sexta-feira, 6 de maio de 2016

SÃO PAULO - Secundaristas desocupam Assembleia: 'Semana que vem estaremos aqui'

na Rede Brasil Atual

Abraçados e segurando rosas brancas, estudantes saem pela porta da frente. "Apenas começamos." Tucano Capez diz ter interesse em apuração da máfia da merenda, mas bancada do PSDB não assina CPI

por Sarah Fernandes, da RBA

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Estudantes desmontam ocupação da Assembleia Legislativa paulista: luta por condições dignas de ensino e de alimentação



São Paulo – Estudantes secundaristas, que desde a terça-feira (3) ocupavam o plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo como forma de pressionar os deputados estaduais a instaurar uma CPI que investigue os desvios de recursos públicos destinados à merenda escolar, desfizeram a mobilização às 16h de hoje (6), cumprindo pacificamente a determinação judicial expedida ontem, que dava aos ocupantes 24h para deixar o local, sob pena de multa de R$ 30 mil por dia, por ocupante. "Nós apenas começamos", afirmaram antes de deixarem o local.
A pressão para que o legislativo estadual faça seu papel de apurar as denúncias de desvios na verba da merenda continua, conforme anunciado pelos secundaristas durante a desocupação. "Na próxima semana estaremos aqui novamente cobrando para que cada deputado ouça a nossa voz de estudantes que há meses estamos sem merenda. Seguiremos em luta intensa pela abertura da CPI, pela punição dos ladrões da merenda e pela escola dos nossos sonhos", anunciaram.
O grupo de cerca de 50 jovens deixou a Assembleia pela porta da frente, depois de alguns deles terem dado à imprensa declarações em forma de jogral, em clima de muita emoção. Os jovens saíram do plenário abraçados, chorando e segurando rosas brancas. Na rampa principal da Assembleia, foram recebidos em festa por outros secundaristas, que desde ontem faziam vigília no local. "Não recuamos, não desistimos e nada nos fará calar", prometeram.
Os secundaristas avaliam que "tomaram um golpe da Justiça". "Nós que não conseguimos nem comprar o lanche, não aceitaremos que nossos pais paguem pela corrupção. Há meses travamos uma luta democrática contra o ladrão da merenda. Sabemos o valor que tem a nossa democracia e a importância de se respeitá-la."
"A Assembleia Legislativa de Alagoas foi ocupada ontem por estudantes. A Secretaria de Educação do Rio de Janeiro também. Isso só demonstra o quanto os secundaristas estão dispostos a lutar por uma escola melhor", disse a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes. "Queria deixar claro o quanto essa mobilização foi uma lição de moral e cidadania para todos os parlamentares, porque o que estamos reivindicando não é muito: são assinaturas para conseguir da CPI da Merenda."
Para que a Comissão seja aprovada são necessárias 32 assinaturas. Até o momento, os estudantes já tem 25, contanto com as bancadas do PT, Psol, PCdoB e PDT, além de membros do PPS e do PV. Como a CPI será a sexta tramitando na Casa e como o regulamento autoriza a existência de apenas cinco simultâneas, a aprovação dependera do presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), citado como um dos principais envolvidos no escândalo.
Logo após a desocupação, Capez afirmou, em coletiva de imprensa, que pautará a CPI caso ela consiga os votos necessários e disse estar interessado na investigação. Questionado sobre porque os deputados tucanos não assinam a CPI apesar dele e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) já terem se declaro a favor, ele se limitou a dizer que "vai continuar conversando", seguindo uma promessa feita também aos secundaristas. O presidente da Casa se comprometeu também a realizar uma audiência pública para debater a questão da merenda e a situação da educação pública em São Paulo e a manter um canal de diálogo aberto com os estudantes.
Também em coletiva, a oposição parabenizou a ação dos estudantes. "Eles fortaleceram nossa luta em apoio a instalação da CPI. Não vamos abrir mão, porque é papel da Assembleia investigar também", informou líder da bancada petista, deputado José Zico Prado. "Eles saíram daqui vitorioso e deram uma lição de democracia."
"Nós do PSol decidimos que, em respeito aos estudantes, vamos obstruir todas as votações da Casa até que seja aberta a CPI. Existem crianças nas escolas com fome, porque não há merenda", anunciou o deputado Carlos Giannazi.
Escândalo da merenda 
De acordo com o MP, a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) – que mantinha contratos com diversas prefeituras e com o governo estadual – liderava um esquema de pagamento de propina. A empresa também é investigada por fraudar a 
"chamada pública" que pressupõe a aquisição de produtos de pequenos produtores agrícolas. A cooperativa, por sua vez, adquiria mercadorias também de grandes produtores e na central de abastecimento do estado, segundo o Ministério Público.

O esquema de fraude nas licitações da merenda no governo Geraldo Alckmin (PSDB) pode ter desviado pelo menos R$ 7 milhões em contratos com o poder público e R$ 2 milhões em comissões em propinas, que eram entregues a lobistas e servidores públicos quase sempre em dinheiro, de acordo com levantamento prévio do Ministério Público, divulgado em 31 de março.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Afastamento tardio de Cunha evidencia o banditismo do impeachment

na Carta Maior

Afastar Cunha é uma tentativa inútil de higienizar um pouco o chiqueiro do regime golpista.

Jeferson Miola

Antonio Cruz / Agência Brasil


Ganha uma viagem à lua com direito a um passeio sideral quem descobrir algum motivo que não existia em 15 de dezembro de 2015 e que passou a existir neste 5 de maio de 2016 para o juiz do STF Teori Zavascki finalmente determinar o afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados.
 
Em 15 de dezembro de 2015, o Ministério Público pediu ao STF o afastamento de Cunha, cuja extensa ficha criminal já era de conhecimento público.
 
Apesar de ser réu na justiça, Cunha não só manteve o mandato parlamentar como foi preservado na Presidência da Câmara dos Deputados para acelerar o golpe de Estado.

