terça-feira, 29 de setembro de 2015

Eleição Conselho Tutelar da Asa Sul - Locais de Votação


Domingo é Dia de Exercer a Cidadania, saia de Casa e Vote na Eleição para o Conselho Tutelar. O país inteiro vai estar em Festa Democrática, a eleição Nacional irá eleger 30 mil novos Conselheiros.

No Distrito Federal serão 200 novos Conselheiros, Participe!!!
Na Asa Sul Vote professor Gilbert.




Eleição do Conselho Tutelar - Como saber onde irei votar?

por José Gilbert Arruda Martins

Atenção eleitores e eleitoras da Asa Sul, locais de votação divulgados, leia abaixo:

Dia 04 de Outubro Vote Prof. Gilbert n° 012267

Zona : 1ª      

Localidade abrangida:  ASA SUL     

Local de votação:  CEM ELEFANTE BRANCO SGAS 908 MOD 25/26 - ASA SUL          

                   CEM SETOR LESTE SGAS 611/612 - CONJUNTO E - ASA SUL

                    

Todo mundo diz que as crianças têm direito a um montão de coisas, tem mesmo...

por José Gilbert Arruda Martins


O Professor Gilbert é Candidato ao Conselho Tutelar da Asa Sul
A Eleição Será no Próximo Domingo 04 de Outubro. Compartilhe Esta Ideia!

Toda criança tem direito a proteção especial, e a todas as facilidades e oportunidades para se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade.

A Declaração dos Direitos da Criança

por José Gilbert Arruda Martins


Criança é Para Cuidar, Proteger, Zelar por seus Direitos
Desenho De Crianças, Início, Árvore
Dia 04 de Outubro Vote prof. Gilbert, n° 012267

Todo mundo diz que as crianças têm direito a um montão de coisas. Foi durante a Assembléia Geral das Nações Unidas, no dia 20 de novembro de 1959, que representantes de centenas de países aprovaram a Declaração dos Direitos da Criança. Ela foi adaptada da Declaração Universal dos Direitos Humanos, só que voltada para a criançada! Mas, é muito difícil a luta para que esses direitos sejam respeitados. A Declaração dos Direitos da Criança tem 10 princípios que devem ser respeitados por todos para que as crianças possam viver dignamente, com muito amor e carinho. Nós brasileiros temos o dever de proteger e valorizar nossas crianças pois não devemos esquecer que elas serão o nosso futuro.

PRINCÍPIO 1º

Toda criança será beneficiada por esses direitos, sem nenhuma discriminação por raça, cor, sexo, língua, religião, país de origem, classe social ou riqueza. Toda e qualquer criança do mundo deve ter seus direitos respeitados! 

PRINCÍPIO 2º

Toda criança tem direito a proteção especial, e a todas as facilidades e oportunidades para se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade.
 

PRINCÍPIO 3º

Desde o dia em que nasce, toda criança tem direito a um nome e uma nacionalidade, ou seja, ser cidadão de um país.

PRINCÍPIO 4º

As crianças têm direito à crescer com saúde. Para isso, as futuras mamães também têm direito a cuidados especiais, para que seus filhos possam nascer saudáveis. Toda criança também têm direito a alimentação, habitação, recreação e assistência médica!

PRINCÍPIO 5º

Crianças com deficiência física ou mental devem receber educação e cuidados especiais! Porque elas merecem respeito como qualquer criança!

PRINCÍPIO 6º

Toda criança deve crescer em um ambiente de amor, segurança e compreensão. As crianças devem ser criadas sob o cuidado dos pais, e as pequenas jamais deverão separar-se da mãe, a menos que seja necessário. O governo e a sociedade têm a obrigação de fornecer cuidados especiais para as crianças que não têm família nem dinheiro para viver decentemente.

PRINCÍPIO 7º

Toda criança tem direito de receber educação primária gratuita, e também de qualidade, para que possa ter oportunidades iguais para desenvolver suas habilidades. E como brincar também é um jeito gostoso de aprender, as crianças também têm todo o direito de brincar e se divertir!

PRINCÍPIO 8º

Seja em uma emergência ou acidente, ou em qualquer outro caso, a criança deverá ser a primeira a receber proteção e socorro dos adultos. 


