sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O governo enxergará sua única saída?

POR  FELIPE AMIN FILOMENO no Outras Palavras

O MTST, na manifestação de São Paulo, em 16/12.  A favor da legalidade, mas contra os retrocessos do governo Dilma
MTST, na manifestação de S.Paulo, em 16/12. A favor da legalidade; contra retrocessos do governo Dilma


Há um golpe de Estado em curso, mas é difuso. Alastra-se como um câncer, alimentando-se da crise do Lulismo e da deriva neoliberal de Dilma. A chance de combatê-lo seria uma nova aliança
Por Felipe Amin Filomeno
A crise política por que passa o Brasil hoje é complexa demais para ser compreendida pelas formulações maniqueístas que predominam nos debates cotidianos. Tanto a tese da presidenta corrupta quanto a tese do golpe cuidadosamente orquestrado pela oposição são demasiado reducionistas. Há um golpe de Estado em curso, mas ele é difuso, paulatino e contingente. O golpismo atual é como um câncer para o governo Dilma: espalha-se de forma sorrateira de um setor para outro da sociedade, ora se retrai por causa de ações do governo e da mobilização de segmentos da sociedade civil, ora se fortalece pela ação dos partidos de oposição, do judiciário partidarizado, da mídia oligopolista e dos especuladores financeiros. É doença oportunista e difícil de tratar.
A crise política atual não é uma crise do segundo mandato da presidenta Dilma, é um agravamento da crise do Lulismo como conjuntura da economia política brasileira. O primeiro sintoma do esgotamento do Lulismo foi a onda de manifestações de rua ocorrida em 2013, ainda que o conteúdo destas manifestações tenha sido ambíguo e não apenas direcionado contra o governo federal liderado pelo PT. Paradoxalmente, as manifestações de 2013 e a insatisfação corrente de parte da classe média com a administração da presidenta Dilma são, em parte, resultado do desenvolvimento econômico socialmente-inclusivo que ocorreu nos governos do PT. Com a barriga cheia e a carteira de trabalho assinada, os “emergentes” passaram esperar mais do Estado brasileiro. A crise se aprofundou com a persistência da recessão econômica mundial, especialmente com a desaceleração da economia na China e o fim do “boom” das commodities. Depois de uma vitória apertada nas eleições presidenciais e da eleição de um parlamento mais conservador em 2014, a adoção de uma política econômica neoliberal não foi suficiente para acalmar as elites do país, intensificou a recessão econômica e começou a alienar atores que historicamente compunham a base de sustentação social do PT (sindicatos, parte da classe média e movimentos sociais).
Diante desta crise do Lulismo, táticas que a oposição vinha adotando desde que Lula assumiu a presidência da república passaram a surtir efeito. A primeira tática é a oposição midiática, em que grandes empresas de comunicação realizam uma cobertura jornalística que maximiza os problemas e minimiza os avanços do país e do governo. No mesmo sentido, casos de corrupção envolvendo políticos da oposição quase nunca chegam às manchetes e são logo esquecidos pelos jornalões. Aqui está em jogo a opinião pública. A presidência de Lula sobreviveu ao escândalo do mensalão, mas o mesmo não se pode dizer do segundo mandato de Dilma, diante dos atuais escândalos de corrupção num quadro de crise econômica. A segunda tática é a judicialização da oposição, em que certos atores no Ministério Público, na Polícia Federal, no Tribunal de Contas e no Poder Judiciário intensificam a severidade em processos contra membros do PT ao passo em que relaxam o rigor em processos contra membros dos partidos de oposição. No Congresso Nacional, que provavelmente é a instituição mais desmoralizada do país, a oposição partidária tira vantagem de ambas as táticas e adota as suas próprias. A política de chantagens do presidente da Câmara Eduardo Cunha é exemplo emblemático. Subjacente a tudo isto, está o histórico anti-petismo das elites e da porção conservadora da classe média. Trata-se de preconceito da “casa grande”, levemente contido durante o período de bonança econômica, mas que voltou com força, inclusive com tom macartista, impulsionado pela valorização do dólar (um dos principais “termômetros” da opinião pública da classe média brasileira). Estes vetores, embora contingentes, parecem estar se fortalecendo e  convergindo.
Por um lado, o noticiário extensivo sobre casos de corrupção e a punição de políticos corruptos (às vezes acompanhada de recuperação parcial de recursos públicos desviados) são sinais de fortalecimento das instituições políticas brasileiras. Quem conheceu bem o Brasil anterior ao ano 2000, sabe que hoje o combate à corrupção é muito mais intenso, que o Estado, com todos os seus problemas, é muito mais transparente. Pensar que as notícias de corrupção se proliferam apenas por causa da suposta improbidade do PT é ingenuidade ou viés de oposição. Entretanto, as duas táticas de oposição enfatizadas acima são sinal de que duas instituições fundamentais para o bom funcionamento de uma democracia – a mídia e o judiciário – são débeis no Brasil, pois não tem independência e são partidarizadas.

