domingo, 28 de maio de 2017

Diga não à intolerância

Prof. José Gilbert Arruda Martins*

Importe-se porque, quando você menos esperar, a violência da intolerância baterá a sua porta para levar um dos teus.

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Quem sai às ruas para defender a ditadura e a violência que a acompanha, ignora a história. O ditador tem pouquíssimos amigos. Todo o restante da sociedade é inimigo em potencial.

Os ditadores e os usurpadores de poder ou de governo são sempre “testas-de-ferro” dos 1% da população, os super-ricos que dominam as forças produtivas e exploram violentamente a classe trabalhadora e os mais pobres.

Às vezes, os ditadores camuflam suas caras e ações em pele de cordeiro, se escondem até atrás de discursos progressistas de liberdade e de democracia mas na realidade, são defensores do autoritarismo e da violência, principalmente contra o povo.

Para o escritor inglês Aldous Huxley “a ditadura perfeita terá a aparência da democracia. Uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão”.

Desta forma a ditadura de Huxley, pode nos trazer diversos significados, como por exemplo: a ditadura militar ou civil nua e crua; a ditadura do machismo, da fome, da homofobia, da violência contra os pobres, do ódio pelo pensar diferente; a ditadura que esmaga o indivíduo em sua humanidade causando sofrimento e dor.

O Brasil vive uma espécie de cultura do ódio de classes que não é nova, pergunte aos negros e às negras, às mulheres, às populações pobres das periferias, pergunte aos homossexuais, “minorias” que historicamente sofreram a mão de ferro da intolerância.

O ódio, no entanto recrudesceu após as eleições de 2014. Partidos políticos de direita, e o grande capital internacional não aceitaram a derrota nas urnas e a partir daí, iniciaram uma campanha que derrubou um governo eleito democraticamente instalando um grupo à frente da nação que, além de pregar o ódio, com a ajuda da grande mídia, estão desmontando o Estado do Bem-Estar Social brasileiro.

De que lado você está? Ao lado das maiorias trabalhadoras que, com suor e muito trabalho sustentam a nação ou ao lado da minoria rica dona do capital e meios de produção de riquezas que exploram dia a dia o povo?

Entender como funciona essa máquina de produzir riquezas é importante não apenas para a sociedade como um todo mas, para você que se deixou envenenar com ódio e ideias elitistas.

Importe-se com o outro, com a outra, importe-se com a causa e os sentimentos das maiorias, principalmente dos mais necessitados, mais vulneráveis, isto é comportamento social e humano.

Porque quando você ignora a intolerância, sua ação ou inação, ajuda a potencializar todo tipo de desrespeito e desumanidade, desta forma instalou-se o nazismo na Alemanha que provocou muito sofrimento e, mesmo depois de mais de meio século, os alemães ainda sofrem as consequências.

 Pense nisto!

As consequências não estão na materialidade do desenvolvimento econômico do país, que é espetacular, mas impregnadas na alma daquele povo. Não existe um só alemão que não carregue consigo, de uma forma ou de outra, mesmo que não queira, mesmo que não tenha colaborado, a marca de um povo que hospedou o nazismo. A violência nazista, de uma forma ou de outra, marcou para sempre o povo alemão. É muito difícil ficar livre.

Nesse sentido, o ódio que escorre nas redes sociais todos os dias; o massacre dos Sem Terras em Mato Grosso, onde nove pessoas foram assassinadas (21/04/2017); o caso dos palestinos presos em São Paulo (03/05/2017), a prisão absurda de três ativistas do MTST em São Paulo (28/04/2017); o massacre do Maranhão (02/05/2017), no qual indígenas Gamelas foram atacados por capangas de fazendeiros armados, um dos indígenas, inclusive, teve as mãos decepadas; a agressão da PM a um estudante universitário em Goiânia (28/04/2017); as agressões da guarda municipal paulista contra um “morador” de rua; os outdoors contra Lula em Curitiba; o abuso de autoridade de parte da justiça brasileira, fundamentalmente, da denominada “República de Curitiba”, com prisões provisórias ilegais, a capa da revista veja desta semana trazendo Dona Marisa Letícia, numa campanha de ódio contra Lula, são sinais mais que claros do recrudescimento da brutalidade e da intolerância no Brasil.
Quem conheceu as sangrentas ditaduras militares da América Latina, sabe da importância de lutar contra todo tipo de violência e se importar com o sofrimento alheio. Apenas na ditadura militar argentina entre os anos de 1976 e 1983 cerca de 30 mil civis foram assassinados. Por sua vez, a ditadura militar chilena ceifou 40.280 vidas.