A decisão do Teori chegou, portanto, com 125 dias de um atraso que parece ser intencional, deliberado. 
 Neste intervalo de tempo, devido a esta complacência inaceitável, o mandato legítimo conferido à Presidente Dilma por 54.501.118 votos foi alvejado por um golpe de Estado perpetrado por uma “assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”, como relatou a imprensa internacional.
 
No artigo “o STF na engrenagem golpista”, dissemos que a cumplicidade ativa – ou a cumplicidade por acovardamento – do STF com o golpe prova que a justiça não só tarda, mas também falha. No caso do impeachment sem crime de responsabilidade, o resultado da falha da justiça não é apenas a injustiça, mas é um golpe contra a Constituição e contra o Estado Democrático de Direito. O STF é parte da engrenagem golpista. Alguns juízes que integram a Suprema Corte atuam partidária e ativamente em favor da dinâmica golpista. Outros juízes, ainda que não atuem abertamente pelo golpe, porém com seus silêncios, imobilismos e solenidades, também favorecem a perpetração do golpe.
 
A decisão do juiz Teori, que em dezembro de 2015 seria saudada e festejada como a afirmação da ordem jurídica e da moralidade pública, infelizmente é recebida neste 5 de maio de 2016 com um misto de decepção, nojo e descrença nas instituições.
 
Cunha deveria ter sido afastado, cassado e condenado à prisão há muito tempo. Contudo, deixaram-no livre para destruir o bem mais valioso de uma democracia, que é o mandato popular de Presidente da República.
 
O afastamento dele, ocorrido somente hoje, e sem evidências diferentes daquelas que já existiam previamente, é mais uma prova de que a aprovação do processo de impeachmentda Presidente Dilma não passou de um ato de banditismo comandado por um bandido.
 
O mundo inteiro sabe que está em andamento um golpe de Estado no Brasil; que o impeachment é um atentado contra a Constituição e o Estado Democrático de Direito.
 
É por isso que os golpistas tentam, desesperadamente, mascarar uma fachada limpa do pós-golpe. Afastar Cunha é uma tentativa inútil de higienizar um pouco o chiqueiro do regime golpista.
 
Com a iminência de completarem a farsa do impeachment no Senado, os golpistas têm pressa em se livrar do fardo chamado Eduardo Cunha para diminuir o constrangimento do principal sócio dele na empreitada golpista, o conspirador Michel Temer.

Divulgue nas redes sociais os GOLPISTAS do seu Estado

por José Gilbert Arruda Martins

Brasília tem 10 golpistas, sendo 7 deputados federais, são eles Alberto Fraga (DEM-DF), Rogério Rosso (PSD-DF), Ronaldo Fonseca (PROS-DF), Izalci (PSDB), Ronêy Nemer (PMDB-DF), Agusto Carvalho (SD-DF) e Laerte Bessa (PR-DF) mais 3 senadores, Cristóvem Buarque (PPS-DF), Reguffe (sem partido) e Hélio José (PMDB-DF).


Sendo que um deles, além de golpista é também um oportunista e traidor, o nome do senador é Cristóvam Buarque. Professor da UnB, foi do PDT antes de migrar para o PT e usar o partido e sua militância para aparecer no cenário político do DF.

No PT com a ajuda forte da militância, conseguiu se eleger governador, perdeu a reeleição, se candidatou ao senado e, com a presença e voto dos militantes petistas foi eleito.

Foi ministro da educação por pouco tempo no governo Lula, como fala demais, foi demitido, de lá para cá, saiu do PT voltou ao PDT e agora, oportunamente está do PPS.

Segundo seus colegas de academia Cristóvam é um discípulo de Darcy Ribeiro e Paulo Freire, fico imaginando como estão os dois com a posição política frente ao golpe desse senador oportunista, cara de pau.

Nunca mais se elegerá no DF, escuta bem, NUNCA MAIS!

quarta-feira, 4 de maio de 2016

PROJETO ESTADUNIDENSE - Esquivel: 'Golpe no Brasil é parte de um projeto de recolonização da América Latina’

na Rede Brasil Atual

Para o arquiteto argentino, golpe tem como objetivos estratégicos o controle dos nossos recursos naturais e, como já disse Michel Temer, a privatização das empresas estatais

