Essa
matéria abaixo ajuda entender a importância de governos trabalhistas no Brasil.
O
que é governo trabalhista, voltado para os anseios da maioria e o que é governo
neoliberal, voltado aos interesses dos mais ricos e das empresas daqui e de
fora?
Getúlio
Vargas governou por dois momentos na história brasileira – de 1030 a 1945 e de
1950 a 1954 quando se matou.
No
primeiro governo foi ditador, entregou Olga Prestes à Gestapo (polícia política
de Hitler); foi também trabalhista, no governo dele foi criada a primeira Lei
Trabalhista do Brasil a CLT.
No
segundo governo foi criada a Petrobrás (1953), as realizações dos governos
trabalhistas demonstram muitas coisas, uma talvez seja a mais importante: Lei
de amparo à classe trabalhadora e indústrias de base, que permitiram o início
do desenvolvimento industrial brasileiro.
Grande
parte das empresas brasileiras criadas de 1942 até hoje foi vendida no governo
neoliberal de FHC na década de 90, no maior desmonte estatal já visto.
De
todo o parque industrial criado no Brasil nos últimos 70 anos, restou,
principalmente a Petrobrás.
O
que nos espera a eleição de 2014 em relação à questão da privatização?
Nos
governos lula da Silva – 2002 a 2010 e Dilma Roussef, presenciamos dois
governos preocupados em fortalecer o Estado e criando dezenas de políticas
públicas que beneficiaram principalmente os mais vulneráveis.
Entender
o que é um governo neoliberal, privatista e diferenciá-lo de governos
trabalhistas, voltados para a maioria é fundamental.
Você
que é trabalhador, trabalhadora, que não é rico, que luta todos os dias para
manter sua família, precisa procurar entender essa diferença.
Por
José Gilbert Arruda Martins (Professor)
Fonte: site da revista Caros Amigos – retirado dia 19/06/2014
Autor
falou à Caros Amigos sobre
a reedição e a herança trabalhista
Por Rafael Zanvettor
Caros Amigos
Caros Amigos
“A Era Vargas”, trilogia do jornalista José Augusto
Ribeiro, foi relançada em um nova e extendida edição, em homenagem aos 60 anos
de Getúlio Vargas. A nova edição traz mudanças significativas em ralação à
primeira, de 2001, como uma descrição minuciosa da Revolução de 1930 que não
contava na edição anterior. O relançamento foi na Câmara dos Deputados, em
maio, em Brasília, como parte da programação do evento “60 Anos Sem
Getúlio Vargas".
O
livro conta a trajetória política de Getúlio, e, mais do que apenas seu
percurso pessoal, a trajetória do próprio trabalhismo, a partir de suas
raízes no republicanismo gaúcho.
Segundo
o autor do livro, José Augusto Ribeiro, a nova edição foi motivada a pedido de
estudantes, que sempre o questionavam em relação aos acontecimentos anteriores
à ascensão de Getúlio: “Aproveitei a pesquisa que já tinha feito e fiz um
primeiro volume sobre a revolução de 30, no segundo volume juntei o primeiro e
segundo governo, e fiz um último volume sobre a crise de 1954". O
jornalista já trabalhou nos principais veículos de comunicação do País e
é autor, entre outros, dos livros “De Tiradentes a Tancredo, história das
Constituições do Brasil” (1987) e “Nossos Direitos na Nova Constituição”
(1988). Ainda este ano, lançará, pela Record, uma biografia sobre Tancredo
Neves, de quem foi assessor de imprensa, função que também exerceu na campanha
de Leonel Brizola à Presidência da República, em 1994.
Novidades
O
primeiro volume conta os antecedentes da revolução de 30, que, segundo o autor,
foi muito inspirada nos eventos de 1882, sobretudo na criação do Partido
Republicano no Rio Grande do Sul: “Era um partido abolicionista, que fez uma
campanha muito grande pela alforria dos escravos sem compensação aos
fazendeiros (procedimento comum na época). No Rio Grande do Sul eles
conseguiram libertar 60 mil escravos, sem pagamento de indenização; quando
chegou a abolição, apenas 6 mil foram libertados, ou seja, eles já haviam
libertado 90% dos escravos. Getúlio considera que a Revolução de 30 foi
necessária para aprofundar as leis trabalhistas, e por isso considerava que a
Lei Áurea havia sido a primeira lei trabalhista”.
O
último volume, também acrescentado à pesquisa anterior, apresenta novas
informações ao leitor, principalmente em relação ao ano final da vida de
Getúlio, até seu suicídio: “Com as modificações acredito ter trazido algumas
novas informações, como a de que no auge da crise o presidente sofria muitos
ataques da imprensa brasileira, pela imprensa de Assis Chateaubriand. O general
Mozart Dornelles, subchefe do Gabinete Militar da Presidência da República, foi
perguntar para Chateaubriand o motivo dessa campanha, e ele disse: ‘Eu adoro o
presidente, tenho a maior admiração por ele, se ele quiser tiro Lacerda da
televisão e coloco qualquer um para defender o governo, basta ele desistir da
Petrobras'”.
Herança
Para
o jornalista, a herança do presidente Vargas foi compartilhada por dois
ministros dele, Tancredo Neves, da Justiça, e João Goulart, ministro do
Trabalho. “Os dois trabalharam juntos no governo de Vargas e voltaram a
trabalhar juntos quando Jânio Quadros renunciou e João Goulart era vice”. Na
época, sob a pressão de forte instabilidade política e constante conspiração da
ala golpista dos militares, foi aprovado o sistema parlamentarista e Tancredo
foi indicado como primeiro-ministro. Para o autor, se o gabinete de Tancredo
como primeiro-ministro resistisse, talvez João Goulart não tivesse sofrido o
golpe dos militares.
Ele
também afirmou que o último que levou o legado trabalhista à frente foi Leonel
Brizola. "Quando voltou a democracia foi convocada a constituinte e os
dois primeiros legatários da herança de Getúlio já estavam mortos, e o
terceiro, Leonel Brizola, já tinha organizado o antigo partido trabalhista, mas
o governo de Figueiredo, influenciado pela linha dura, não queria saber de
trabalhismo e nacionalismo, fez uma manobra através do procurador e negou a
legenda PTB. Então, Brizola teve que transformar o PTB no PDT”, afirmou.