Quem conheceu a história de Adolfo Hitler e seus lacaios assassinos que assumiram o poder na Alemanha no período entre guerras, implantando um sistema industrial de extermínio em massa de judeus, negros, homossexuais e a todo tipo de oposição, sabe da importância de lutar contra a violência e se importar.

A quem interessa o sentimento de ódio que vem sendo destilado na grande mídia e nas redes sociais? Quem ganha e quem perde com essa verdadeira barbárie?

Com certeza o Brasil todo perde, todos nós, de alguma forma, perdemos.

Importe-se com as vítimas da intolerância. Não ignore, não vire as costas.

Para as perseguidos do nazismo hitlerista, uma das coisas que mais doíam era a indiferença da sociedade alemã da época. Essa indiferença matava não apenas os corpos das vítimas do holocausto, mas principalmente, suas almas.

Do final da Segunda Grande Guerra (1945) aos dias de hoje, a sociedade alemã luta todos os dias para retirar o estigma nazista que impregnou gerações após gerações.

A ideologia nazista e seus campos de concentração marcou de tal forma, que atrapalhou e atrapalha o sentimento social de solidariedade e de paz daquela nação, isso por que, como destacado, o nazismo marcou para sempre a alma dos alemães.

Nesse contexto, é bom que se diga, na maioria das escolas alemãs hoje, o holocausto é debatido pelos estudantes desde tenra idade, é uma forma inteligente de mostrar às atuais e futuras gerações o sofrimento causado pelo nazismo, para que nunca mais se repita.

Importe-se com a violência que cresce no Brasil.

Antes de apoiar qualquer tipo de discurso ou de campanha pública, informe-se em outras fontes, reflita que país e que sociedade você deseja ajudar a construir.

Importe-se com o sofrimento dos outros e outras. Somos humanos e como tal devemos sentir a dor moral quando presenciamos qualquer tipo de iniquidade.

A democracia, mesmo a representativa, ainda é uma ferramenta política importante de organização da sociedade. Ela permite o debate e a busca de caminhos e projetos de construção de um país melhor para todos e todas.

Por fim, em uma frase célebre Winston Chuchill referindo-se à democracia representativa afirmou que “A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas.”

Lute por suas ideias e projetos. Mas lute dentro das regras do respeito, da humanidade que há em todos nós e dentro das normas democráticas.


* José Gilbert Arruda Martins, professor graduado em História pela UECE e mestre em Ciência Política pelo Centro Universitário Euro-americano (Unieuro)


Dez camponeses são assassinados no Pará; presidenta do sindicato é uma das vítimas

no Brasil de Fato

Movimentos da região afirmam que acampamento estava sendo alvo de mandado de reintegração de posse



DIRETAS JÁ - Caetano, Mano Brown, Criolo e outros artistas se apresentam em ato no Rio por diretas já

na Rede Brasil Atual

Grandes nomes da música brasileira marcam presença neste domingo (28), na praia de Copacabana, para pedir a saída de Temer e "o direito do povo votar"

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'Temer não se sustenta mais na presidência. Agora é hora de escolhermos nosso caminho', afirma a organização

São Paulo – “Vamos para as ruas em um evento gigantesco, com grandes artistas, pelas diretas já. Pelo direito do povo votar. Nossa crise é de legitimidade”, afirma em vídeo o ator Wagner Moura, sobre o evento "O Rio pelas Diretas Já", que será realizado na praia de Copacabana, a partir das 11h, no próximo domingo (28). Além de pedir a saída do presidente Michel Temer (PMDB) e a realização de eleições diretas, os presentes poderão assistir a shows de grandes nomes da música nacional.
'Temer não se sustenta mais na presidência. Agora é hora de escolhermos nosso caminho', afirma a organização
“Isso não é um movimento de esquerda nem de direita. Isso é pela democracia. Vamos pressionar para tirar esse Temer de onde ele nunca deveria ter chegado. Temos o direito de escolher o próximo presidente”, completa o ator. O ato conta com a organização das frentes Povo sem Medo e Brasil Popular. “É um fato: Temer não se sustenta mais na presidência. Agora é hora de escolhermos o nosso caminho”, afirmam os organizadores.
Caetano Veloso, Mano Brown, Criolo, Maria Gadú, Teresa Cristina, Mart´nália, Mosquito, Cordão da Bola Preta e BNegão são alguns dos nomes que estarão presentes. “Esse movimento é super importante e necessário para o país”, afirma a cantora e atriz Emanuelle Araújo. “Vamos para a rua lutar por nosso direito de mudar essa bagunça em que foi transformado o governo do nosso país. Serão vários artistas maravilhosos e você não pode perder”, completa.
A organização do evento remete ao movimento das Diretas Já, que defendia o direito de a população votar para presidente, em 1984. “Mais de 30 anos se passaram desde o histórico movimento das Diretas Já. Não há saída que não seja a democracia (…) Não podemos abrir mão dessa escolha e deixar que a Câmara formada por parlamentares tão corruptos quanto Temer e seus aliados decidam por nós”, diz o texto da convocação no Facebook.
O ator Vladimir Brichta gravou um vídeo em seu perfil no Facebook convocando para o ato. “Vamos todos para as ruas pedir nosso direito de escolher o novo presidente. Não vamos deixar nas mão do Congresso. Novo presidente porque todos sabem que Temer vai cair, isso não se discute mais. Mas não se engane, esse Congresso não representa a gente. São mais de 200 pessoas sendo investigadas”, afirma.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