Diante da progressão do câncer golpista, o governo precisa tentar novas terapias. Minha aposta é que, no final das contas, são as ruas que definirão o resultado. Se a mobilização das bases históricas de sustentação do PT for igual ou mais forte do que a mobilização da oposição, Dilma terá chances de concluir seu mandato. Lula, o PT, os sindicatos e os movimentos sociais progressistas precisam fazer, rapidamente, uma ameaça crível para a oposição, para o vice-presidente Michel Temer e para os membros vacilantes da “base governista” no Congresso. Precisam demonstrar, nas ruas, que, com um impeachment, o país ingressaria numa situação de caos persistente e que nenhum presidente que substituísse Dilma seria um presidente feliz.

Felipe Amin Filomeno

É Doutor em Sociologia pela Johns Hopkins University (EUA), atuando nas áreas de Economia Política Internacional e Comparativa, com foco na América Latina. Desde 2012, é professor adjunto do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina. Seu currículo Lattes está aqui. Mantém o blog: http://felipeaminfilomeno.wordpress.com.

Marilena Chauí: o impeachment e o ódio de classe

no Outras Palavras

“Tentam preparar uma gigantesca vitória do capital”, diz professora, na USP: “Começou em agosto de 2013. A classe dominante quer — e uma classe média proto-fascista apoia”

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Por Marilena Chauí

Este texto é a transcrição da fala feita em 16/2, no ato público de intelectuais contra o impeachment. Publicado sem revisão da autora
“Queria, por um segundo, retomar o que disse Paulo Arantes e manifestar a preocupação que tenho desde agosto de 2013 e manifesto em público, em privado e por escrito. Agosto foi o instante no qual se deu a virada em relação ao que se passara no movimento vitorioso do Passe Livre. Quando os meninos tentaram, com seus símbolos e bandeiras, comemorar na avenida Paulista, foram batidos e ensanguentados por pessoas vestidas com a bandeira do Brasil e que diziam: ‘meu partido é o meu país’.
Já vimos, os mais velhos, esta cena acontecer no Brasil, em 1964. O processo de impeachment é apenas a cereja no bolo de um processo muito mais longo e complicado que vem ocorrendo. Queria lembrar que certos projetos de lei que tramitam na Câmara e no Senado deveriam ter sido objeto também de manifestações gigantescas. A mudança na maioridade penal. A ‘Lei Anti-terrorismo’, que não vai pegar apenas nós, que estamos reunidos aqui. Os primeiros, mostra a fala do Ronaldo Caiado, serão os meninos do MST.
Está sendo preparada no Brasil uma gigantesca vitória, na luta de classes, do capital. A tentativa de impeachment apenas coroa este longo processo. Não é por acaso que, quinze dias atrás, Fernando Henrique Cardoso deu uma entrevista na qual dizia: ‘o mercado é favorável ao impeachment’. Acho fantástico um sociólogo daquele porte dizer ‘o mercado’… (risos), como se fosse um ente existente em si, por si, uma entidade metafísica! (apalusos). A classe dominante quer e a classe médio proto-fascista, que existe neste país, apoia. No Brasil, o autoritarismo não é uma questão política, mas uma característica estrutural de uma sociedade oligárquica, vertical, hierarquizada, que opera exclusivamente com os princípios da desigualdade e do mando e obediência. É esta sociedade que está sendo puxada para colocar a cereja em cima do bolo.
Por isso, o ato unitário e apartidário é essencial como defesa da democracia. Significa, no Brasil, a defesa dos explorados, dos humilhados, dos oprimidos, daqueles que são, há mais de quinhentos anos, o sustentáculo da riqueza deste país e a fonte de todo o sofrimento existente aqui. É contra eles que a classe dominante está se mobilizando neste país, tendo sempre como seu acompanhante favorito esta classe média autoritária e proto-fascista.

