O carnaval, maior e mais espetacular festa popular do planeta, começa para todos os seus amantes, desde muito cedo, por exemplo, no bloco carnavalesco "Os meninos da Mangueira" em Grajaú, quando nos reuníamos - meninos e meninas -, nos idos anos 1970, batendo em latas grandes e pequenas, fazendo nosso som e animando as manhas de carnaval; ou quando, já rapazes e moças, íamos ensaiar no "Casarão do Samba", rua 7 de setembro com o "G. R. E. S Carajás"
O tempo passou, hoje fazemos nossa festa em Brasília, Rio, Palmas, São Luis e em nossa eterna Grajaú, só que agora estamos todos e todas crescidos, pais e mães, alguns, até avós e avôs, mas continuamos com nossa utopia, brincar carnaval como em uma imensa família.
Fazer o "esquenta" pela manhã, tomando um café reforçado, um almoço daqueles, regado a "suco de cevada", um pouco de velha e boa cachaça e nos travestirmos em verdadeiros e verdadeiras deusas do carnaval, em uma imensa e, pelo menos nos quatro dias, eterna alegria de pular, dançar e sambar.
Hoje, não temos mais "Os meninos da Mangueira" de Grajaú, nem os "Carajás", ficaram as lembranças e a promessa de não deixar morrer dentro de cada um de nós, a alegria de todos os anos, nos juntar em mais de 5.650 cidades e pular carnaval.
Hoje temos G.R.E.S Portela, G.R.E.S Mangueira, Galinho de Brasília, Rapariqueiros, Cheiro da Mata, Divinas Tetas, Bicho Terra... centenas de milhares de escolas, blocos e grupos carnavalescos, todos em busca do sonho eterno da alegria sem fim em quatro breves dias de carnaval.
Agora nas ruas, enfeitados de corpo e alma, pegamos nossos filhos e filhas, amigos e amigas, esposas e esposos, namorados e namoradas e vamos brincar, a alegria estampada em cada rosto, em cada coração, parece dizer, "venha felicidade, estou pronto e pronta, hoje, pelo menos hoje, não haverá tristeza, ódio, aborrecimentos, só alegria".
Ao final do dia, já altas horas, retornamos para nossas casas, exaustos e felizes, vamos dormir para que o amanhecer venha depressa, pois temos que iniciar tudo no dia seguinte, a alegria não pode parar.
Mas, como diz o poeta, "tudo que é bom dura pouco", chegou a terça feira, não, a quarta feira, bate uma nostalgia momentânea, alguns querem até se matar de tanta angustia, mas o carnaval acabou, pelo menos para 2016, que venha o próximo ou, os próximos.
Acabou, que bom poder voltar aos nossos trabalhos, aos nossos estudos, aos nossos livros, às nossas contas, ficou apenas o gostinho de "quero mais", que serve como um depósito constante de energia que será recarregada até fevereiro de 2017, quando estaremos nas ruas novamente atrás da banda, do trio, da escola...em busca da felicidade eterna em quatro dias.
A utopia é um lugar ou estado ideal de completa felicidade e harmonia entre indivíduos, a utopia carnavalesca é poder imaginar uma festa ideal, onde todos e todas possam pular e brincar sem ser molestado, sem sofrer agressões e aborrecimentos, que o respeito e alegria sejam pontos de partida e de chegada na corrida louca do rei momo.
O carnaval, além de grandioso, é quando o povo apodera-se das ruas, dos espaços públicos, a festa serve para alegrar a alma e também para que possamos usufruir das ruas, praças, avenidas e logradouros.
A utopia de uma festa carnavalesca, esbarra no entanto, no machismo, no comportamento homofóbico...
"Em uma pesquisa recente, o Instituto Data Popular, em uma sondagem feita entre 4 e 12 de janeiro com mais de 3,5 mil brasileiros com idade igual ou superior a 16 anos, em 146 municípios, constatou que 61% dos homens abordados afirmaram que uma mulher que vai pular carnaval não pode reclamar de ser cantada; 49% disseram que bloco de carnaval não é para mulher "direita"; e 56% consideram que mulheres que usam aplicativos de relacionamento não querem nada sério"
O carnaval, além de grandioso, é quando o povo apodera-se das ruas, dos espaços públicos, a festa serve para alegrar a alma e também para que possamos usufruir das ruas, praças, avenidas e logradouros.
A utopia de uma festa carnavalesca, esbarra no entanto, no machismo, no comportamento homofóbico...
"Em uma pesquisa recente, o Instituto Data Popular, em uma sondagem feita entre 4 e 12 de janeiro com mais de 3,5 mil brasileiros com idade igual ou superior a 16 anos, em 146 municípios, constatou que 61% dos homens abordados afirmaram que uma mulher que vai pular carnaval não pode reclamar de ser cantada; 49% disseram que bloco de carnaval não é para mulher "direita"; e 56% consideram que mulheres que usam aplicativos de relacionamento não querem nada sério"
Que todos e todas possam apenas brincar.
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/02/pesquisa-mostra-que-persiste-visao-machista-sobre-mulher-no-carnaval-de-rua-6919.html
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