por Marco Weissheimer

Esquivel

Sul21 – Adolfo Pérez Esquivel, Nobel da Paz em 1980, precisou falar apenas um minuto no Senado brasileiro para sentir de perto a fúria da oposição que busca derrubar a presidenta Dilma Rousseff. O arquiteto e ativista argentino utilizou a palavra "golpe" para definir o que está acontecendo hoje no Brasil, o que levou a oposição a exigir do senador Paulo Paim (PT-RS), que presidia a sessão, a retirada da palavra dos anais da sessão, demanda que acabou atendida. "Não falei mais de um minuto. Eles me pediram para que eu fizesse uma saudação e eu expliquei por que estava aqui no Brasil, para apoiar a democracia, a continuidade constitucional e evitar a consumação de um golpe de Estado", relata Esquivel em entrevista ao Sul21.
Na entrevista, o arquiteto e ativista argentino chama a atenção para o fato de que o que está acontecendo no Brasil não é um ponto fora da curva, mas sim parte de um projeto de recolonização da América Latina capitaneado pelos Estados Unidos. Para Esquivel, não há acasos em tudo o que está acontecendo agora contra o governo de Dilma. “Isso faz parte de um projeto de recolonização continental. Já houve experiências piloto no continente que devem ser lembradas. A metodologia é a mesma. O que aconteceu em Honduras, com a derrubada de Manuel Zelaya, e depois no Paraguai, contra o governo de Fernando Lugo, foram ensaios de golpes de Estado de um novo tipo”, sustenta.
“Esse projeto”, acrescenta, tem como objetivos estratégicos o controle dos nossos recursos naturais e, como já disse Michel Temer, a privatização das empresas estatais”. “Esse é o objetivo do golpe de Estado. Caso ele se consume, o país terá um governo com essa agenda que não foi eleito pelo povo”.
Como o senhor avalia a situação política que o Brasil vive hoje, em especial a tentativa de derrubada do governo da presidente Dilma Rousseff?
Pelo trabalho que realizo, sempre olho para a realidade de um país da América Latina sob a perspectiva de uma visão continental. Não há casualidades em tudo o que está acontecendo agora contra o governo de Dilma. Isso faz parte de um projeto de recolonização continental. Já houve experiências piloto no continente que devem ser lembradas. A metodologia é a mesma. O que aconteceu em Honduras, com a derrubada de Manuel Zelaya, e depois no Paraguai, contra o governo de Fernando Lugo, foram ensaios de golpes de Estado de um novo tipo. Golpes de Estado que não necessitam dos exércitos. Basta ter os meios de comunicação, alguns juízes e dirigentes políticos da oposição para provocar a desestabilização de um governo.
O que me assombra é que tenham escolhido o Brasil, um país líder no continente, para aplicar esse modelo de golpe. É o mesmo procedimento dos ensaios realizados anteriormente: o uso massivo dos meios de comunicação para alimentar um processo de desprestígio por meio de uma série de acusações, a cumplicidade de alguns juízes, como é o exemplo de Sérgio Moro, que chegou a vazar escutas telefônicas privadas envolvendo o ex-presidente Lula e a própria presidente da República. O que Dilma fez de errado, afinal, para justificar um impeachment? Ela utilizou procedimentos que outros governos anteriores também aplicaram e não sofreram nenhum tipo de sanção por isso. Contra Dilma, bastou isso para justificar um pedido de impeachment. Isso é, abertamente, um golpe de Estado brando. Há alguns dias, disse isso no Senado brasileiro e houve um escândalo. Não falei mais de um minuto…
E pediram para retirar a palavra “golpe” das atas do Senado relativas ao seu pronunciamento…
Sim. Eles me pediram para que eu fizesse uma saudação e eu expliquei por que estava aqui no Brasil, para apoiar a democracia, a continuidade constitucional e evitar a consumação de um golpe de Estado. Bastou isso para provocar uma situação conflitiva. Mas é preciso fazer uma leitura mais profunda sobre o que está acontecendo no Brasil. Essa leitura para além da superfície tem a ver com o projeto em curso de recolonização do continente. Esse projeto tem alguns objetivos estratégicos: o controle dos nossos recursos naturais e, como já disse Michel Temer, a privatização das empresas estatais. Esse é o objetivo do golpe de Estado. Caso ele se consume, o país terá um governo que não foi eleito pelo povo, que ficará marginalizado da ação democrática. Como ocorreu em Honduras e no Paraguai, isso terá como consequência uma forte repressão aos movimentos sociais. Essa é a lógica da imposição de uma política regressiva: provocar situações de conflitos sociais e usar a forma repressiva para conter esses conflitos. Já há uma lei antiterrorista aprovada pelo Congresso, como aconteceu em quase todos os países.
Há uma diferença entre o que está acontecendo no Brasil e o que vemos hoje na Argentina, onde a direita chegou ao governo por meio de eleições livres. Ganhou por muito pouco, mas ganhou e está legitimada pelo voto. Nos primeiros quatro meses de governo, Macri levantou impostos que eram cobrados de empresas mineradoras e de latifundiários, entre outras medidas. O Observatório Social da Universidade Católica argentina registrou que, neste período, o país já tem um milhão e quatrocentos mil de pobres a mais e cem mil desempregados a mais. Isso em quatro meses apenas.
Na sua avaliação, esse projeto de recolonização tem os Estados Unidos como centro de origem e de articulação?
Sim, é uma política dos Estados Unidos, que nunca abriu mão de seu objetivo de ter a América Latina como seu quintal. A política norte-americana nos golpes em Honduras e no Paraguai ficou muito clara. É preciso ter em mente que os Estados Unidos e também a Europa estão esgotando seus recursos e necessitam dos recursos naturais de nossos países, incluindo recursos minerais estratégicos e os recursos do Aquífero Guarani, uma das grandes reservas mundiais de água, um bem cada vez mais escasso. Então, não são pequenos os interesses dos Estados Unidos na região. Não é por outra razão que eles mantêm bases militares na América Latina.
Se olharmos para a história recente da América Latina, houve outras tentativas de golpe de Estado no Equador, na Bolívia e na Venezuela que vive uma situação crítica, onde a posição ganhou o Parlamento e o governo de Nicolas Maduro está muito debilitado, com graves problemas econômicos, fundamentalmente causados pela queda do preço do petróleo, base da economia venezuelana. Então, as tentativas de golpe de Estado na América Latina não terminaram. Houve algumas muito violentas, com muitas mortes, como a que ocorreu no massacre de Pando, na Bolívia. No Equador, tivemos uma tentativa de golpe disfarçada de uma mobilização salarial da polícia. Era uma tentativa de golpe de Estado contra Rafael Correa. Esse é o panorama que temos hoje na região. Teríamos que falar ainda de Haiti, Guatemala, El Salvador e Honduras onde ocorreu uma repressão brutal, com mortes como a de Berta Caceres, uma dirigente do povo Lenca com a qual trabalhamos em Honduras.
Voltando um pouco à situação da Argentina, nos primeiros meses do governo Macri houve também um aumento da repressão aos movimentos sociais e um dos principais símbolos disso foi a prisão de Milagro Sala. Qual é o cenário atual desse quadro de repressão e violação de direitos?
Milagro Sala é uma presa política. Ela foi presa por conta de um protesto social organizado por cooperativas e pelo grupo Tupac Amaru. Nós fomos visitá-la na prisão, na província de Jujuy, cerca de 1.500 quilômetros de Buenos Aires. Falamos também com o governador de Jujuy, Ruben Gerardo Morales. Após a prisão de Milagro Sala começaram a surgir uma série de outras acusações contra ela, envolvendo denúncias de corrupção e outras coisas. Mas ela foi condenada antes de ser julgada. Ela é uma presa política já há quatro meses e nós cobramos isso do governador. Houve também uma forte repressão policial em Buenos Aires e em outros lugares contra protestos de trabalhadores. O governo Macri vai avançando em suas políticas neoliberais. Até agora, não falou abertamente sobre isso, mas planeja a privatização de empresas do Estado.
