sexta-feira, 14 de abril de 2017

E o golpe continua

por José Gilbert Arruda Martins

Quando as elites conservadoras de Honduras derrubaram em 2009 o presidente eleito do país Manuel Zelaya, e no Paraguai em 2012 as elites paraguaias apearam Fernando Lugo, pouca gente da esquerda no Brasil acreditava que o fenômeno chegaria aqui por estas bandas, mas chegou e derrubou a presidenta Dilma Roussef. Como é do conhecimento de todas e todos, a esquerda brasileira e os progressistas daqui "dormiram no ponto".


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De 2016 para cá, o golpe foi se consolidando através de aprovação de Emendas Constitucionais e Projetos de Lei que destroem aos poucos a rede de proteção social do país construída desde a década de 1920. Rede social que foi ampliada pelos governos de Lula e Dilma nos últimos 13 anos.

A emenda constitucional 241 que congela por 20 anos os investimentos sociais e o projeto de lei da terceirização, são apenas dois momentos do golpe que continua em andamento, as próximas destruições serão a previdência e a CLT.

Nesse sentido, gostaria de chamar a atenção dos nossos leitores e leitoras para o fim do programa Ciência Sem Fronteiras.

Criado em 2011 no governo Dilma Roussef, o programa o entrará para a história da educação superior brasileira não apenas pelos pecados de seu gigantismo de origem mas, sobretudo, pelo importante debate que suscitou em torno do tema da internacionalização 

De 2012 a 2016, o Programa CsF financiou cerca de 93 mil bolsas de estudo integrais para estudantes brasileiros no exterior, 73% dos quais na modalidade graduação. Ao custo de quase 11 bilhões de reais, a iniciativa governamental não tem precedente no Brasil e encontra poucos paralelos ao redor do mundo. 


Do ponto de vista institucional, merece ser reconhecido o calibre de agências federais sexagenárias, como a CAPES e o CNPq. Incumbidas da tarefa hercúlea de selecionar, monitorar e administrar um contingente inédito de bolsistas no exterior, essas agências tiveram de se adaptar rapidamente. E deram conta do recado. Se é verdade que houve uma sobrecarga de trabalho a partir de 2011, também é verdade que ocorreram aprendizados relevantes, os quais merecem ser estudados e replicados.
A criação do Ciência sem Fronteiras impulsionou ainda o estabelecimento de setores educacionais em postos chave do Itamaraty na América do Norte, Europa e Ásia. Incitados a trabalhar de maneira mais integrada e cooperativa de modo a viabilizar o CsF no exterior, os ministérios das Relações Exteriores (MRE), da Educação (MEC) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTi) acabaram, de modo quase acidental, redescobrindo juntos um universo geopolítico que o Brasil frequentava de maneira apenas irrisória até então.
Compreendido pelo arcabouço conceitual do “Capitalismo Acadêmico”, este universo movimenta trilhões de dólares anualmente, e é disputado por poderosas universidades globais, instituições privadas de fomento à mobilidade estudantil e agências governamentais que atuam de maneira assertiva a serviço de nações tão distintas quanto a Alemanha, a Austrália, a China e os Emirados Árabes Unidos. 
Visto por este viés, é possível afirmar que a criação do Ciência sem Fronteiras em 2011 talvez não tenha decorrido de um raciocínio de todo ruim. Num momento em que o núcleo do capitalismo global enfrentava uma crise financeira avassaladora, o Brasil tinha diante de si — a menos hipoteticamente — uma oportunidade histórica de se aventurar nas águas ainda pouco navegadas da diplomacia educacional.
Nesse contexto, importante destacar que o golpe, com a decretação do fim do Ciência Sem Fronteiras, continua.
E, como foi dito, o golpe não foi apenas contra uma pessoa, um grupo político ou partido, o golpe foi contra, nesse caso específico, os estudantes.
Por fim, o projeto das elites brasileiras, fundamentalmente das elites paulistas, de consolidar seu poder no governo federal e no Estado de São Paulo, continua a todo vapor.
O presidente de plantão, o usurpador Michel Temer, dirige o governo não por razões pessoais ou por interesses do grupo do PMDB mas, para dirigir um projeto das elites rentistas internas e externas, de destruição do micro esta do bem-estar brasileiro que existia até então. montando em seu lugar um projeto de estado mínimo onde o grande capital será o foco e, os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras, serão ou esquecidos ou destruídos completamente.

Fonte: Carta Capital

Temas de História: HISTÓRIA DA AMÉRICA

Por Me. Cláudio Fernandes

A História da América é subdividida, para fins didáticos, em: América Pré-Colombiana, Descobrimento e Conquista, Montagem do Sistema Colonial, Processos de Independência e América Contemporânea. Essa divisão tem uma finalidade esquemática que se ajusta a eixos de estudos específicos, organizados dentro desta seção, que detalharemos nos parágrafos seguintes.

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Geralmente, o conteúdo sobre o Descobrimento da América e os mecanismos de conquista é dado com o estudo dos Povos Pré-Colombianos. Desse modo, na medida em que se compreende os meandros da situação europeia, sobretudo da Península Ibérica, no final do século XV, procura-se entender que tipo de culturas e civilizações se desenvolveram no continente americano, que vieram a se “chocar” com os navegantes da Europa.

Nesse sentido, o ano de 1492 foi um marco tanto para a civilização europeia quanto para as civilizações que já habitavam o continente americano antes da chegada dos europeus. O navegador genovês Cristóvão Colombo fora financiado pelos reis da Espanha (recém-unificada), Isabel e Fernando, para lançar-se à navegação do Oceano Atlântico com o objetivo de chegar às Índias, estabelecendo assim uma nova rota comercial. A partir dessa nova rota, Colombo acabou descobrindo o novo continente, que, à época, foi denominado de “Novo Mundo”. Os povos com os quais os espanhóis travaram contato e, a posteriori, conquistaram foram os Astecas, Maias e Incas.

A Colonização Espanhola foi a primeira a efetivar-se em solo americano. A montagem do seu sistema colonial contou com dispositivos como a hacienda, o repartimiento e a encomienda. A extração de metais preciosos e o estabelecimento de agricultura com base na plantation também foram determinantes na colonização espanhola. A Colonização Portuguesa também se efetivou ainda no século XVI, porém com diferenças muito acentuadas com relação à espanhola. Todavia, esse conteúdo já está incluso na matéria de História do Brasil.

