente, uma falsificação primária.
Um contrato de mais de R$ 20 milhões se resume a uma “carta de intenção” apócrita, porque traz uma assinatura de “alguém” (ou de ninguém) que sequer se identifica.
Não é preciso mais que os dois fragmentos exibidos pelo jornal para que se veja que é uma montagem, onde uma pessoa física (“me proponho”, sic) não identificada manifesta a “intenção de compra” do avião.
Bastou isso para “levar” um aparelho de US$ 8,5 milhões de dólares e passar a empregá-lo nos deslocamentos de Eduardo Campos e Marina Silva pelo país.
Detalhe sórdido da falsificação: a “validade” da ” intenção de compra” é o mesmo dia em que se a assina.
Portanto, não haveria “intenção de compra”, mas compra.
Os advogados ouvidos pela Folha classificam o documento de “papel de pão”, algo sem validade jurídica.
Não seria preciso ouvir advogados, basta imaginar se você entregaria uma automóvel apenas com um papel assim.
Não é um “papel de pão”, porém, é um documento forjado.
Ou forjado depois do acidente, na esperança de dar “cobertura” a um negócio escuso ou, forjado na ocasião, para dar formalidade a uma transação onde o nome do verdadeiro comprador não poderia aparecer.
Estamos diante de uma quadrilha, que não apenas age para violar as leis – eleitorais, comerciais e fiscais – como se associa para encobrir aos olhos da Justiça este crime.
A Folha, certamente, está “guardando” para novas matérias os detalhes desta carta “de más intenções” que revela hoje.
Já não é o caso de pedir, como determina o Procurador Geral da República, os documentos desta transação.
É o de apreendê-los, porque se tratam, evidentemente, de provas de crimes.
O de obter e incorporar a uma campanha política um bem de mais de 20 milhões, de uma empresa que, em recuperação judicial, agiu em fraude aos seus credores.
E o de quem, simulando esta compra e sustentando diante da opinião pública desculpas e justificativas pueris, está fraudando a formação de consciência de todo um país.
Se não o fizerem, estarão deixando 203 milhões de brasileiros serem vítimas de um estelionato sem comparação em um país democrático.
O PSB tem 24 horas, prazo de sua segunda prestação de contas parcial, para declarar e comprovar a origem do avião.
E para decidir se vai se associar – a si como partido e à sua candidata – a crimes que vão além do Código Eleitoral.
Que são, inapelavelmente, do Código Penal.