domingo, 23 de abril de 2017

Quando você irá se importar?

por José Gilbert Arruda Martins

Quando chegar na sua porta, na sua casa? Quando a violência atingir um dos seus? Aí pode ser tarde demais.



Espalha-se nas redes sociais do Brasil e do mundo a notícia sobre os campos de concentração para homossexuais na Chechênia, região da Rússia. 

Em nossas conversas em família, comentando e debatendo sobre esse triste e absurdo acontecimento, costumo dizer que, o que acontece na Rússia pode ser uma mistura de cultura opressora de longa data com, historicamente, governos autoritários. Apesar de saber que a Rússia tem grande e importante papel na geopolítica mundial, fazendo um contra ponto fundamental à política dos EUA no mundo, não podemos aceitar o desrespeito e a intolerância institucionalizada ou não.

Presenciamos o descalabro horrendo dos campos de concentração na Chechênia mas, temos em outras partes do planeta e no Brasil, outros tipos de campos de concentração que precisam também ser combatidos.

Os "campos de concentração" de golpes na democracia, como aconteceu na Costa Rica, no Paraguai e, mais recentemente, no Brasil, os "campos de concentração!" da pobreza, do racismo, da intolerância, da corrupção, da manipulação da mídia, da concentração de riqueza, da desigualdade social e econômica, da homofobia...


Chechênia. A violência contra homessexuais


Em nosso país, a percepção que se tem é de aumento da intolerância contra não apenas homossexuais, mas contra os negros, contra pobres, mulheres, índios etc. A violência histórica contra essas "minorias", parece ter sido potencializada pelo golpe e por discursos de ódio da militância de direita, por parte das elites e parlamentares conservadores.

No Brasil, entre 2003 e 2014, com as diversas Políticas Públicas inclusivas, o país avançou consideravelmente nessa questão, os governos Lula e Dilma, criaram, além das Políticas Públicas, leis e projetos democráticos num ambiente onde dava para, pelo menos, debater e amadurecer determinados pontos sobre a homossexualidade e o respeito aos direitos individuais e coletivos. 

Agora, após o golpe, com a colocação de pessoas despreparadas e, até mesmo defensora da violência e da intolerância, em órgãos e cargos importantes ligados aos direitos humanos, a situação tende a piorar bastante.

Resta aos defensores da liberdade e da democracia, a luta. Mas, como dizia o saudoso Paulo Freire, "ninguém se educa sozinho" precisamos um dos outros e das outras, para que a batalha das ruas, do debate ideológico e político, faça diferença e provoque o avanço nas ideias e na prática construtiva e solidária, justa.

Vamos organizar, vamos nos reunir, vamos debater e continuar a luta aqui no Brasil, na Rússia e em todo o planeta contra a homofobia e todo tipo de violência.

Agora há pouco assinei o abaixo assinado contra os campos de concentração para homossexuais da Chechênia. Segue abaixo o link:

https://secure.avaaz.org/campaign/po/close_the_gay_torture_camps_loc/?bGzOsfb&signup=1&cl=12440307265&v=91831

Nenhum comentário:

Postar um comentário