Segue-se à colonização dos países ibéricos a de países de outras regiões da Europa, como Holanda, França e Inglaterra. Dois dos fatores mais importantes para que esses outros países se lançassem à exploração do “novo mundo” foram as guerras civis religiosas, provocadas pela Reforma Protestante, e a busca por matérias-primas e especiarias, como o açúcar. A formação das Treze Colônias nos Estados Unidos está inserida nesse contexto.

Após o estudo do período colonial da História da América, há o período dos processos de Independência. Esses processos, que ocorreram entre a segunda metade do século XVIII e a primeira metade do século XIX, foram incitados pelas revoluções burguesas da Europa, como a Revolução Inglesa, a Revolução Francesa e os movimentos nacionalistas que, entre outras coisas, culminaram na Unificação Alemã e Unificação Italiana. Personagens como Simon Bolívar e José Martí foram fundamentais no processo de independência da América Hispânica. Antes disso, houve nos Estados Unidos também as guerras pela independência e a busca por expansão rumo ao Oeste.

O estabelecimento de instituições políticas tipicamente americanas ocorreu no momento em que houve uma onda nacionalista global. Além disso, esse momento foi também fundamental para a integração do globo terrestre por intermédio da Segunda Revolução Industrial e da junção do Capitalismo Financeiro com o Capitalismo Industrial (fenômeno que alguns autores denominam Imperialismo). A História da América, a partir desse momento, ficou completamente imbricada com a História Geral.

No século XX, vários fenômenos destacaram-se no contexto da História da América. Temos desde a Revolução Mexicana, a entrada de países como os EUA e o Brasil na Primeira Guerra Mundial, a penetração de ideias políticas fascistas, anarquistas e comunistas em solo americano (cujo momento significativo foi a Revolução Cubana) até fenômenos como o populismo latino-americano, as ditaduras civis/militares durante o período da Guerra Fria e o processo de redemocratização, sobretudo após o colapso da URSS.

A seção de História da América ainda oferece uma subseção específica só sobre os Países da América, apresentando detalhes específicos sobre eles.


Temas de História: Independências na América

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)


As Independências na América ocorreram de maneiras diferenciadas. A influência dos países colonizadores acrescentou características específicas às colônias da Espanha, de Portugal e da Inglaterra.

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O movimento de independência começou na América (do Norte) no século XVIII. Nesta ocasião, as Treze Colônias, que eram de propriedade da Inglaterra, se manifestaram contra as cobranças cada vez mais intensas feitas por sua metrópole. A coroa inglesa implementou uma série de impostos que exigia muito dos colonos. Revoltados, estes organizaram manifestações e assumiram posturas radicais, tendo como resultado uma guerra entre colônia e metrópole. A primeira recebeu o apoio da França, histórica rival da Inglaterra, e acabou conquistando sua independência na década de 1770.

Mais tarde, na última década do mesmo século, aconteceu um caso emblemático e raro de independência no continente Americano. O Haiti vivenciou uma revolta dos escravos contra as classes dominantes. A Revolução Haitiana, que começou em 1789, uniu os negros que viviam no local exercendo trabalho compulsório em combate contra a escravidão e os abusos dos soberanos. O evento acabou se tornando a única independência na América movida por escravos. A conseqüência foi o descontentamento das metrópoles em relação ao Haiti, passando a boicotar o novo país ou tratá-lo de maneira diferenciada. Até hoje é possível notar os efeitos que o descaso de outros países deixaram e deixam em um país que uniu escravos para acabar com tal forma de exploração no trabalho.

Já as colônias espanholas na América receberam a influência de uma série de fatores em seus processos de independência. A Espanha era detentora do maior território colonial no continente americano, suas posses iam do atual México até o extremo sul do continente. Nestas terras se fortificou uma elite local conhecida como criollos, que eram os filhos dos espanhóis nascidos no Novo Mundo. Os criollos desenvolveram suas atividades e seus interesses na América, contestando, várias vezes, atitudes metropolitanas. Internamente, o fortalecimento dos criollos e a insatisfação com as exigências da metrópole influenciaram nos movimentos de emancipação. Os criollos manifestaram-se em favor de maior liberdade política e econômica. Já no cenário internacional, o exemplo da independência dos Estados Unidos, que povoava o imaginário dos separatistas, e a situação política na metrópole, que passava por momentos de grande instabilidade, davam suas contribuições para o processo. O resultado foi uma série de independências no território americano que antes pertencia à Espanha, fragmentando toda a imensa colônia em vários países durante o século XIX.

Já o Brasil, colônia de Portugal, não passou por uma guerra contra à metrópole, caso dos Estados Unidos, ou por uma grande fragmentação do território, como aconteceu com a América Espanhola. No início do século XIX, em 1808, o rei português Dom João VI transferiu toda sua corte para o Brasil em meio a fuga dos exércitos de Napoleão Bonaparte que conquistavam os territórios na Europa. A mudança da corte alterou toda a lógica do Império Português no mundo, que passou a ter o Brasil como centro. No final da década de 1810 apenas que o rei Dom João VI resolveu retornar à Portugal como tentativa de controlar as manifestações dos burgueses de tal localidade que se viam prejudicados em função do distanciamento da coroa. Porém no Brasil ficou o príncipe regente Dom Pedro I, o qual foi convencido pela nova elite local a tornar o Brasil independente e ainda ser o primeiro imperador do mesmo. Dom Pedro I interessou-se pela proposta e declarou a independência brasileira em 1822. No Brasil não houve guerra contra Portugal, mas sim guerras internas para afirmar toda a extensão do território pertencente ao novo imperador.

