domingo, 31 de julho de 2016

A hipocrisia da Escola Sem Partido

por José Gilbert Arruda Martins

O historiador Leandro Karnal em entrevista a um programa de TV: “O Escola Sem Partido é uma asneira sem tamanho, é uma bobagem conservadora, é coisa de gente que não é formada na área”, disse ao ser questionado pelo apresentador.

Para Karnal, o objetivo dos articuladores do projeto é “substituir o que eles imaginam ser uma ideologia dentro da sala de aula, mas por outra ideologia” — no caso, a defendida pelo próprio grupo conservador.
Leandro Karnal é professor de História da América da Unicamp é também conferencista renomado e aplaudido em todo o Brasil.
Como estão todas e todos acompanhando, o país, principalmente com a eleição de 2014, que elegeu um Congresso ultra conservador, passou a conviver de forma mais clara com uma onda de caça aos direitos de trabalhadores (as), a direitos de indígenas, mulheres, grupos LGBTs, negros e negras, juventude etc.
Dentro desse cenário de atraso medieval em que vivemos um dos discursos mais prejudiciais que conseguiu se destacar, foi o da "escola sem partido".
Um projeto que nem a Ditadura Militar, que esmagou, prendeu e assassinou, pensou em instalar no Brasil.
Uma ideia que envergonharia até o medievo europeu, pois carrega no seu âmago uma carrada de imbecilidades que, se passar pelo Congresso e transformar-se em lei, atrasará a educação pública em mais de 100 anos.
Vou fechar essa pequena matéria com um texto de uma mensagem de Watzap, postada em um dos grupos que tenho a honra de participar. A mensagem é de Bia Pastorello, não a conheço, mas como postou nas redes sociais, acredito que posso compartilhar aqui com vocês.
Olha o que escreveu a ativista digital:


"Você, você mesmo que acha que há uma doutrinação comunista nas escolas:

- Aprendeu sobre Marighella?

- Aprendeu sobre Revolução Cubana?
- Sabe a História da URSS na ponta da língua?
- Sabe explicar direitinho sobre Stálin, Trotsky, Lênin, Marx?
- Sabe a diferença entre Socialismo e Comunismo?
- Sabe o que é Mais Valia?
- Leu o Manifesto Comunista em sala?


Pois é, eu também não.



Mas eu aprendi que:



- Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.

- A Princesa Isabel aboliu a escravidão porque era boazinha.
- O Capitalismo é um Sistema justo.
- Nunca li autoras mulheres em sala, só homens e 90% eram europeus.
- Nunca aprendi sobre o continente africano e sua História.
- 95% do conteúdo programático de Humanas era focado na Europa (isso inclui Literatura).
- A evangelização dos povos indígenas foi algo bom já que eles eram "selvagens" e "sem costumes".
- Mas ainda bem que o MEC me doutrinou, né? Se não fosse a internet, eu ainda acreditaria na bondade da princesa e que a Europa é o centro do mundo (e que o mundo é feito por homens).


A escola já tem uma posição ideológica bem forte: É excludente e eurocentrada."



O grupo Escola Sem Partido ficou conhecido nacionalmente após uma ação violenta de membros da organização dentro da Universidade de Brasília (UnB), no mês de junho. Dezenas de pessoas atacaram universitários grevistas dentro do campus, com bombas e spray de pimenta. Segundo informações do mídia NINJA, o objetivo do grupo era depredar o Centro Acadêmico de Sociologia, formado em maioria por estudantes ligados a grupos de esquerda.

A ação coordenada, ocorreu com apoio de outro grupo, o “Aliança pela Liberdade”, formado por membros do EPL (Estudantes pela Liberdade), que por sua vez é fundador do Movimento Brasil Livre, o MBL, um dos principais grupos pró-impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).
Na teoria, o Escola Sem Partido quer “acabar com a doutrinação ideológica dentro do ensino público brasileiro”.


Com informações do:

https://medium.com/democratize-m%C3%ADdia/leandro-karnal-sobre-escola-sem-partido-%C3%A9-uma-bobagem-conservadora-5d8acba5ff86#.eobygc9hx

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