O GOLPE DENTRO DO GOLPE - O QUE ESTÁ POR TRÁS DAS DENÚNCIAS DA GLOBO CONTRA MICHEL TEMER E SEUS PROVÁVEIS DESDOBRAMENTOS

no Monde Diplomatique Brasil

Nos últimos 65 anos, a Rede Globo ocupou o espaço de um dos principais atores políticos, sempre participando com grande poder de decisão em momentos-chaves. Com o fim do regime militar, por exemplo, teve início a luta pelas “Diretas Já” e a Globo impediu que as imagens de comícios nas ruas fossem exibidas na TV, nos seus jornais e rádios

Crédito da imagem: reprodução                                    por: Wallace dos Santos de Moraes*


jornal nacional


Desde 2013, o Brasil vive um quadro de crise política institucional dos mais profundos. A iminente queda de Michel Temer constitui-se como apenas mais um capítulo dessa novela. Para discutirmos as denúncias contra o presidente da República e termos mais dados para análise, sem cairmos em previsões infundadas, é necessário clarear algumas constatações históricas fundamentais da política brasileira:
1) a Rede Globo é ainda hoje o principal meio de formação de opinião dos brasileiros sobre política;
2) historicamente, ela representou os interesses majoritários dos capitalistas do país;
3) desconhecemos evidência de recuo de uma proposta dela com relação à retirada de um presidente da República do seu cargo, seja através de golpe militar explícito, de golpe institucional ou de impeachment.
Se admitimos que essas assertivas são verdadeiras, Michel Temer cairá em breve.
Se isso não acontecer, significará que a Rede Globo não representa mais os interesses majoritários do grande capital, nem dos principais políticos no país e seu império midiático está prestes a ruir.
Nesse sentido, é sempre importante fundamentarmos nossas hipóteses com base na história política brasileira. Nos últimos 65 anos, a Rede Globo ocupou o espaço de um dos principais atores políticos, sempre participando com grande poder de decisão em momentos-chaves. Vejamos.
O jornal O Globo, quando ainda não havia sido constituída a poderosa Rede Globo, foi um dos principais atores na desestabilização do governo de Getúlio Vargas em 1954. Quando Vargas aceitou a proposta de João Goulart, então escolhido para o Ministério do Trabalho, de dobrar o salário mínimo, foi gerada uma convulsão nas elites empresariais do país. O Jornal O Globo, como porta-voz desse setor, publicou várias denúncias contra o presidente da República, acusando-o de mandar assassinar seu principal inimigo político, Carlos Lacerda. Nesse mesmo ano, Getúlio Vargas cometeu o suicídio, alegando em carta-testamento que forças ocultas o impediam de governar. Depois da morte de Vargas, o jornal O Globo foi atacado por milhares de manifestantes no Rio de Janeiro.
Dez anos mais tarde, entre 1961 e 64, o herdeiro de Vargas, João Goulart, assumiu a presidência da República. Mais uma vez, o Jornal O Globo se opôs veementemente ao seu governo e ajudou a preparar o golpe militar-civil que o retiraria do poder em 31 de março de 1964, por meio de uma quartelada.
Durante os vinte anos da ditadura militar-civil foi construída a Rede Globo, um grande império midiático, chegando a vários pontos do país e incluindo o seu meio de comunicação mais importante: a televisão. Ela serviu de apoio político-ideológico do governo dos generais e se mostrou como a maior formadora de opinião no Brasil, difusora de informações, verdadeiras ou não, mas sua principal prática foi esconder, e muito bem, as torturas, os assassinatos, as perseguições, a corrupção, as falcatruas realizadas nesse período sombrio da história brasileira. A Rede Globo exacerbou a autocensura jornalística, isto é, antes da censura dos militares, o jornal só informava aquilo que agradaria ao regime.
Com o fim do regime militar, teve início a luta pelas “Diretas Já” e a Globo impediu que as imagens dos governados nas ruas fossem exibidas na TV e nos seus jornais e rádios. A censura era seletiva: atentava exatamente contra os movimentos populares. Nada de reivindicações poderia aparecer no seu império. Quando era inevitável, tinha que aparecer como algo negativo. Essa foi e é a lógica.
Depois do apoio incondicional à ditadura militar-civil e a tentativa de esconder a campanha pelas “Diretas Já”, em 1984, a Rede Globo voltou sua atuação intensa contra a criação de direitos sociais na Constituição de 1988, atendendo às demandas das associações empresariais (FIESP, FIRJAN, CNI). Assim, os trabalhadores, hoje, possuem menos direitos do que poderiam usufruir, em função da ajuda da empresa de Roberto Marinho.
No ano seguinte, em 1989, na primeira campanha eleitoral pós-ditadura militar-civil, a Globo apoiou totalmente o candidato Fernando Collor de Mello, fazendo-o vencedor, mas sobretudo impedindo a vitória de seu principal inimigo político, herdeiro de Vargas e de Goulart, Leonel Brizola, e também do operário, Lula da Silva. Para tanto, o jornalismo global trabalhou intensamente para desmerecer as candidaturas de seus inimigos e para vender Collor de Melo como um salvador da pátria. Por consequência, a Rede Globo apoiava o neoliberalismo no país.
Como a vitória de Collor havia sido por uma margem de votos muito pequena e ainda vinha exercendo um governo bastante impopular com confisco da poupança da população, diminuição dos lucros dos empresários etc., a Globo defendeu abertamente o seu processo de impeachment. O objetivo era apaziguar o país, as lutas sociais e resgatar sua supremacia nas comunicações depois de ajudar a eleger um candidato extremamente antipopular. A manipulação da informação por parte da Globo era percebida por grande parte da população e o apoio ao impeachment também significava retomada da credibilidade. Em 1992, os militantes petistas pediam as pessoas para assistirem a Globo!