Imagem: https://www.google.com.br/search?q=imagens+independ%C3%AAncias+na+Am%C3%A9rica&rlz=2C1SAVU_enBR0538BR0538&espv=2&tbm=isch&imgil=tJkLurwtP1A9XM%253A%253Be4zrMBzFmtoXoM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Feducacao.globo.com%25252Fhistoria%25252Fassunto%25252Findependencia-das-americas%25252Findependencia-da-america-espanhola.html&source=iu&pf=m&fir=tJkLurwtP1A9XM%253A%252Ce4zrMBzFmtoXoM%252C_&usg=__erglA7p3ci5qrrxMLhBX5jqHfI4%3D&biw=1280&bih=638&ved=0ahUKEwjb4d-KlaTTAhXBf5AKHcEHCHIQyjcIPA&ei=md3wWJuxIMH_wQTBj6CQBw#imgrc=tJkLurwtP1A9XM:

quarta-feira, 12 de abril de 2017

O grande capital, ajudados por seus velhos e carcomidos lacaios: o anti juiz Moro, a globo, a veja, o estadão, a folha, a istoÉ propagadores do ódio, querem fazer você acreditar que o presidente que mais fez pelo social: Prouni; Minha Casa Minha Vida, Fies; Samu; Bolsa Família, Instituto de educação, ampliação e interiorização das Universidades Públicas, que criou e instalou um política externa independente... entre muitas outras Políticas Públicas é um corrupto e sem provas desejam prendê-lo para justificar sua retirada da disputa eleitoral de 2018.






A anatomia da mentira deslavada – Denúncia de Marcelo Odebrecht contra Lula é uma farsa

no Cafezinho



Por Bajonas Teixeira,
A primeira coisa que chama atenção na denúncia de Marcelo Odebrecht, é que já começa com duas versões, as duas contadas pelo mesmo Marcelo: primeiro diz que destinou a Lula 35 milhões mas, logo depois, sobe esse valor para 40 milhões. E faz isso sem explicação nenhuma. A hipótese mais provável é que essa falta de explicação tenha uma boa explicação: agradar à Lava Jato e angariar os benefícios de uma delação premiada.
Em toda essa denúncia não há sequer uma prova, não há o mínimo indício, não existem comprovantes, nenhuma gravação, nenhum cheque, nenhum local em que os encontros tivessem ocorrido, nada enfim que pudesse gerar a menor expectativa de comprovação.
Vejamos o que ele diz. Primeiro, afirma que o valor destinado a Lula seria de 35 milhões:
A gente sabia que ia ter demandas de Lula, a questão do instituto, para outras coisas. Então vamos pegar e provisionar uma parte desse saldo, aí botamos R$ 35 milhões no saldo ‘amigo’, que é Lula, para uso que fosse orientação de Lula“.
No entanto, logo a seguir, como se fosse vítima de amnésia, ou fosse um péssimo ator que esqueceu o script e se vê obrigado a improvisar, diz que o valor foi de 40 milhões:
“A gente botou 40 milhões que viriam para atender demandas que viessem de Lula. Eu sei disso… É, veja bem, o Lula nunca me pediu diretamente, essa informação eu combinei via Palocci. Óbvio que ao longo de alguns usos, ficou claro que era pro Lula porque ele teve usos que ficou evidente para mim que era uso.”
É engraçado, não? Um juiz com um detector de mentiras implantado no cérebro, ou com uma sensibilidade medianamente apurada para a mentira, teria parado o depoimento aí e perguntado meio enfezado: “Afinal, o senhor deu 35 ou 40 milhões para o ex-presidente Lula?”. Claro que teria feito isso, justamente porque se trata de uma informação vital. Mas Moro, para o espanto de quem analisa a situação, nada disse, como se não estivesse percebendo o despropósito.
Mas o pior está por vir.
O ridículo ‘saldo’ Amigo
Diz Marcelo Odebrecht que o combinado foi destinar um fundo exclusivo para as desmandas de Lula, para “a questão do instituto, para outras coisas”. Primeiro, não se vê bem o motivo para constituir um “fundo” apenas para supostas despesas de Lula. E, menos ainda, quando se está no momento da sua saída do poder, 2010,  já que Dilma assumiria em 01 de janeiro de 2011. Se fosse para constituir tal “provisão”, por que não fizeram antes, quando Lula estava no auge da sua glória e poder? Porque deixaram o suborno para depois de sua saída do poder?  Esquisito, não?
A lógica do mundo político sempre foi “rei morto, rei posto”. Saindo Lula do Planalto, que nem podia voltar após dois mandatos e pela idade, qualquer interesse seria imediatamente transferido para Dilma. E ponto final.
O mais curioso é que, depois de ter dito que constituiu uma provisão financeira, um fundo, exclusivo para Lula – e sem que Lula precisasse pedir, já que tudo teria sido combinado com Palocci –, Marcelo Odebrecht diz uma pérola: só depois, através de alguns usos é que “ficou claro”, “que ficou evidente para mim”, que era mesmo para Lula.
Mas como?? Como pode ter dito que combinou com Palocci criar um fundo para atender às demandas de dinheiro de Lula se, em seguida, diz que só depois foi que se convenceu, por “certos usos”, que o dinheiro era pra Lula?? Não faz sentido, é absurdo.
O que há de mais cômico, porém, é que ele conclui sua denúncia com essa baboseira digna de um débil mental:
“As duas únicas comprovações que eu teria de que Lula, de certo modo, tinha conhecimento dessa provisão foi quando veio o pedido para a compra do terreno do instituto IL [INSTITUTO LULA]”.
Isso é uma aberração intelectual: ele começa dizendo que a Odebrecht decidiu criar um fundo para Lula, sem que Lula tenha pedido, para despesas como o Instituto, e, depois, vem nos dizer que foi através de despesas do instituto (compra do terreno) que concluiu que o fundo era para Lula. É pura idiotice.
Como dizia Sócrates aquele que, a cada vez, apresenta versões diferentes sobre as mesmas coisas é um mentiroso. E, não há dúvida possível, Marcelo Odebrecht está contando mentiras grosseiras e ridículas. Mas que farão sucesso, porque são justamente as mentiras que a Lava Jato queria ouvir. E quer ouvir porque Sérgio Moro tem pressa em sentenciar Lula e, se possível, prendê-lo.
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TEMAS DE HISTÓRIA: A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL



Na segunda metade do século XIX, a revolução Industrial deixou de ficar restrita à Inglaterra, expandindo-se para a Bélgica, França, Alemanha, Itália, Rússia e Estados Unidos - foi um período de profundas transformações, como:
Mudanças na organização econômica com o surgimento de sociedades bancárias mais poderosas, que passaram a controlar o crédito, interferindo no desenvolvimento do setor industrial.

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Aparecimento das novas estruturas de empresas: sociedade por ações (que eram negociadas nas bolsas de valores) -  fortalecimento do capital financeiro, que tende a unir-se ao capital industrial.

Inovações nas fontes de energia: petrolíferas e elétricas (permitindo entre 1868 e 1880 o motor a explosão interna e o desenvolvimento do automóvel e mais tarde da aviação).

