E diz que reservas indígenas inviabilizam agronegócio
“Nesse caso agora aqui... não tem
ainda nenhum indício forte de que esse índio foi assassinado lá agora. Chegaram
várias possibilidades. A PF está lá, quem nós pudermos mandar para lá já
mandamos para buscar desvendar o caso e buscar a verdade sobre isso aí”, disse
Jair Bolsonaro, em mais uma declaração que estimula o extermínio dos povos
indígenas
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que o excesso
de reservas indígenas no país está “inviabilizando o agronegócio”, e levantou
dúvidas sobre o assassinato de um cacique da etnia Waiãpi, no Amapá, após
relatos da invasão de garimpeiros a terra indígena.
Em nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou, no
domingo, que a Polícia Federal abriu inquérito para apurar a morte do cacique.
Equipes da PF, da Funai e do Batalhão de Operações Especiais
(Bope) do Estado chegaram no domingo à terra indígena, uma área isolada no
oeste do Amapá.
De acordo com a Funai, a Coordenação Regional da Fundação
Nacional do Índio no Amapá encaminhou para a presidência do órgão no sábado
memorando informando sobre um possível ataque à Terra Indígena Waiãpi, e
relatos publicados pela mídia disseram se tratar de uma invasão de garimpeiros.
Ao comentar o caso, Bolsonaro fez questão de primeiro defender a
legalização dos garimpos, inclusive em terras indígenas.
“É intenção minha regulamentar o garimpo, legalizar o garimpo.
Inclusive para índio, que tem que ter o direito de explorar o garimpo na sua
propriedade”, afirmou.
O governo prepara um projeto de lei para ser encaminhado ao
Congresso alterando a legislação que trata de terras indígenas para permitir o
garimpo.
Durante o final de semana, em entrevistas, Bolsonaro afirmou que
está buscando parcerias com países de “primeiro mundo” para fazer a exploração
mineral dessas regiões.
Segundo o presidente, o Brasil precisa parar de demarcar novas
reservas porque isso está inviabilizando os negócios no país, e que o Brasil
depende das commodities.
“O Brasil vive de commodities, daqui a pouco o homem do campo
vai perder a paciência e vai cuidar da vida dele. Vai vender a terra, aplicar
aqui ou lá fora, e cuidar da vida dele. A gente vai viver do quê? O que nós
temos aqui além de commodities? Será que o pessoal não acorda para isso? Se
esse negócio quebrar todo mundo vai para o barro, acabou o Brasil”, afirmou.
Bolsonaro também acusou mais uma vez ONGs estrangeiras de
quererem manter os indígenas em reservas por interesses econômicos. “E esse
território que está nas mãos dos índios, mais de 90% nem sabem o que tem lá e
mais cedo ou mais tarde vão se transformar em outros países. Está na cara que
isso vai acontecer, a terra é riquíssima”, disse.
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