Em 1994, a Globo apoiou incondicionalmente a candidatura de Fernando Henrique Cardoso para a presidência e protegeu seu governo de uma tal maneira que não era possível sair nenhuma crítica. Inclusive, em episódio incidentalmente gravado por ela mesma, em uma entrevista com o então ministro da economia Rubens Ricúpero, transmitida apenas para quem possuía antena parabólica, que havia admitido que não tinha escrúpulos pois se prestava a fazer campanha aberta para FHC como ministro e dizendo ainda: “o que é bom, a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”. Isso em plena campanha eleitoral. A Rede Globo não mostrou nenhuma linha, em nenhum dos seus meios de comunicação, jornais, rádios, e TV, sobre o assunto.
A Globo blindou o governo de FHC tal como blindou a ditadura militar-civil. Sob o governo do PSDB, o Brasil viveu uma das piores crises econômicas de sua história, com um dos maiores índices de desemprego e de queda do PIB, mas nada disso era discutido, sequer apresentado nos meios de comunicação do império midiático.
Apesar de tudo, os governados não são idiotas e perceberam que a crise econômica era muito intensa, fruto das medidas neoliberais adotadas pelos tucanos. Em função disso, ocorre o crescimento de votos nulos desde os anos 1990, com sua exacerbação depois dos protestos de 2013. Assim, em 1998, FHC foi eleito com menos votos que a soma de votos em branco, nulos e abstenções. Uma verdadeira vergonha.
Em 2002, Lula da Silva recebeu o apoio da Rede Globo e venceu as eleições. O PT não era mais uma ameaça nem para os capitalistas nem para sua porta-voz principal. Ao contrário, alguns setores acreditavam que uma política de neodesenvolvimentismo, com fácil financiamento do BNDES e com intervenção do Estado, injetando dinheiro em determinados setores, poderia alavancar a economia. E assim aconteceu com a Odebrecht, com JBS, com os bancos e outros setores. Isto não é uma contradição no capitalismo. Vários estudos mostram como as grandes empresas dos países imperialistas cresceram com a ajuda deslavada do Estado. A própria Globo foi favorecida com dinheiro público durante a ditadura militar para instituir seu império. Durante o governo Vargas, a criação das estatais tinha por objetivo favorecer o desenvolvimento do chamado capital nacional através de vendas de produtos a preço de custo para as empresas. Sob o governo de FHC, o BNDES cumpriu função equivalente no processo de privatização das estatais, pois emprestava dinheiro para determinados grupos comprarem as empresas antes públicas e depois passaram a cobrar pelos serviços prestados. Outros processos semelhantes a esses foram as concessões para explorações de rodovias. O Estado investia, deixava a estrada pronta com o dinheiro público e depois concedia a uma empresa a exploração dos pedágios. Um verdadeiro escárnio com o dinheiro público e a inteligência da população.
Portanto, atribuir esses problemas apenas aos governos petistas é tentar impor uma visão seletiva que não colabora para entendermos amplamente o processo. A crítica, portanto, correta e real deve ser feita a todo o sistema que pelo menos desde a ditadura militar-civil favorece aos grandes capitalistas com dinheiro dos governados, depois de muito suor, de muito trabalho explorado e extraído para alavancar determinadas empresas em conluio com políticos no poder.
Por fim, a Globo atuou com toda sua força para retirar a presidente Dilma Rousseff da presidência em 2015/16, que por incrível que possa parecer vinha realizando as reformas exigidas pelos grandes capitalistas, todavia em ritmo mais lento do que aquele implementado pelo governo atual.
Embora Michel Temer viesse encaminhando uma reforma absolutamente reacionária e conservadora, a Rede Globo fez campanha, assumindo inclusive, em editorial do dia 19 de maio do jornal O Globo, que só restava ao presidente da República a renúncia.
É importante entender que Michel Temer vinha sendo apoiado amplamente pelo PMDB, PSDB, DEM e outros partidos menores. A base aliada estava bastante sólida, ampla e unida no conservadorismo que há muito tempo não estava tão organizado no Brasil. Tudo indicava que a reforma da previdência e trabalhista passaria com bastante folga no Congresso. Por que, então, defender a retirada de Temer? Por que desestabilizar ainda mais o país que já está em crise econômica?
Se vale a pena aprendermos com as experiências do passado, poderíamos dizer que o governo federal possuiu uma notória e grande rejeição popular. Assim, pode ser que a Globo queira se livrar da pecha de quem colocou o Temer no poder, venha resgatar sua credibilidade como a emissora que também retirou o mesmo do poder. Curioso é que seria a repetição daquilo que aconteceu exatamente com Collor de Mello.
Em tempos de poder crescente das redes sociais (Facebook, WhatsApp e outras) com uma circulação imensa de ideias, o poder dos grandes conglomerados de mídia está claramente em declínio, se eles perdem a credibilidade ficam fadados a total desconstrução de seus impérios.