Amigos, amigas, temos uma tarefa histórica. Não é apenas esta luta aqui e agora para impedir o golpe. É uma luta na qual nós vamos explicar que se o golpe vier, não só os experimentos de justiça social vão desaparecer. Se o golpe vier, nós teremos, por conta de toda a discussão em torno do terrorismo internacional, uma ditadura que nos fará imaginar que a de 1964 foi pão doce com bolacha (aplausos e risos).
Este ato não é apenas para nós garantirmos a nós mesmos que não estamos passivos. Este ato é e tem de ser, para nós, o primeiro passo de uma luta histórica que começa contra o golpe e prossegue como luta pela democracia e por justiça social. A luta continua!”

Marilena Chauí

É professora de história da filosofia e de filosofia política na Universidade de São Paulo, onde leciona desde 1967, ano em que defendeu sua tese de mestrado sobre Merleau-Ponty e iniciou, na França, seus estudos sobre a filosofia de Espinosa. Além das atividades acadêmicas, tem participado ativamente da vida política do país, tendo sido secretária da cultura do município de São Paulo na gestão da prefeita Luiza Erundina de Sousa. Obras publicadas por outras editoras: - O que é ideologia. São Paulo, Brasiliense. - Da realidade sem mistérios ao mistério do mundo - Espinosa, Voltaire, Merleau-Ponty. São Paulo, Brasiliense. - Seminários - o nacional e o popular na cultura brasileira. São Paulo, Brasiliense. - Cultura e democracia - o discurso competente e outras falas. São Paulo, Moderna.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Pisa Ligeiro, Pisa Ligeiro...

por José Gilbert Arruda Martins

A onda vermelha da Luta por mais Democracia, mas Liberdade, mais Diversidade, mas Educação Pública de Qualidade, mais Amor, mais LGBT, mais Hip Hop, mais Negros e Negras, mais Poder Popular, mais Reforma Agrária, mais Demarcação das Terras Indígenas e Quilombolas, mais Reforma Política, mais Governo Dilma, tomou as ruas do País ontem (16/12).

Foto: PG


A reação golpista da direita, que teima em não aceitar a decisão das urnas de um ano atrás, acordou de vez o Povo e toda Classe Trabalhadora.

A Classe Trabalhadora e o Povo em geral, sabe, que o golpe do impeachment significa retrocesso em direitos trabalhistas e sociais, terceirização da mão de obra, precarização e escravidão. Arrocho salarial, perda no poder de compra, mais desemprego e privatizações.

Por isso, o Povo saiu às ruas ontem, não podemos aceitar o golpe do impeachment das elites, Eduardo Cunha não passa de um lobista das grandes empresas, um político que vem há anos, fazendo e desfazendo da República e do Parlamento, em defesa dos interesses do grande capital.

Esses grupos que hoje que perderam as eleições, não conseguem conviver com um País mais aberto, mais democrático e mais justo socialmente.

Esses grupos odeiam conviver com os pobres, a não ser para explorá-los.

Viajei dias atrás ao Nordeste, nos aeroportos por onde passei, o que se ver é o Povo transformando o aeroporto em uma grande e maravilhosa rodoviária, o povo, que não tinha direito a andar de avião, agora viaja nas asas de uma nova realidade completamente nova.

Os grupos que desejam o golpe, que querem rasgar a nossa Constituição, não aceitam que os filhos e filhas de trabalhadores adentrem a Universidade Pública, espaços que antes, eram quase que completamente dominados pelos filhos das elites.

Programas como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Prouni, o Fies...são os grandes alvos desses grupos, sabemos que, uma vez no governo, destruiriam em canetadas, todos esses avanços sociais importantes.

Por isso, e para defender o mandato da presidenta Dilma Roussef, fomos às ruas, somos pela Liberdade, somos pela Democracia, somos pelo respeito às leis.


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O Brasil mata jovens, negros e pobres, tal como matamos moscas.

Qual a impressão que você, leitor, tem desse quadro?

Por que tantos assassinatos de jovens?

A impressão é que esse extermínio cresce, porque tem o apoio de parte da sociedade. 