Inovações técnicas e novos inventos:

Desenvolvimento das indústrias química e metalúrgica: corantes, graxas, combustíveis, explosivos, fotografia, melhoria na produção do aço, alumínio, etc.

Tecnologia traz conforto aos lares: máquina de costura, fogão a gás, etc.

Melhoria e novos inventos nas comunicações, como telégrafo elétrico, cabo submarino, telefone, rádio, ferrovias, navio a vapor, trens metropolitanos (o primeiro em Londres em 1860)

Outras invenções: cilindro rotativo de imprensa, ascensor hidráulico, concreto armado, dinamite, dínamo, carabina de repetição, fonógrafo, lâmpada elétrica, cinematógrafo, turbina a vapor, submarino, etc.

Por volta de 1860, a Revolução Industrial assumiu feições novas, tão diferentes de suas feições anteriores, que podemos falar numa Segunda Revolução Industrial.

A própria Segunda Revolução Industrial pode ser dividida em dois períodos: o período inicial, que se caracteriza pela invenção do processo Bessemer (transformação do ferro fundido em aço), em 1856; desenvolvimento do dínamo (1873) e invenção do motor a combustão interna (1876). Essa fase caracteriza-se pela introdução crescente do maquinismo e pela criação de grandes complexos industriais. Data dessa fase, também, a expansão da Revolução Industrial à Europa Central e Ocidental e à América. A segunda fase caracteriza-se pela introdução do novo processo de fabricação, criado por Ford e conhecido como "linha de montagem".

Durante a segunda fase, temos um desenvolvimento extraordinário das comunicações sob todas as suas formas: transportes (estradas de ferro, navios a vapor e automóveis), comunicações (telefone, rádio e televisão).

A primeira fase está situada entre 1860 e 1908, sendo que a segunda fase se inicia em torno de 1908 e termina com a introdução da indústria, do automobilismo cibernético, por volta de 1945.

A Segunda Revolução Industrial foi a era da concentração industrial (formando inúmeros agrupamentos industriais), que podiam ser:

Concentração horizontal - quando fabricantes de um mesmo produto se agrupavam sob uma mesma direção.

Concentração vertical -  quando empresas complementares se uniam para a produção de uma determinada linha de artigos.

Tipos mais usuais de concentração industrial ou econômica:

Truste: com a fusão de empresas do mesmo ramo.

Holding: associação que detinha o controle acionário de diversas empresas, que funcionavam coordenadamente.

Cartel: associação de empresas do mesmo ramo, que estabeleciam normas rígidas sobre as condições de venda, prazo de pagamento, qualidade dos produtos e divisão do mercado entre as empresas participantes (visava evitar o aparecimento de novos concorrentes).

A Segunda Revolução Industrial trouxe nova divisão internacional do trabalho e nova racionalização do mesmo:

As áreas coloniais e dos novos países independentes da América Latina (normalmente de clima tropical) ocupam um lugar complementar e periférico, ficando com economia dependente.

Na racionalização, o Fordismo e Taylorismo com divisão e especialização do trabalho mais eficiente e o surgimento da produção em massa.

Teve como consequência e Neocolonialismo.

A Linha de Montagem (Ford)

Por volta de 1908, a incipiente indústria automobilística enfrentava dois grandes problemas: o da mão de obra especializada e o do alto custo da produção, que era quase artesanal. Henry Ford introduziu, então, um sistema revolucionário, baseado na correia transportadora e na linha de montagem, no qual cada trabalhador executa apenas uma operação altamente padronizada. O sistema Ford, baseado na extrema divisão do trabalho, permitiu resolver os dois problemas que impediam o crescimento da indústria automobilística. De fato, especialização numa única operação resolveu o problema da mão de obra e o sistema de linha de montagem, possibilitando a fabricação de um automóvel Ford modelo T em uma hora e trinta e três minutos; resolveu também o segundo problema: o do custo.

A indústria automobilística e a seguir todas as outras adotaram o processo Ford e puderam, então, produzir quantidades nunca vistas, a preços satisfatórios.

O processo Ford tem, porém, implicações: sendo somente viável para a grande produção em série, ele implica a criação de grandes unidades industriais, o que, por sua vez, implica grandes concentrações financeiras.

Ora, é praticamente impossível encontrar um particular que possa financiar, por si só, tal tipo de indústria. Em consequência, desenvolveram-se as Sociedades Anônimas. Paralelamente à criação de grandes unidades industriais, teve lugar a formação de grandes bancos de investimento e de poderosas companhias de seguro. Essas instituições, puramente financeiras, devido às suas disponibilidades de capitais, passaram a ter um papel cada vez mais marcante na sociedade industrial, chegando, finalmente, ao controle total daquela. Esse controle se deu através da aquisição, por parte dos bancos e das companhias de seguro, de ponderáveis proporções de ações com direito a voto, as quais garantiam às instituições financeiras o controle efetivo das unidades industriais. Como desenvolvimento desse processo, temos a formação de "holdings" e de "trusts" que visam à concentração industrial e ao aniquilamento da concorrência. Um dos primeiros exemplos de domínio da indústria por instituições financeiras foi a formação da United States Steel Co. sob controle de J.P. Morgan & Co. (do famoso Banco J. Pierrepont Morgan: vinte sócios, capital de vários bilhões de dólares e controle de duas a três centenas de indústrias).

O sistema de propriedades, parcelado através da emissão de ações, cria uma situação nova, que é a do anonimato do proprietário real da separação entre a direção das empresas.

A Revolução Industrial fora da Inglaterra

No continente, os progressos foram mais lentos, em geral por falta de capitais, que só o grande comércio marítimo podia proporcionar. A Holanda possuía-os, mas a sua indústria estava decadente, em virtude da falta de matérias-primas que lá não podiam ser produzidas e que os países vizinhos, no seu afã de se industrializar, não permitiam fossem exportadas. Em consequência, os holandeses passaram a aplicar capitais na Inglaterra, França e diferentes principados alemães, contribuindo sobremaneira para a industrialização dos mesmos.

No continente, a indústria contou com o apoio do Estado, por razões estratégicas, quais sejam: de uniformes, armas e pólvora - imperativos para a manutenção do poderio militar nacional. Por outro lado, a ajuda oficial e o consequente incremento das exportações eram necessários para sustentar a política externa dos diversos países. A participação do Estado, através de concessões de monopólio ou de tarifas alfandegárias protecionistas, nunca foi suficiente para assegurar, por si só, o sucesso de empreendimentos.