Outra hipótese diz respeito a desestabilizar o país, descredenciando todos os políticos para que a própria população queira/aceite um outro golpe militar-civil. Com Donald Trump no poder nos EUA, a conjuntura torna-se absolutamente favorável para esse tipo de golpe. Um golpe no Brasil, seria o cenário ideal para que se realizasse um golpe também na Venezuela e virasse de vez a visão política no continente com um alinhamento natural ao governo autoritário e conservador dos EUA. Ademais, um golpe militar-civil no Brasil acabaria com todas as denúncias da operação “lava-jato” e dos procuradores que estão colocando na cadeia alguns políticos. O Congresso seria fechado, mas todos os políticos que lá estão se livrariam dos processos de corrupção de que fazem parte.
Além do mais, os militares já possuem um candidato “forte, nacionalista, impetuoso, autoritário, conservador e que se apresenta como corajoso para destruir todas as enormes mazelas da política e da sociedade brasileiras”. O golpe militar pode servir para colocar um deputado federal, militar da reserva, no poder Executivo. Trata-se de Bolsonaro.
Esse candidato está em plena campanha eleitoral, visitando quase que diariamente todos os quartéis do país. Ele ainda possui uma enorme rede de think tanks que divulgam suas ações pelas redes sociais, sendo amplamente compartilhada por militares, seus familiares e amigos.
No pré-1964, a Globo apoiou o “quanto pior, melhor”, justamente para garantir o caminho dos militares ao poder Executivo. Algo similar aconteceu com o lançamento da candidatura de Fernando Collor em 1989. Como os políticos estão muito desgastados, Collor apareceu como o candidato da antipolítica. Bolsonaro é também apresentado dessa maneira, nem parece que ele é um político profissional há muito tempo.
Por consequência, a Rede Globo mostra as falhas de todos os candidatos, mas blindando exatamente Bolsonaro, tal como fez com FHC, com Collor e a ditadura militar. Enquanto aponta as críticas de todos os candidatos e não fala de um deles, é óbvio que o está favorecendo. Enquanto todos se desgastam, a candidatura mais perigosa de todas vai sendo construída subliminarmente. O SBT apresentou no último domingo, dia 21 de maio de 2017, um programa inteiro sobre a candidatura de Bolsonaro, como um herói brasileiro, para tirar o país do que ele chama de bagunça.
Em resumo, com base na história política brasileira, não podemos descartar a preparação de um golpe militar-civil por parte da Globo e de seus oligopólios de comunicação de massa aliados, nem o lançamento da candidatura de Bolsonaro como salvador da pátria. Esses são os piores cenários para a política brasileira, pois estaríamos sem liberdade de expressão e, portanto, nem esse artigo poderia circular.
Por fim, com todas as denúncias apresentadas, as suspeitas populares de que os políticos estão meramente a serviço dos interesses de alguns empresários/banqueiros escolhidos, se confirmou. Os depoimentos ratificam que o dinheiro público, que deveria servir a sua população que contribui, é amplamente utilizado para favorecimento recíproco de políticos e empresários por meio de corrupção e falcatruas. Aquela sensação de corrupção ampla e ativa nos meios políticos e empresariais está agora mais que confirmada. Percebemos também que com esse sistema, do jeito que está organizado, o voto dos governados de pouco adianta, pois os políticos precisam de aliança com aqueles que possuem dinheiro para suas campanhas eleitorais, sejam eles, empresários, banqueiro, narcotraficantes ou qualquer outro, para comprar jornalistas, juízes, televisões, rádios, apoios nas favelas e periferias.
Esse sistema oligárquico-representativo requer que o candidato faça de tudo para se eleger, inclusive, prostituir suas ideias. Para ele, o importante é ganhar a eleição. Trata-se daquela velha máxima: “os fins justificam os meios”, que não deu certo em lugar nenhum. Assim, ele se vende para chegar e manter-se no poder, mesmo que tivesse uma ideologia crítica a isso tudo.
Portanto, não adianta votar nesse ou naquele político. É necessário mudar todo o sistema de organização política da sociedade, sem a qual, continuaremos a transformar algumas pessoas, até com boas intenções, em verdadeiros canalhas corruptos. É necessário jogar todo o sistema político-eleitoral existente no país abaixo e construir um modelo marcado pelo total controle da população sobre todos os rumos das verbas públicas, de seus direitos, enfim o autogoverno. Único que é verdadeiramente oposto a todo tipo de ditadura. Um autogoverno que viabilize a democratização dos meios de comunicação e que acabe com os oligopólios de comunicação de massa para se garantir a verdadeira liberdade de expressão.
Se queremos acabar sinceramente com o uso de dinheiro público para financiar empresas e o dinheiro das empresas para financiar políticos inescrupulosos, se queremos acabar com o compra e venda de votos no Congresso Nacional, com os cargos do Estado virando moeda política, só existe um jeito: governo (Kratos ou cracia) do povo (demos) ou democracia no seu sentido etimológico. Esse modelo só será concretizado quando qualquer pessoa do povo puder exercer influência sobre os rumos do dinheiro público que é construído pelo seu trabalho. Quando sua voz for ouvida pelos demais, quando suas considerações forem levadas em conta, e isso não acontece com um regime representativo no qual um eleito não possui nenhuma obrigação de atender aos interesses dos governados, mas apenas de responder aos financiadores de sua campanha eleitoral. Enfim, estamos vendo no Brasil a total falência do regime representativo e ainda estão tentando nos impor um regime ainda mais ditatorial, quando a melhor solução é a real democracia, que significa autogoverno popular.

*Prof. do Departamento de Ciência Política e do Programa de Pós-Graduação em História Comparada da UFRJ. Coordenador do grupo de pesquisa OTAL (Observatório do Trabalho na América Latina): www.otal.ifcs.ufrj.br . Agradeço aos alunos do OTAL pelas reflexões críticas que colaboraram para elaboração dessas teses.


quinta-feira, 25 de maio de 2017

Reaja Trabalhador/a

por José Gilbert Arruda Martins


Os acontecimentos políticos, jurídicos e midiáticos dos últimos dois anos fez com que eu pensasse em escrever uma matéria sobre as possíveis saídas que o país teria para esse verdadeiro imbróglio que entrou. Imbróglio, diga-se de passagem, que trás prejuízos enormes ao povo e à classe trabalhadora.

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Estou trabalhando nesse texto há mais de três semanas, dei uma parada devido a um pedido da minha família que ficou preocupada que o conteúdo, após publicado, pudesse me atrapalhar profissionalmente.

Mas o que tem esse texto? O que pode trazer de tão sério uma matéria jornalística? Para adiantar quero dizer que não é um dossiê, não tenho informações profundas de nenhum político brasileiro que motivasse a construção de tal documento.

Antes porém de divulgar essa minha matéria, vou tentar escrever resumidamente sobre os acontecimentos antes e depois do golpe do ano passado.

Meus escritos, em grande parte, são baseados em matérias da tv, jornais e revistas mas, fundamentalmente dos blogs que sigo e recebo via watzap todo santo dia, conteúdos à exaustão.

Primeiramente vamos expor aqui parte de um texto de watzap que fala da cronologia do golpe, diz a texto:

Cronologia do golpe: (vamos elencar apenas alguns pontos)

* 2007 - Descoberta do pré-sal, estimada em 20 trilhões de reais;
* 2009 - Começo obscuro e desconhecido da lava jato com orientação dos EUA;
* 2010 - Lula paga toda a dívida externa brasileira e acaba com o dinheiro fácil para os bancos estrangeiros;
* 2010 - Crise do Euro e quebra de vários países europeus;
* 2009-2012 - Discussões e votação do marco do pré-sal totalmente nacional e verba para a educação;
* 2012-2013 - Espionagem do NSA sobre a presidenta Dilma e os principais diretores da Petrobrás;
* 2013 - IBGE registra pela primeira vez o pleno emprego no Brasil, ou seja, menos de 5% de desempregados (4,75%);
* 2013 - Passeatas contra o governo faz cair a aprovação de Dilma de 80% para 40% em menos de 3 meses.
* 2014/mar - Primeira fase da lava jato;
* 2014/out - Reeleição de Dilma;
* 2014 - Criação das facções: MBL/Vem Pra Rua/Revoltados On Line/ Nas ruas;
* 2014-2015 - Eduardo Cunha paralisa o Congresso e impede Dilma de governar;
* 2015 - Dada a incerteza política empresários param de investir, mídia cria e alimenta a narrativa da crise;
* 2015/set - PEC da bengala impede Dilma de indicar novo membro para o STF;
* 2016 - impeachment de Dilma, STF se cala;
* 2017 - Morte de Teori Zavascki/indicação de tucano para o STF, mudança no marco regulatório do pré-sal, fim da previdência, das leis trabalhistas, da educação universal, do SUS, fatiamento e venda da Petrobrás;

etc.

(autor: Fernando Horta Professor da UnB)

O professor esqueceu de mencionar, no entanto, um dos fatos mais importantes para que o golpe acontecesse, o famigerado "Mensalão do PT" a AP 470 (2 de agosto de 2012) onde a imprensa deitou e rolou, o STF agiu como ator e a esquerda se acovardou.

O espetáculo patrocinado pela rede globo e encenado pelo STF iniciou uma campanha de criminalização do Partido dos Trabalhadores e das esquerdas no país que endureceu a partir da vitória da presidenta Dilma Roussef nas eleições de 2014.

No entanto, até o início do espetáculo circense da votação da AP 470 no STF, a direita brasileira e seus patrocinadores acreditavam que poderiam vencer as eleições e retornar ao governo, não foi o que aconteceu, daí para frente veio o golpe e agora o caldo engrossou e nada, absolutamente nada parece amolecer o projeto de usurpação do governo e instalação de um verdadeiro estado de exceção no país.

Pois bem, os caras destruíram os Estado de Direito, rasgaram a Constituição, desmontaram o Estado do Bem-Estar brasileiro e nada, repito nada parece fazer os golpistas retrocederem. O que fazer?

Os acontecimentos da última semana com o próprio Michel Temer como um dos pegos com a "boca na botija", deixaram a todos e todas que lutam pelo retorno da democracia bem mais animados com a possibilidade de saída/renúncia/impedimento do sr. Temer, mas, depois de alguns dias a coisa não aconteceu e se acontecer, as reformas cessarão? haverá eleições gerais diretas?

Ninguém consegue, de fato responder com a mínima credibilidade a esta pergunta...





sexta-feira, 12 de maio de 2017

Assista ao depoimento de Lula a Sérgio Moro em 19 minutos

por José Gilbert Arruda Martins

Assista ao resumo das mais de 5 horas do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz de primeira instância de Curitiba!




Gostaria muito de ver qualquer político da direita de ontem e de hoje comportar-se de forma republicana e democrática como o presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Esse depoimento, querendo ou não, entrará para a História desse país.

Depoimento de um presidente ex-torneiro mecânico que assumiu o governo de um dos mais importantes países do planeta, e que com a criação das políticas sociais inclusivas, retirou da fome e da miséria, milhões de pessoas.

Não tem como não aplaudir.

Não tem como não acreditar que esse país tem sim alternativas.

Uma verdadeira aula de direito e de democracia.

Por isso Lula é odiado por parte da elite e da classe média idiotizada pela grande mídia.

Dê o braço a torcer, livre-se do preconceito e passe a amar esse cara, porque só ele tem condições de recolocar o Brasil no caminho da construção da solidariedade, da democracia e da justiça para todas e todos.

Lula já é estudado no Brasil e no exterior por centenas de Universidades e pesquisadores. O ex-presidente já recebeu dezenas de Honoris Causa. 

O ex-presidente tem aprovados 80 Honoris Causa no Brasil e no exterior. 