Quatro suspeitos morrem em tiroteio com a PM na Zona Sul de São Paulo (Foto: Renato S. Cerqueira/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

O Estado de São Paulo, com os governos do PSDB, se transformou em máquina trituradora de jovens, o Estado mata todo dia jovens, e os negros e pobres, são a preferência da PM. (http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/05/letalidade-da-pm-em-sp-e-maior-nos-ultimos-12-anos-no-1-trimestre.html)

"O estado de São Paulo registrou, nos três primeiros meses deste ano, 185 mortos em confrontos com policiais militares em serviço, uma média de 2,05 pessoas mortas por dia, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. É o maior número de mortos no 1º trimestre dos últimos 12 anos."

O apoio de alguns Governos, Instituições, como parte da própria Justiça ou, pelo menos de Agentes Públicos ligados a ela, passou do apoio tácito ao explícito, em alguns casos.

Instituições e pessoas que deveriam defender e apoiar os jovens.

Uma das instituições que mais matam, é a Polícia Militar.

A PM que deveria urgentemente ser desmilitarizada, para o bem maior da sociedade e da Democracia.

O vídeo feito pela própria PM se SP, que viralisou na internet na última semana, onde um policial humilha  profundamente, jovens pobres em São Paulo, parece reforçar esse sentimento. http://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/assim-o-alckmin-trata-negro-e-pobre.

O Brasil, em muitos setores, vive um contexto medieval, é como se estivéssemos num estado de completa barbárie.

No setor do respeito à cidadania e do respeito aos direitos humanos, caminhamos, infelizmente, a passos largos para trás.

Todas as vezes que a PM assassina um jovem, muita gente se comove, muitos se revoltam, mas, a internet e, alguns setores organizados da sociedade, como a Polícia Militar, parte dos agentes públicos ligados a instituições importantes como o Judiciário entre outras, vibra, e apoia o extermínio e a morte sistemática de jovens.

Nesses tempos difíceis, onde a democracia é apedrejada cotidianamente por alguns falsos e hipócritas republicanos, é até complicado falar que a culpa de tudo é do Estado.

Mas a verdade, para quem deseja realmente lutar contra o extermínio dos jovens negros brasileiros, é essa, o Estado brasileiro é o grande responsável.

Quando afirmo, e muitos especialistas dizem o mesmo, que o Estado é o responsável, não estou dizendo que é o governo da presidenta Dilma Roussef; longe disso, Dilma é uma das grandes incentivadoras para que o Brasil combata fortemente essa prática deplorável, mas, ela hoje está no governo de um Estado que Mata jovens negros e pobres todos os dias, e isso é um problema que precisa ser enfrentando.

Quando falamos de Estado, queremos falar de toda a estrutura, União, Estados, Distrito Federal e mais de 5.600 municípios. Portanto, o Estado que queremos jogar no debate é uma engrenagem gigantesca, onde os governadores e os prefeitos, têm suas responsabilidades, uns mais que outros, pois, muitos estão correndo atrás do prejuízo e criando condições políticas, econômicas, sociais e educacionais para combater a matança de nossos jovens.

Eu, que sou apenas um professor, e muitos e muitas especialistas, vivemos dizendo: A Educação Pública precisa ser apoiada, precisa receber os recursos necessários e não serem retirados como está acontecendo a nível de governo federal, estadual e em muitos municípios.

Em alguns Estados governados pelo PSDB - Pará, Paraná, Goiás, São Paulo -, a situação é profundamente lastimável, estão sendo fechadas centenas de escolas públicas, quando deveríamos nos preocupar em abrir mais e mais.

Com informações:

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/05/letalidade-da-pm-em-sp-e-maior-nos-ultimos-12-anos-no-1-trimestre.html

MP denuncia policiais militares pela morte de cinco jovens no Rio

na Rede Brasil Atual

PM's vão responder por cinco homicídios qualificados, duas tentativas de homicídio qualificados, fraude processual por modificar a cena do crime e posse de arma com numeração adulterada

por Douglas Corrêa, da Agência Brasil

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Parentes e amigos enterram os corpos dos cinco jovens mortos por disparos de policiais militares

Rio de Janeiro – Os quatro policiais militares acusados pela morte de cinco jovens no Rio, foram denunciados onem (14) pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Eles vão responder por cinco homicídios qualificados, duas tentativas de homicídio qualificados, fraude processual por modificar a cena do crime e posse de arma com numeração adulterada.
Antônio Carlos Gonçalves Filho, Fabio Pizza Oliveira da Silva, Thiago Resende Viana Barbosa e Marcio Darcy Alves dos Santos  estão envolvidos no assassinato de  cinco jovens, em Costa Barros, na zona norte do Rio, acesso ao Morro da Pedreira, na noite do último dia 28 de novembro.