A França dispunha de grande comércio marítimo e de capitais abundantes. Mas, a sua técnica financeira era ainda pouco desenvolvida. A indústria francesa não pôde dispensar a participação do Estado. Ora, este, devido à sua desorganização financeira, pouco podia fazer, de modo que os progressos da industrialização foram mais lentos do que na Inglaterra.

A companhia mineira de Anzin, fundada em 1756, sob concessão real, dispunha de mais de quatro mil operários, antes de 1789, de poços, cuja profundidade variava entre 50 e 300 metros, sendo que um deles chegou a 1200 metros, todos eles drenados por 12 "Bombas de Fogo" (uma enorme quantia para a época). A sociedade de Anzin produziu, em 1789, a quantia de 275.000 toneladas de hulha. Poucas podiam, porém, comparar-se à sociedade de mineração. Somente uma ou outra companhia fabril como Oberkampf, empresas siderúrgicas, o Cresutot da família Schneider, podiam cogitar tal honra. No geral, a indústria permanecia artesanal, ou então, em alguns casos, estava no primeiro ou segundo estágio da concentração.

No resto da Europa, o processo foi ainda mais lento. Apesar dos esforços dos príncipes, esses Estados encontravam-se em condições desfavoráveis, não participavam do comércio internacional e, portanto, não possuíam capitais suficientes para a industrialização. Por outro lado, não possuíam mercados consumidores que justificassem investimentos vultosos em aumento de produção.

O Estado teve que intervir em todos estes países, mas sempre de forma indireta, seja criando as empresas e vendendo-as, seja, o que era comum, obrigando nobres, comerciantes e judeus a fundarem tais tipos de empresas; todas essas empresas estavam evidentemente isentas de qualquer taxa além de lhes ser entregue muitas vezes o monopólio da produção do gênero. A mão de obra era às vezes constituída de trabalhadores forçados como, por exemplo, mendigos, ou soldados, ou mesmo mulheres de má vida.

Na França e, em menor grau, na Inglaterra, a produção desses Estados (geralmente principados alemães) dependia essencialmente do artesanato caseiro. É o caso das facas de Solingen que eram fabricadas em casa por 14.000 operários de inúmeros outros ramos.

Conclusão

A revolução Industrial criou um mundo mais impessoal, porém muito mais eficiente: novos líderes apareceram no cenário internacional.

Além disso, a indústria recebeu a força motriz e modernizou-se, a agricultura se mecanizou, aumentando bastante a produção, que cada vez mais era exigida em grande escala para os centros industriais e as cidades que delas se originaram.

Os transportes e as comunicações se desenvolveram rapidamente, possibilitando a união entre os centros produtores e consumidores, encurtando, assim, as distâncias. O Capitalismo estendeu seu domínio a quase todos os ramos de atividades econômicas.

Entretanto, a luta pelo mercado consumidor, a mesma que gera novas pesquisas e novos progressos, também vai atirar as indústrias numa disputa voraz por novos lucros, provocando conflitos e levando, finalmente, à crise de 1929.

Após este período de crise, o Capitalismo se torna cada vez mais humano e menos egoísta, possibilitando um mundo com menos desníveis entre as classes.

PRINCIPAIS INVENÇÕES

Máquina a Vapor = Thomas Newcomen  -  1712
Máquina a Vapor melhorada = James Watt  -  1769
Máquina de Fiar = James Hargreaves  -  1767
Máquina de Fiar melhorada = Samuel Crompton  -  1779
Tear Mecânico = Cartwright  -  1785
Locomotiva = George Stephenson  -  1830
Barco a Vapor = Robert Fulton  -  1800
Telégrafo = Samuel Morse  -  1844
Aço = Sir Henry Bessemer  -  1856
Dínamo = Michael Faraday  -   1831
Motor Diesel = Rudolf Diesel  -  1897
Motor de Combustão = Karl Benz  -  1880
Telefone = Alexander Graham Bell  -  1876
Telégrafo sem fio = Marconi  -  1899
Lâmpada = Thomas Edison  -  1879

Colonialismo antes do século XIX.

Aplicado principalmente ao Continente Americano.
Surgiu paralelamente à Revolução Comercial.
Caráter mercantilista e procurava sobretudo metais preciosos (ouro, prata) e produtos tropicais, cuja venda era bastante lucrativa na Europa (especiarias).
Visava especialmente ao fortalecimento do Estado, mediante a exploração das riquezas das colônias e através dos regimes de monopólio.

Colonialismo após o Século XIX.

A partir da segunda metade do século XIX, verificou-se a conquista econômica e política das áreas inexploradas do mundo e daquelas subdesenvolvidas. É a fase do imperialismo:

As novas áreas periféricas deveriam absorver os excedentes de capitais, de mão de obra e de produção dos países industrializados.

Surgiu como decorrência da Segunda Revolução Industrial: necessidade de conquista de novos mercados produtores de matérias-primas.

Usam como justificativa para a colonização os argumentos do dever das "raças superiores" de dominar e civilizar as "raças inferiores" salvando suas almas, mentes (da ignorância) e modernizando-as (livrando-as das privações causadas pelo primitivismo).

Aplicado à África e Ásia (não mais à América, defendida pela doutrina Monroe).

Surgiu paralelamente à Revolução Industrial.

Colonialismo de cunho imperialista.

Visava estabelecer protetorados em pontos estratégicos (militares).

Cobiçava novas fontes de matéria-prima, não mais ouro e especiarias, sobretudo materiais indispensáveis à indústria.


Ambicionava novos mercados.