PRINCÍPIO 9º

Nenhuma criança deverá sofrer por pouco caso dos responsáveis ou do governo, nem por crueldade e exploração. Nenhuma criança deverá trabalhar antes da idade mínima, nem será levada a fazer atividades que prejudiquem sua saúde, educação e desenvolvimento. 


PRINCÍPIO 10º

A criança deverá ser protegida contra qualquer tipo de preconceito, seja de raça, religião ou posição social. Toda criança deverá crescer em um ambiente de compreensão, tolerância e amizade, de paz e de fraternidade universal.


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Eleição Conselho Tutelar dia 04 de Outubro, Informações.

CONSELHO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Edital nº 8, de 11 de setembro de 2015

Eleição Conselho Tutelar da Asa Sul dia 04 de Outubro, VOTE
Prof. Gilbert número 012267

O CONSELHO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DO DISTRITO FEDERAL – CDCA/DF

CONSIDERANDO a necessidade de assegurar o voto para todos os eleitores do Distrito Federal, conforme previsto no item 12.2 do Edital nº 02/2015, Comissão do Processo de Escolha resolve:

Art. 1º - Informar que a eleição será feita por blocos, conforme Anexo deste Edital. 
Art. 2º - A composição das Regiões Administrativas em blocos se fez necessário apenas para conciliar as áreas de abrangência dos Conselhos Tutelares com o cadastro das zonas eleitorais fornecido pelo Tribunal Regional eleitoral. 
Art. 3º - Os blocos de votação foram definidos a partir da Região Administrativa, tendo o eleitor o direito de votar em 1(um) candidato a Conselheiro Tutelar da sua Região Administrativa. 
Art. 4º - O candidato deverá fazer campanha apenas na área de atuação do Conselho Tutelar ao qual concorre. 
Art. 5º - Caberá ao eleitor votar onde seu título de eleitor esteja registrado conforme cadastro no Tribunal Regional Eleitoral. 
Art. 6º - As urnas serão alimentadas com os candidatos das Regiões Administrativas conforme grupos indicados no Anexo deste Edital.

Bloco I

1ª Zona Eleitoral 

ABRANGÊNCIA: Asa Sul. 

2ª Zona Eleitoral 

ABRANGÊNCIA: Paranoá, Itapoã, Lago Norte, Varjão, Taquari e Granja do Torto. 

5ª Zona Eleitoral 

ABRANGÊNCIA: Sobradinho, Sobradinho II, Setor de Mansões de Sobradinho, Posto Colorado, Fercal, Catingueiro, Córrego do Ouro, Queima Lençol, Engenho Velho e Capão da Eva. 

6ª Zona Eleitoral 

ABRANGÊNCIA: Planaltina, Núcleo Rurais: Tabatinga, Rio Preto, Piripipau II, São José, Altamir, Santos Dumont, Cerâmica Reumidas Dom Bosco, Estância, Lagoinha, Rajadinha, COPERBRAS, Barra. 

14ª Zona Eleitoral 

ABRANGÊNCIA: Asa Norte e Vila Planalto. 

18ª Zona Eleitoral 

ABRANGÊNCIA: Lago Sul, São Sebastião e Jardim Botânico. 

11ª Zona Eleitoral 

ABRANGÊNCIA: Cruzeiro Velho, Cruzeiro Novo, Octogonal, SMU, Setor de Abastecimento Norte, Setor Sudoeste e Setor de Indústrias Gráficas Obs: Sudoeste/ Octogonal , Cruzeiro

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

por José Gilbert Arruda Martins

Surgiu como um avanço do Código de Menores, de 1979, e da Convenção sobre os Direitos da Criança, de 1989, que já objetivavam os resguardos das garantias dos direitos infanto-juvenis.
 

O Estatuto não apenas reconhece os princípios da convenção, aprovada em uma assembléia das Nações Unidas, mas os desenvolve, convencido de que a criança e o adolescente são merecedores de direitos próprios e especiais.

O trabalho do ECA é desenvolver os artigos referentes à criança e ao adolescente presentes na Constituição Federal brasileira e garantir que esses direitos não sejam apenas palavras no papel.


Compromisso da Sociedade

O Artigo 4º do Estatuto, baseado no artigo 227 da Constituição Federal de 1988, estabelece que é dever de todos assegurar o bem-estar físico, psicológico e moral da criança e do adolescente. Ambos determinam que cabe à família, à sociedade e ao Estado garantir o cumprimento dos direitos fundamentais – direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais – dos menores de 18 anos, tratando esses direitos com prioridade absoluta.
Tanto a Constituição quanto o Estatuto priorizam a Proteção Integral da criança e do adolescente, garantindo o acesso à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
O ECA, em seu Artigo 5º, condena qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punindo na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos direitos fundamentais. Já o Artigo 7º fala da efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso da criança e do adolescente, em condições dignas de existência.

Conheça Mais um Pouco do Conselho Tutelar

O atendimento integral à saúde dos mesmos é assegurado no Artigo 11 por intermédio do Sistema Único de Saúde. No 13 fica claro que devem ser comunicados ao Conselho Tutelar quaisquer suspeita ou confirmação de maus-tratos contra a criança e o adolescente.No Artigo 15 a liberdade, o respeito e a dignidade são confirmados como direito das crianças e adolescentes. O direito à educação é estabelecido no 53 e o trabalho infantil é condenado no Artigo 60. O 80 diz que os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realize apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público. De acordo com o Artigo 132 cada município deve ter no mínimo um Conselho Tutelar.


Família Substituta

Os Artigos 20, 28, 46, 48 e 50 tratam da adoção. Deixam claro que a criança adotada não pode ser discriminada; que a colocação em família substituta deve ser feita mediante guarda, tutela ou adoção; que deve ocorrer o estágio de convivência antes de a criança ou adolescente ser adotado e que deve haver em cada comarca um registro das crianças e a adolescentes em condições de serem adotadas. O 48 artigo estabelece que a adoção é irrevogável. No 70 artigo é reforçado o dever de todos de prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente.

Marcinha Latão, Chef de Prima

por José Gilbert Arruda Martins

Hoje visitei UMA Chef  de "colher cheia", minha prima, Marcinha Latão, no evento "Chef nos Eixos".

A Chef Márcia Latão em Ação ontem no "Chef nos Eixos"

"O Chef nos Eixos, evento ao ar livre que oferece alta gastronomia a um preço acessível, aconteceu neste domingo (27), das 10h às 17h, no Eixão Norte, altura das quadras 111/211, em Brasília. Os chefs que participam oferecem suas famosas criações a preços que variam entre R$10 e R$20."

"Esta edição do evento deve reunir mais de 25 mil pessoas e contará com mais de 40 chefs renomados da gastronomia local. Alguns dos chefs que estarão nos eixos neste domingo são Marcello Piucco, do restaurante Fatti a Mano, Lui Veronese, do Cru balcão criativo, Guillaume Petitgas,d a La Boulangerie." e de Grajaú do Maranhão, Marcinha Latão.


Minha prima, a Chef em questão, encarou um desafio do tamanho da competência e da garra que essa mulher carrega consigo.

Trabalhar e fazer sucesso na área da Gastronomia, não é para qualquer um, muito menos em Brasília.

Um mercado disputadíssimo, com grandes e variados profissionais.

O mercado em Brasília é tão importante, que cursos e escolas surgem em profusão. O IESB, uma das faculdades particulares mais importantes da cidade, oferece o curso de gastronomia, a Universidade Católica idem.

"A gastronomia é uma ciência e arte a serviço da qualidade de vida. A área está em franca expansão e se aproximando das áreas técnicas de nutrição. 

Para o profissional, o trabalho com a gastronomia é visto como um potencial enorme para a inserção no mercado em restaurantes comerciais e hotéis, com desenvolvimento de produtos sofisticados, alimentos mais saudáveis e atraentes, tornando a culinária uma verdadeira obra de arte e proporcionando melhor qualidade de vidas às pessoas. 

O interesse pela gastronomia vem crescendo, o mercado é novo e está em expansão no DF e demais Estados do país e internacionalmente.

O mercado de trabalho para o profissional é amplo: restaurantes, confeitarias, padarias, lanchonetes, restaurantes, complexos de lazer (resorts), buffets, serviços de alimentação, hotéis, navios, companhias aéreas, enologia, crítica gastronômica, cathering, prestação de assessoria e consultoria, gerenciamento da área de alimentos e bebidas, entre outras."

Parabéns querida prima Márcia Latão, torcida é que não faltará.



Com informações:

* do R7 

www.ucb.br/Cursos/29Gastronomia/Mercado/



domingo, 27 de setembro de 2015

Os Desafios de Ser Adolescente no Brasil - Parte II

por José Gilbert Arruda Martins

Historicamente, a América Latina, e o Brasil, como o maior e mais importante país da região, foi considerada pelos especialistas, em uma espécie de "quintal" dos Estados Unidos da América. Os "irmãos" do Norte, fizeram o que bem entendiam na relação com essa parte da América.
Para o Conselho Tutelar da Asa Sul

O resultado, foi a construção de uma dependência econômica, financeira, tecnológica etc. absurda. E, na cauda dessa dependência, a região e seu povo, foi explorada até o último centavo.

O FMI, o Banco Mundial, o Clube de Paris, para citar apenas três agências, passaram a ditar quase 100% das regras econômicas e as Políticas Públicas.

O Brasil, como um país grande e, naturalmente rico, foi um dos mais explorados e, um dos que mais sofreram a exploração.

A exploração foi tão violenta, que, no início da década de 2000, o país tinha cerca de 52 milhões de miseráveis.

Desses 52 milhões de famintos, despossuídos, é claro, grande parte era de jovens.

Moradores de palafitas, casebres feitos de papelão e plástico, das grandes cidades, como, principalmente, São Paulo, Rio...

"O Brasil possui uma população de mais de 200 milhões de pessoas, dos quais 60 milhões têm menos de 18 anos de idade, o que equivale a quase um terço de toda a população de crianças e adolescentes da América Latina e do Caribe. São dezenas de milhões de pessoas que possuem direitos e deveres e necessitam de condições para se desenvolverem com plenitude todo o seu potencial.

Contudo, as crianças são especialmente vulneráveis às violações de direitos, à pobreza e à iniquidade no País. Por exemplo, 29% da população vive em famílias pobres, mas, entre as crianças, esse número chega a 45,6%. As crianças negras, por exemplo, têm quase 70% mais chance de viver na pobreza do que as brancas; o mesmo pode ser observado para as crianças que vivem em áreas rurais. Na região do Semiárido, onde vivem 13 milhões de crianças, mais de 70% das crianças e dos adolescentes são classificados como pobres. Essas iniquidades são o maior obstáculo para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) por parte do País.

O Brasil está no rumo de alcançar o ODM 4, que trata da redução da mortalidade infantil. O País fez grandes avanços – a taxa de mortalidade infantil caiu de 47,1/1000, em 1990, para 19/1000, em 2008. Contudo, as disparidades continuam: as crianças pobres têm mais do que o dobro de chance de morrer, em comparação às ricas, e as negras, 50% a mais, em relação às brancas.

A taxa de sub-registro de nascimento caiu – de 30,3% (1995) para 8,9% (2008) – mais ainda continua alta nas regiões Norte (15%) e Nordeste (20%)."

Com informações do Unicef



Universidade oferece curso sobre a série ‘Game of Thrones’

no Catraca Livre
“The summer is coming”. Um dos cursos de verão da Universidade da Califórnia, em Berkeley, é sobre a aclamada série de TV Game of Thrones, exibida pela HBO (que deixou muita gente triste no último episódio da quinta temporada). O programa é baseado na série de livros “As Crônicas de Gelo e Fogo”, de George R. R Martin.
O curso joga luz sobre o lado histórico da série e de como a fantasia é usado nesse fim. O programa das aulas também foca nas teorias e polêmicas envolvendo relações de poder, estupros, mortes e a imagem da mulher retratada no enredo.
Reprodução
Reprodução
"Game of Thrones" é uma das séries mais vistas e pirateadas da TV mundial
Os sortudos que participarem do curso poderão conferir de perto restos mortais reais de lobos pré-históricos, os quais serviram de inspiração para a elaboração das criaturas mostradas nos livros.

Universidade penaliza alunos que utilizam termos preconceituosos

no Catraca Livre
Universidade do Estado de Washington, nos EUA, vai penalizar estudantes que utilizarem termos discriminatórios dentro da classe. Quem falar expressões como “imigrantes ilegais” ou “homem de cor” serão punidos com a diminuição da nota.
Tais termos foram proibidos por se tratar de um linguajar opressivo e odioso. Essas especificações estão descritas no tópico Course Notes and Policies, do plano de estudos “Women & Popular Culture”.
Reprodução
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“Imigrantes ilegais” ou “homem de cor” são termos para ser evitados
Elaborado pela professora Selena Lester Breikss, no documento consta que "o uso de linguagem racista, sexista, homofóbica, transfóbica, xenófoba, classista ou ofensiva em geral não será tolerado na sala de aula". Leia na íntegra aqui.

sábado, 26 de setembro de 2015

Os Desafios de Ser Adolescente, Pobre e Negro no Brasil - Parte I

por José Gilbert Arruda Martins

Viver a adolescência na América Latina é um dos maiores desafios que um jovem pobre pode ter pela frente. A região é uma das mais pobres e desiguais do planeta. O Brasil é um dos mais importantes países dessa parte do mundo. Mas, apesar da sua importância, é também um dos que mais matam.

Adolescentes e jovens morrem no trânsito caótico, na violência das drogas, mas, também, por força de uma verdadeira política estatal de extermínio.

É isso mesmo, estatal. É o Estado, usando sua força de repressão "legal" para exterminar jovens pobres e negros nas periferias, principalmente das grandes cidades do país.

Vamos ao logo dos próximos dias, postar aqui nesse espaço democrático, uma síntese do Relatório do Unicef sobre a situação dos adolescentes do país.

Vamos aproveitar para falar um pouco, também da América Latina, região importante para cada um de nós.


Por Marie-Pierre Poirier 

"Com este relatório sobre a Situação da Adolescência Brasileira 2011, o UNICEF convida para uma reflexão sobre um novo olhar para a adolescência, que desloca o discurso que só vê a adolescência como um “problema” para vê-la com uma oportunidade de desenvolvimento

Os 21 milhões de adolescentes representam para o País um quadro singular de energias e possibilidades. Mas para realizá- -las deve-se conhecer e reconhecer que um conjunto de vulnerabilidades, presentes na sociedade, afetam de maneira mais grave os adolescentes. Além disso, o relatório aponta as desigualdades que fazem com que, entre os adolescentes, há os que sofrem as maiores violações aos seus direitos.

Nascer branco, negro ou indígena, viver no Semiárido, na Amazônia ou numa comunidade popular nos grandes centros urbanos, ser menino ou menina, ter deficiência ainda determinam de  forma cruel as possibilidades que os adolescentes têm de exercer seus direitos à saúde, à educação, à proteção integral, ao esporte, ao lazer, à convivência familiar e comunitária. Tais vulnerabilidades e desigualdades precisam ser enfrentadas e superadas.

O Brasil não será um país de oportunidades para todos enquanto um adolescente negro continuar a conviver com a desigualdade que faz com que ele tenha quase quatro vezes mais possibilidades de ser assassinado do que um adolescente branco; enquanto os adolescentes indígenas continuarem tendo três vezes mais possibilidades de ser analfabeto do que os outros meninos e meninas; ou ainda enquanto a média nacional das meninas de 12 a 17 anos que já engravidaram for de 2,8% e na Amazônia essa média continuar sendo de 4,6%. 

Enfrentar as desigualdades e reduzir as vulnerabilidades é, portanto, uma tarefa urgente. Isso só se faz, com escala e sustentabilidade, por meio de políticas públicas universais, para todos os adolescentes, e também de políticas específicas, desenhadas para essa fase especial da vida e para as diferentes condições de se viver as adolescências que hoje temos no Brasil. 

Neste relatório, apontamos algumas políticas já desenhadas e efetivadas no País, dirigidas aos adolescentes, como contribuição para a análise de conquistas e desafios e para reafirmar a importância dessas políticas. Tratamos ainda de uma condição fundamental para a realização do direito de ser adolescente, o direito de cada menina e menino à participação cidadã. 

Uma participação que promove o conhecimento e a ação, a mobilização e a transformação. Porque, além de um direito, a participação é uma poderosa aliada na geração de oportunidades de desenvolvimento e de enfrentamento das vulnerabilidades. 

Também é um caminho privilegiado para encontrarmos, junto com os adolescentes, respostas para as complexas questões que emergem para cada um de nós e para o mundo em que vivemos neste século 21. 

Este relatório traz ainda um capítulo denominado Chamada para a ação, uma contribuição para a identificação de temas e políticas que vão ajudar a fazer valer os direitos desses meninos e meninas com sua participação cidadã. 

O Brasil já mostrou que sabe e pode fazê-lo. Nos últimos 20 anos, implementou políticas fundamentais para a melhoria das condições de vida na infância, reduzindo a mortalidade infantil, combatendo a exploração da mão de obra de crianças e quase universalizando o acesso ao ensino fundamental. É chegada a hora de se ampliar e de se aprofundar essas conquistas, incluindo na agenda de prioridades dada às crianças, os adolescentes. 

Para o UNICEF, não há tempo como este. O Brasil tem diante de si a possibilidade de uma escolha transformadora: garantir o direito de ser adolescente a esses 21 milhões de cidadãos é assentar as bases para um País ainda mais forte, mais inovador e mais respeitado, porque mais justo e com mais equidade, na realização dos direitos dos cidadãos de até 18 anos.

Sou neguinha e daí

Por Dih Nizinga no Nós, Mulheres da Periferia
Neguinha, sempre quando a minha irmã mais velha, que se considera branca, se dirigia a mim quando éramos crianças, era desta forma que ela me chamava – “vem cá sua neguinha”. Ofensa, hostilizada, era desta forma que ela costumava brigar comigo. Para mim, a mais preta da minha casa, soava como ofensivo, me sentia muito mal e chorava muito, pois era a única com a cútis mais escura.
Dih Nizinga
Dih Nizinga
Minha mãe sempre nos dizia que eu não era neguinha, e sim moreninha, e fazia com que “neguinha” se tornasse ainda mais ofensivo para mim. Até que um dia eu decidi, nunca mais ninguém irá me chamar de neguinha. Com essa decisão, comecei a negar a minha raça. Quando a minha irmã mais velha gritava comigo me chamando de neguinha, me defendia como se isso fosse um xingamento e revidava.
Até que um dia comecei a ver que ser negra não era ruim, como me diziam, e o tomei a decisão mais importante da minha vida. Pouco me importa o que a minha irmã diz, o que me importa é ser quem eu sou: Negra. Desde então, assumi a minha cor e comecei a me orgulhar disso – sou Neguinha.
E hoje, a minha irmã me respeita e já não me chama de neguinha como se fosse uma forma ofensiva e sim carinhosa. Acredito que ela também tenha aceitado que é filha de negra, por mais que tenha a pele clara, também é negra ou afrodescendente.
Não importa mais a cor da pele e sim nossas raízes e isso deixo bem evidente para meus filhos e meus sobrinhos, filhos desta minha irmã, que, aliás, não tem os mesmos defeitos, ou talvez a mesma psicose que tínhamos quando criança.
Nós mulheres negras somos obrigadas desde criança a negar a nossa origem e aprendermos a nos comportar como brancas, quando é evidente, pela nossa melanina, traços fortes, cabelos enrolados, olhos castanhos ou pretos, traços de negra e não de branca, ou, ainda pior, moreninha, como a sociedade racista impõe.
Hoje sabemos a nossa origem e não sofremos mais uma psicose do distúrbio de identidade em que somos impostas. Sou Neguinha, e daí?!
Dih Nzinga (Edilene Nascimento), 33 anos. Mora na zona sul de São Paulo, no bairro Chácara Santo Amaro, na região do Grajaú. Estuda Relações Públicas.
Colabore você também com a gente. Envie seu texto paracontato@nosmulheresdaperiferia.com.br

Que horas ela volta? e os sonhos de minha mãe para mim

  no Nós Mulheres da Periferia
Regina Casé em "Que horas ela volta?" (Divulgação)
Depois de ler algumas críticas e muito ouvir sobre o filme “Que horas ela volta?”, de Anna Muylaert, resolvi que eu deveria assistir a este filme ao lado de quem realmente entende do assunto. Pois pra além da coincidência do nome Jéssica, eu também fui criada por uma empregada doméstica, minha mãe, dona Luzia Moreira. Que, aliás, até hoje dá um duro danado. Fiquei curiosa pra saber a opinião de alguém que realmente vive a questão no dia a dia desde os 14 anos de idade.
A personagem Val veio de Pernambuco, minha mãe do Paraná. Val não pôde trazer a filha para viver com ela, enquanto minha mãe veio com toda a família, inclusive a mãe Evarista, que, assim como a música de Chico, morreu na contramão atrapalhando o tráfego, para entregar a roupa passada a ferro para a patroa. Eu, assim como Jéssica, sou a primeira a quebrar o ciclo familiar e trocar a casa de família pela sala de aula.
O filme vai até a ferida da sociedade brasileira, onde a luta de classes é encoberta com a frase “você é quase da família”. O quase é a linha tênue que mantém a empregada na cozinha quando o dia é de festa. O quase é o andar que separa o quartinho sem ventilação do quarto luxuoso de hóspedes. O quase é o presentinho que substitui o salário digno, que sempre fica aquém daquilo que cada babá, empregada doméstica – mensalista ou diarista – realmente deveria receber segundo as leis que regem essas profissões.
Mas o “quase” é também a manutenção da terceirização do trabalho doméstico, o mesmo que deveria ser dividido igualmente entre os membros de uma família. E o patrão “trabalhador autônomo”, que bem aparece no filme, poderia muito bem levantar o corpo da cadeira e levar o prato até a cozinha, assim como as tantas outras atividades realizadas pela empregada Val – lavar, passar, guardar, acordar a família para o café. Todas poderiam muito bem ser divididas entre todos da casa, enquanto a “mãe-patroa” trabalha.
Regina Casé em "Que horas ela volta?" (Divulgação)
Regina Casé em “Que horas ela volta?” (Divulgação)
A maior parte das casas onde minha mãe trabalhou foram de pessoas de Perus, nosso próprio bairro. Todos de classe média. Nossos vizinhos ou até parentes. Claro que muitos deles com nível superior, alguma condição econômica mais elevada, mas ninguém era rico.
Minha mãe sempre disse que isso também era difícil, uma vez que o salário também não era dos mais altos, mas em compensação, a relação era mais de amizade que trabalhista, o que também abre margem ao “quase”. Quase amiga, quase empregada. Ao assistir ao filme, dona Luzia se revoltou com Val algumas vezes. Não gostou de sua passividade perante aos patrões. Me narrou um episódio no qual uma das patroas pediu para que ficasse até às sete da noite para limpar a casa. “Se o que você me pagasse valesse a pena, eu até ficava, né?”!. Certeira. Minha mãe aprendeu desde cedo que não se pode ser passiva diante das adversidades da vida. E tá aí alguma coisa que ela não enxergou em Val. “Eu não teria paciência pra continuar em um emprego como esse, não”.
A PEC das domésticas trouxe uma série de direitos a essas trabalhadoras, como a garantia de salário nunca inferior ao mínimo (hoje R$788) e jornada de trabalho nunca superior a 8 horas diárias. Em maio desse ano, o Senado aprovou outros sete benefícios, que vão de contrato de trabalho e multa em caso de demissão. O texto foi sancionado em junho pela presidenta Dilma Rousseff.
Assistir a esse filme com minha mãe é trazer à tona todas as suas memórias: de luta, cansaço, de dor. “Trabalhar em casa de família não é bom negócio para ninguém. Por mais legal que a família seja com a gente, a gente nunca é valorizada completamente. Nunca paga por tudo que trabalhamos. A gente faz demais dentro de uma casa. Você faz tudo por muito pouco. Tem dia que acordo e não tenho vontade de ir”. É a opinião da minha mãe, que, como a protagonista do filme, leva no corpo as dores diárias de quem se doa para uma casa que não a sua, uma família sem seus filhos.
Assim como Val, muitas são as mães da periferia que deixam seus filhos pela manhã para criarem os filhos das patroas até a noite virar. “Olha o filme, Val amou tanto o filho da patroa e a patroa não amou nem um pouquinho sua filha”.A troca não é mútua. O cuidado de um nem sempre é a valorização do outro.
De 2014 para 2015, decidi estudar inglês na Irlanda. Ao chegar do intercâmbio, em agosto, minha vizinha Célia, também empregada doméstica, me abraçou emocionada. “Oh você aí pra minha patroa ver que filha de empregada também faz intercâmbio. Ela, que pensa que lugar de filha de empregada é só na cozinha, ainda vai ver minha filha em Londres”, falou orgulhosa da filha que logo irá completar o ensino médio.
Eu, mais emocionada ainda, virei pra Célia e disse que, com certeza, sua filha vai para Londres ou qualquer outro lugar que ela desejar. Pois como Jéssica, eu só fui para a Irlanda onde, vejam, também fui babá, por ter tido o apoio dessa minha mãe guerreira. E foi como mãe que Luzia mais se enxergou em Val. Lembrou de quando eu passei na escola técnica, entrei na universidade e quando, finalmente, realizei o sonho de morar no exterior.
Embora bolsista do Prouni, eu só ingressei e permaneci na universidade porque dona Luzia sempre esteve na dianteira de minha vida, financeira ou emocionalmente. Porque ela me levava às 6h no ponto de ônibus para ir à escola técnica, nas ruas sem iluminação de Perus. E durante o ensino fundamental. E antes – até – quando, aos seis anos de idade, foi de sua camisa rosa que li a primeira palavra de minha vida – PA-KA-LO-LO – após ela brincar comigo de escolinha, ensinando-me as vogais.
Sei bem que muitas amigas de minha mãe não puderam estar presentes na vida de suas filhas como gostariam. Assim como Val no filme, para que tivessem uma vida melhor que a delas, essas mães – sempre doadoras de si próprias- abrem mão da maternidade com o coração nas mãos, mas com  o sonho de que suas crias serão maiores que elas puderam ser.
Nós, as novas mulheres graduadas vindas da periferia, somos as Jéssicas filhas da Luzia, filhas da Val, filhas da Célia, que, muitas vezes, acompanharam suas mães nos afazeres das casas dos outros. A força de trabalho que hoje surge das bordas da cidade como professoras, jornalistas, advogadas, dentistas, empresárias, tantas outras, vêm das mesmas mãos de quem lavou as roupas que nunca poderiam dar aos filhos. De quem sempre limpou a casa que não era sua. De quem aguentou calada ofensa só pra garantir aos filhos o sustento, a educação que a sociedade não lhe garantiu no passado.
Jéssica e sua mãe Luzia
Jéssica e sua mãe Luzia
Mas bonito mesmo é ver que o fato de Jéssica passar no vestibular serve como ponte definidora do empoderamento e autonomia de Val. Todo seu esforço em deixar a filha no nordeste para trabalhar e enviar dinheiro pra ela se tornam recompensados. Esse é o ponto alto da narrativa, é o processo contrário de filha empoderando mãe, mas num ato de retribuição, troca, presente esperado por toda a vida. Ponto alto dentro de mim também, de minha mãe ao meu lado, que, extasiada, quase deu um pulo da cadeira pra dizer “Olha Jéssica, lembrei de você, nas tantas vezes que você tava fazendo prova”. Quantas vezes ela me esperou quatro, cinco horas naqueles vestibulares inacabáveis? Quantas vezes ela e meu pai juntaram as moedas pra eu ler os livros recomendados. “Quantas vezes, enquanto eu passava roupa na casa da minha patroa, eu pedia a Deus, Jéssica, chorando, que você tivesse estudo”.
No mais, que haja cinema a céu aberto nas periferias para as nossas Vals terem acesso a uma história que pertence a elas, pois eu e minha mãe tivemos que tomar trem, metrô e ônibus para chegar até o local mais próximo.