Na denúncia feita ao Segundo Tribunal do Júri, a 1ª Promotoria de Justiça diz que a morte dos cinco jovens ocorreu por motivo torpe, pois os agentes da lei acreditavam que os rapazes dentro do carro tinham ligação com outro com crime.  Os policiais fizeram dezenas de disparos com armas de grosso calibre contra jovens desarmados dentro de um Palio.

O promotor Fabio Vieira dos Santos diz que os policiais militares inovaram artificiosamente a cena do crime de modo a induzir o perito e juiz ao erro. Além disso, a mudança da cena do crime auxiliaria com o falso depoimento prestado na polícia, quando afirmaram “que as vítimas portavam armas e dispararam contra os agentes da lei. Os acusados ainda usaram luvas e alteraram o local inserindo um simulacro de arma de fogo (arma de brinquedo) próximo à roda direita do Palio”.

domingo, 13 de dezembro de 2015

AI-5, o lado mais sombrio e violento da Ditadura Militar no Brasil

por José Gilbert Arruda Martins

Há 47 anos, a ditadura militar inaugurava com a edição do AI-5, a face mais obscura e violenta do regime, os historiadores defendem, que foi o golpe dentro do golpe.





O AI-5 fechou e regime de vez, instalou uma política de caça às bruxas, com fechamento do Congresso, cassação de direitos políticos, prisões, torturas e assassinatos.

Hoje, apoiados pelo PSDB do Sr. FHC e pelo DEM, os coxinhas vão às ruas pedir a derrubada do governo e a volta da ditadura militar.

Quem é o coxinha?

Na minha modesta e incompleta opinião (muita gente tem muito mais a dizer sobre o tema), o coxinha é o analfabeto político, aquele mesmo do grande poeta e dramaturgo alemão Beltolt Brecht.

O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Bertolt Brecht

Mas o coxinha consegue ir além, é um analfabeto histórico, um tolo, um "Maria vai com as outras", pois, se soubesse da história, nunca seria um a mais a pedir o retorno da ditadura militar.

O burro do coxinha não sabe, mas, apesar de todos os problemas que temos, por exemplo, na América Latina, foi exatamente na democracia, que avançamos e melhoramos a vida da maioria do povo, inclusive, o imbecil coxinha é tão burro, que até o fato dele poder ir às ruas hoje, só é possível, devido a existência do regime democrático.

O palerma do coxinha, precisa saber que, quando João Goulart sofreu o golpe e os militares instalaram a ditadura, o país lutava para implantar reformas democráticas que beneficiariam toda a sociedade, não apenas os mais pobres.

O imbecil do coxinha desconhece que, tudo que construímos em cerca de 19 anos de governos eleitos (1945 a 1964), que ajudaram o Brasil a alcançar patamares mais altos rumo à construção da civilidade, foram jogados no lixo da história com a ditadura e o AI-5.

Eu sei, é pedir demais para um coxinha "cabeça de vento".

"Para que a democracia não definhe e possa crescer, a América Latina precisa trabalhar incansavelmente para que as instituições democráticas, das legislaturas às autoridades locais, sejam transparentes, prestem contas dos seus atos e desenvolvam as aptidões e capacidades necessárias para desempenhar suas funções fundamentais."  (Mark Malloch Brown - PNUD)

Não existe felicidade na ditadura, a história brasileira recente (1964 - 1985) mostrou concretamente isso.

Que, pelos próximos 47 anos, apesar de todo ódio e burrice coxinha, a democracia possa continuar dando condições para que possamos lutar, usando as armas democráticas da política e da reação nas ruas, para construirmos, cada dia mais, um país melhor, justo para cada um dos brasileiros e brasileiras.


DOCUMENTÁRIO BOMBÁSTICO: QUEM PATROCINA O GOLPE NO BRASIL???

sábado, 12 de dezembro de 2015

A Folha de S. Paulo descobriu a roda ( a Corrupção do "Petrolão" começou no governo de FHC)

por José Gilbert Arruda Martins

Com a decisão da Folha de S Paulo, que esta semana, resolveu, enfim, falar um pouco da origem da corrupção na Petrobrás, mostrando aos seus leitores, que o chamado "petrolão" nasceu no governo FHC (PSDB/SP),podemos, agora, levar o debate da corrupção à sociedade.