Honoris Causa é uma expressão latina que significa por distinção honorífica, por motivo ou a título de honra.





segunda-feira, 8 de maio de 2017

Nova Presidenta do PT-DF Érika Kokay

por José Gilbert Arruda Martins

O Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal elegeu em seu 6° Congresso a deputada Érika Kokay para dirigir a agremiação nos próximos anos.

Dep Federal Érika Kokay a mais nova presidenta do PT-DF


Fomos até a sua página nas redes sociais e retiramos o texto de apresentação a seguir: 

Erika Kokay é deputada federal pelo PT-DF. Presidiu a CPI da Exploração Sexual e foi membro ativo da Comissão de Direitos Humanos.

Sindicalista, ex-presidente do Sindicato dos Bancários do DF, psicóloga de formação e ativista pelos direitos humanos.

Poderia escrever sobre a deputada Érika o seguinte:

Quem está na luta todos os dias conhece Érika Kokay. 

Eu, minha família e todas as companheiras e companheiros do PT e de outros partidos conhece ou por que a viu na praça, nas ruas, na tribuna da câmara ou por que a viu falar a favor dos grupos LGBTs, do Movimento Indígenas, do Movimento das Mulheres, do Movimento das Negras e Negros...

Érika Kokay, me representa, nos representa.

É a única deputada do DF que faz frente no Câmara Federal contra as reformas que estão retirando os direitos das trabalhadoras e trabalhadores.

A política do Distrito Federal amanhece no dia de hoje com muito mais qualidade. 

Érika Kokay tem consciência e conhecimento profundo dos grandiosos desafios que a região impõe aos dirigentes políticos.

Tem consciência de que o atual governo é: anti-povo, anti-trabalhador.

Por todo o exposto, podemos afirmar que, tanto o PT
como o próprio DF amanheceram mais bem representados.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

SÃO PAULO - Presos políticos do MTST são transferidos para Centro de Detenção Provisória

no Brasil de Fato

Eles estão detidos desde 28 de abril, dia da greve geral; Militantes fazem ato de apoio aos presos nesta terça (2)

Juracy, Luciano e Ricardo foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória Vila Independência, na Vila Prudente.  - Créditos: Ray Rodrigues / Mídia NINJA
Juracy, Luciano e Ricardo foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória Vila Independência, na Vila Prudente. / Ray Rodrigues / Mídia NINJA

Na manhã desta terça-feira (2), os três militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que estão detidos desde a última sexta-feira (28), foram levados para o CDP, Centro de Detenção Provisória da Vila Prudente, em São Paulo (SP).
De dentro do carro que os levaria para o CDP, Juraci Alves dos Santos, um dos militantes presos afirmou que seguirá na luta e que se encontra bem, conforme registrou a reportagem da Rádio Brasil Atual.
“Continuar na luta, agora que eu sou mesmo MTST de verdade, gente. Se eu sou militante do MTST, agora é que eu vou ser mais ainda, avisa lá que tá tudo bem e o Jura está bem e vai resistir”
Ainda sem julgamento, os três militantes ficam presos no CDP, como explica o coordenador do movimento, Josué Rocha, à reportagem do Mídia Ninja:
"Centro de Detenção Provisória ou CDP é onde (o acusado) fica esperando o julgamento, quando foi preso em flagrante ou tem prisão preventiva decretada e ainda não foi julgado. E é pra lá que eles (os presos políticos) estão indo.”
Segundo Rocha, não há prova nenhuma para a prisão de Juraci Alves dos Santos, Luciano Antonio Firmino e Ricardo Rodrigues dos Santos. E que, portanto, a prisão tem motivações políticas: "A permanência deles na prisão tem meramente um caráter político, não há nenhuma prova que relacione eles a nenhum ato ilícito. Então eles querem, de fato, um exemplo mesmo em relação a um dia vitorioso, que foi o dia da greve geral."
Os três militantes foram detidos de forma ilegal em Itaquera, durante manifestação da greve geral contra as reformas trabalhista e da previdência na última sexta-feira. Eles são acusados de incêndio e explosão. No entanto, a única prova contra eles é a palavra dos próprios policiais, segundo os advogados do movimento.
Às seis da manhã desta segunda-feira, centenas de militantes do MTST participaram de um ato em solidariedade aos três presos políticos, em frente a 63ª DP da Vila Jacuí, na zona leste de São Paulo, onde eles estavam detidos.
Edição: Vivian Fernandes

MARANHÃO - Indígena Gamela teve mãos decepadas e joelhos cortados durante massacre

no Brasil de Fato

Violência contra os indígenas será denunciada na Corte Interamericana de Direitos Humanos