TEMAS DE HISTÓRIA: 2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Por Leandro Augusto Martins Junior
Mestre em História Política pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Imperialismo (Foto: Wikimedia Commons)
Ao longo dos “oitocentos” o mundo assistiu ao desenrolar de um processo que iniciado no século XVIII na Inglaterra, difundia-se agora por boa parte da Europa Ocidental, Estados Unidos e Japão, a Revolução Industrial. Neste cenário, surgiam então, novas potências internacionais (Alemanha, Itália, Estados Unidos, Japão) que, em conjunto com forças mais tradicionais (Inglaterra e França), encontravam na industrialização a base fundamental de suas economias.
O crescimento dessas nações vinculava-se obrigatoriamente à sua capacidade de influenciar e dominar economicamente outras regiões do mundo, já que seus parques industriais emergentes necessitavam de novas fontes de matérias-primas, um “exército" de mão de obra abundante e barato, além de um mercado consumidor cada vez mais amplo. A partir de então, desenhou-se uma intensa disputa entre tais potências pelo controle de territórios que, colonizados, cumpririam a tarefa de lhes fornecer necessário ao funcionamento de suas máquinas. Começava, assim, uma “nova onda colonizadora” no mundo, o Imperialismo.
Neocolonialismo
Em linhas gerais, as regiões afetadas por essa “corrida imperialista" encontravam-se localizadas na Ásia, América Latina e, destacadamente, na África. O controle dessas áreas não se deu necessariamente a partir da dominação política militar, mas fundamentalmente através da preponderância econômica e pela supremacia comercial. Na Ásia, por exemplo, Inglaterra e Japão ampliaram ferozmente suas relações com diversos mercados locais, sem obrigatoriamente interferir (ao menos diretamente) nas questões administrativas dessas regiões. Deste modo, se por um lado podemos observar que a colonização inglesa sobre a Índia fundamentou-se no controle metropolitano sobre as decisões políticas locais, por outro verificamos que essas ingerências externas não eram, nem precisavam ser, uma regra.

PARTILHA DA ÁFRICA


Império Britânico (Foto: Wikimedia Commons)
A expansão imperialista sobre a África se deu através de um processo muito específico, relacionado fundamentalmente às determinações da Conferência de Berlim. Buscando evitar que as disputas territoriais aumentassem as rivalidades entre as potências europeias, as principais lideranças dessas nações se reuniram em Berlim e, a partir de seus próprios interesses, estabeleceram novas fronteiras no continente africano.
Deste modo, se até então as divisões territoriais existentes na África respeitavam minimamente as diferenças étnicas e culturais existentes na região, com a Conferência de Berlim e a consequente constituição de fronteiras artificiais, diversas tribos foram agrupadas no mesmo local, criando um cenário propício ao aumento dos conflitos entre as mesmas. Estes embates representam ainda hoje um dos mais graves problemas que afligem boa parte da população africana.
Este panorama de violência não se restringiu à Africa, tão pouco a conflitos de natureza tribal. As colônias asiáticas e latinoamericanas também foram palco de inúmeras guerras, muitas delas travadas entre grupos coloniais e representantes metropolitanos. A “Guerra dos Sipaios” (Índia), o “Levante dos Boxers” (China) e a “Guerra do Ópio” (China) são alguns desses movimentos coloniais que se opuseram à expansão imperialista no continente asiático.
IMPERIALISMO DO EUA
Enquanto a “Corrida Imperialista” se desenrolava na Ásia e África, o continente latino-americano sofreu a ação colonizadora daquele país que então já se apresentava como a grande potência do Novo Mundo, os Estados Unidos da América. Se em meados do século XIX tal presença se fazia notável através da “Doutrina Monroe” e do “Destino Manifesto”, a bem-sucedida política do “Big Stick” ampliou ainda mais as conquistas “neocoloniais” estadunidenses na região.
Conjuntamente ao engrandecimento do dólar nas transações comerciais (“Diplomacia do Dólar”) e a uma política externa agressiva (“Corolário Roosevelt”), a doutrina do “Big Stick” fundamentou as ações imperialistas norte-americanas na América Latina. A construção do canal do Panamá e o estabelecimento da “Emenda Platt” na primeira constituição cubana são certamente dois dos maiores exemplos da atuação colonizadora dos EUA.
Justificativas imperialistas
Os projetos de colonização desenvolvidos pelas potências imperialistas eram justificados através de argumentos que, de natureza claramente etnocêntrica e profundamente preconceituosa, buscavam validar a ação do “homem branco” (o colonizador) sobre os povos dominados. Deste modo, caberia ao primeiro a árdua missão de civilizar os últimos, grupos identificados como culturalmente bárbaros e economicamente inferiores.

Em tempos caracterizados pelos impactos dos recentes trabalhos de Charles Darwin, o “evolucionismo” foi igualmente utilizado como via de legitimação imperialista. Através de uma equivocada interpretação desta teoria, o europeu poderia ser entendido como biologicamente superior às demais “espécies” humanas, o que lhe conferiria o direito de dominar, por exemplo, africanos e asiáticos. Esta suposta superioridade evolutiva fundamentaria, assim, o processo neocolonialista.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Eles Votaram Contra Você

por José Gilbert Arruda Martins

Em uma democracia representativa, o eleitor escolhe alguém em quem vai votar, a fim representá-lo. Mas, infelizmente, não é bem isso o que vem acontecendo. Talvez por causa do financiamento privado de campanha, a maioria dos senhores deputados/as atua na defesa dos interesses dos empresários e não do povo. Aqui em Brasília, dos oito deputados, sete votam sempre ou quase sempre contra os interesses dos mais pobres. Veja quem são eles:



Fraga 2525 Fraga (DEM), Rogério Rosso 5555 Rogério Rosso (PSD), Ronaldo Fonseca 9090 Ronaldo Fonseca (PROS), Rôney Nemer 1515 Rôney Nemer (PMDB),  Izalci 4545 Izalci (PSDB), Augusto Carvalho 7777 Augusto Carvalho (SD), Laerte Bessa 2222 Laerte Bessa (PR).  votaram contra o povo em tudo que foi para o plenário da câmara do ano passado até hoje. Exemplo: A Emenda Constitucional 241 que congelou os gastos sociais por 20 anos, o Projeto de Lei da terceirização entre outros.

Esta passando da hora meu amigo de você prestar mais atenção em quem vai escolher para votar nas próximas eleições.

Um Degrau a Mais

por José Gilbert Arruda Martins

Na fotografia logo abaixo tenho a grata e honrosa companhia de três doutores, dois do Centro Universitário Euroamericano (Unieuro), Dr. Carlos Domínguez e  Dr. Vicente Fonseca, segundo e terceiro da esquerda para a direita respectivamente, e o Dr. Carlos Santander da Universidade Federal do Goiás (UFG) de camisa branca. Esses professores fizeram parte da banca examinadora do nosso Mestrado em Ciência Política defendido e aprovado no último dia 17 de março de 2017.