A Folha divulgou o que toda a imprensa, os políticos e o PSDB, já sabiam: Não foi no governo do PT que começou a roubalheira e sim no governo entreguista do FHC. 

Talvez agora, o povão, que vive ligado na porcaria da TV aberta, principalmente a globo, revista veja, época etc., entenda de vez que o problema da corrupção não é única e exclusivamente de um partido, mas da maioria deles.

A corrupção no Brasil, que drena bilhões de reais/ano das políticas sociais, recursos que deveriam chegar à educação, à casa própria à renda do trabalhador, é, talvez, um dos nossos piores e mais nefastos problemas.

O Ministério Público e toda a estrutura da justiça no país, não pode continuar, reforçando atitudes golpistas e de ódio, de uma parte das elites, estas mesmas elites que nunca se importaram com a corrupção, que viveram e ainda vivem dela.

O MP e toda a justiça, precisa ser imparcial, técnico e levar a cabo e a termo, toda e qualquer corrupção, e não selecionar, de forma irresponsável, como vem acontecendo.

A atitude do jornalão Folha de S Paulo em divulgar uma matéria mostrando que a corrupção na Petrobrás tem um pai: FHC (PSDB), talvez, seja um início para que a velha e golpista mídia brasileira, comece a fazer, pelo menos em parte, o que uma verdadeira imprensa faria neste caso, divulgar, debater e ser imparcial, ajudando e não atrapalhando o país como sempre fez.

Talvez é chegado a hora, de os desinformados, e aí entra todo tipo de gente, não apenas o povão, começarem a refletir em casa com a família, nas igrejas, nos locais de trabalho etc. que o mal da corrupção que, infelizmente é um câncer em estágio metastático, não é de apenas um partido, de uma autoridade, de uma pessoa, e sim, de um sistema político e de uma sociedade, que muitas vezes não respeita o básico, no seu dia a dia.

A Folha de S Paulo, sem querer, pode estar fazendo, pela primeira vez, um serviço ao povo e à nação; a corrupção no Brasil é sistêmica.

E um dos fatores, que mais colaboram para isso, é exatamente o financiamento privado de campanha, que precisa ser entendido e debatido pela sociedade. 

O financiamento empresarial é um dos mais fortes e importantes canais de corrupção no Brasil, e precisa ser conhecido, combatido e destruído.

A financiamento privado, alimentou e alimenta praticamente 100% da corrupção em grande escala no país.

Políticos como Delcídio do Amaral (PT-MS), que, quando era do PSDB, foi colocado na Petrobrás pelo governo FHC, Aécio Neves (PSDB-MG), envolvido em desvio de dinheiro público com a construção do aeroporto do tio, com Furnas etc.; Covas (PSDB), Serra (PSDB) e Alckmin (PSDB), envolvidos até o cabelo daquele lugar, com desvio de dinheiro público, no denominado "trensalão do PSDB", etc., Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vem desde a década de 1990 envolvido em falcatruas...etc., são exemplos claros de como a corrupção é um fenômeno enraizado na administração pública.

As grandes empresas, daqui, e, principalmente do exterior, não podem continuar pautando as votações no Congresso Brasileiro, o financiamento privado permite esse absurdo.

A corrupção é cabralina, todos aqueles que desejam debatê-la com seriedade sabem ou deveriam saber desse fato. 

Se, hoje, políticos e grandes empresários estão sendo presos e punidos, se deve, em muito, aos mecanismos e condições que foram dadas nos últimos anos para que isso ocorra.

A corrupção além de cabralina, está entranhada, de forma minúscula também no dia a dia da sociedade como um todo. 

Quando você faz uma manobra com seu carro na contra mão, quando recebe algum tipo de pequena vantagem, recebe um troco a mais e não devolve, quando fura a fila do banco etc. etc. etc., você também está corrompendo ou sendo corrompido.

A corrupção é sistêmica, não apenas porque está entranhada em todas as esferas do Estado, da administração direta à indireta dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário, ela é sistêmica, também, porque está no DNA da sociedade.

A diferença é que a corrupção dos políticos na administração pública, envolve grandes vultos e, por isso, o impacto social é incomensurável.

A mídia manipuladora, enfim, parece que deu um ponta pé fundamental para debatermos de verdade a corrupção no Brasil.

Esperamos que não seja mais uma manobra das elites rentistas contra o povo e a nação.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Brasília Debate "Desenvolvimento Econômico, Distribuição de Renda e Avanços Sociais"

por José Gilbert Arruda Martins

Nesta terça-feira (08/12), estivemos no Teatro dos Bancários, 314/315 Sul, para participar da Palestra/Debate, com o Prof. Dr. Márcio Pochmann da Unicamp, com o tema: Desenvolvimento Econômico, Distribuição de Renda e Avanços Sociais".

O "Brasília Debate", é mais um evento patrocinado e organizado pelo Sindicatos dos Bancários de Brasília.

Foto: PG


A viagem que o professor Márcio Pochmann nos proporcionou, expondo de forma brilhante e didática cerca de 500 anos de história brasileira, com pinceladas na história mundial, citando a Europa, a Ásia e os EUA, é para quem gosta e ama entender esse grandioso país.

Apesar de, em alguns momentos, a fala do professor, apesar de um tema norteador, soar para mim, como um vento de mar, uma hora vinha de um lado, em outra...Apesar do aparente turbilhão de palavras, ideias, informações e conceitos, ele conseguia a todo momento, trazer ao ponto principal que era, mostrar como o desenvolvimento econômico e social do Brasil foi construído, como tudo no sistema capitalista, para enriquecer uns poucos em detrimento de uma maioria de miseráveis e famintos.

Muito bom mesmo. Enquanto as elites preparam o golpe, aproveitamos o momento, para pensar o Brasil que era e o Brasil que estamos construindo.

Claro, não pode ser diferente, estamos também nos preparando para o enfrentamento aos golpistas.

Márcio Pochmann é presidente da Fundação Perseu Abramo, é economista e professor da Unicamp, com pós-doutorado nos temas de relações de trabalho e políticas para a juventude.

A palestra iniciou com uma panorâmica histórica muito interessante, onde os presentes puderam relembrar e conhecer um pouco das relações de trabalho e relações políticas do Brasil, principalmente dos últimos 200 anos.

Nessa panorâmica, o professor destacou as mudanças políticas, de Colônia para Império, de Império, através de um golpe civil, para a República, e, para variar, todas as mudanças de sistemas feitas com ou para as elites em detrimento dos escravos e trabalhadores em geral.

Destacou o acumulo de riqueza dos cafeicultores, a República Velha e o domínio político econômico de MG e SP; a ascensão de Getúlio Vargas, que se juntou ao que existia mais próximo de uma esquerda na época que eram os tenentes; as contradições de Getúlio, que assumiu com os tenentes e "namorou" os integralistas, os alemães, depois caiu nos braços dos EUA...




MUSEU DO LOUVRE EM 360 GRAUS

no PhotoTravel360

Fotografias belíssimas do fotógrafo Nelson Maiero em Paris. Bom de ver. de curtir!

Pessoalmente meu local favorito em Paris é o Museu do Louvre. Por isto, ao escolher um hotel procuro algum nas redondezas de tal forma que possa caminhar na área externa do Louvre todos os dias, o que oferece uma série de belas coisas a serem vistas, como o Arco do Triunfo do Carrossel, as Pirâmides de vidro, a estátua de Joana D’Arc, etc .


pirâmides do Louvre

Como consequência desta minha atração pelo Louvre não perco uma chance de visita-lo, e desta forma estou sempre atualizando este post. Desta vez, estou incluindo fotos panorâmicas 360 graus do Museu, tanto do exterior tanto do interior, onde a proibição do uso do tripé complica este tipo de fotografia, espero que as mesmas lhe ajudem a mergulhar no Louvre e ver um pouco mais de detalhes desde que é em minha opinião o melhor Museu para se visitar.
O passeio ao Museu começa logo no seu acesso, onde podermos ver a os prédios que compõem o complexo e a famosa Pirâmide de vidro do Louvre, que evocando uma entidade histórica como as Pirâmides, dá um ar de modernidade ao Museu. Sendo assim, seja durante o dia ou durante a noite, não perca a oportunidade de visitar o Louvre.
Pirâmide do Louvre e suas fontes
pôr do sol no Louvre
Louvre ao Anoitecer
Uma caminhada noturna por entre as pirâmides do Louvre sempre rendem boas fotos
Uma caminhada noturna por entre as pirâmides do Louvre sempre rendem boas fotos
Abaixo a pirâmide invertida no Carrossel do Louvre, bom local para fazer compras, comer algo e comprar seu ingresso em uma das máquinas de auto atendimento.
Como primeiro passo para uma boa visita ao Louvre aconselho uma olhada no site oficialhttp://www.louvre.fr , lá você encontra informações sobre horários de funcionamento e preços dos ingressos. As quartas e sextas-feiras o museu fica aberto até as 21h45 e para mim estes são os melhores dia para a visita, pois temos mais tempo. Outra opção é o primeiro domingo de cada mês, quando o ingresso é gratuito. E uma informação importante: o Museu do Louvre não abre às terças-feiras, sendo assim programe outro dia.
A própria entrada sob a grande Pirâmide de vidro se transforma em uma atração. As várias bilheterias, todas tomadas por longas filas assustam e te fazem perder tempo, sendo assim, procure uma das máquinas de auto atendimento e compre seu ingresso usando o Cartão de Crédito.
interior da Pirâmide do Louvre – esta foto foi feita após o fechamento das bilheterias, por isto não temos as longas filas
Entrada principal do Museu, aqui se tem acesso às 3 alas
Andar pelo Louvre é um mergulho em séculos de cultura. Estátuas, esculturas, pinturas, obras de arte de várias partes do mundo…é de tirar o fôlego. De qualquer forma, tenha muita disposição e aproveite os milhares de metros de suas galerias. Uma dica, é alugar um guia virtual que conta a história de obras expostas. Basta digitar o número de cadastro existente em algumas obras e o guia (atualmente uma espécie de Ipod) irá lhe contar vários detalhes interessantes a respeito da obra, artista e momento político, social e cultural da época. Como usual, o português não é uma das opções, mas você pode escolher o inglês, espanhol ou quem sabe japonês…
O Museu é dividido em 3 alas (Richelieu, Denon e Sully), e o ingresso da acesso a todas, sendo assim, mantenha-o com você pois para entrar em uma nova ala será necessário mostrá-lo.
Paris-maio2010-2798
A Deusa Hathor e o Rei Sety I – Vale dos Reis, tumba de Sety I (1303 – 1290 AC) – térreo da Ala Sully
Este menino lutando com um ganso é, na minha opinião,  um dos pontos altos do museu:
A escultura abaixo, Femme Voilée de Antonio Corradini é uma de minhas favoritas, o artista conseguiu representar o rosto de uma mulher sob um véu…fantástico !!!
Estátua Venus de Milus, ano 100 AC - andar térreo da Ala Sully
Estátua Vênus de Milus, ano 100 AC – andar térreo da Ala Sully
Escravos de Michelangelo – quase destruídos pela impossibilidade do acabamento perfeito
Estátuas do Império Persa e Assírio na ala Richelieu (veja abaixo foto em 360 graus):
“The Sabine Woman” de Jacques Louis Davi – Ala Denon, primeiro andar, sala 75
A Balsa da Medusa de Théodore Géricault (1819) - primeiro andar da Ala Denon - sala 77
A Balsa da Medusa de Théodore Géricault (1819) – primeiro andar da Ala Denon – sala 77
Pierrot, pintura de Antoine Watteau (1717) – segundo andar da Ala Sully
Louis XIV, Rei da França (1701), de Hyacinthe Rigaud – segundo andar da Ala Sully
A trapaça (com ases de ouros) – Pintura de Georges de La Tour de 1635 – na sala 28, no segundo andar da Ala Sully
Gabriele d'Estrées e uma de suas irmãs no banho (1595) de Fontainebleau School - sala 10, no segundo andar da Ala Richelieu
Gabriele d’Estrées e uma de suas irmãs no banho (1595) de Fontainebleau School – sala 10, no segundo andar da Ala Richelieu
Mona Lisa
O que eu gosto de fazer, após dar uma rápida olhada na Mona Lisa, é parar em frente ao grande quadro que fica nesta mesma sala. O “Jantar de Casamento em Caná” é uma pintura gigantesca de Paolo Caliaricom incríveis 6,77 x 9,94 metros, é a maior pintura exposta no Louvre. Neste quadro temos além de Jesus, sentado ao centro, sua mãe bem ao seu lado, bem como seus discípulos. Pare alguns minutos e veja se você consegue achar o cachorrinho andando sobre a mesa.