quinta-feira, 21 de julho de 2016

Culinária de raízes africanas como instrumento de luta e preservação da cultura negra

“A culinária expressa dimensões do humano, entre essas dimensões, valores e identidades próprias da cultura de um povo”.

Projeto de professora no Estado do Rio de Janeiro pode revolucionar o lanche e a alimentação de crianças e jovens nas escolas públicas do país.


Como as cantigas, as danças e os instrumentos musicais, a culinária insere-se na vida de um povo e fortalece suas raízes, é ponto de “relevância para a identidade, a ação e a memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira (...)”.

Além de se tornar mais um avanço pedagógico, de crescimento do estudante, mas também comunitário, o projeto vem em boa hora, pois o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que é de 1955 precisa dessa injeção de ânimo novo e de um contra ponto à alimentação rápida (fast food) e industrializada que predomina em boa parte das unidades escolares do Brasil.

O  fast  food exerce um papel de forte presença e  expansão na vida das pessoas no Brasil, com abertura de milhares de restaurantes, muitos deles abertos 24 horas ao público em geral, por isso talvez, a importância de analisarmos que, além do alimento em si, o fast  food carrega consigo toda uma cultura que não é do povo, espalhando-se por todos os cantos e recantos do País.

A meu ver faz-se necessário e urgente a inclusão no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) de uma alimentação que além de saudável, respeite a cultura do povo, uma nova política nutricional nas escolas públicas que seja também cultural onde, principalmente estudantes jovens, possam entrar em contato com os conhecimentos ancestrais afro-brasileiros por meio da culinária.

O programa poderia ter uma base comum, mas respeitando as características regionais, isso seria mais um ponto de facilitação e viabilidade na implantação de um programa que envolvesse todo o País.

O programa iniciaria pelo Estado do RJ, depois Bahia, Maranhão...em poucos anos faria parte do PNAE .


A partir do instante que o projeto busca uma escola pública para programar suas ações, com “objetivos claros de promoção de práticas alimentares saudáveis utilizando a culinária afro-brasileira como ferramenta pedagógica, pois a alimentação para além de saciar a fome é uma expressão de valores culturais, sociais...”  fica patente seu compromisso social, cultural e ambiental.

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