Banca examinadora do Mestrado em Ciência Política do prof. Gilbert - Dr. Carlos Santander, Dr. Carlos Domínguez e Dr. Vicente Fonseca.


Um blog que fala de política, cultura, cidadania e educação não poderia deixar de falar de um dos momentos mais interessantes da vida de um professor que é a conclusão de um curso do tamanho e da importância que tem um Mestrado.

Concluímos nosso mestrado, depois de dois longos anos de muitas batalhas e muito estudo no Unieuro.

UNIEURO - Centro Universitário Euroamericano é uma instituição de ensino superior particular brasileira, com sede na cidade de Brasília no DF e com Campus nas regiões administrativas do Plano Piloto e Águas Claras. Grande parte do seu corpo docente é formado por mestres e doutores, além de possuir excelentes instalações para seus discentes. O Unieuro foi fundado em 1998 e consolida-se no ensino superior do Distrito Federal como uma das maiores instituições de ensino. Possui instalações modernas, arrojadas, projetos que mobilizam toda a sociedade e principalmente, um ensino focado nos princípios humanistas e éticos na busca da cidadania plena e universal. Esse sucesso permite que sonhos sejam realizados e carreiras construídas. O orgulho de fazer parte da vida de cada aluno é a nossa recompensa pelos anos de esforço e dedicação. (Wikipédia)

Quando escrevo "concluímos" não é apenas retórica, é para afirmar que ninguém faz nada sozinho, muito menos um curso desse tipo.

Nosso mestrado é nosso, meu, da minha esposa e filhos, dos meus pais e irmãs e irmãos, da minha sogra Maria Elia, do meu sogro Sr. Wilson, dos amigos/amigas e professores/as, dos colegas de curso e, das mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família de Santa Maria (DF) local onde desenvolvemos nossa pesquisa de campo e, não poderia deixar de destacar, do Povo brasileiro.

Nosso mestrado é mais um degrau na formação de um professor, é mais uma ferramenta para ser usada na construção e na luta por uma sociedade verdadeiramente democrática, por um país de todas e todos.

Prometo a minha família, aos familiares e amigos/amigas e, principalmente ao Povo brasileiro, que usarei essa ferramenta para engrossar a luta dos trabalhadores e trabalhadoras, fundamentalmente dos mais pobres, na construção de um país que respeite concretamente a todos e todas.

Um resumo do nosso estudo: O presente estudo teve por objetivo analisar as questões de cidadania e transferência de renda no Brasil e os impactos do Programa Bolsa Família na Região Administrativa de Santa Maria, Distrito Federal. Há pouco mais de uma década nascia o Programa em questão, que surgia em um momento de crise, onde o desemprego e a pobreza atingiam patamares alarmantes. Atualmente, ele beneficia 14 milhões de famílias em todos os 5.570 Municípios brasileiros, com o atendimento de mais de 50 milhões de indivíduos, sob a gestão do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, apresentando um custo anual de R$ 27 bilhões – cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto. Fazendo uso de metodologia qualitativa como estratégia de abordagem e interpretação do objeto em questão, a pesquisa foi organizada em capítulos, que buscaram destacar os seguintes aspectos: a visão teórica do papel do Estado; os programas de transferência de renda; o Programa Bolsa Família – sua origem e evolução; metodologia de pesquisa; e, análise dos dados colhidos nos grupos focais. Concluiu-se que o Bolsa Família, de modo concreto, contribuiu para o combate à extrema pobreza e à pobreza na Região Administrativa analisada, bem como em todo o Brasil, ao passo que deve ser mantido e ampliado no sentido de abarcar toda a população pobre de todas as regiões do País.









terça-feira, 4 de abril de 2017

Percepções na periferia de São Paulo

na Fundação Perseu Abramo


A Fundação Perseu Abramo apresenta uma pesquisa qualitativa sobre o imaginário social dos moradores da periferia de São Paulo. Fenômenos como o avanço do consumo, do neopentecostalismo e do empreendedorismo popular foram objetos de análise. A pesquisa demonstra uma intensa presença dos valores liberais do “faça você mesmo”, do individualismo, da competitividade e da eficiência. Veja aqui.
Como resultado geral, pode-se encontrar uma população que tendencialmente acredita na política, mas não crê em partidos; reconhece a importância da coletividade, mas almeja crescer individualmente; busca transformações, mas é pouco afeita a rupturas; anseia por novas idéias, mas é também pragmática. Em suma, esse novo caldo cultural exigirá renovações tanto na forma como se realiza a política partidária quanto no conteúdo das políticas públicas que se implementam.
A mistura entre valores do liberalismo, do individualismo, da ascensão pelo trabalho e do sucesso pelo mérito, com valores mais solidários e coletivistas relacionadas à atuação do Estado, à universalização de direitos, à ampliação da inclusão social, permeiam a visão de mundo e o imaginário dessa nova classe trabalhadora das periferias de São Paulo.

domingo, 2 de abril de 2017

A Lava Jato e economia devastada, três anos depois

no Outras Palavras

Crise atual é anterior: foi instalada por aliança entre Dilma e oligarquia financeira. Mas operação comandada por Moro contribui para deprimir setores estratégicos da produção brasileira