Macri também está fazendo um acordo com os fundos abutres para o pagamento de uma dívida externa imoral e ilegítima. Aí temos um problema que vem dos governos anteriores que não fizeram uma auditoria para determinar o que é dívida legítima e o que não é. Agora, Macri necessita de recursos para enfrentar a situação do país e está tentando obter empréstimos com altas taxas de juro. Os orçamentos para educação e políticas sociais sofreram grandes cortes e as obras do Estado estão paralisadas. As universidades também sofreram um drástico corte orçamentário. De modo geral, elas têm recursos para pagar os salários do mês de junho e depois não se sabe como será.
Diante desse cenário de avanço conservador, qual é, na sua opinião, a capacidade de reação dos movimentos sociais e do movimento sindical na Argentina, no Brasil e em outros países da América Latina? Há força suficiente para resistir a esse projeto de recolonização?
Os movimentos sociais estão muito fragmentados e isso coloca-os em uma forte situação de debilidade. Não há coesão ou força integradora entre eles. No caso da Argentina e de outros países da América Latina, a política de direitos humanos também enfrenta sérias dificuldades já há algum tempo. Esse projeto de recolonização terá um impacto negativo muito grande para a população, especialmente para os setores mais carentes. Há uma cláusula democrática dentro de organismos regionais como Mercosul e Unasul, que já foi aplicada ao Paraguai por ocasião do golpe contra Lugo. O Paraguai foi suspenso desses blocos regionais. Não sei se isso vai acontecer com o Brasil. Se, do golpe, surgir um governo Temer penso que ele terá o reconhecimento ao menos dos Estados Unidos e da Argentina. Na Argentina, o governo Macri está rechaçando os acordos regionais.
Aqui no Brasil, estamos assistindo à emergência de grupos de direita e mesmo de extrema direita, com traços fascistas, que contam inclusive com representação parlamentar como é o caso do deputado Bolsonaro que, recentemente, voltou a fazer apologia de torturadores. Esse fenômeno também está ocorrendo na Argentina ou em outros países da região? Até que ponto, essa emergência preocupa?
Na Argentina, isso não é muito evidente. Houve editoriais apoiando a ditadura, como o publicado pelo jornal La Nación no dia seguinte à posse de Macri, defendendo a libertação de militares condenados por crimes na ditadura. Há grupos de direita, mas, neste momento, como estão praticamente no governo, não se manifestam publicamente. Isso não significa que não existam. Aqui no Brasil me chama muito a atenção o fato de um deputado ter feito a defesa de um torturador. Isso é a apologia de um crime, um delito. Não sei como vão tratar isso, pois os deputados têm foro privilegiado. A questão importante é se haverá unidade dos movimentos sociais e populares para enfrentar essa situação.
O senhor acompanha a situação dos direitos humanos na América Latina há muitos anos. Após um ciclo de ditaduras houve um período de redemocratização e uma ascensão de governos de esquerda e progressistas na região. Agora, parece que estamos entrando mais uma vez em um período conservador com regressão no campo dos direitos. Parece que parcelas importantes das sociedades latino-americanas abrem mão muito facilmente de direitos. Como avalia a situação atual após um período em que ocorreram importantes avanços na área dos direitos humanos e sociais?
Neste último período, nós acompanhamos com preocupação a situação dos direitos humanos mesmo em governos democráticos. Há governos que não têm políticas repressivas, mas há como que uma base já institucionalizada. Em muitos países, as torturas em prisões e delegacias de polícia, por exemplo, continuam até o dia de hoje. Na Argentina, esse problema é tremendo. Nós fizemos um trabalho de monitoramento da situação em prisões e delegacias. No ano passado registramos mais de 100 mil casos de tortura em 50 instituições penitenciárias. Não são políticas de Estado, mas sim mecanismos e práticas que seguiram vivas nas forças de segurança e que seguem vigentes.
Os direitos humanos seguem sendo violados porque há impunidade jurídica. Quem viola os direitos humanos sempre é o Estado. Fora disso, há os delitos que devem ser enquadrados na legislação vigente. A situação dos direitos humanos, considerados em sua integralidade, é preocupante em muitos países. Não estou falando apenas de torturas ou mortes, mas também de problemas ambientais, dos agrotóxicos, do impacto das grandes mineradoras. Há casos como o do Chile, onde a lei antiterrorista foi aplicada contra o povo mapuche.
Direitos humanos e democracia são valores indivisíveis. Se os direitos humanos são violados, a democracia se debilita. Estamos trabalhando para tentar uma mudança de comportamento e de mentalidade, mas há muitas consciências armadas com práticas repressivas. Antes de vir ao Brasil, estivemos no México, país que tem mais desaparecidos que a Argentina na época da ditadura, com governos constitucionais. Em Cidade Juarez, até sairmos de lá, havia a marca de 1.500 mulheres assassinadas por feminicídios. Estamos falando da fronteira com os Estados Unidos. No estado de Guerrero, temos o caso dos 43 estudantes que desapareceram e sobre os quais não há notícia até hoje. Passou um ano e meio e não se sabe absolutamente nada do paradeiro de 43 estudantes. Não estamos falando de uma ditadura.
No México, nos reunimos com o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos e ele nos relatou as muitas dificuldades enfrentadas para avançar nas investigações sobre casos de violações de direitos naquele país. Há uma situação de terror muito grande. Tanto é assim que o governo dos Estados Unidos emitiu um comunicado recomendando aos turistas norte-americanos para que não viajem ao estado de Guerrero, em especial para Acapulco. Estivemos em Acapulco e os hotéis estão vazios. Claro que, no caso do México, penetrou com muita força o problema da droga, dos carteis do narcotráfico. Uma coisa que nós podemos comprovar na América Latina é que as guerras, hoje, são financiadas com a droga. Isso está acontecendo agora no Oriente Médio também. As guerras têm que ser financiadas de algum modo e estão sendo pelas drogas. Por isso, elas não vão desaparecer tão facilmente assim. O narcotráfico está desempenhando um papel sumamente importante hoje na economia das guerras.
Então, quando falamos da realidade da América Latina hoje supomos que todos os governos são democráticos, mas isso não é assim. Veja o caso da Colômbia também, onde agora está prestes a ser assinado um acordo de paz com as FARC. Mas o problema da Colômbia não se resume à relação entre as FARC e o governo de Santos. São quase 60 anos de guerrilha, mas também de narcotráfico, de grupos paramilitares e parapoliciais. O panorama do continente é muito complexo.
O senhor está pessimista em relação ao futuro?
Eu sempre digo que sou um pessimista esperançoso. Eu não penso que não há saída para todos esses problemas. Sempre há saídas e possibilidades de mudança, desde que o povo se una. Na América Latina, as esquerdas estão divididas. A direita tem dificuldades, mas não está dividida porque tem objetivos claros. Mas as esquerdas estão muito divididas na Argentina, no Brasil, em qualquer país. Assim, é difícil construir frentes que possam oferecer alternativas a essa situação da qual falamos. Se o golpe se consumar aqui no Brasil o que vai ocorrer com a população. Estamos aqui acompanhados de movimentos sociais e de grupos comprometidos com a defesa da democracia, mas qual é a força real que têm?
O que me preocupa, no caso do Brasil, são as possíveis repercussões em todo o continente e no mundo inteiro. O Brasil é um país líder, com uma presença importante não só na América Latina. Para mim, com tudo o que escutei nestes dias, me parece que o afastamento de Dilma já é praticamente um fato consumado, a não ser que, de última hora, a situação atual possa ser revertida. Mas não é para se desesperar. Sempre há possibilidades de mudanças. O fato é que os Estados Unidos seguem trabalhando pela recolonização da região pois necessitam dos recursos deste continente.

Já devastaram a África, que não é um continente pobre, mas é um continente empobrecido. A África tem grandes recursos que estão sendo explorados por grandes corporações. Eu participei de uma comissão de investigação sobre a África do Sul e a Namíbia. Durante os oito meses que durou a comissão creio que não dormi em função do que vi, os indicadores de pobreza, o saqueio sem piedade dos recursos destes países. Levamos o resultado dessa investigação à Assembleia Geral das Nações Unidas, onde foram aprovadas sanções que não foram cumpridas.

Juventude ocupa Senado agora (veja vídeo aqui)

por José Gilbert Arruda Martins

Fomos republicanos demais. Democráticos demais. Bonzinhos demais. Pacientes demais. Chegou a hora de radicalizar. Contra ilegalidade de toda ordem, promovida por quem tem a obrigação de ser legal e não é, precisamos radicalizar agora.


Veja o vídeo da ocupação.


Os ilegais são eles. Os autoritários são eles. Os golpistas são eles.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Você Já Divulgou os Golpistas de seu Estado Hoje?

por José Gilbert Arruda Martins

Conclamo os trabalhadores e trabalhadoras e todos e todas aquelas que são contra esse golpe absurdo em andamento no Brasil, que divulgue, de preferência todos os dias as fotos dos golpistas de seu Estado, vamos fazer isso nos próximos meses e anos.


Aqui em Brasília são 10 golpistas, sendo 7 deputados federais e três senadores. Dos três senadores golpistas um é especialmente golpista o nome dele é Cristóvam Buarque, um oportunista que só é Senador da República hoje por causa do PT e sua militância.

Cristóvam Buarque além de oportunista e traidor é agora golpista.

Solicito a todos que divulguem diariamente os golpistas de seu Estado.



Virada Cultural e Comemorações do 1° de Maio

por José Gilbert Arruda Martins

Aqui em Brasília as comemorações começaram na sexta - feira com a "Virada Cultural" onde dezenas de artistas de Brasília passaram pelo palco montado no estacionamento ao lado da torre de TV e se estendeu até o domingo dia 1°/5 onde finalizou com falas contra o golpe, contra a tentativa de retirada de direitos e denúncia aos golpistas do DF.

CUT/Divulgação

Segundo a Polícia Militar do DF, que sempre faz a conta para menos, quando somos nós da esquerda que estamos na rua, o evento teve a participação de 400 pessoas; o que a PM não sabe explicar por que não tem interesse, é que nosso evento começou num dia e terminou no seguinte, as pessoas passavam em horas diferentes tanto no sábado como no dia seguinte domingo.

Outra coisa, eventos de esquerda conta sempre com a participação de dezenas de representantes do Movimento Social organizado.

Tanto no primeiro dia como no dia seguinte, o evento contabilizou a participação de mais de vinte representantes de organizações sociais: Sindicatos, Centrais sindicais, MST, MTST, etc.

Foi um evento muito lindo, estamos certos de que estamos do lado certo da força, a escuridão das trevas do GOLPE está com eles, Golpistas.


segunda-feira, 2 de maio de 2016

POR APOIO AO GOLPE, CRISTOVAM RECEBE "DESVOTAÇÃO" EM BRASÍLIA

no 247 Brasília

:

Público presente à Virada Cultural, que acontece no estacionamento da Torre de TV, tem à disposição uma urna para "desvotar" no senador pedetista do DF, acusado de dar apoio ao golpe parlamentar contra o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT); tema da Virada Cultural neste ano é a defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores; atividades tiveram início às 19 horas e se encerram no domingo, 1º de maio, com um grande ato unificado contra o golpe

Procurador afirma: "Não houve crime de responsabilidade fiscal em 2015 por parte da presidenta Dilma Roussef"

por José Gilbert Arruda Martins

O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira em audiência hoje (2/5) na sessão da Comissão Especial do impeachment no Senado foi categórico: "Não houve crime de responsabilidade fiscal em 2015 por parte da presidenta Dilma Roussef".

Procurador do MP junto ao TCU Júlio Marcelo de Oliveira

Agora falta apenas o ministro Augusto Nardes - aquele mesmo envolvido no esquema de corrupção do Carf -, afirmar para o Brasil e o mundo, que o governo Dilma Roussef não cometeu crime algum. Por que o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira em audiência hoje (2/5) na sessão da Comissão Especial do impeachment no Senado foi categórico: "Não houve crime de responsabilidade fiscal em 2015 por parte da presidenta Dilma Roussef.

Decisão no mesmo sentido foi dada também pelo relator Senador Acir Gurgacz (PDT - RO) que divulgou nesta treça feira (02/05) seu parecer de 243 páginas pela aprovação das contas do governo Dilma Roussef de 2014.

Portanto, falta 0,01%, que é exatamente o senhor Nardes, para chegarmos ao 100% de aprovação e reconhecimento do TCU de que a presidenta não cometeu crime algum.

É fato, 100% da população brasileira sabe que não houve crime de responsabilidade. (até os fascistas sabem, só não querem admitir).

Mas não apenas a população sabe, 100% do judiciário. 100% da velha e carcomida mídia, entre ela, a rede golpe de televisão, sabe que Dilma não cometeu crime de responsabilidade; 100% dos políticos, 100% dos empresários; 100% da PF; 100% do MP...todo mundo sabe, Dilma é inocente.

Mas por que então o golpe do impeachment?

Por causa do ódio dos fascistas.

Por causa da sede desalmada de lucro dos empresários, principalmente paulistas da FIESP.

Por causa do pré-sal, nossa mais importante riqueza mineral, que o Senador José Serra PSDB-SP) e seus apaniguados do DEM, PPS... desejam entregar ao capital internacional.

Por que querem fugir das investigações e punições do combate à corrupção.

Por causa dos Programas Sociais que tiraram o povo da invisibilidade.

E, como não poderia deixar de ser, por causa da grande ameaça aos interesses do capital para a eleições de 2018, chamada de Luis Inácio Lula da Silva, que, se as eleições fossem hoje, estaria no mínimo no segundo turno.

É basicamente por isso que eles querem impedir a presidenta de continuar seu governo. Não por causa da corrupção.


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GDF dificulta a vida dos estudantes com o excesso de burocracia e limitação do Passe Estudantil

por José Gilbert Arruda Martins

O Passe Livre Estudantil é fundamental para evitar a evasão escolar. A educação vai além dos muros da escola. O encontro diário com o professor (a) tem que ser complementado com ações externas e, além, com o acesso dos jovens aos instrumentos e bens culturais como o cinema, exposições, bibliotecas e teatros.





A ocupação que acontece desde do dia 28/04 no DFTrans na rodoviária do Plano Piloto por estudantes é legítima, o GDF precisa encontrar uma solução urgente para o impasse, negociando com as lideranças estudantis e com a Ubes e a UNE.

A burocratização excessiva, os problemas técnicos alegados pelo GDF e a limitação a 54 viagens inviabilizam o acesso dos estudantes não apenas às aulas, mas aos bens culturais e mais, com o recadastramento lento e burocratizado milhares de estudantes estão tendo que arcar com o pagamento das passagens.

A desburocratização do sistema e o Passe Livre Estudantil ampliado, como os estudantes de Brasília estão reivindicando, promoverão mais cidadania a uma juventude com sede de educação e cultura.

Brasília é uma cidade onde quase tudo fica distante para os estudantes de escolas públicas que residem nas satélites e no Entorno do Distrito Federal.

O Passe Livre amplo, daria a esses jovens a oportunidade de acesso com mais frequência e qualidade á cultura e ao lazer que a cidade proporciona.

Hoje os estudantes têm acesso a apenas 54 viagens e em horários da escola, se desejarem divertir-se ou participar de evento cultural longe de casa, têm que pagar passagem de ônibus das mais caras do País.

É obvio que isso interfere na renda, prejudicando diretamente a todos na família, o ideal é a ampliação.

Leia a Carta Aberta dos estudantes:

Carta da Ocupação do DFTRANS
Brasília, 29 de abril de 2016
Nós, estudantes do Distrito Federal e Entorno, ocupamos desde o dia 28 de abril de 2016 a ouvidoria do DF Trans da Rodoviária do Plano Piloto. Estamos aqui para reivindicar nossos direitos relacionados ao cartão passe livre, que foram duramente conquistados e que hoje nos causam problemas. Com o recadastramento dos cartões, a lentidão e burocratização do sistema milhares de estudantes perderam seus acessos e estão sem condições de estudar. Não podemos aceitar passivamente que ataquem nosso direito à educação e de ir e vir.

Queremos estudar e precisamos imediatamente da volta do funcionamento de nossos cartões. O GDF diz que estamos tendo quedas em nossas passagens por causa do recadastramento do sistema eletrônico; que estamos sem passe livre por uma questão técnica; que temos que esperar. Mas o nosso calendário educacional não espera: seremos reprovados/as, perderemos nossos direitos, nosso dinheiro. Por isso, nossa reivindicação central é de que o passe livre seja garantido independentemente dessas burocracias.

O cartão DFTrans é cheio de problemas. Não é de hoje que nossas reclamações acumulam e, por isso, resultam em nosso ato. O limite de 54 acessos mensais não é suficiente para quem mora nas cidades satélites. Os/as estudantes do entorno sequer têm esse direito e ainda sofreram, recentemente, com o aumento das passagens. Outra reivindicação é o funcionamento do passe livre estudantil nos fins de semana, pois as aulas não se dão somente dentro de sala: há trabalhos em grupo, atividades extracurriculares e culturais que precisam ser levadas em conta. Além disso nas férias ainda somos estudantes e não possuímos condições de pagar as passagens. Acreditamos em uma ampliação do passe livre para que ele seja, de fato, livre.

Como pauta prioritária para a desocupação indicamos a liberação dos acessos para todas/os estudantes, cadastrados ou não, até a normalização do sistema, ampliação do período de (re)cadastro para todo o semestre.

Por isso convidamos a comunidade estudantil do DF e Entorno pra somar a esta ocupação, pra participar desta luta. Queremos também convidar outros grupos, movimentos sociais, pessoas que tenham interesse em colaborar pra garantia de nossos direitos. Venham pra ocupação e vamos lutar juntos/as. Direito conquistado se amplia na luta!
Ocupação do DFTRANS "Estudantes sem catraca"

Assinam essa nota em apoio:

Assembléia Nacional dos Estudantes Livres
Centro Acadêmico de Direito da Universidade de Brasília (UnB)
Centro Acadêmico de Geografia (UnB) - Gestão Ação Direta
Centro Acadêmico de Saúde Coletiva - UnB Ceilândia
Coordenaçao Nacional dos Estudantes de Saúde Coletiva
Coletivo ArtSam
Coletivo Semeando Ubuntu (Faculdade de Educação da UnB).
Gestão CausaAção do CACOM da UnB
Gestão Enfoco do Centro Acadêmico de Enfermagem - UnB Ceilândia
Gestão Resistência do C.A.SESO da UnB
Grupo de Estudos Afrocentrados da UnB (GEAC)
Iedas - Frente de Mulheres da UnB
Juntos
Levante Popular da Juventude
Movimento Estudantil Popular Revolucionário
Movimento Passe Livre do Distrito Federal
RUA - Juventude Anticapitalista
Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural - SINDSASC





domingo, 1 de maio de 2016

1º DE MAIO - Dilma anuncia reajuste do Bolsa Família e da tabela do IR, e diz que resistirá 'até o fim'

na Rede Brasil Atual

Presidenta diz que Cunha sempre atuou para desestabilizar governo e promoveu chantagem para não ser investigado. Reafirma que golpistas farão "letra morta" da CLT e que lutará em defesa do mandato

por Vitor Nuzzi, da RBA

Dilma em SP
Dilma: com eles (golpistas) a CLT será letra morta – projeto que querem impor ao Brasil não foi o vitorioso nas urnas

São Paulo – Em discurso de meia hora (das 14h08 às 14h38) no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, a presidenta Dilma Rousseff disse no início da tarde de hoje (1º) que resistirá "até o fim" e que a oposição impediu o país de combater a crise e o desemprego. Confirmou o reajuste no Bolsa Família, de 9% em média, e na tabela do Imposto de Renda (5% a partir do ano que vem) – "sem comprometer o cenário fiscal", acrescentou. Ouvindo gritos de "fica, querida", Dilma reafirmou estar sendo vítima de golpe. "Se não tem base para o impeachment, o que é que está havendo?", questionou.
"Como não tenho conta no exterior, nunca recebi dinheiro do povo brasileiro, nunca recebi propina e nunca fui acusada de corrupção, eles tiveram de inventar um crime", afirmou a presidenta, comparando medidas implementadas no seu governo e no de Fernando Henrique Cardoso, ao afirmar ter feito 100 decretos de suplementação, enquanto o tucano fez 101. "Para ele, não era golpe nas contas públicas. Para mim, é golpe. Dois pesos e duas medidas. Eles não têm do que me acusar. É constrangedor."
Ela fez referência direta ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo Dilma o grande aliado da oposição. "Esse senhor, Eduardo Cunha, foi o principal agente para desestabilizar o meu governo", afirmou. "Não aprovaram nenhuma das reformas que nós propúnhamos. Apostaram sempre contra o povo brasileiro. São responsáveis pelo fato de a economia brasileira estar passando por uma grave crise." Segundo a presidenta, Cunha passou a ameaçar com o impeachment após o PT se recusar a dar votos para livrá-lo de um processo de cassação.
Ao lado dos presidentes da CUT, Vagner Freitas, e da CTB, Adilson Araújo, além do secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, Dilma afirmou que o golpe é contra a democracia e contra direitos. "Eles propõem o fim da política de valorização do salário mínimo, que garantiu aumento real de 76% acima da inflação. Querem acabar com o reajuste dos aposentados. Querem transformar a CLT em letra morta e privatizar tudo o que for possível. A primeira vítima dessa lista é o pré-sal. Eles querem acabar com a obrigatoriedade do gasto com saúde e educação", acusou. "Os programas sociais são olhados como responsáveis pelo desequilíbrio no país. É mentira", reagiu, criticando a estrutura tributária.

Exclusão

Dilma afirmou que a notícia "mais triste, porque a mais perversa", é de acabar com parte do Bolsa Família, que seria restrita aos 5% mais pobres, ou 10 milhões de pessoas. "Sabem quantas pessoas recebem hoje o Bolsa Família? 47 milhões", disse a presidenta, acrescentando que os excluídos serão "entregues às forças do mercado".
A presidenta também anunciou a criação de um Conselho Nacional do Trabalho e a ampliação da licença-paternidade, de cinco para 20 dias, aos funcionários públicos. E confirmou, como já havia sido noticiado, a prorrogação do programa Mais Médicos por três anos.
"O golpe é contra a democracia, contra conquistas sociais. É dado também contra investimentos estratégicos no país, como o pré-sal. O mais grave é que impediram o Brasil de combater a crise econômica e o crescimento do desemprego. Eles vão aprofundar a crise. Quero dizer uma coisa para vocês: vou resistir, eu vou resistir e lutar até o fim", afirmou ao final do discurso. "Não é a minha pessoa. O meu mandato é o que foi dado por 54 milhões de pessoas, que acreditavam num projeto. O projeto que querem impor não foi vitorioso nas urnas. Vão às urnas, se coloque sob o crivo do povo brasileiro."
Esperado para o ato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi ao Anhangabaú. Segundo sua assessoria, Lula estava com problemas na voz e ficou em casa. Entre os representantes do governo presentes, estavam os ministros Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência Social) e Aloizio Mercadante (Educação). O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, também subiu ao palco.
Cunha foi um dos principais alvos do ato das centrais (CUT, CTB, Intersindical), sendo chamado de "ladrão" pelo público. Outro criticado, o governador paulista, Geraldo Alckmin, teve um boneco seu exibido no Anhangabaú, com a palavra "merendão", referência ao escândalo do desvio em recursos para merendas escolares no estado.

"Discurso único"

A manifestação deveria ir até o início da noite. Por volta das 17h, começou a apresentação da banda Detonautas, que ajudou a puxar os coros "não vai ter golpe" e "fora, Cunha" – o vocalista, Tico Santa Cruz, usava camisa da União Nacional dos Estudantes (UNE). "É fundamental que a gente lute também pela democratização das mídias", afirmou, criticando o que chamou de "discurso único".
O grupo, que terminou a apresentação pouco depois das 18h, fez citação sobre o impeachment durante a execução de Tempo Perdido, sucesso da Legião Urbana: "Nosso suor sagrado/ É bem mais belo que esse golpe errado". O grupo também tocou Blues da Piedade, de Cazuza. Chico César começou a cantar às 18h40, abrindo com Folia de Príncipe, Cálix Bento (Milton Nascimento e Tavinho Moura, uma letra adaptada da Folia de Reis do norte de Minas Gerais) e Mama África, para emendar com Pra não Dizer que não Falei das Flores, de Geraldo Vandré. Ainda estavam previstos dois shows.

Deputado Alberto Fraga (DEM-DF) o golpista-mor de Brasília

por José Gilbert Arruda Martins

"Recebeu vantagens indevidas quando secretário, diz MP; Fraga nega. Segunda Turma do Supremo acolheu por unanimidade a denúncia do MP".




Alberto Fraga (DEM-DF) é réu no Supremo, foi condenado num processo onde portava armamento e munições ilegalmente, no entanto, continua liderando a "bancada da bala" no Congresso, e é um dos arautos do golpe etc.

Golpe por que não existe crime de responsabilidade e, se não existe crime de responsabilidade é golpe.

Isso quer dizer, Fraga (DEM-DF) e os outros seis deputados federais golpistas do DF - Rôney Nemer (PP-DF), Laerte Bessa (PR-DF), Augusto Carvalho (SD-DF), Izalci (PSDB-DF), Rogério Rosso (PSD-DF), Ronaldo Fonseca (PROS-DF), rasgaram a Constituição e mais, estão agindo ao lado e com Eduardo Cunha e Temer (traidor) contra os Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras.

Como punir esses deputados  golpistas?

Grave bem os nomes, as caras, os malfeitos, o golpismo, o partido e vota contra seus aliados nas próximas eleições municipais e nas eleições gerais de 2018.

"Deputado federal Alberto Fraga (DEM) foi condenado a quatro anos de prisão em regime aberto e ao pagamento de multa no valor de R$ 25 mil por porte ilegal de arma e munição".

"De acordo com a denúncia do Ministério Público, o parlamentar exigiu e recebeu R$ 350 mil enquanto era secretário, entre julho e agosto de 2008. Segundo o MP, o ex-secretário pediu os valores para assinar contratos de adesão entre o governo e uma cooperativa de transportes. O MP acusa Fraga de ter recebido a quantia por meio do motorista Afonso Andrade de Moura, também denunciado no inquérito".

Fontes Consultadas:

1. http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/09/mais-votado-em-2014-no-df-deputado-alberto-fraga-se-torna-reu-no-stf.html

2. http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/10/ex-deputado-pelo-df-alberto-fraga-e-condenado-por-porte-ilegal-de-arma.html

3. http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=299272

4. http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/deputado-alberto-fraga-vira-reu-no-stf-em-acao-por-propina-de-r-350-mil/

sábado, 30 de abril de 2016

Já que a "justiça" não tem coragem, o povo do Paraná punirá Beto Richa

por José Gilbert Arruda Martins

Há exatamente um ano, o Paraná, o Brasil e o mundo, presenciaram um dos maiores massacres perpetrados por um governante a servidores públicos em um país democrático. Era o "Massacre de Curitiba", 2.323 balas de aço revestidas de borracha, 1.094 granadas de efeito moral, 300 bombas de gás lacrimogênio, 213 pessoas feridas, 40 delas gravemente.




O governo Beto Richa investiu R$ 1 milhão apenas na repressão à manifestação, se contarmos com os R$ 2,7 milhões investidos em uma campanha publicitária lançada logo depois, para "justificar" perante a sociedade paranaense o massacre - dos quais só a afiliada da rede globo, levou R$ 1,2 milhões -, o governo totalizou um gasto de R$ 3,7 milhões com a operação de repressão aos servidores públicos do Estado.

É o povo pagando para bater em si próprio.

O Massacre de Curitiba é parte de um projeto do PSDB para a Educação Pública no Paraná, São Paulo, Goiás, Pará e para o País como um todo.

Mas, e agora, o que fazer, já que se passaram 1 ano e a "justiça" do Paraná não fez nada?

Temos que continuar na luta, com manifestações, com organização, com nossa garra.

E, temos que votar contra o PSDB e seus aliados no Estado do Paraná nas próximas eleições municipais, não tem outra alternativa que atinja de forma contundente o Beto Richa e seus apaniguados. Vote e faça campanha contra o PSDB e seus aliados.