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Por Paulo Kliass*, no Vermelho
No dia 17 de março de 2017, a operação Lava Jato comemorou seu terceiro aniversário de funcionamento ininterrupto. Para além de todas as consequências relativas a elementos de natureza política, jurídica e policial, a implantação de uma profunda articulação entre o Ministério Público Federal, a Justiça Federal e a Polícia Federal tem provocado também um enorme impacto sobre a atividade econômica no país.
Apesar de não ser correto creditarmos toda a responsabilidade da operação sobre o fraco desempenho do PIB, o fato é que as estatísticas apresentam uma elevada correlação entre ambos os fenômenos. Durante o primeiro ano de atuação da chamada República de Curitiba, o IBGE apurou a primeira retração significativa do produto brasileiro desde 2009. Assim, já em 2014 o PIB ficou praticamente estagnado, com crescimento de apenas 0,5%.
Ao longo de 2015, os efeitos foram mais evidentes. A partir de uma ação mais incisiva da força-tarefa liderada pelo juiz Sérgio Moro, os efeitos perversos sobre a capacidade de ação da Petrobras e das empresas do setor de construção civil se fazem mais nítidos. O PIB cai 3,8%. O movimento recessivo mais geral tem continuidade em 2016, e a Lava Jato também mantém suas atividades paralisantes sobre o setor real de nossa economia. Com isso, o ritmo da economia brasileira se vê retraído em 3,6%. Considerando todo o período, vivemos a maior recessão de nossa história.
Em seus primeiros meses de existência, a operação tinha um escopo bem mais restrito de atuação. Sua atribuição inicial era obter informações a respeito de um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo um deputado paranaense já falecido e que teria ocorrido na cidade de Londrina (PR). Em 2014 pouco ou quase nada se falava a respeito das empreiteiras. No entanto, pouco a pouco a Lava Jato foi ampliando seu raio de investigação e passou a incorporar as denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras e os grandes grupos oligopolistas da construção civil.
Por outro lado, a expansão das atividades do grupo comandado por Sérgio Moro se confunde com o período de aprofundamento das dificuldades na própria área da economia. A Lava Jato contribuiu para piorar o quadro, mas ela não pode ser considerada como o único fator a provocar a queda no ritmo da atividade por todo o País.
O fato concreto é que o início do segundo mandato de Dilma se confunde com a promoção do chamado estelionato eleitoral. A presidenta reeleita decide esquecer as promessas de campanha e embarca de cabeça na trilha do austericídio. Convoca Joaquim Levy para comandar a área econômica e delega ao indicado do Bradesco a autonomia para promover um ajuste fiscal de natureza conservadora e ortodoxa. Assim, a combinação perversa de taxas de juros elevadas e cortes nas despesas sociais do Orçamento da União lança as bases da recessão e do desemprego.
Na sequência, a opção de setores das classes dominantes por embarcar na aventura irresponsável do golpeachment também provocou um longo período de incertezas. As decisões de investimentos foram paralisadas e as repercussões das denúncias e indiciamentos provocados pela Operação também contribuíram para o contexto mais geral de imobilismo. A confirmação de Temer e a entrada em cena de Meirelles e Goldfajn no Ministério da Fazenda e no Banco Central reforçam a tendência austericida. No entanto, à ortodoxia sem vergonha na cara foi acrescentada a dedicação plena e detalhada pela implosão do Estado e dos mecanismos públicos de garantia dos direitos sociais básicos.
Além dos problemas inerentes à crise em que se via mergulhada a Petrobras, instalou-se na direção da maior empresa estatal brasileira uma direção que busca a privatização da mesma. No que se refere ao setor da construção civil, a opção por redução das despesas orçamentárias em setores estratégicos se combina ao imobilismo caracterizado pelas empecilhos de natureza jurídico-policial.
E o pano de fundo de tudo isso era a continuidade das sucessivas e intermináveis etapas da Operação Lava Jato. Foram 7 fases em 2014, 14 em 2015 e 16 em 2016, totalizando 37 fases de acordo com informações da Polícia Federal. A referência à Petrobrás aparece em 15 delas, enquanto o termo empreiteiras é localizado em 7 das fases deflagradas. Frente a tal estratégia devastadora, a atividade econômica nacional não poderia passar incólume.
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A participação do setor da construção no PIB aproxima-se de uma média de 5% ao longo dos últimos anos. Assim, por exemplo, uma redução de 20% na atividade em determinado ano provoca imediatamente uma retração de 1% no produto anual. Além disso, o setor tem características próprias que fazem dele um amplificador dos fenômenos econômicos mais gerais. Assim, quando o PIB geral cresce, o PIB da construção civil tende a crescer em ritmo mais acelerado. Em sentido contrário, quando há recessão geral, o PIB da construção civil tende a cair de forma ainda mais acentuada. Foi o que aconteceu em 2015 e 2016, por exemplo. De acordo como gráfico abaixo, na recessão de 3,8% do ano retrasado, o setor caiu 6,5%. Para a queda do PIB de 3,6% do ano passado, a construção civil caiu 5,2%.
O caso da Petrobras também impactou de forma direta a atividade econômica de forma geral. Estimativas oficiais apontavam que o setor de petróleo e gás representava 13% do PIB em 2014. Essa taxa refletia uma performance expressiva de crescimento do setor no início do século XXI, em especial depois da confirmação das jazidas do Pré Sal. Esse importante ramo da economia brasileira havia saído da participação de 3% em 2000 para mais do que quadruplicar em 14 anos. E o carro chefe desse tipo de atividade aqui no Brasil é a Petrobras.
Até o momento anterior à entrada em vigor da Lava Jato, as previsões de investimento da empresa eram de magnitude elevada. Assim, o plano de investimentos da estatal para o período 2014/18 anuncia o montante de US$ 220 bilhões – ou seja, o valor anual de US$ 44 bi. Na sequência, surgem os efeitos combinados do austericídio tupiniquim, da queda do preço do petróleo no mercado internacional, da Lava Jato e da intenção privatizante dos governos por aqui. Assim, o plano de investimentos para o quinquênio 2015/19 reduziu esse valor total para menos da metade do anterior e ficou em US$ 98 bi – média anual de US$ 19,6 bi. Em 2016, a tendência do desmonte se acentuou e o plano quinquenal 2017/20 caiu para US$ 74 bi – média anual de US$ 4 14,8 bi.
Algumas estimativas apontam que entre 2% e 2,5% da queda geral de 3,8% do PIB em 2015 podem ser atribuídos à redução dos investimentos e das despesas da Petrobras. Naquele ano, a queda nos investimentos da empresa chegou a 42% e os efeitos são imediatos sobre o ritmo da economia de forma mais geral. A atividade empresarial da Petrobras proporciona um efeito econômico direto sobre as empresas de construção civil, sobre as encomendas dos navios em estaleiros, sobre as empresas fabricantes de sondas e plataformas, entre tantos outros segmentos importantes do país.
Com a imobilização deliberada da iniciativa da Petrobrás por parte de seu atual corpo dirigente, a eventual retomada das atividades nesse importante setor de óleo e gás deverá ser patrocinada pelas empresas multinacionais, para as quais governo tem oferecido todo o tipo de benesses e favorecimentos. Além disso, a mudança na política de conteúdo local também direciona a demanda por esse tipo de serviço e equipamento para os fornecedores no exterior. A própria Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) estima em 1 milhão o número de empregos aqui serão destruídos aqui dentro caso esse tipo de medida seja mesmo implementada.
* Paulo Kliass é doutor em Economia pela Universidade de Paris 10 e Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal.